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Livro versando sobre o tema oracular Yorubá
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
OLOGBON FEZ DIVINAÇÃO PAR EKUN E PARA IFAA (O TIGRE E O GATO DO MATO) .............................................................................................................................................. 221
A filosofia de Ifá é uma das mais antigas formas de conhecimento revelada a humanidade. Infelizmente as revelações de Ọrúnmìlá, têm desde o início dos tempos, sido escondidas no mais completo sigilo e aqueles que poderiam dispor de tempo e possuir horas de folga para adquiri-los, não tinham recursos de ir atrás deles. Tudo o que sabemos hoje de Ifá, tem sido passado de geração em geração. Muito do que o povo conhece sobre Ifá é também revelado: até mesmo hoje em dia, pelo próprio Ọrúnmìlá, porque ele regularmente surge para seus seguidores em sonhos, para ensiná- los o que é necessário saber sobre sua obra. O conhecimento de Ifá tem sobrevivido essencialmente pela tradição oral de um sacerdote de Ifá para outro. Nenhum esforço consciente tem sido feito para publicar a obra de Ọrúnmìlá completa para o público consumidor. Até os sacerdotes de Ifá entre eles, são freqüentemente relutantes em compartilhar conhecimento por temor que se o mesmo se tornar de domínio público, a fachada mística oculta a qual eles operam será destruída. Isto não é totalmente sua falta, porque levaram pelo menos 21 anos de aprendizado para produzir um sacerdote eficiente.
Mas pelo fato que este trabalho era diretamente inspirado pelo próprio Ọrúnmìlá, não seria fácil para ninguém dispor de tempo, esforços e dinheiro, para iniciar desta maneira numa aventura interminável. Aquilo é dizer que a sociedade de Ifá chamada conhecimento é interminável, imutável e imortal. Ver-se-á de suas revelações que Ọrúnmìlá, embora a mais nova de todas as divindades criadas por Deus, era verdadeiramente a própria testemunha de Deus quando começou a criar outras substâncias orgânicas e inorgânicas. Este é o porque de ser consultado como o Ẹlẹri Upin. Somente ele conhece a verdadeira natureza e Orígem de todos os objetos animados ou inanimados criados por Deus.
Este conhecimento tem lhe dado desta maneira incomparáveis poderes que fazem-no o mais eficiente de todos os adivinhos, que eram as primeiras criaturas de Deus.
Seus seguidores que são capazes de alcançar algo do conhecimento conseqüentemente controlam enorme poder o qual tem muitas vezes confundido muito em chamando na magia ou fetiche.
Por outro lado à expressão “IFÁ” encerra as revelações, estilos devida, e religião ensinada por Ọrúnmìlá. Este é o porque de ser freqüentemente dito que Ọrúnmìlá é a divindade mas Ifá é sua palavra.
O sacerdote de Ifá é o pedaço da boca de Ọrúnmìlá e até comparativamente recentemente, ele era o eixo em torno do qual a vida diária da comunidade girava. Naqueles dias era respeitável ir abertamente até ele para buscar solução para os problemas da vida. Atualmente tem se tornado moda consultar um sacerdote de Ifá em segredo absoluto e furtivamente.
Três fatores têm sido os responsáveis por esta espetacular mudança de atitude.
O primeiro é a chegada da civilização moderna e a educação trazida desta forma. A segunda é a despótica influência das religiões modernas as quais eram usadas pela espécie humana como armas para conquistas não apenas das mentes mortais, mas também para manifestamente ambições de território.
O terceiro é o impacto agregado das duas primeiras forças. As crianças dos sacerdotes de Ifá, não mais desejam ser associadas com a religião e ao modo de vida de seus pais, aos quais eles rejeitam como superstições pagãs.
Muitos sacerdotes de Ifá dotados de brilhante conhecimento teórico e prático do oráculo, têm morrido não restando nada gravado de suas riquezas de conhecimento e experiência. O volume de livros os quais eu estou prestes a me lançar são uma tentativa para deixar um relato histórico da grande obra de Ọrúnmìlá.
Eles se destinam a provocar debates para o enriquecimento do conhecimento de modo que as gerações vindouras conhecerão sobre Ọrúnmìlá e seu acesso para religião, em tempo, ser orgulhoso por estar associado com ela. Este trabalho se designa também para assistir a estudantes da filosofia de Ifá na obtenção mais profunda do conhecimento o Ifismo, tão bem quanto gerar interesse nele.
Também irá prover assistência para aqueles que foram iniciados na religião , mas que continuam a duvidar da veracidade da concepção inteira de Ọrúnmìlá.
Freqüentemente quando uma pessoa vai a um sacerdote, ele conta para seu cliente os encantamentos do Ọdu específico que se apresentou para ele. Depois disso ele prescreve os sacrifícios a serem feitos sem preocupar-se em narrar ao questionador a história fundamental do sacrifício que ele está pedindo para fazer. Eles o fazem por que acreditam que a mente não iniciada não irá entendê-los.
O cliente começa a questionar se o sacrifício é ou não relevante.
Se ele faz ou não o sacrifício, torna a reputação do sacerdote de Ifá incerta e não as suas convicções da necessidade disto. Mais importante é uma tentativa para fazer a religião se classificar como muitas religiões novas, como o judaísmo, cristianismo, budismo e islamismo. Estas outras religiões tinham a vantagem da documentação anterior. Quanto ao mais, nós veremos que Ifá é muito mais rico e mais antigo corpo de conhecimentos.
È importante notar que todavia este trabalho não coloca reivindicações quaisquer que sejam por conta completa da religião de Ifá. É dito que ninguém pode saber no total a Obra completa de Ọrúnmìlá. Este trabalho é portanto o início, e a pesquisa continuará durante toda a vida do autor. Espera-se que ela será atualizada de tempos em tempos tendo em vista a ausência de pesquisas e revelações adicionais.
Por outro lado, o escritor espera com esses volumes de dezessete livros no todo, desmistificar a filosofia da Religião de Ifá. Contrário a todas as aparências externas, não há nada mágico sobre Ifá. A arte é análoga ao trabalho de astrologia. Um astrólogo conta o futuro de um homem lendo o comportamento das estrelas que estavam no céu na época em que a pessoa nasceu. Do mesmo jeito quando uma criança nasce, os instrumentos principais de divinação de Ifá são usados para sensibilizar sua cabeça e escutá-la. O instrumento irá declarar o nome do Ọdu que é sua estrela guia. O sacerdote de Ifá irá então revelar a história da vida do Ọdu que surgiu para ele e pode proclamar com cem por cento de certeza que a vida da criança irá tomar alguns caminhos que aparecem no Ọdu. É uma coisa que acontece quando o Ọdu particular surge no jogo quando uma pessoa é iniciada na religião de Ifá e na sociedade secreta (Ogbodu).
Por exemplo, se a cerimônia do nome ou durante a iniciação em ifá , Ejiogbe é o Ọdu que surgir , a pessoa pode convenientemente ser informada de que sua história de vida seguirá o caminha da vida de Ejiogbe.
Eu também tenho visto deste mesmo modo pessoas retornando dias, semanas ou meses depois para expressar profunda gratidão.
Contudo eu estava sossegado demais na prática do cristianismo para proferir algum pensamento positivo deste crescimento contemporâneo. Não há contradição no fato que eu estava começando a me perguntar sobre certas questões. Quando eu me aposentei do serviço público em 1980, eu decidi descobrir mais sobre esta religião e uma irresistível busca por respostas a várias perguntas que o homem tem tentado responder através dos anos. Qual é atualmente o relacionamento entre Deus e o Homem? Qual é o relacionamento entre o céu e a terra e qual é o relacionamento entre o homem e as divindades.
Eu desejava de qualquer modo narrar o espetacular progresso tão logo após minha aposentadoría do serviço público em 1980. Havia um homem Yorùbá em seus noventa anos que tinha estado associado com meu pai desde minha infância, mas que eu não tinha visto por mais de onze anos. Seu nome é Chefe Ọbalọlá, ele mesmo um exímio sacerdote de Ifá em toda sua vida.
Um dia eu estava comprando materiais para reformar minha casa em Benin, quando este senhor aproximou-se de mim e eu me apressei em cumprimentá-lo.
Ele perguntou sobre meu pai e eu informei o que ele estava muito bem. Ele então me perguntou se eu estava hospedado em Lagos e eu informei que embora eu tivesse me aposentado do serviço público, eu estava entretanto morando em Lagos. Curiosamente, ele perguntou se eu já entendia o idioma Yorùbá e eu confirmei que apesar de ter vivido em Ìbàdàn e Lagos desde 1959, eu até agora não falava uma sentença em Yorùbá.
Ele balançou sua cabeça simpatizando comigo. Eu o informei que eu não tinha necessidade desta simpatia desde que não estava me fazendo muita falta o não conhecimento da língua Yorùbá e que neste caso eu tinha uma esposa Yorùbá que poderia suprir esta lacuna.
Depois de uma profunda reflexão, ele me informou que desde o tempo em que eu era criança, ele tinha informado ao meu pai que Ọrúnmìlá tinha uma tarefa especial para mim, e que ele lamentava naquele dia, pois Ọrúnmìlá tinha informado que se eu tivesse compreendido sua linguagem (Yorùbá) ele teria feito grandes coisas através de mim. Eu perguntei o que neste mundo Ọrúnmìlá esperava fazer por meu intermédio, quando eu nem mesmo acreditava nele. Quando estava saindo, disse-me para olhar para fora com cuidado de modo que eu não tivesse que estar entre o diabo e o mar azul profundo, antes de apreciar o lugar de Ọrúnmìlá em minha vida.
Quando eu cheguei em casa, contei ao meu pai o que o Chefe Ọbalọlá me informou, e ele confirmou que eles tinham discutido o assunto constantemente desde que eu tinha oito dias de vida, quando fizeram minha cerimônia de nomeação por meio da religião de Ifá.
Quando eu me aposentei voluntariamente em março de 1980, aos 45 anos, eu descobri rapidamente mais tarde que eu não tinha muito a fazer para me manter ocupado, desta forma decidi escrever um livro de História Econômica da Nigéria entre 1960 e 1980. Eu mal tinha andado um quinto do caminho escrevendo o livro quando a atração por Ifá se tornou muito forte para que eu ignorasse. Eu não acreditava em mistérios e milagres, mas confesso que em 1981 eu não pensava em alguma outra coisa exceto como fazer outras pessoas conhecer os segredos da Religião de Ifá.
Eu tenho entretanto descoberto que não há nenhum mistério na religião de Ifá. É justo que seu conhecimento tenha sido guardado por muito tempo deixado nos cérebros dos iletrados homens
mais velhos, que tendo gasto inúmeros anos aprendendo sobre o Ifá, não são suficientemente afiados para dividir com o conhecimento, exceto aqueles que preparados para se sujeitar ao processo da aprendizagem que também irão atravessar. Desde que eu descobri que para se tornar um sacerdote de Ifá, o estudante tem que se tornar virtualmente em um servo-aprendiz por alguma coisa entre 20 e 30 anos.
Em primeiro lugar, havia um Sr. Bayo Ifaniyi, um homem ikale de Ode Irele no estado de Ondo, quem eu encontrei em 1967 quando um parente o trouxe em minha casa para ajudá-lo, garantindo um trabalho humilde para fazer na fábrica. Posteriormente eu o introduzi na Indústria Enpee Ltd. em Ilupeju, Lagos, onde ele fora empregado como operador de máquinas. Ele fez aquele serviço por dois anos depois do que ele desistiu, sem que eu soubesse na época porque ele desistiu do emprego. Cerca de sete anos depois ele me visitou em companhia de parentes que o trouxeram em primeira instância até mim. Eu lhe dei Obi que ele abriu e começou a falar divinando através do mesmo. De um modo impaciente com sua espontânea leitura da sorte eu disse a ele para comer seu obi e tomar sua cerveja que eu havia lhe dado e ir embora. Ele contudo disse uma ou duas coisas - eu não lhe daria total atenção - mas que se manifestaria com questão de dias. Uma semana depois, eu informei ao meu primo sobre a visita e então fui informado que ele tinha deixado seu trabalho na fábrica porque Òrúnmìlá o queria para a prática de Ifá em todo tempo fundamental.
Ele era a primeira pessoa que eu convidava para me falar de Ọrúnmìlá quando o chamado veio a mim em 1981.
Também recordei de outro jovem que eu encontrei em 1969, Mr. Idahosa Imasuen de Benin. Eu viria a ter conhecimento depois que meu pai preparou meu próprio Ifá para mim em 1944 quando eu estava no segundo ano primário no ensino fundamental. Tudo que eu posso relembrar daquele incidente é que eu de repente me tornei inválido e não mais podia ficar em pé sobre meus dois pés. Por volta de seis semanas, eu era um inválido, andando de quatro por toda parte em meus joelhos. Meu pai recebeu um papel de seu escritório e me levou para ver um médico branco do Hospital Geral na Cidade de Benin. Eu acho que o seu nome era Dr. Stevenson, que me examinou e sugeriu que eu deveria ser levado a Lagos para exames médicos apropriados. Minha mãe não aceitou esta idéia de minha ida a Lagos para tratamento por medo de me amputarem as pernas.
Eu tinha me tornado muito irritável por que eu amava minha vida em sala de aula e minha participação como um coroinha na igreja católica. Eu também era demasiadamente afeiçoado as minhas lições de catequese sob as ordens do Irmão James e Pius.
Eu estava com saudade daquelas pequenas tarefas divertidas, assim eu tampouco podia andar até a escola nem a igreja. Eu não estava em posição de participar de alguma atividade escolar ou cristã.
Eu tenho vaga lembrança do que aconteceu depois, eu tinha estado doente por exatas seis semanas. Meu pai tinha convidado alguns velhos homens que vieram a sua casa para preparar algumas sementes pretas as quais eles colocaram em uma cabaça e encheram-na de óleo e eu fui chamado naquele quarto.
Eu não posso me recordar totalmente o que aconteceu depois disso, nem eu sei tudo o que tinham feito comigo. Mas eu posso relembrar que mais tarde naquela noite, eu fui capaz de permanecer sobre os meus pés novamente e andar para fora da casa para urinar. Eu porém não estava totalmente desperto, assim sendo eu não provoquei nenhum alarme sobre a mudança em minha condição física.
Na manhã seguinte eu levantei normalmente e andei até o quarto de meus pais para lhes dar meu tradicional bom dia. Eles estavam surpresos por me ver de volta sobre meus pés. Ele resmungou
Eu dormi profundamente naquela noite, contudo eu tive novo surto de alucinações no dia seguinte. Estava novamente claro que eu estava sofrendo de paranóia psicótica espasmódica. Desde que eu estava doente e de licença por três dias, e que expirava na sexta-feira precedente, eu tinha que retornar a Warri no domingo e ao doutor. Minha mãe me acompanhou a Warri no domingo. Na manhã seguinte minha mãe me acompanhou até o hospital aonde ela fez um apelo emocionado para me deixar uma semana em licença, permitindo-a me levar de volta a Benin para cuidados adequados. O doutor se sentiu insultado e instruiu que eu deveria ser hospitalizado imediatamente para observação e tratamento. Fui deixado em uma cama no Hospital Geral e amostras do meu sangue foram tiradas para o recente patologista Ikomi.
Ele diagnosticou que era o que mais tarde se chamou “Mepacrine PsychÒsis”. Pelas próximas três semanas, eu estava recebendo tratamento no hospital com muito pouca ou nenhuma mudança em minhas condições. Meu primo e guardião então fez um apelo especial ao doutor para me liberar para tratamento tradicional em casa. Relutante, Dr.Ezekwe concordou em colocar-me em licença por duas semanas e me informou para voltar a se reportar a ele no fim deste período.
Minha mãe e eu viajamos de volta para Benin imediatamente. Na chegada em casa, meu pai me informou que ele tinha completado minha cerimônia de Ifá imediatamente, porque Ọrúnmìlá disse estar lamentoso por ter ficado por muito tempo dentro do óleo - onze anos (1944 a 1955). Eu devo confessar que eu não tinha idéia do que ele estava falando. Durante minha hospitalização ele tinha mais uma vez convidado o velho que preparou o estágio inicial da cerimônia de Ifá. Ele me revelou que o velho tinha lhe dito que Ọrúnmìlá me perseguia no mundo por causa do problema de má cabeça e que eu estava destinado a pagar na terra por não reconhecer sua importância em minha vida. Meu pai me disse que tudo foi assentado e que a cerimônia era para iniciar imediatamente.
Tudo aquilo era Grego para mim porque eu o recordo falando que se ele queria comer carne, eu compraria uma cabra para ele abater mas não me falaria coisa alguma sobre algumas sementes pretas juju que tinham ficado por tão longo tempo dentro de uma cabaça com óleo. Perdi a memória novamente por algum tempo e quando recuperei a consciência, meu cabelo tinha sido raspado como parte da cerimônia. O velho que eu reconheci depois ser um sacerdote de Ifá, estava junto na sala de visitas com meu pai e eles começaram a me contar sobre meu passado, presente e futuro. Eles mencionaram o meu nome iniciático e me disseram que minha vida ia em conformidade com a vida daquele assentamento. Foi naquele momento que eu comecei a acompanhar o resto da cerimônia, e exatamente sete dias depois fui para Warri. Estava me sentindo suficientemente bem para voltar ao trabalho.
Quando eu retornei sozinho nesta época para visitar o Dr. Ezekwe, eu era capaz discursar de forma perfeita e inteligente com ele mais uma vez. Ele riu e mais tarde disse ao meu primo que a medicina tradicional tinha operado maravilhas. Logo depois estava de volta ao trabalho e não tendo alucinações desde então.
Casei-me em 1959 e tive uma filha daquele casamento. Casei-me sob as bênçãos da igreja católica porque até esta data não podia ter nada a fazer com este Òrúnmìlá, que meu pai mantinha com ele. Concluído meus estudos em UK, eu persistia praticando o catolicismo com minha esposa, que também é de uma família católica. Em Galsgow, eu era de tal maneira devoto que o capelão da universidade de Glasgow, Reverendo Matthew Dooley e Bishop Ward de Glasgow tornaram-se virtualmente meus pais no cristianismo. Eu gastei todo meu tempo livre na capela, e fui sempre um ajudante nas missas. Em um determinado estágio, pensei seriamente à idéia do sacerdócio.
O único fator que aniquilou minha admiração pelo sacerdócio era que eu queria que minha esposa tivesse um menino em adição a minha filha. Mas a providência divina não nos favoreceu com outra
criança. Retornei para casa em 1963 e continuava praticando o catolicismo, atendendo a igreja de Santo Agostinho em Surulere e depois Santo Dominic em Yaba.
Minha esposa no entanto não teve outra criança e meus pais estavam começando realmente a aumentar a pressão para eu pegar uma segunda esposa, o que para mim era fora de questão, sendo verdadeiro princípio da igreja católica.
A quebra veio em 1969, quando por frustração por não poder ter mais uma criança, pela impotência temporária, eu quase acabei com a minha vida num sábado à noite em agosto do mesmo ano. Os sacerdotes de Ifá tinham me alertado durante o final da cerimônia de iniciação em 1955, que se eu não seguisse a religião de Ifá, ele não estaria em posição para ajudar na temporária impotência sexual, que estava destinada a ocorrer em um estágio da minha vida.
Meu pai me revelou que ele havia sido informado quando eu tinha oito anos, que eu estava destinado a ter muitos filhos, mas que Ọrúnmìlá não seria capaz de introduzi-los se eu não seguisse os caminhos de Ifá.
Por outro lado, eu preferiria morrer a ter que abandonar meu caminho cristão.
Eu fui miraculosamente salvo de me suicidar naquele fatídico sábado de agosto de 1969, por volta das três da manhã quando retornava à minha residência na Estrada Elms, 2, no conjunto médico em Yaba.
Logo que minha tentativa de suicídio foi frustrada pela intervenção divina, eu chorei pelo resto da noite sem ter sono algum.
Na amanhã seguinte que era um sábado, fui como de costume a Igreja de Sto. Dominic em Yaba. Na minha volta da igreja, eu encontrei um homem na entrada da minha residência vestido com objetos da realeza do Chefe Bini. Eu lhe perguntei qual era sua missão e ele respondeu que ele estava procurando pela residência do antigo Dr. Idehen, quando foi enviado dos arredores de Yaba à casa de um homem de Bini dentro do composto médico, que pôde apontar a residência do Dr. Idehen. Ele se apresentou como Chefe Igbinovia da Av. Nekpenekpen nº 8, na cidade de Benin.
Eu o levei até minha sala de estar e lhe ofereci os tradicionais Obi e bebida. Quando ele abriu o obi do jeito tradicional, os jogou no prato no qual haviam sido presenteados e murmurou algo para si mesmo. Nesse ínterim, eu telefonei ao Dr. Idehen que se desculpou por não poder ver aquele homem imediatamente, e que tinha um serviço a fazer na Casa Estado. Ele me pediu para informar ao homem que o veria mais tarde, entre cinco e seis horas.
Chefe Igbinovia, me perguntou se eu tinha Ọrúnmìlá e o informei que embora meu pai tivesse preparado um para mim muitos anos antes, eu era no entanto um cristão, como ele podia ver que eu estava justamente retornando da igreja com a bíblia e um rosário nas mãos. Para meu total espanto ele tirou seu instrumento de divinação de Ifá (Okpele), e perguntou lhe se era a minha casa que Ọrúnmìlá mandou-o visitar em Lagos.
Todavia eu já tinha ouvido sobre as manhas destes “falsos doutores nativos”. Eu comecei a me perguntar se ele estava vendo uma oportunidade de fazer dinheiro em cima de mim.
Depois de jogar três vezes, ele tornou a me dizer que se eu não acreditava que ele estava vindo para falar comigo ele era obrigado a me dar uma mensagem divina assim mesmo. Ele então revelou que estava dormindo em sua casa na noite anterior, quando por volta das três da manhã Ọrúnmìlá o
Eu tenho tido muitas crianças entre 1970 até o presente momento e minha vida tem sido uma história de sucesso desde então. Um dos sacerdotes presentes naquele dia era o Senhor Idahosa Imasuen, que é o maior contribuinte para os assuntos deste livro.
Eu encontrei o terceiro dos meus professores de Ifá logo depois da minha aposentadoría em 1980. Ele é o Chefe Omoruyi Edokpayi, que mora em Ondo. Ele me visitou em 21 de maio de 1980, em minha nova residência em Ajao, Oshodi nos arredores de Lagos. Ele veio acompanhado de um parente meu. Mais uma vez, de acordo com a tradição Bini, eu lhe dei Obi e quando ele o abriu e jogou no prato, ele me olhou com espanto. Eu novamente fiquei confuso, porque eu tinha visto muita sorte agourenta assim no passado. Ele me informou que Ọrúnmìlá tinha lhe pedido para me dizer que pessoas estavam vindo mandadas para me matar a menos que eu fizesse um sacrifício para Ifá imediatamente. Ele me disse que se eu fizesse o sacrifício poderia escapar da morte mas poderia ser vítima de algum roubo, para compensar pela minha vida.
Ele chamou uma das minhas esposas e lhe disse para fazer sacrifício para Ọrúnmìlá com uma espada para evitar ser morta ou ferida com a mesma. Ela sendo filha de Bishop, nunca costumou dar muita atenção a tais coisas, de modo que ela não fez o sacrifício, apesar de que eu adicionei uma espada aos materiais com que fiz o sacrifício.
Exatamente sete dias depois de eu ter feito o sacrifício, que foi em 1º de junho 1980, quarenta ladrões armados atacaram minha casa às duas horas da manhã. Eles quebraram todas as portas e removeram tudo de valor da casa.
Mas pela graça de Deus nenhuma vida foi perdida, apesar do líder dos ladrões mandar três homens ficarem nos apontando armas pelas duas horas da operação. Não sei como fui salvo, eles estavam provavelmente deslumbrados com os itens de valor que levaram.
Um deles tentou violentar minha esposa a qual tinha sido solicitado o sacrifício com a espada. Como o estuprador tentou rasgar a cinta que ela estava usando, a espada a feriu na coxa. Ela foi salva pela oportuna ordem de seu comandante para se mexer enquanto o tempo estava correndo. Foi neste caso que refletindo sobre os acontecimentos espetaculares na minha vida que eu comecei a ficar curioso se o caso “prima facie” não era passível de investigação a fundo dos mistérios de Ifá. Quando o Chefe Edokpayi interpretou a história de Ọrúnmìlá , ele me disse que todas as coisas que tinham me acontecido desde que eu nasci, coincidiam com a vida do próprio Ọrúnmìlá.
Este livro é portanto uma tentativa para desmascarar a relação mútua e coeficiente entre a vida de Ọrúnmìlá e a vida dos simples mortais, que de repente averiguam por si mesmos mais pelos simples acidentes designados, tornando-se seguidores de Ọrúnmìlá.
O CONVITE DIVINO
Eu não sabia que a voz que não me deixou por fim a vida em 23/08/1969, era aquela de Ọrúnmìlá.
Eu só o reconheci em 03/06/1979, quando a voz falou comigo de novo em Hamburgo, Alemanha Oríental. Eu tinha estado na Alemanha para um check up médico, o qual eu me dei conta que estava com a saúde desordenada. O doutor tinha me dito para ir devagar em qualquer que fosse o trabalho que eu estava fazendo e eu estava contemplando uma maneira de dar a mim mesmo mais um pouco de capacidade de vida trabalhando.
Eu fui para cama mais cedo àquela noite e por volta da uma hora da manhã, um homem vestindo uma túnica branca com um rabo de cavalo na mão me acordou. Ele também usava contas azuis em seu pulso direito. Ele se apresentou com o Ukpin e um servo de Deus. Perguntou-me se eu tinha me esquecido que ele me acompanhava neste mundo, e revelou que eu tinha prometido no céu, quando estava vindo para a terra, que eu serviria a espécie humana até a idade de 45 anos, depois deveria iniciar o serviço às divindades. Ele me disse que eu não poderia deixar passar o primeiro aniversário de sua aparição, para me dedicar a serviço do público.
Também disse que se eu deixasse os encantos do cargo anuviar minha visão, eu pagaria por isto com a minha liberdade pessoal. Antes de se afastar ele reiterou que eu não deveria chegar a metade do próximo ano me encontrando ainda a fazer o trabalho que tinha estado fazendo por 25 anos passados.
Eu estava bem confuso. Eu não sabia se foi uma aparição ou um sonho, mas eu estava bem acordado e não dormi mais pelo resto daquela noite. Eu voei de volta a Lagos mais tarde e indo direto a Benin para procurar o conselho do meu pai no significado daquela estranha experiência.
Quando eu revelei ao meu pai como o homem apareceu para mim e como ele chamou a si mesmo, dizendo que era Ọrúnmìlá. Ele me avisou que apesar de eu não estar pronto para me aposentar, que seria melhor pedir meu aviso de aposentadoría imediatamente. Quando eu retornei a Lagos no dia seguinte, rapidamente chamei minha secretária e ditei meu aviso de aposentadoría.
Novamente em Janeiro 1980 a mesma voz me ordenou a acordar e ver o tabuleiro que ele tinha posicionado na minha frente. Naquela noite singular, ele me deu o nome dos 16 Olodus de Ọrúnmìlá e como marcá-los na bandeja de Ifá. Ele prometeu me deixar conhecer posteriormente como construir os nomes dos seus 240 (odus). Com aquilo ele desapareceu de novo das vistas e eu me levantei rapidamente para anotar os 16 nomes e suas marcas.
Ele apareceu posteriormente para mim para me ensinar os nomes dos 240 Odus e eu escrevi todos num grande quadro que eu tinha para este dia.
Três dias depois do meu aviso de aposentadoría ter vencido, ele apareceu mais uma vez para me dizer que me queria para permitir ao mundo saber sobre a sua função no sistema planetário. Ele também me ensinou como reconhecer e ler o instrumento de adivinhação chamado Okpele. Antes de partir , me disse que uma vez que eu não entendo sua linguagem (Yorùbá), eu deveria procurar por um homem chamado Bayo Ifaniyi para me falar o que fazer. Eu não tinha visto Bayo por quase sete anos. Então rapidamente o chamei e lhe contei que Ọrúnmìlá me pediu para consultá-lo. Aquele era o início da minha longa estada na interminável obra de Ọrúnmìlá e a filosofia de Ifá que forma a base deste livro.
Eu desejo finalizar este capítulo pagando tributo a Ọrúnmìlá por ter me dado a oportunidade advertindo-me para deixar o serviço público em 1980.
Eu hesitei por um longo tempo, por estar curioso em saber se era razoável viver do sinal e do chamado da voz de um desconhecido. Não foi fácil deixar o alto posto da Secretaria Permanente no Serviço Público Federal, uma posição que eu tinha ocupado por cinco anos. Quando todavia entendi que era a mesma voz que me impediu de fazer Haraquiri em 1969, eu assegurei a mim mesmo que não perderia nada atentando para os avisos da voz.
É significante mencionar que se tivesse desobedecido às instruções, como saber se eu teria escapado totalmente dos eventos desagradáveis que ocorreram na Nigéria entre 1983 e 1985.
A FUNDAÇÃO DO MUNDO
Quando Deus manda uma mensagem a alguém, Ele não lhe dá termos minuciosos como referência. Ele conta com o mensageiro para usar seu próprio senso comum ou discrição para executar a tarefa. Deus apenas espera resultados positivos e é permitido ao mensageiro fazer quatro de dois e dois.
Os primeiros habitantes desta terra foram as 200 divindades. A terra era então chamada DIVINOSFERA, até o momento quando as divindades, como é hoje, foram os únicos com capacidade espiritual para se comunicar entre o céu e a terra. Eles são capazes de saber ao mesmo tempo o que está acontecendo na terra e no céu com seus poderes extravisionários. Os habitantes do céu foram se tornando muito populosos, e o próprio Deus, quem poderia no momento, como Pai Onipotente que Ele é, atender pessoalmente as súplicas de suas crianças no Céu, instituiu tarefas tornando-o super lotado para Ele. Por essa razão, Ele decidiu criar um novo Firmamento para Divindades e Humanos semelhantes viverem, como um modo de despovoamento dos céus. Na verdade, o que não divulgou as suas criaturas era que estava indo transfigurado no ar fino, de modo que depois disso pudesse somente ser comunicado com espírito.
A CRIAÇÃO DA DIVINOSFERA:
Este trabalho não está tentando desafiar todas os outros relatos de “Criação do Mundo”, que tem previamente sido dados pelos videntes, ouvintes e profetas. É tentando narrar o relato de Ọrúnmìlá de como o fenômeno geográfico agora referido como a terra, veio a ser uma parte do sistema planetário.
Em um dos encontros semanais do Conselho Divino, Deus perguntou as divindades, quais delas estavam preparadas para ir a terra criar uma nova habitação. Deus os informou que todos que se apresentassem voluntariamente para ir estavam indo agir dentro de uma ordem do Conselho Divino para estabelecer na terra, as leis naturais que fizeram do céu um lugar tão bonito para se viver. Ele os informou que as mesmas regras iriam operar na terra.
Havia apenas dois conjuntos amplos de regras que Ele lhes daria.
1 – Ninguém tiraria vantagem indevida de Sua (de Deus) ausência física para atribuir a si mesmo Sua função de Pai de todo o Universo. Todos eles deveriam respeito a Ele como o criador de tudo, ou seja, eles sempre dariam início aos seus trabalhos na terra prestando o devido respeita a Ele como seu Pai eterno, e...
2 – Ninguém deveria fazer aos outro o que não gostaria que os outros lhes fizessem; regra a qual é conhecida como “Regra Dourada”. Isto se destinava a que eles não fossem mortos sem um julgamento apropriado pelas divindades.
Eles não furtariam as propriedades uns dos outros, como no céu a punição seria a morte.
Eles não se poríam uns contra os outros, um seduzindo a esposa do outro ou fazendo outra coisa para o outro que resultaria em sofrimento.
Eles deviam se opor ao ímpeto de vingança uns contra os outros, já que todos os desacordos mútuos deviam ser resolvidos através de um julgamento público no Conselho das Divindades. Acima de tudo, eles deviam respeitar sua regra divina que tudo quanto alguém fizesse para prejudicar seu equivalente divino, a retribuição viria para o agressor dez vezes mais. Finalmente, Ele lhes
informou que o segredo do sucesso estava em ouvir sempre a voz silenciosa da divindade chamada Perseverança.
A PRIMEIRA TENTATIVA DE ESTABELECER A VIDA NA TERRA
Oposto ao motivo deste conjunto de regras e regulamentos, Deus desenvolveu um plano para despachar todas as divindades para a terra simultaneamente sem nenhum aviso prévio. Uma bela manhã portanto, Deus chamou a sua criada Arugba para convidar cada uma das divindades, em suas respectivas casas, para aparecerem no palácio celeste na manhã seguinte para um desígnio especial.
Arugba pôs-se a caminho muito cedo naquela manhã. Antes então de qualquer modo, Deus tinha preparado uma câmara especial completamente equipada com vários implementos com os quais Ele contava que as divindades executassem suas tarefas na terra. A mensagem de Arugba para cada uma das divindades foi clara.
“Meu pai me enviou para convidá-lo a se preparar para uma tarefa especial amanhã pela manhã. Você deve começar se preparando para partir em missão assim que a mensagem divina lhe for dada. Você não deve retornar para sua casa antes de embarcar na missão.”
A maioría das Divindades levou a mensagem ao “pé-da-letra” e não se preocupou em se informar com seus próprios conselheiros ou guardiões em como começar a tarefa que Deus tinha reservado para eles. Arugba visitou as casas das divindades por ordem de idade, que significa que Ọrúnmìlá, o mais moço das divindades, foi o último a ser visitado.
Entretanto, Ọrúnmìlá que estava habituado a criar circunstâncias de divinação toda manhã, foi avisado por Ifá a fazer um banquete naquele dia particular em antecipação a uma visita em sua residência. Na hora que Arugba alcançou a casa de Ọrúnmìlá, já era muito tarde da noite. Não tinha feito nenhuma refeição desde a manhã, e Arugba já estava com muita fome quando alcançou a casa de Ọrúnmìlá. Antes de permiti-la entregar a mensagem divina, Ọrúnmìlá a persuadiu a fazer uma refeição. Ela comeu até se satisfazer e então contou a Ọrúnmìlá que Deus queria que ele comparecesse em seu palácio no próximo dia, junto com as outras divindades para uma missão especial.
Em reconhecimento a hospitalidade de Ọrúnmìlá, ela confidenciou ajudando-o revelando detalhes da missão que Deus tinha reservado para eles.
Ela o avisou para pedir por três favores especiais para Deus em adição a qualquer instrumento que ele coletaria da Câmara Especial para sua missão. Ele deveria perguntar pelo CAMALEÃO, (Alagemo em Yorùbá e OMAENEROKHI em Bini), a galinha multicolorída doméstica de Deus, e a bolsa especial do próprio Deus (Akponimijekun em Yorùbá e Agbavboko em Bini). Nós veremos o significado deste pedido especial mais tarde. Em uma última ressalva, Arugba informou Ọrúnmìlá que se ele assim o desejasse, poderia também persuadir Deus em levá-la acompanhando-o na sua missão. Com estas palavras de aviso Arugba partiu para casa, tendo completado sua tarefa.
Na manhã seguinte, um após o outro, todas as divindades apresentaram-se no Palácio Divino de Deus. Tão logo que chegaram, Deus pediu para cada um deles prosseguir na jornada para a terra sem regressar aos seus respectivos lares. Um após o outro eles vieram e se moveram marchando em