Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

padronização soluções, Trabalhos de Química

padronização de soluções acida e basica

Tipologia: Trabalhos

2025

Compartilhado em 17/06/2025

monica-araujo-76
monica-araujo-76 🇧🇷

1 documento

1 / 3

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 25, MAIO 2007
36
Padronização de soluções ácida e básica
Recebido em 28/3/06; aceito em 15/2/07
Uma forma de viabilizar a expe-
rimentação no ensino de Quí-
mica é por meio do emprego
de substâncias de baixo custo e que
fazem parte do nosso cotidiano.
Fatores como segurança, custo e
tempo necessário para a realização
do experimento devem ser avaliados
pelo professor, assim como a abor-
dagem que melhor facilita a compre-
ensão dos fenômenos químicos por
parte dos estudantes. Assim, vários
conceitos como equilíbrio químico
(Ferreira et al., 1997), equilíbrio ácido-
base (Marconato et al., 2004; Lima et
al., 1995) e termoquímica (Mortimer
e Amaral, 1998) têm sido abordados
por meio do estudo do fenômeno
empregando material e/ou substân-
cias de fácil aquisição.
A titulação é um processo empre-
gado em química para determinar a
quantidade de uma substância em
solução, à qual, nesse caso, dá-se o
nome de titulado. Para isso, utiliza-se
uma solução de concentração bem
definida, à qual se dá o nome de
titulante. A solução do titulante deve
ser preparada com um padrão primá-
rio ou deve ser padronizada (padrão
secundário) empregando-se um pa-
drão primário.
Em uma titulação ácido-base, faz-
se reagir um ácido com uma base até
atingir o ponto de equivalência, que
pode ser determinado empregando-
se um indicador ácido-base, ou por
meio do ponto de inflexão da curva
de titulação, que pode ser obtida em-
pregando-se um medidor de pH
(pHmetro).
Normalmente, para se fazer uma
titulação, utiliza-se um frasco de erlen-
meyer (no qual é colocado o titulado)
e uma bureta (na qual está contido o
titulante).
Essa experiência tem como obje-
tivo a utilização do ácido acetilsalicí-
lico (AAS) e bicarbonato de sódio
(NaHCO3) como padrões primários
para padronização de soda cáustica
e ácido muriático em amostras co-
merciais, respectivamente.
O tempo previsto para a realização
do experimento é de aproximada-
mente 50 minutos.
Material e reagentes
Balança com precisão de mg
Erlenmeyer de 125 mL (ou gar-
rafa plástica cônica de refrige-
rante)
Balão volumétrico de 50 mL,
100 mL e 250 mL (ou frascos de
vidro ou plástico calibrados. A
calibração do frasco pode ser
feita adicionando-se o volume
de água requerido ou por meio
da medida do volume ocupado
por uma massa conhecida de
água. Nesse último caso, é im-
portante consultar uma tabela
de variação da densidade da
água em função da tempera-
tura)
Bureta de 50 mL (ou tubo plás-
tico calibrado com torneira ou,
ainda, seringa descartável sem
agulha)
Pipeta volumétrica de 15 mL (ou
seringa descartável sem agulha)
Pipeta volumétrica de 2 mL (ou
seringa descartável sem agulha)
Béquer de 100 mL (ou frasco de
vidro ou plástico calibrado)
Almofariz e pistilo (ou cinzeiro de
ágata)
Suporte universal
Garra
Funil
Papel de filtro para café
Água destilada
Comprimido de AAS1: Melhoral®
ou Aspirina® (o comprimido de
AAS deve ser o comum, não po-
dendo ser o tamponado e nem
o efervescente, que também é
tamponado)
NaOH comercial2 (a soda cáus-
Willian Toito Suarez, Luiz Henrique Ferreira e Orlando Fatibello-Filho
Neste artigo, é relatado o emprego de ácido acetilsalicílico (AAS) e bicarbonato de sódio (NaHCO3) como
padrões primários para a padronização de ácido muriático (HCl impuro) e soda cáustica (mistura de NaOH,
Na2CO3 e NaCl), empregando-se titulação ácido-base. Essas substâncias utilizadas são de baixo custo e de
fácil aquisição e podem ser empregadas por alunos do Ensino Médio e Superior em substituição aos padrões
primários normalmente utilizados em padronizações de soluções ácida ou básica em volumetria ácido-base.
titulação ácido-base, padronização de soluções, materiais do cotidiano
pf3

Pré-visualização parcial do texto

Baixe padronização soluções e outras Trabalhos em PDF para Química, somente na Docsity!

Recebido em 28/3/06; aceito em 15/2/

U

ma forma de viabilizar a expe- rimentação no ensino de Quí- mica é por meio do emprego de substâncias de baixo custo e que fazem parte do nosso cotidiano. Fatores como segurança, custo e tempo necessário para a realização do experimento devem ser avaliados pelo professor, assim como a abor- dagem que melhor facilita a compre- ensão dos fenômenos químicos por parte dos estudantes. Assim, vários conceitos como equilíbrio químico (Ferreira et al ., 1997), equilíbrio ácido- base (Marconato et al ., 2004; Lima et al ., 1995) e termoquímica (Mortimer e Amaral, 1998) têm sido abordados por meio do estudo do fenômeno empregando material e/ou substân- cias de fácil aquisição. A titulação é um processo empre- gado em química para determinar a quantidade de uma substância em solução, à qual, nesse caso, dá-se o nome de titulado. Para isso, utiliza-se uma solução de concentração bem definida, à qual se dá o nome de titulante. A solução do titulante deve ser preparada com um padrão primá- rio ou deve ser padronizada (padrão secundário) empregando-se um pa- drão primário. Em uma titulação ácido-base, faz-

se reagir um ácido com uma base até atingir o ponto de equivalência, que pode ser determinado empregando- se um indicador ácido-base, ou por meio do ponto de inflexão da curva de titulação, que pode ser obtida em- pregando-se um medidor de pH (pHmetro). Normalmente, para se fazer uma titulação, utiliza-se um frasco de erlen- meyer (no qual é colocado o titulado) e uma bureta (na qual está contido o titulante). Essa experiência tem como obje- tivo a utilização do ácido acetilsalicí- lico (AAS) e bicarbonato de sódio (NaHCO 3 ) como padrões primários para padronização de soda cáustica e ácido muriático em amostras co- merciais, respectivamente. O tempo previsto para a realização do experimento é de aproximada- mente 50 minutos.

Material e reagentes

  • Balança com precisão de mg
  • Erlenmeyer de 125 mL (ou gar- rafa plástica cônica de refrige- rante)
  • Balão volumétrico de 50 mL, 100 mL e 250 mL (ou frascos de vidro ou plástico calibrados. A calibração do frasco pode ser

feita adicionando-se o volume de água requerido ou por meio da medida do volume ocupado por uma massa conhecida de água. Nesse último caso, é im- portante consultar uma tabela de variação da densidade da água em função da tempera- tura)

  • Bureta de 50 mL (ou tubo plás- tico calibrado com torneira ou, ainda, seringa descartável sem agulha)
  • Pipeta volumétrica de 15 mL (ou seringa descartável sem agulha)
  • Pipeta volumétrica de 2 mL (ou seringa descartável sem agulha)
  • Béquer de 100 mL (ou frasco de vidro ou plástico calibrado)
  • Almofariz e pistilo (ou cinzeiro de ágata)
  • Suporte universal
  • Garra
  • Funil
  • Papel de filtro para café
  • Água destilada
  • Comprimido de AAS^1 : Melhoral® ou Aspirina® (o comprimido de AAS deve ser o comum, não po- dendo ser o tamponado e nem o efervescente, que também é tamponado)
  • NaOH comercial^2 (a soda cáus-

Willian Toito Suarez, Luiz Henrique Ferreira e Orlando Fatibello-Filho

Neste artigo, é relatado o emprego de ácido acetilsalicílico (AAS) e bicarbonato de sódio (NaHCO 3 ) como padrões primários para a padronização de ácido muriático (HCl impuro) e soda cáustica (mistura de NaOH, Na 2 CO 3 e NaCl), empregando-se titulação ácido-base. Essas substâncias utilizadas são de baixo custo e de fácil aquisição e podem ser empregadas por alunos do Ensino Médio e Superior em substituição aos padrões primários normalmente utilizados em padronizações de soluções ácida ou básica em volumetria ácido-base.

titulação ácido-base, padronização de soluções, materiais do cotidiano

tica pode conter além de NaOH, Na 2 CO 3 e NaCl)

  • HCl impuro 3 (ácido muriático)
  • Bicarbonato de sódio comercial (produto farmacêutico)
  • Solução alcoólica de fenolftaleí- na (dissolver 0,1 g de fenolftaleí- na em 25 mL de água + 25 mL de etanol). A fenolftaleína pode ser encontrada nos seguintes medicamentos: complexo ho- meopático Almeida Prado n. 46; Obesifran ®; Obesiform ®; Obesi- dex®; Esbelt®^ ou Agarol ®^ (Simo- ni e Tubino, 2002)
  • Solução de alaranjado de metila (dissolver 0,2 g de alaranjado de metila em água quente, e após resfriamento, filtra-se se neces- sário, e dilui-se com água até 100 mL)
  • Etanol comercial (atualmente o álcool é vendido em supermer- cados em diversas concentra- ções: 46° INPM; 92,8° INPM en- tre outras. Assim, na preparação da solução de fenolftaleína ou da solução de AAS, o álcool 46° INPM deve ser empregado sem diluição)
  • Indicador preparado com extrato bruto de repolho roxo (Fatibello- Filho et al ., 2006)

Procedimento 1. Padronização da

soda cáustica com AAS (equação 1)

Colocar quatro comprimidos de AAS (500 mg cada) no almofariz e triturar. A seguir, transferir o AAS já em pó para um béquer de 100 mL. Adi- cionar 50 mL de solução alcoólica 1:1 v/v. Em seguida, filtrar, lavar bem o papel de filtro e transferir o filtrado para um balão volumétrico de 100 mL e completar o volume com solução alcoólica 1:1 v/v. Calcular a concen- tração em mol L-1^ dessa solução. Preparar uma solução de hidróxi- do de sódio de concentração aproxi- mada de 0,10 mol L -1^ em um balão

volumétrico de 250 mL. Trans- ferir com o auxílio de uma pi- peta volumétrica 15 mL dessa solução para um erlenmeyer de 125 mL e adicionar de 3 a 5 gotas de solução alcoólica de fenolftaleína (obs.: Na falta desse indicador, empregar uma so- lução de extrato bruto de repolho roxo. No ponto de equivalência, a viragem do indicador ocorre de verde para rosa claro). Encher a bureta de 50 mL com uma solução de AAS e, a seguir, titu- lar a solução contida no erlenmeyer. Para isso, adicionar lentamente a so- lução da bureta ao erlenmeyer até o desaparecimento da coloração rosa (ou mudança de verde para rosa claro se usar a solução de extrato bruto de repolho roxo). Anotar o volume da solução de AAS gasto para neutralizar o hidróxido de sódio. Com base nos dados obtidos na titulação, calcular a concentração de hidróxido de sódio comercial preparada. Como o NaOH comercial pode conter outras subs- tâncias (Na 2 CO 3 e NaCl), o ideal é preparar uma nova solução, levando em consideração o teor de NaOH para obter uma solução 0,10 mol L-^. Repetir o procedimento descrito ante- riormente pelo menos mais duas vezes.

Procedimento 2. Padronização do

ácido muriático com bicarbonato de

sódio (equação 2)

Pesar acuradamente 150 mg de bicarbonato de sódio e transferir para um erlenmeyer de 125 mL, adicionar cerca de 50 mL de água destilada e de 3 a 5 gotas de alaranjado de metila (obs: Na falta desse indicador, empre- gar uma solução de extrato bruto de repolho roxo. No ponto de equiva- lência, a viragem do indicador ocorre de verde para rosa claro). A seguir, transferir um volume de 2 mL de ácido muriático para um balão volumétrico

de 100 mL e completar o volume com água. Encher a bureta com a solução de ácido muriático e titular a solução contida no erlenmeyer. Para isso, adi- cionar lentamente a solução da bureta ao erlenmeyer até o desaparecimento da coloração amarela e o apareci- mento de uma coloração avermelha- da (ou de uma coloração rosa com o extrato bruto de repolho roxo). Anotar o volume da solução de ácido muriá- tico gasto para neutralizar o bicarbo- nato de sódio. Com base nos dados obtidos na titulação, calcular a con- centração em mol L-1^ de ácido muriá- tico preparada. Repetir esse procedi- mento pelo menos mais duas vezes. Em seguida, calcular a concentração do ácido muriático e comparar com o valor rotulado. Por fim, o professor poderá propor outro experimento para determinar as concentrações de ácidos e de bases em produtos comerciais (produtos ácidos: refrigerante do tipo cola, vi- nagre, suco de laranja etc.; básicos: leite de magnésia; produtos de lim- peza contendo amônia etc.), empre- gando como titulantes as soluções de soda cáustica ou de ácido muriático padronizadas.

Considerações finais

O experimento aqui descrito em- prega materiais acessíveis e de baixo custo encontrados facilmente no comércio. A realização desse experi- mento permite ao aluno a observação direta da determinação do ponto de equivalência e, conseqüentemente, uma melhor compreensão dos con- ceitos envolvidos na preparação de soluções ácida e básica e padroni- zação destas, além de fundamentos de estequiometria e indicadores ácidos-bases.

Notas

  1. A rigor, o ácido acetilsalicílico não pode ser utilizado como padrão Equação 1 primário, já que em solução aquosa

Equação 2