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Paralisia Braquial Obstétrica: Classificação, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento, Notas de estudo de Diagnóstico

Texto de apoio ao curso de especialização em atividade física adaptada e saúde. Descrição da paralisia braquial obstétrica (pbo), sua classificação, sintomas, anatomia do plexo braquial, diagnóstico clínico, prognóstico e tratamento. Inclui figuras.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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usuário desconhecido 🇧🇷

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Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade física adaptada e saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
Paralisia Braquial Obstétrica
Introdução
Paralisia braquial obstétrica (PBO) é uma paralisia do membro superior que pode ocorrer com a criança no
momento do parto. Ela é devida a lesão do plexo braquial (nervos responsáveis pelo movimento e
sensibilidade das mãos, dos braços e dos dedos) e é, geralmente, atribuída a tração da cabeça e do pescoço
durante a liberação dos ombros na apresentação cefálica ou a tração sobre os braços estendidos acima da
cabeça na apresentação pélvica. Um ou dois em cada 1000 recém-nascidos têm esta condição.
Anatomia do Plexo Braquial
O plexo braquial é formado pela união das raízes ventrais de C5 a T1 (segmentos medulares). Os ramos de
C5 e C6 formam o tronco superior, os ramos de C8 e T1 formam o tronco inferior e o ramo de C7 o tronco
médio. As divisões anteriores dos troncos superior e médio dão origem ao fascículo lateral. O fascículo
medial é formado pela divisão anterior do tronco inferior e a divisão posterior dos três troncos forma o
fascículo posterior. Dos fascículos emergem os nervos que inervam os músculos do membro superior.
Classificação
A PBO é classificada em paralisia alta (Erb-Duchenne), baixa (Klumpke) e completa (Tabela 1). Erb-
Duchenne é a forma mais comum (80% a 90% dos casos) e tem melhor prognóstico. A forma Klumpke é rara
(5% ou menos), tem pior prognóstico e tem sido relacionada com uma forma completa que evoluiu com
recuperação rápida da porção alta do plexo braquial, anomalias congênitas (costela, tendão ou vaso
sangüíneo) comprimindo o plexo ou lesão medular.
Tabela 1. Classificação da Paralisia Braquial Obstétrica
Tipo Raízes Manifestações
Erb-
Duchenne
(paralisia
alta)
C5 a
C7
Braço acometido sem movimento, ao lado do corpo, com o ombro rodado
internamente, cotovelo estendido e punho ligeiramente fletido
Perda da abdução e da rotação externa do braço
Incapacidade para a flexão do cotovelo e supinação do antebraço
Ausência do reflexo bicipital e de Moro no lado acometido
Preservação da força do antebraço e da capacidade de preensão da mão
Possibilidade de deficiência sensorial na face externa do braço, antebraço, polegar e
indicador
Klumpke
(paralisia
baixa
C8 e T1
Flexão do cotovelo e supinação do antebraço
Acometimento dos músculos da mão com ausência do reflexo de preensão palmar
Reflexo bicipital e radial presentes
Síndrome de Horner (ptose palpebral, enoftalmia, miose, e anidrose facial) quando há
envolvimento das fibras simpáticas cervicais e dos
primeiros nervos espinhais
torácicos
Completa
C5 a T1
Membro superior acometido flácido com todos os reflexos ausentes
Lesões Associadas
Toda criança com PBO deve ser investigada quanto à presença de lesões associadas como fraturas (úmero,
clavícula ou parietal), paralisia de nervo frênico (nervo que inerva o diafrágma) ou facial, ruptura ou
hemorragia de esternocleidomastóideo (músculo do pescoço) e lesão cerebral.
Fatores de Risco
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Texto de apoio ao curso de Especialização

Atividade física adaptada e saúde

Prof. Dr. Luzimar Teixeira

Paralisia Braquial Obstétrica

Introdução

Paralisia braquial obstétrica (PBO) é uma paralisia do membro superior que pode ocorrer com a criança no momento do parto. Ela é devida a lesão do plexo braquial (nervos responsáveis pelo movimento e sensibilidade das mãos, dos braços e dos dedos) e é, geralmente, atribuída a tração da cabeça e do pescoço durante a liberação dos ombros na apresentação cefálica ou a tração sobre os braços estendidos acima da cabeça na apresentação pélvica. Um ou dois em cada 1000 recém-nascidos têm esta condição.

Anatomia do Plexo Braquial

O plexo braquial é formado pela união das raízes ventrais de C5 a T1 (segmentos medulares). Os ramos de C5 e C6 formam o tronco superior, os ramos de C8 e T1 formam o tronco inferior e o ramo de C7 o tronco médio. As divisões anteriores dos troncos superior e médio dão origem ao fascículo lateral. O fascículo medial é formado pela divisão anterior do tronco inferior e a divisão posterior dos três troncos forma o fascículo posterior. Dos fascículos emergem os nervos que inervam os músculos do membro superior.

Classificação

A PBO é classificada em paralisia alta (Erb-Duchenne), baixa (Klumpke) e completa (Tabela 1). Erb- Duchenne é a forma mais comum (80% a 90% dos casos) e tem melhor prognóstico. A forma Klumpke é rara (5% ou menos), tem pior prognóstico e tem sido relacionada com uma forma completa que evoluiu com recuperação rápida da porção alta do plexo braquial, anomalias congênitas (costela, tendão ou vaso sangüíneo) comprimindo o plexo ou lesão medular.

Tabela 1. Classificação da Paralisia Braquial Obstétrica

Tipo Raízes Manifestações

Erb- Duchenne (paralisia alta)

C5 a C

Braço acometido sem movimento, ao lado do corpo, com o ombro rodado internamente, cotovelo estendido e punho ligeiramente fletido Perda da abdução e da rotação externa do braço Incapacidade para a flexão do cotovelo e supinação do antebraço Ausência do reflexo bicipital e de Moro no lado acometido Preservação da força do antebraço e da capacidade de preensão da mão Possibilidade de deficiência sensorial na face externa do braço, antebraço, polegar e indicador

Klumpke (paralisia baixa

C8 e T1 Flexão do cotovelo e supinação do antebraço Acometimento dos músculos da mão com ausência do reflexo de preensão palmar Reflexo bicipital e radial presentes Síndrome de Horner (ptose palpebral, enoftalmia, miose, e anidrose facial) quando há envolvimento das fibras simpáticas cervicais e dos primeiros nervos espinhais torácicos

Completa C5 a T1 Membro superior acometido flácido com todos os reflexos ausentes

Lesões Associadas

Toda criança com PBO deve ser investigada quanto à presença de lesões associadas como fraturas (úmero, clavícula ou parietal), paralisia de nervo frênico (nervo que inerva o diafrágma) ou facial, ruptura ou hemorragia de esternocleidomastóideo (músculo do pescoço) e lesão cerebral.

Fatores de Risco

Os principais fatores de risco para PBO são: recém-nascido grande para a idade gestacional, apresentações fetais anormais, parto prolongado, baixa estatura materna, líquido amniótico com volume diminuído e crânio volumoso.

Prevenção

O reconhecimento de bebês macrossômicos (grandes) através da ultrassonografia facilita a decisão de indução precoce do trabalho de parto em mães diabéticas (causa freqüente de feto grande para a idade gestacional) ou a indicação de cesariana para os casos de alto risco.

Diagnóstico Clínico

O exame físico inclui avaliação da mobilidade articular, da força muscular, da preensão palmar, do reflexo de Moro, dos reflexos tendinosos e da sensibilidade. O diagnóstico é geralmente evidente ao nascimento e os achados variam de acordo com as raízes envolvidas (Tabela 1) e (Figura 1 e 2). Pode haver dor nas duas primeiras semanas por causa do trauma no parto.

Figura 1:

Tipo Erb-Duchenne

Figura 2:

Tipo Klumpke

Prognóstico

mais indicados para a criança com PBO, pois com atividades recreativas ela poderá movimentar todos os músculos que tiverem alguma função.

Órteses Se, durante o tratamento, forem verificados encurtamentos nos músculos flexores dos dedos da mão, há indicação para o uso de órtese quando a criança estiver dormindo e assim não comprometer a função durante as atividades.

O que determina a melhora dos movimentos não é a quantidade ou freqüência dos exercícios e sim o grau e a extensão da lesão dos nervos envolvidos. Após sete meses de idade, os movimentos que não estiverem presentes provavelmente não vão se recuperar. O comprometimento pode variar desde uma discreta fraqueza à ausência completa de movimento em todo o braço. Após um ano de idade, os exercícios em piscina e atividades próprias da idade substituem a realização dos movimentos passivos visando estimular ativamente os movimentos funcionais.

Para as crianças que não apresentam nenhuma melhora nos primeiros seis meses o tratamento cirúrgico (transferência ou enxerto de nervo) é considerado por algumas equipes que tratam PBO