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Hanseníase no Rio Grande do Norte: Análise 1990-2015, Notas de estudo de Ciências Biologicas

Uma revisão bibliográfica sobre a epidemiologia da hanseníase no estado do rio grande do norte, brasil, entre 1990 e 2015. O texto descreve a história da doença no país, as variações epidemiológicas e as tendências observadas em diferentes regiões. O autor utiliza métodos de pesquisa bibliográfica descritiva qualitativa para coletar informações de fontes indexadas em bancos de dados como medline, svs, lilacs e scielo.

O que você vai aprender

  • Qual foi a tendência da ocorrência da hanseníase no estado do Rio Grande do Norte entre 1990 e 2015?
  • Quais foram as regiões do Brasil com maior prevalência de hanseníase no início do século XXI?

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 03/12/2015

Ubirata78
Ubirata78 🇧🇷

4.3

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OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE CASOS DE HANSENIASE NO
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL.
MACIEL, L. G. B. (guiaqui.maciel@gmail.com)1;
SILVA, C. D. .D. (danilodiass18@gmail.com)2
INTRODUÇÃO: A hanseníase, conhecida também como lepra ou doença de Hansen, é uma doença
infectocontagiosa transmitida pela bactéria Mycobacterium leprae, a qual é transmitida por uma pessoa
enferma não tratada através do contato direto. Os principais sinais e sintomas são dermatológicos, mas
acabam atingindo também o sistema nervoso, causando diminuição e até mesmo a ausência da
sensibilidade, sua manifestação mais conhecida é o comprometimento de nervos, o qual acarreta em
incapacidade física e deformidades. É considerada uma das doenças mais antigas da historia da
humanidade, sendo mencionada até mesmo na bíblia. Apesar de poucos os dados, sabe-se que no Brasil
os primeiros casos ocorreram no ano de 1600, no estado do Rio de Janeiro. Mesmo sendo uma doença
muito antiga e preocupante, a ocorrência de hanseníase no Brasil ainda era muito alta no final da década de
noventa, com um coeficiente de ocorrência de 3,6/10.000, falhando com a meta de eliminação estipulada no
inicio da mesma década, a qual objetivava alcançar uma taxa de 1 doente a cada 10.000 habitantes, sendo
assim criado em 2001 um Plano Nacional de Mobilização e Intensificação das Ações para o banimento da
Hanseníase, o qual priorizou 329 municípios com elevados indicadores epidemiológicos. Em 2001 a maior
detecção de casos foi nas regiões norte, nordeste e centro-oeste. Na região nordeste, o estado do Rio
Grande do Norte apresenta a menor ocorrência da doença, além de uma tendência decrescente, pois houve
diversos picos desde o inicio da década de noventa, o qual se deve a implantação de serviços e a
realização de diagnósticos. Nas zonas urbanas é onde ocorre a maior detecção da doença, para o estado a
maior relevância vem a ser nos municípios de Natal e Mossoró. Esse trabalho teve como objetivo realizar
uma revisão bibliográfica sobre epidemiologia da hanseníase no estado do Rio Grande do Norte, com o
intuito de descrever e discutir a ocorrência da doença no período de 1990 a 2015 no Estado do Rio Grande
do Norte.
METODOLOGIA: Para realização deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica descritiva
qualitativa (Marconi e Lakatos, 2009) nos bancos de dados indexados MEDLINE, SVS (Ministério da
Saúde), LILACS, (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific
Electronic Library Online), onde foram utilizados os descritores: Hanseníase, Epidemiologia da hanseníase,
ocorrência da hanseníase no RN. Os critérios de admissão e inclusão utilizados para a pesquisa foram:
artigos e publicações completas, escritas em língua portuguesa e/ou inglesa, entre os anos de 1999 e 2015.
Foram eliminados trabalhos realizados com tempo de publicação superior a quinze anos, bem como
aqueles que não abordassem a temática pesquisada. Ao final do levantamento bibliográfico, foram
efetivamente utilizados 10 referências, selecionados conforme a qualidade e relevância com o tema
proposto.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: À hanseníase, conhecida também como lepra ou doença de Hansen é
considerada uma das doenças mais antigas da história da humanidade, sendo reconhecido o homem como
única fonte de infecção, embora tenham sido identificados animais infectados naturalmente (CABRAL,
2013). O agente etiológico é o Mycobacterium leprae, o qual apresenta alta infectividade, baixa
patogenicidade, pois poucos infectados adoecem. É um parasita intracelular obrigatório que ataca células
cutâneas e do sistema nervoso periférico, no organismo do individuo infectado a evolução do M. leprae é
lenta podendo demorar em media 15 dias para se multiplicar (OLIVEIRA, 2013). A doença é transmitida
através de uma pessoa doente não tratada, a qual elimina para o meio externo o bacilo de Hansen
contaminando outras. A principal forma de eliminação e entrada no organismo para a contaminação são as
vias aéreas superiores, mas para que ocorra realmente a infecção é necessário o contato direto com um
doente não tratado (DIAS, 2005; CABRAL, 2013). Os sinais e sintomas são neurológicos e dermatológicos
como lesões na pele, podendo ser na epiderme, derme e/ou hipoderme, essas lesões atingem também os
nervos periféricos, causando diminuição ou ausência da sensibilidade, comprometendo principalmente as
articulações, olhos, testículos, gânglios. As lesões mais comuns são: manchas pigmentares (ausência,
diminuição ou aumento de melanina); placas (lesão com vários centímetros); infiltração (aumento da
espessura e consistência da pele) e nódulo (lesão sólida que pode ter elevação). A manifestação mais
conhecida da doença é o comprometimento de nervos periféricos, o qual pode acarretar em incapacidade
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OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE CASOS DE HANSENIASE NO

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL.

MACIEL, L. G. B. (guiaqui.maciel@gmail.com)^1 ;

SILVA, C. D. .D. (danilodiass18@gmail.com)^2

INTRODUÇÃO: A hanseníase, conhecida também como lepra ou doença de Hansen, é uma doença infectocontagiosa transmitida pela bactéria Mycobacterium leprae , a qual é transmitida por uma pessoa enferma não tratada através do contato direto. Os principais sinais e sintomas são dermatológicos, mas acabam atingindo também o sistema nervoso, causando diminuição e até mesmo a ausência da sensibilidade, sua manifestação mais conhecida é o comprometimento de nervos, o qual acarreta em incapacidade física e deformidades. É considerada uma das doenças mais antigas da historia da humanidade, sendo mencionada até mesmo na bíblia. Apesar de poucos os dados, sabe-se que no Brasil os primeiros casos ocorreram no ano de 1600, no estado do Rio de Janeiro. Mesmo sendo uma doença muito antiga e preocupante, a ocorrência de hanseníase no Brasil ainda era muito alta no final da década de noventa, com um coeficiente de ocorrência de 3,6/10.000, falhando com a meta de eliminação estipulada no inicio da mesma década, a qual objetivava alcançar uma taxa de 1 doente a cada 10.000 habitantes, sendo assim criado em 2001 um Plano Nacional de Mobilização e Intensificação das Ações para o banimento da Hanseníase, o qual priorizou 329 municípios com elevados indicadores epidemiológicos. Em 2001 a maior detecção de casos foi nas regiões norte, nordeste e centro-oeste. Na região nordeste, o estado do Rio Grande do Norte apresenta a menor ocorrência da doença, além de uma tendência decrescente, pois houve diversos picos desde o inicio da década de noventa, o qual se deve a implantação de serviços e a realização de diagnósticos. Nas zonas urbanas é onde ocorre a maior detecção da doença, para o estado a maior relevância vem a ser nos municípios de Natal e Mossoró. Esse trabalho teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre epidemiologia da hanseníase no estado do Rio Grande do Norte, com o intuito de descrever e discutir a ocorrência da doença no período de 1990 a 2015 no Estado do Rio Grande do Norte.

METODOLOGIA: Para realização deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica descritiva qualitativa (Marconi e Lakatos, 2009) nos bancos de dados indexados MEDLINE, SVS (Ministério da Saúde), LILACS, (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SCIELO ( Scientific Electronic Library Online ), onde foram utilizados os descritores: Hanseníase, Epidemiologia da hanseníase, ocorrência da hanseníase no RN. Os critérios de admissão e inclusão utilizados para a pesquisa foram: artigos e publicações completas, escritas em língua portuguesa e/ou inglesa, entre os anos de 1999 e 2015. Foram eliminados trabalhos realizados com tempo de publicação superior a quinze anos, bem como aqueles que não abordassem a temática pesquisada. Ao final do levantamento bibliográfico, foram efetivamente utilizados 10 referências, selecionados conforme a qualidade e relevância com o tema proposto.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: À hanseníase, conhecida também como lepra ou doença de Hansen é considerada uma das doenças mais antigas da história da humanidade, sendo reconhecido o homem como única fonte de infecção, embora já tenham sido identificados animais infectados naturalmente (CABRAL, 2013). O agente etiológico é o Mycobacterium leprae , o qual apresenta alta infectividade, baixa patogenicidade, pois poucos infectados adoecem. É um parasita intracelular obrigatório que ataca células cutâneas e do sistema nervoso periférico, no organismo do individuo infectado a evolução do M. leprae é lenta podendo demorar em media 15 dias para se multiplicar (OLIVEIRA, 2013). A doença é transmitida através de uma pessoa doente não tratada, a qual elimina para o meio externo o bacilo de Hansen contaminando outras. A principal forma de eliminação e entrada no organismo para a contaminação são as vias aéreas superiores, mas para que ocorra realmente a infecção é necessário o contato direto com um doente não tratado (DIAS, 2005; CABRAL, 2013). Os sinais e sintomas são neurológicos e dermatológicos como lesões na pele, podendo ser na epiderme, derme e/ou hipoderme, essas lesões atingem também os nervos periféricos, causando diminuição ou ausência da sensibilidade, comprometendo principalmente as articulações, olhos, testículos, gânglios. As lesões mais comuns são: manchas pigmentares (ausência, diminuição ou aumento de melanina); placas (lesão com vários centímetros); infiltração (aumento da espessura e consistência da pele) e nódulo (lesão sólida que pode ter elevação). A manifestação mais conhecida da doença é o comprometimento de nervos periféricos, o qual pode acarretar em incapacidade

física e evoluir também para a deformidade (OLIVEIRA, 2013). Os infectados sofreram muito com a falta de tratamento ou cura, no passado, eles eram isolados da população, principalmente dos familiares, causando problemas sociais e psicológicos (CABRAL, 2013). A cura e tratamento adotado pela Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde do Brasil, é a poliquimioterapia, além da supressão dos surtos reacionais, prevenção de incapacidades físicas, reabilitação física e psicossocial (OLIVEIRA, 2013). Dessa forma, considerando a gravidade que a doença pode assumir e as variações epidemiológicas que estas podem ocasionar com o passar dos anos, torna-se imprescindível uma revisão frequente da literatura disponível na atualidade, tornando este trabalho um subsidio para o controle e profilaxia da doença.

ANÁLISE E DISCUSSÔES: NOTAS DE OCORRÊNCIAS A NÍVEL NACIONAL - Os primeiros casos de hanseníase no Brasil foram notificados no Estado do Rio de Janeiro em 1600 (RAMOS-JUNOR et al. 2014). Embora sejam poucas as informações sobre a enfermidade antes do século XVII, sabe-se que em 1737 ocorreram mais de 300 doentes do Mal de Hanseníase (MH) (PEREIRA, 1999). Na serie histórica de 1985 a 1996 referentes aos casos de hanseníase detectados no Brasil, existiu um aumento significativo tanto no número absoluto de ocorrências, como no coeficiente de detecção do país em quase todos os Estados. No Brasil, as macrorregiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentaram aumento de mais de 100% no numero absoluto de casos detectados. (PEREIRA, 1999). No ano de 1991 durante a 44ª Assembleia Mundial de Saúde (promovida pela OMS), o Brasil admitiu atingir a meta de eliminação da hanseníase como problema de saúde publica ate o final do ano 2000, ou seja, esta objetivava alcançar a taxa de prevalência de menos de 01 doente a cada 10.000 habitantes (MAGALHÃES e ROJAS, 2007). Apesar da diminuição do coeficiente em 80%, passando de 17,4/10.000 habitantes em 1991, para 3,6/10.000 habitantes no ano de 1999, a meta não foi alcançada, pois permaneceu uma alta detecção e prevalência predominante nas Regiões Nordeste, Norte e Centro Oeste. Contudo, os Estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro conseguiram atingir a meta (BRASIL, 2009, RAMOS-JUNIOR et al. 2014). Ainda no final da década de noventa, foi observado que a endemia estava em expansão devido a focos localizados nas Regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Estas estavam intimamente associadas á Amazônia legal, e às frentes de colonização agrícola, bem como ao crescimento exponencial de determinadas Regiões Metropolitanas (BRASIL, 2008). Em 2001 foi lançado o Plano Nacional de Mobilização e Intensificação das Ações para o banimento da Hanseníase e controle da Tuberculose pelo Ministério da Saúde, o qual priorizou 329 municípios, devido a seus elevados indicadores epidemiológicos (BRASIL, 2008, RAMOS-JUNIOR et al. 2014). Em 2007, o Brasil apresentou a maior prevalência da doença no mundo, levando em conta os países que não conseguiram alcançar a meta de menos de 01/10.000 habitantes (BRASIL, 2008). Ao realizarmos um rápido resgate epidemiológico do ano de 1990 a 2008, torna-se claro que o Brasil apresentou significativas oscilações nos coeficientes de detecção, onde foi visto alterações entre 20,0/100. habitantes em 1990 e 29,4/100.000 habitantes em 2008, 3 sendo classificadas como “muito alta”, segundo parâmetros oficiais, principalmente as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (BRASIL, 2008; BRASIL, 2011). Recentemente no ano de 2010, o panorama epidemiológico mostrou o Brasil com um coeficiente de prevalência da MH de 1,56 por 10 mil habitantes e coeficiente geral de detecção de 18,2 casos por 100 mil habitantes, considerado médio conforme padronização oficial (BRASIL, 2011; RAMOS-JUNIOR et al. 2014). De acordo com Brasil (2011) os estados de maior detecção de casos continuam sendo os da Região Norte, Centro-Oeste e Nordeste. De um modo geral, houve uma diminuição na detecção de casos em todas as regiões, sendo em media 4% ao ano, com uma proporção de cura regular e o coeficiente de detecção de casos diagnosticados com grau 2 – considerado o nível de desenvolvimento mais grave da doença, havendo incapacidade e complicações das áreas infectadas, o qual obteve um índice de 1,2 casos por 100 mil habitantes. Todas as regiões e a maioria dos estados apresentam redução do coeficiente nos últimos três anos (RAMOS-JUNIOR et al. 2014). NOTAS DE OCORRENCIAS A NÍVEL ESTADUAL (2000 – 2015) - Dos 09 estados presentes na Região Nordeste, o Rio Grande do Norte vem apresentando a menor ocorrência de casos de hanseníase, além de uma tendência decrescente desde que atingiu a maior quantidade de diagnósticos no ano de 2005, com um coeficiente de detecção de 15,82/100.000 habitantes, quase o triplo de 15 anos antes, quando o índice era de apenas 4,4/100.000 habitantes, demonstrando um grande aumento nesse período (OLIVEIRA, 2013). Foi divulgado no Ministério da Saúde em 2010 que o coeficiente de detecção de hanseníase no estado era de 7,4/100.000 habitantes, o que apresentou uma média de 8,2/100.000 habitantes nos últimos 10 anos, demonstrando uma diminuição considerável e preocupação com a doença, principalmente em alguns municípios que ainda não atingiram o nível de eliminação (BRASIL, 2010). Os diversos picos de detecção da doença nos anos passados estão relacionados com a implantação de serviços e a realização de diagnósticos, demonstrando a ocorrência de antigos casos negligenciados (DIAS, 2005). O aumento da detecção da doença vem acontecendo em toda a zona urbana dos municípios, com uma maior concentração em algumas áreas, estando associada com o baixo padrão de qualidade de vida (DIAS, 2005). O estado apresenta dois municípios com maior relevância epidemiológica, Mossoró (Alto Oeste Potiguar) com grande número de casos (35,8/100.000 habitantes) e a capital Natal (Leste Potiguar) com uma ocorrência mais baixa (4,9/100.000 habitantes). Em 2010, 70% dos

OLIVEIRA, V. M.; ASSIS, C. R. D.; SILVA, K. C. C. Levantamento epidemiológico da anseníase no nordeste

brasileiro durante o período de 2001‐2010. ScireSalutis, v.3, n.1, p.16‐27, 2013.

DOI:http://dx.doi.org/10.6008/ESS2236‐9600.2013.001.0002. Aquidabã, 2013.

PEREIRA G. F. M. Características da hanseníase no Brasil: situação e tendência no período1985 a 1996.

[dissertação]. São Paulo: Escola Paulista de Medicina, Universidade de São Paulo; 1999.

RAMOS-JUNIOR, N.; ALVES, D. E.; FERREIRA, T. L.; NERY, I. Hanseníase: avanços e desafios. Brasília:

NESPROM, 2014.429 p.