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Utilização de Vídeos e Mapas Conceituais na Educação do Corpo Humano: Um Estudo de Caso, Notas de estudo de Sistemas Biológicos

Um estudo de caso sobre a utilização de vídeos e mapas conceituais na educação do corpo humano, baseado em uma intervenção didático-pedagógica realizada em uma escola pública do paraná. As atividades realizadas pelos alunos, os resultados obtidos e a importância de utilizar tecnologias atuais na aprendizagem. O objetivo era investigar a potencialidade da linguagem audiovisual e do mapa conceitual no processo de ensino e aprendizagem.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Abelardo15
Abelardo15 🇧🇷

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3
Cadernos PDE
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-

Cadernos PDE

I

O USO DE VÍDEOS E MAPAS CONCEITUAIS COMO AUXÍLIO NA

PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ESTUDO DO CORPO HUMANO

Meire Regina Lopes da Silva^1 Silmara Sartoreto de Oliveira^2 Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados obtidos após a intervenção didático- pedagógica realizada junto a uma turma do oitavo ano do Ensino Fundamental. Buscou-se investigar os efeitos da inserção da linguagem audiovisual por meio de vídeos, articulada ao recurso instrucional mapa conceitual em práticas metodológicas contidas no processo de ensino e aprendizagem de Ciências. A metodologia adotada consistiu em pesquisa quantitativa, baseada no estudo e análise das Diretrizes para o uso de tecnologias educacionais divulgadas em 2010 pela SEED (Secretaria de Estado da Educação) e de artigos científicos que tratam do tema. Durante a intervenção foram propostas atividades que envolveram: realização de desenhos, análise de esquemas ilustrativos, interpretação e produção de textos informativos, exibição de vídeos da web (de domínio público) e de vídeos editados pelos alunos, bem como a construção de mapas conceituais envolvendo o conteúdo corpo humano. Os resultados obtidos evidenciaram que a utilização de vídeos motivou os alunos, auxiliando-os no processo de construção de significados, possibilitando aos mesmos estabelecer conexões entre diversos conceitos e temas referentes ao estudo do corpo humano, que puderam ser observadas na elaboração de mapas conceituais. Nesta direção, percebe-se que os vídeos podem se constituir em um recurso que permite a contextualização de conteúdos, servindo como instrumento para a educação científica, além de aprimorar a criatividade dos alunos quando esses vídeos são editados por eles. Palavras-chave: Ensino de Ciências. Vídeo. Mapa conceitual. Introdução A proposição deste estudo vincula-se as exigências do Programa de Desenvolvimento Educacional desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação do Paraná. Fundamentada na prática de ensino, percebe-se que os alunos do ensino fundamental demonstram interesse pela linguagem audiovisual na modalidade vídeo, sendo essa a razão pela qual optamos por trabalhar com este recurso. Os vídeos são recursos que agradam e amenizam a rigidez que muitas vezes um assunto impõe, aproximando o aluo do objeto de estudo. Um dos desafios da escola pública é ter os atrativos tecnológicos de hoje como auxiliares no processo de busca e aprimoramento do conhecimento por parte dos alunos e professores, em conhecer melhor o que é ensinado. O dinamismo que os recursos tecnológicos oferecem para o cotidiano das pessoas não pode ficar de fora do contexto escolar. O aluno está inserido nesse mundo e a situação atual requer esse dinamismo nas aulas. Tão importante quanto selecionar conteúdos específicos para o ensino de Ciências, é a escolha de abordagens, estratégias e recursos pedagógicos adequados à mediação pedagógica. A escolha adequada desses elementos contribui para que o estudante se aproprie de conceitos científicos de forma

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humanidade, por meio da iconografia, dos signos, dos símbolos, dos desenhos. Nota-se que o homem começou a ter necessidades de representar e de registrar acontecimentos da sua vida, desde os primórdios, talvez para preencher uma lacuna na comunicação, já que viviam em grupos. Analisando os fatos passados, levanta-se uma questão: porque o homem é tão tomado pela imagem? Acredito que seja devido às necessidades dos contextos históricos vividos. Necessidades essas que estão sempre de modificando no decorrer da história da humanidade. Voltando ao presente, é possível constatar que a linguagem visual aliada a sonora, afetam os dois sentidos mais privilegiados do homem no mundo moderno. A junção dos elementos dessas duas naturezas - os sonoros e os visuais - formam a linguagem audiovisual, que se expressa no mundo moderno por meio das tecnologias, manifestando-se e interferindo na vida de todos. Vivemos imersos num mundo de imagens e sons. A linguagem audiovisual nos é familiar e corriqueira. Somos uma civilização que já nasceu percebendo o mundo audiovisual e, para o bem ou para o mal, as implicações disso são enormes. A partir de questões que emergem da modernidade, muitos autores já se ocuparam da tecnologia, relacionando-as às práticas atuais da educação. Talvez a primeira aproximação do audiovisual com a educação tenha sido apenas como ilustração de conteúdos curriculares. Porém, estas aproximações foram e continuam sendo aperfeiçoadas, à medida que a própria tecnologia e o entendimento de mundo também se desenvolvem. A transmissão eletrônica de informações em imagem-som propõe uma maneira diferente de inteligibilidade, sabedoria e conhecimento, como se devêssemos acordar algo adormecido em nosso cérebro para entendermos o mundo atual, não só pelo conhecimento fonético-silábico das nossas línguas, mas pelas imagens e sons também (ALMEIDA, 1994, p.62). Almeida, complementa ainda que, a linguagem visual precisa ser compreendida para além dos produtos audiovisuais. Mais do que aprender por meio desses produtos, importa ainda entender essa linguagem para que a educação, por meio de professores e alunos, passe a construir um entendimento do mundo. Muitos são os motivos que justificam a presença dos audiovisuais na escola. A sala de aula não é uma sala de cinema ou uma sala de estar. Talvez, por isso mesmo possa se constituir em um outro ambiente, que não é nem um nem outro, nem a simples soma dos dois. Pode se transformar em algo novo, tão ou mais rico em possibilidades

expressivas e reflexivas, promovendo não apenas o conhecimento, mas também situações para que os alunos se tornem sujeitos ativos, críticos e cidadãos de fato. Os apontamentos das diretrizes curriculares sobre os conteúdos estruturantes e os recursos tecnológicos Os conhecimentos de grande amplitude, considerados fundamentais para a compreensão do objeto de estudo e ensino da disciplina de Ciências estão organizados em cinco conteúdos estruturantes, apresentados em 2008 pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná. Essa organização envolve os seguintes conteúdos:

  • Astronomia
  • Matéria
  • Energia
  • Sistemas Biológicos
  • Biodiversidade A proposta das Diretrizes (2008), é de que o professor trabalhe os cinco conteúdos estruturantes em todas as séries, adequando os conteúdos específicos ao nível de desenvolvimento cognitivo do estudante, mantendo o rigor conceitual com linguagem e problematizações acessíveis à série e às realidades regionais. O estudo do corpo humano, abordado nesta implementação pedagógica está inserido no eixo sistemas biológicos e, segundo a proposta das diretrizes curriculares da educação básica, a constituição dos sistemas do organismo e suas características específicas de funcionamento devem ser trabalhadas sob a visão do organismo humano como um sistema integrado, levando em conta que a aprendizagem não se dá por tópicos ou unidades isoláveis e sim de forma processual. Parte-se do entendimento do organismo como um sistema integrado e amplia-se a discussão para uma visão evolutiva, permitindo a comparação entre os seres vivos, a fim de compreender o funcionamento de cada sistema e das relações que formam o conjunto de sistemas que integram o organismo (PARANÁ, 2008, p.66). Nesse sentido, acreditamos que o recurso vídeo, pode ser uma ferramenta eficaz, quando apresenta uma visão geral do corpo humano, enfatizando a integração que ocorre entre os sistemas que o compõem, constituindo assim uma abordagem mais educacional do que anatômica.

estratégias e recursos pedagógicos contribui para a apropriação de conceitos científicos pelos alunos. E ainda complementa que o uso de recursos pedagógicos/tecnológicos enriquecem a prática docente, oferecendo uma melhor articulação do processo de ensino, pois subsidia o trabalho do professor com o conteúdo científico escolar tornando as aulas mais interessantes. A utilização de mapas conceituais como alternativa metodológica de avaliação no ensino de ciências Para verificar se ocorreu a aprendizagem de conceitos científicos escolares pelo estudante de forma significativa recorremos a avaliação, atividade essencial do processo educativo, que visa fornecer subsídios ao professor para tomadas de decisões que aproximem os alunos do conhecimento científico. De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008, p.33), a avaliação deve possibilitar o trabalho com o novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem. Lima (2002), ressalta que o verdadeiro sentido da avaliação consiste em acompanhar o desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho no futuro e mudar práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e fazer emergir novas práticas educativas. Para que ocorra o surgimento dessas novas práticas educativas, faz-se necessária a realização de uma reflexão constante a cerca de todo o processo educacional, seguido de um planejamento sobre os procedimentos a serem utilizados. A utilização de um único recurso instrucional certamente dificultará o acompanhamento do desenvolvimento cognitivo do aluno. Nesta perspectiva, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica salientam a importância de buscar novos instrumentos neste processo. Os recursos instrucionais (mapas conceituais, organogramas, mapas de relações, diagramas V, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros) podem e devem ser usados na análise do conteúdo científico escolar, no trabalho pedagógico/tecnológico e na avaliação da aprendizagem. Esses recursos são instrumentos potencialmente significativos em sala de aula porque se fundamentam na aprendizagem significativa e subsidiam o professor em seu trabalho com o conteúdo científico escolar (PARANÁ, 2008, p.76). Diversas fontes de pesquisa demonstram que estratégias de ensino que enfatizam o relacionamento do conhecimento novo com o conhecimento já existente

do aluno favorecem a aprendizagem significativa. Estratégias de avaliação que incentivam os educandos a relacionar as ideias que possuem com outras novas, também incentivam a aprendizagem significativa. Considerando estes fatos observáveis em pesquisas educacionais e com o intuito de facilitar o processo de construção do conhecimento do educando, a proposta de avaliação por meio de mapas conceituais permite acompanhar de forma sistematizada a evolução do processo de aprendizagem dos alunos. Trata-se de um instrumento formulado em 1972 por Joseph Novak, no qual buscou acompanhar e entender as mudanças na maneira como as crianças compreendiam a ciência. Diante da necessidade de encontrar uma melhor forma de representar a compreensão conceitual de crianças, surgiu a ideia de que o conhecimento infantil poderia ser representado na forma de mapa conceitual. Desse modo, utiliza-se uma nova ferramenta não apenas para o uso em pesquisa, como também para outros fins educacionais nas mais diversas áreas de conhecimento. Os mapas conceituais têm suas bases na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel. Essa teoria afirma que os novos conteúdos são apreendidos quando são relacionados com aquilo que já se conhece, alterando e conectando novas ideias às preexistentes. Uma das maneiras mais eficientes de se empregar os mapas conceituais é utilizando-os não só como ferramentas de aprendizagem, mas como ferramentas de avaliação, incentivando assim os alunos a usarem padrões de aprendizagem significativos (NOVAK,1986, p.33). Os mapas conceituais vêm se consolidando como componente de extrema importância para a busca da aprendizagem significativa, uma vez que representa de forma simultânea o processo de organização do conhecimento, com o estabelecimento das relações, e o produto, por meio dos conceitos (NOVAK, 1986). Segundo Moreira (2006), os mapas conceituais foram desenvolvidos para promover a aprendizagem significativa, por isso, se apoia fortemente na teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel. Esta teoria relata que o ser humano organiza o seu conhecimento por meio de uma hierarquização dos conceitos. De um modo geral, mapas conceituais, ou mapas de conceitos, são diagramas indicando relações entre conceitos, ou entre palavras que usamos para representar conceitos. São, portanto, diagramas de significados, de relações significativas e de hierarquias conceituais (MOREIRA, 2006). Existem muitos tipos de mapas conceituais, que podem seguir um modelo

entre os conceitos enunciados. Não há regras gerais fixas para o traçado de mapas de conceitos. O importante é que o mapa seja um instrumento capaz de evidenciar significados atribuídos a conceitos e relações entre conceitos no contexto de um corpo de conhecimentos, de uma disciplina, de uma matéria de ensino. Por exemplo, se o indivíduo que faz um mapa, une dois conceitos, através de uma linha, ele deve ser capaz de explicar o significado da relação que vê entre esses conceitos (MOREIRA, 1998, p. 143). Moreira, ainda enfatiza a importância das palavras-chaves sobre as linhas que conectam os conceitos, constituindo assim uma proposição que evidencia o significado da relação conceitual, o que não os torna autoexplicativo. Mapas conceituais devem ser explicados por quem os faz. Para Tavares (2007, p.72): Um mapa conceitual apresenta uma visão idiossincrática do autor sobre a realidade a que se refere. Quando um especialista constrói um mapa ele expressa a sua visão madura e profunda sobre um tema. Por outro lado, quando um aprendiz constrói o seu mapa conceitual ele desenvolve e exercita a sua capacidade de perceber as generalidades e peculiaridades do tema escolhido. A princípio, pode parecer um simples arranjo de palavras em uma hierarquia, mas quando se organiza com atenção os conceitos representados pelas palavras e as proposições ou ideias são elaboradas com palavras de ligação bem escolhidas, começa-se a perceber que o mapa conceitual é ao mesmo tempo simples e dono de uma complexidade elegante, possuindo significados profundos. Já ficou provado que a produção de mapas conceituais ajuda alunos a aprenderem, pesquisadores a elaborarem novos conhecimentos, administradores a melhor estruturarem e gerenciarem empresas, escritores a escreverem melhor e professores a avaliarem o aprendizado. Nesse sentido, o mapa conceitual se coloca como um facilitador da meta- aprendizagem, ao possibilitar que o aprendiz adquira a habilidade necessária para construir seus próprios conhecimentos. Sendo assim, confirma-se a importância do mapa conceitual como ferramenta de avaliação. Descrição das atividades desenvolvidas A implementação da produção didático-pedagógica foi realizada durante as aulas semanais de Ciências em uma turma de oitavo ano do Ensino Fundamental, composta por trinta alunos, do Colégio Estadual Professor Francisco Villanueva- Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, localizado no Município de

Rolândia – PR, tendo início no dia 17 de agosto e término no dia 03 de novembro de 2015, totalizando 32 horas-aula de trabalho. As ações implementadas em diversos momentos estão descritas nos itens abaixo:

  1. Atividade diagnóstica sobre o corpo humano. Os alunos se organizaram em grupos com quatro componentes. Um dos alunos deitou sobre o craft para que outro contornasse seu corpo. Em seguida preencheram o espaço interno do desenho com ilustrações de órgãos que compõe nosso organismo.
  2. Os cartazes foram colados na parede e explicados por um dos componentes do grupo.
  3. Foi realizada uma análise sobre o esquema ilustrativo (do livro didático) que representa o trabalho integrado de alguns sistemas do corpo humano (digestório, circulatório, respiratório e urinário).
  4. Foi realizada uma atividade de ilustração sobre o esquema analisado na aula anterior.
  5. Em duplas, os alunos produziram um texto sobre a atividade ilustrativa que representa o trabalho integrado de alguns sistemas do corpo humano.
  6. Após a exibição do vídeo “Visão geral sobre o corpo humano” (disponível no portal dia a dia educação) foram elencadas palavras-chave para a construção coletiva de um mapa conceitual.
  7. Foi realizado oralmente o seguinte questionamento: Quais são as necessidades do corpo humano? Qual dessas necessidades você julga mais importante? (as necessidades foram ordenadas de acordo com o grau de importância das mesmas, segundo a opinião dos alunos).
  8. As necessidades do corpo humano, elencadas foram retomadas e associadas aos órgãos e sistemas relacionados as mesmas. Organizou-se coletivamente em tabela, as informações coletadas pelos alunos com inferência da professora, em seguida houve registro e análise da mesma com o objetivo de levar os alunos à construção da visão do corpo humano como um todo funcional e integrado.
  9. Os alunos se organizaram em grupos. Cada grupo ficou encarregado de pesquisar sobre uma das necessidades do corpo humano, analisando e relatando quais assuntos se relacionam à necessidade do corpo humano que ficou designada ao grupo.
  10. Os grupos foram orientados a pesquisarem e reunirem, textos, ilustrações,

Figura 2 – Cartaz produzido pelos alunos Fonte: M.; A.; N.; B.; L. 13 anos, 2015 Constatou-se que no momento da diagnose inicial, os alunos ilustraram e oralizaram informações sobre os órgãos dos sistemas digestório, respiratório e circulatório, pelo fato destes conteúdos terem sido trabalhados no primeiro trimestre deste ano letivo, o que certamente influenciou a exposição dos conhecimentos prévios apresentados pelos mesmos naquele momento. Visto que, o início da implementação, previsto para o início do ano letivo, foi prorrogada devido a paralisação da categoria. Realizando intervenções orais, durante a análise do esquema ilustrativo contido no livro didático do aluno, a turma foi questionada pela professora sobre as demais atividades realizadas no corpo humano, com o objetivo de verificar qual conhecimento possuíam sobre os sistemas ainda não trabalhados neste ano letivo. Outro objetivo desta análise, foi proporcionar aos educandos a possibilidade de perceberem como os sistemas estão inter-relacionados, trabalhando de forma integrada. Os Parâmetros Curriculares Nacionais destacam a importância de se trabalhar este aspecto no estudo do corpo humano (BRASIL, 1997, p.50). Quanto à produção de texto que procedeu a análise do esquema ilustrativo, percebe-se que houve novamente, maior número de informações sobre os sistemas já estudados com algumas associações entre os mesmos. Vídeo Considerando a aprendizagem como um processo que envolve diversas

etapas que devem possibilitar ao aluno a ampliação gradativa das suas ideias, recorremos ao recurso audiovisual vídeo para proporcionar tal ampliação. Durante a exibição do vídeo “Visão geral sobre o corpo humano” (disponível no portal dia a dia educação), foi possível perceber que os alunos ficaram bastante atentos, demonstrando interesse pelo conteúdo abordado pelo mesmo. O vídeo apresentou de forma breve, aspectos gerais da fisiologia humana, mesclando imagens reais e figuradas. Alguns comentários pertinentes foram realizados pelos alunos, logo após o término da exibição do vídeo, tais como: “A gente nem percebe que nosso coração bate dia e noite sem parar, ele não descansa nunca”. “Quanta coisa acontece no corpo da gente, tudo ao mesmo tempo”. “As células também respiram e comem, é o sangue que leva para elas essas coisas”. “Assim como nós, as células do nosso corpo também produzem ´lixo`, que deve ser levado para fora do organismo”. “Parece que dentro de nós tem um tipo de soldadinho que protege a gente”. Houve ainda a comparação entre os organismos humanos masculino e feminino, que se diferem na constituição de alguns sistemas, com a identificação dos mesmos. Alguns alunos levantaram questionamentos sobre como aquelas imagens reais exibidas pelo vídeo foram obtidas. Nesta perspectiva, confirma-se a adequação de vídeos ao contexto da disciplina de Ciências, bem como a proposta de inserção das tecnologias na educação, conforme apontam as Diretrizes para o uso de Tecnologias Educacionais ao afirmar que o uso das tecnologias pode também promover o aprimoramento das leituras de mundo, o enriquecimento do imaginário e a aproximação dos agentes curriculares (PARANÁ, 2010). Nos comentários e questionamentos realizados pelos alunos, evidenciou-se que o vídeo desempenhou papel motivador, aproximando o estudante do objeto de estudo e contribuindo para a ampliação gradativa de ideias que foram sendo reconstruídas durante o processo de ensino. Mapa conceitual O vídeo foi exibido pela segunda vez, e seguindo orientações, os alunos anotaram um mínimo de dez palavras-chave referentes ao estudo do corpo humano, citadas no vídeo. Em seguida, anotou-se no quadro de giz, algumas destas palavras, conforme as falas dos alunos, que foram induzidos a estabelecer relações entre

"Quais são as necessidades do corpo humano?" "Qual dessas necessidades você julga mais importante?" As respostas foram organizadas em tabela e complementadas com informações, por meio de questionamentos orais, seguidas de registro: Quadro 1 – Órgãos e sistemas relacionados às necessidades do corpo humano Necessidades do corpo humano Órgãos envolvidos Sistemas relacionados Respiração Vias aéreas e pulmões. Respiratório, circulatório, excretor e nervoso. Alimentação Tubos digestivos, estômago e intestinos. Digestório, circulatório, excretor e nervoso. Proteção Pele, leucócitos, timo, baço, e linfonodos. Imunológico, linfático e circulatório. Comunicação Olhos, ouvido, boca, língua, pregas vocais, mãos, cérebro, nervos e medula espinal. Sensorial e nervoso. Locomoção Ossos, músculos, tendões e ligamentos. Esquelético, muscular e nervoso. Reprodução Testículos, ovários, útero, tubas uterinas e próstata. Reprodutor, endócrino e nervoso. Fonte: Da própria autora e alunos do oitavo ano do Ensino Fundamental. Tabelas são consideradas pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica um recurso instrucional, que pode e deve ser usado para a análise do conteúdo científico escolar (PARANÁ, 2008, p. 76). Portanto, foi com este objetivo de analisar o trabalho integrado do corpo humano, que a tabela acima apresentada foi organizada pela professora na lousa, com a participação dos alunos, que se utilizaram do livro didático para buscar informações que complementaram a mesma. A ordem que as necessidades foram registradas na tabela acima representam a ordem pela qual os alunos consideraram de maior importância. Verifica-se, então que, segundo os estudantes, a necessidade de maior importância está no conteúdo de respiração, fato este argumentado em alguns relatos. “Conseguimos ficar mais tempo sem comer e sem beber do que sem respirar, então a respiração é mais importante que a alimentação”.

“A gente morre, se ficar alguns minutos sem respirar. Já alguns minutos sem comer e sem beber, não mata ninguém”. No encontro seguinte, os alunos se organizaram em 6 grupos com 5 integrantes cada. Retomando a tabela registrada no caderno, cada grupo escolheu uma das necessidades elencadas para refletirem sobre assuntos relacionados à necessidade escolhida. Essas reflexões resultaram na organização de outra tabela, desta vez, construída na lousa pelos integrantes de cada grupo, conforme descrito abaixo: Quadro 2 – Assuntos relacionados às necessidades do corpo humano Necessidades do corpo humano Assuntos relacionados Respiração Tabagismo, fumantes passivos, poluição do ar.... Alimentação Sedentarismo, obesidade, alimentação e diversidade cultural, aditivos... Proteção Aids, vacinas.. Comunicação Como manter a saúde dos órgãos dos sentidos? Como os cegos se comunicam? Como os surdos se comunicam? Comunicação digital.. Locomoção Más posturas e problemas ósseos, esteróides anabolizantes, limites físicos. Reprodução Gravidez na adolescência, métodos contraceptivos, DSTs, esterilidade, aborto. Fonte: Da própria autora e alunos do oitavo ano do ensino fundamental. Após a análise desta tabela, que demonstra a amplitude do estudo do tema corpo humano, cada grupo foi orientado a optar por um dos assuntos relacionados à necessidade do corpo humano que ficou designada à equipe, e realizar pesquisas envolvendo textos, ilustrações, fotografias, vídeos e imagens referentes ao mesmo. Com esses materiais coletados, os alunos elaboraram cartazes, que foram apresentados e explicados para a turma.

obesidade e libras. A equipe que pesquisou sobre obesidade utilizou-se do programa windons movie maker. Primeiro salvaram diversas imagens, depois gravaram o áudio da leitura de um texto produzido por eles, baseado nas pesquisas realizadas com duração de aproximadamente três minutos. Os estudantes que pesquisaram sobre a linguagem de libras, realizaram uma junção de um vídeo da web com um vídeo produzido por eles, por meio de um aparelho de celular, que consistiu na filmagem dos cartazes confeccionados pelos mesmos com o áudio da explicação deste material, tendo duração de cinco minutos. Os temas pesquisados pelas demais equipes que optaram por exibir vídeos prontos da web foram: limites físicos, gravidez na adolescência, tabagismo e aids. Os vídeos foram exibidos para a turma, seguidos de análise mediada pela professora e também pelos integrantes dos grupos. Antes dos vídeos serem exibidos pela segunda vez, os alunos foram orientados a anotarem uma quantidade mínima de dez palavras-chave citadas no vídeo. Em dupla, os estudantes elaboraram um mapa conceitual para cada vídeo apresentado, com algumas das possíveis conexões entre os conceitos estudados, pesquisados e abordados nos vídeos. Algumas duplas solicitaram de auxílio para estabelecer relações entre os conceitos elencados a partir do vídeo. Como afirma Moreira (1998), os mapas conceituais não são autoexplicativos, então para acompanharmos a construção do conhecimento realizada neste processo, foi proposta a atividade de produção de texto referente ao mapa conceitual construído pela dupla. Figura 5 – Mapa conceitual elaborado por alunos após a exibição do vídeo apresentado pela primeira equipe. Fonte: A. e W., 13 anos, 2015

Figura 6 – Mapa conceitual elaborado por alunos após a exibição do vídeo apresentado pela última equipe. Fonte: A. e W., 13 anos, 2015 A cada mapa conceitual elaborado a partir dos vídeos exibidos, constatou-se uma quantidade maior de conceitos utilizados para representar o estudo do tema apresentado pelas equipes. No relato de um aluno, pode-se comprovar a eficácia do instrumento de avaliação utilizado: “Nós aprendemos sobre muitos conteúdos de uma maneira completa, a professora usou vídeos, que ajudou a gente a entender melhor como funciona o nosso corpo. Nós pesquisamos muitas imagens na internet para fazer o vídeo e escrevemos bastante sobre os mapas conceituais. No começo, achei difícil montar os mapas, depois fui entendendo melhor como era para fazer. Foi um jeito diferente de registrar o que aprendemos”. Para este aluno, confirma-se os apontamentos de Tavares (2007), quando afirma que ao construir o seu mapa conceitual, o aprendiz exercita a sua capacidade de perceber as generalidades e peculiaridades do tema escolhido. Foi possível perceber ainda que o mapa conceitual propiciou condições aos alunos de refletirem sobre os conteúdos adquiridos, relacionando-os com os conhecimentos que já possuíam. Assim, comprovou-se que os alunos perceberam as várias atividades desempenhadas pelos órgãos e estruturas do nosso organismo de forma concomitante, ou seja, vários trabalhos efetivados ao mesmo tempo que garantem a manutenção da vida. Outro aspecto importante observado, que constitui um dos