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Um trabalho de pesquisa sobre a aplicação da pesquisa do tipo survey na caracterização do conhecimento e aplicação do gerenciamento de riscos em empresas da indústria da construção no brasil. O objetivo é mostrar a viabilidade da aplicação deste método, mas também a restrição encontrada por parte das empresas e de seus profissionais em responder a esta tipo de pesquisa. O documento inclui uma descrição do processo de pesquisa, a finalidade, o modelo, a amostragem, as variáveis, o instrumento de coleta e análise dos dados, e as conclusões.
Tipologia: Notas de estudo
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Claudia Garrido Martins ( Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFF/RJ) Miguel Luiz Ribeiro Ferreira ( Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFF/RJ)
Resumo A utilização da pesquisa do tipo Survey, para conhecimento da indústria da Construção no Brasil, é pouco encontrada, e assim, pouco material de referência sobre a aplicação da mesma encontra-se disponível. Desta forma, o objetivo deste trabbalho é apresentar a aplicação deste tipo de pesquisa, neste caso, utilizada para desenvolver um trabalho de pesquisa sobre o conhecimento do processo de gerenciamento de riscos em projetos no segmento da construção, com a finalidade de mostrar que sua aplicação é viável, mas que ainda encontra, no Brasil, uma grande restrição por parte das empresas e de seus profissionais em responder a este tipo de pesquisa, e lançar luz, aos interessados em aplicá-la, à necessidade de uma cuidadosa fase de planejamento e monitoramento durante sua aplicação.
Palavras-chaves: Survey; Gerenciamento de Riscos.
12 e 13 de agosto de 2011 ISSN 1984- 9354
Sabe-se que, de forma geral, o processo de gerenciamento de riscos em projetos é uma prática recente, mas que vem apresentando uma importância mundial cada vez maior, em especial devido à grande divulgação das práticas de gerenciamento de projetos, como a preconizada pelo Project Management Institute - PMI, que passou a dedicar uma área de conhecimento específica ao gerenciamento de riscos. Por sua vez, o Brasil tem acompanhado, em parte, este interesse mundial de aplicação do gerenciamento de riscos em projetos, onde o Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos Brasil realizado em 2010 pelos “Chapters” Brasileiros do PMI (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE – CHAPTERS BRASILEIROS, 2010) apontou que 53% das organizações afirmam realizar o gerenciamento de riscos informalmente e 36% afirmam que o gerenciamento de riscos é formalmente considerado em suas metodologias de gerenciamento de projetos. Entretanto, apesar do crescente interesse das empresas brasileiras em relação ao gerenciamento de riscos, pouco se sabe sobre a caracterização do conhecimento e aplicação desta disciplina. Portanto, este se tornou um aspecto de interesse de trabalho científico na área de gestão pela comunidade acadêmica. Desta forma, baseado no interesse científico em se conhecer a caracterização do gerenciamento de riscos no Brasil e na aplicação de um método de pesquisa pouco utilizado pelos pesquisadores brasileiros nesta área, o objetivo deste trabalho é de apresentar a utilização da metodologia do Survey para caracterizar o conhecimento e aplicação do gerenciamento de riscos entre os profissionais da indústria da construção no Brasil. Assim sendo, este trabalho está organizado em 4 seções, apresentando em seguida um referencial teórico sobre a pesquisa de Survey , seguida da aplicação do Survey e as conclusões.
A pesquisa do tipo Survey é um dos 14 tipos de pesquisa descritos por Figueiredo (2004) e assim definido em Bryman e em Figueiredo:
intervalo de dias, este intervalo é considerado como único. Este é o modelo empregado com maior frequência. (BRYMAN, 1989) (BABBIE, 1999). Em determinadas situações pode-se utilizar alguns mecanismos de aproximação de survey longitudinais para em um survey interseccional estudar questões que envolvam alguma noção de mudança de tempo (BABBIE, 1999). Survey longitudinal. Neste caso, a coleta dos dados de uma dada população é realizada em mais de um intervalo de tempo, possibilitando a análise de mudanças de descrições e explicações ao longo do tempo. Os principais desenhos deste tipo são estudos de tendência, estudos de cortes e estudos de painel (BABBIE, 1999).
A amostragem tem elevada importância na coleta de dados, tendo em vista que, de forma geral, os surveys são utilizados para, através de uma parcela da população, estudar esta como um todo (BRYMAN, 1989) (BABBIE, 1999). Adicionalmente, não basta o pesquisador obter uma amostra qualquer da população estudada, mas uma amostra representativa, ou seja, uma amostra que realmente represente a população, caso contrário os resultados podem ser contestados (BRYMAN, 1989). Assim, existem dois tipos básicos de amostragem, a probabilística e a não probabilística: Amostragem probabilística. Segundo Babbie (1999), o princípio que fundamenta a amostragem probabilística é que “uma amostra será representativa da população da qual foi selecionada se todos os membros da população tiverem oportunidade igual de serem selecionados para a amostra.”. Ainda que uma amostra jamais seja perfeitamente representativa, existindo o erro da amostra, a amostragem probabilística busca diminuir o impacto deste erro e tipicamente gera amostras mais representativas do que outros tipos de amostragem, pois evita os vieses da seleção. Os principais métodos deste tipo de amostragem são: amostragem aleatória simples, amostragem sistemática, amostragem estratificada, amostragem por conglomerados em múltiplas etapas (BRYMAN, 1989) (BABBIE, 1999). Amostragem não-probabilística. Segundo Babbie (1999) utiliza-se amostragem não- probabilística “em situações em que a amostragem probabilística seria dispendiosa demais e/ou quando a representatividade exata não é necessária.”. Os principais métodos deste tipo de
amostragem são: amostragem intencional ou por julgamento, amostragem por cotas e confiança em sujeitos disponíveis. Por sua vez, faz-se necessário definir alguns termos ou conceitos utilizados na amostragem, conforme a Tabela 1. Tabela 1 – Definição de termos e conceitos utilizados na amostragem Termo ou Conceito Definição (BABBIE, 1999) Elemento ...unidade sobre a qual a informação é coletada, e que serve de base para a análise. ... (p. 121) Universo ... é a agregação teórica e hipotética de todos os elementos definidos num survey. (...) um universo de survey é totalmente não especificado quanto a tempo e lugar ... (p. 121) População ... é a agregação teoricamente especificada de elementos do survey. (...) delinear a população inclui definir o elemento (...) e o referencial de tempo para a pesquisa ... (p. 121) População do survey ... é a agregação de elementos da qual é de fato extraída a amostra do survey. ... (p. 122) Unidade de amostra ... é o elemento ou conjunto de elementos considerados para seleção em alguma etapa da amostragem. Numa amostra simples, de estágio único, as unidades de amostra são o mesmo que os elementos. Mas, em amostras mais complexas, pode-se usar níveis diferentes de unidades de amostra. (...) De forma mais específica, os termos „unidades primárias de amostra‟, „unidades secundárias de amostra‟ e „unidades finais de amostra‟ devem ser usadas para designar as etapas sucessivas. (p.
Moldura de amostragem
... é a lista de unidades de amostra da qual a amostra, ou alguma etapa dela, é selecionada. (...) No planejamento de amostra de etapa única, a moldura
(p. 124) Erro amostral ... Métodos de amostragem probabilística raramente ou nunca fornecem estatísticas exatamente iguais aos parâmetros que buscam estimar. Entretanto, a teoria da probabilidade permite estimar o grau de erro a ser esperado num determinado desenho de amostragem. (p.
Níveis de confiança e intervalos de confiança
... Computar o erro amostral permite expressar a precisão das suas estatísticas em termos do nível de confiança, estabelecendo que essas estatísticas estão dentro de um intervalo especificado do parâmetro. (...) Quando você expande o intervalo de confiança para uma dada estatística, sua „confiança‟ aumenta ... (p. 124) Fonte: Autores
Dois pontos principais caracterizam as variáveis, a classificação segundo sua natureza e plano de análise, e a escala de medida. Assim, segundo a natureza, de acordo com Lapponi (2000, p. 6) e Pereira (1999, p. 44), as variáveis podem ser: Quantitativa discreta. Caracterizada por números inteiros, sem frações, como em contagens. Constituem um conjunto finito. (ex. número de filhos, idade em anos completos). Quantitativa contínua. Caracterizada por números que podem assumir valores fracionários (reais). Normalmente têm intervalo de valores conhecido, mas um conjunto infinito de valores possíveis. (ex. estatura, peso). Qualitativa nominal. Categorias, sendo que cada categoria é independente, sem relação com as outras. (ex. raça - com categorias como caucasiana, negra, etc., nacionalidade - brasileira, argentina, etc.). Qualitativa ordinal. Categorias, sendo que cada categoria mantém uma relação de ordem com as outras que pode ser ou não regular. (ex. escolaridade com categorias, como nível 1, 2, 3; classe social - A, B, C ...).
Sequência temporal – séries temporais. Considera-se a sequência temporal dos valores durante a coleta. (ex. cotações diárias de uma ação, etc.) Sequência temporal – Informações com variáveis cruzadas. Não se considera a sequência temporal dos valores durante a coleta. (ex. quantidade de operações fechadas de ações em um determinado dia, etc.). Por sua vez, segundo o plano de análise, as variáveis, segundo Pereira (1999, p. 46), podem ser: Dependente. Mede o fenômeno que se estuda e que se quer explicar. Independente. É (ou são) a(s) variável(eis) que se considera(m) candidata(s) a explicar a dependente. De controle. É (ou são) a(s) variável(eis) que se considera(m) capaz(es) de interferir na relação entre dependente e independente, podendo sugerir relações falsas que dizem respeito à sua interferência e não à relação estudada. No que diz respeito à escala das medidas qualitativas, Babbie (1999), Lapponi (2000) e Pereira (1999), destacam as seguintes escalas: Escala Nominal. Os valores apenas dão um “nome” ou “rótulo” à categoria, auxiliando apenas na sua distinção. Escala Ordinal. Os valores dão “nome” ou “rótulo” e ordem à categoria, permitindo distinguir os atributos por grau de intensidade, mas sem possibilitar indicar o quão mais intenso. Escala Intervalar. Os intervalos dos valores atribuídos a uma categoria representam quantidades regulares de atributo, ou seja, os intervalos possuem agora um significado real. Escalar Proporcional. É semelhante à escala intervalar, mas possui agora um zero real ou absoluto.
Segundo Babbie (1999) e Bryman (1989) há dois instrumentos de coleta de dados associados à pesquisa de Survey , o questionário auto-administrado e a entrevista estruturada. Cada um destes instrumentos possui vantagens e desvantagens, assim, em relação à entrevista estruturada o questionário auto-administrado possui as seguintes vantagens e desvantagens: Vantagens: (a) Possui muito menor custo financeiro, em especial para um grande número de respondentes; (b) Geralmente leva menos tempo para ser aplicado; (c) Elimina os
O projeto de pesquisa teve como objeto o estudo do gerenciamento de riscos em empresas de construção em sua maioria do Estado do Rio de Janeiro, segmentos edificações, construção pesada e montagem industrial, sob o ponto de vista dos profissionais que atuam nas mesmas e o objetivo compreendendo dois aspectos: (1) A avaliação da utilidade do segmento da construção; (2) A avaliação do grau de conhecimento do processo de gerenciamento de riscos e das técnicas de identificação e análise. Assim, a finalidade do trabalho foi avaliar nas divisões de Construção de Edifícios, Obras de infra-estrutura e Serviços especializados para construção a utilidade do segmento da construção e seu grau de conhecimento do processo de gerenciamento de riscos e das técnicas de identificação e análise, utilizando-se de uma pesquisa do tipo survey aplicando um questionário entre profissionais da indústria da Construção. Desta forma, os resultados indicaram que o segmento da Construção é percebido em sua maior parte como tendo uma atitude frente ao risco neutra tendendo à ousada, se satisfazendo com elevados ganhos e por outro lado com baixa tolerância à perda. Entretanto, esta atitude não indicou que as empresas estão familiarizadas com a definição de riscos, com a formalização de uma sistemática de gerenciamento dos mesmos e na frequência de aplicação das suas etapas. Além disto, apontou que nem todas as técnicas possíveis de serem utilizadas para identificação e avaliação dos riscos são totalmente conhecidas, destacando a técnica “Checklist” como sendo a mais utilizada para identificação dos riscos, e as técnicas Análise Histórica e Análise de Custo/Benefício respectivamente como as técnicas mais utilizadas para a avaliação de riscos aplicada à gestão de prazo e no retorno sobre o investimento.
A aplicação da pesquisa do tipo Survey exige do pesquisador certo grau de familiaridade com seus conceitos e exigências. Desta forma, para a aplicação nesta pesquisa foi necessário um considerável estudo bibliográfico prévio, envolvendo material sobre métodos de pesquisa, análise de dados qualitativos e revisão estatística, antes que fossem preparados as definições deste Survey e o material de coleta e análise.
Tendo em vista que ainda pouco se sabe sobre o conhecimento e a aplicação do gerenciamento de riscos pelas empresas no Brasil, o interesse desta pesquisa foi de, como definido por Babbie (1999), descobrir “a distribuição de certos traços e atributos” da população estudada, não se preocupando com o porquê da distribuição, e sim com o que ela é. Assim, a finalidade da aplicação do Survey foi a de descrição da distribuição observada na população estudada, quanto à avaliação da utilidade do segmento da construção e a avaliação do grau de conhecimento do processo de gerenciamento de riscos e das técnicas de identificação e análise. Segundo Babbie (1999), a escolha do modelo de survey a ser aplicado deve levar em conta alguns quesitos, tais como o objetivo da pesquisa e o tempo necessário e disponível para aplicação da pesquisa. Desta forma, devido ao objetivo de estudar a indústria da construção no período em questão e pela limitação do período disponível para o estudo, que impedia que o survey longitudinal fosse uma opção possível, o modelo utilizado foi o desenho interseccional, onde o período considerado nesta pesquisa em relação à coleta dos dados foi de junho a julho do ano de 2010.
A etapa de definição da amostragem, em conjunto com as etapas de preparação do questionário, distribuição e análise são as etapas mais delicadas e que exigem maior dedicação do pesquisador. A complexidade desta etapa é emoldurar uma amostra que seja viável e que tenha uma taxa de retorno de respostas. Assim, as características da amostragem da pesquisa foram sendo emolduradas conforme os elementos da Tabela 1. Desta forma, o elemento de pesquisa foram as empresas e o universo da pesquisa representado por empresas de construção. Quanto à população, a população foi representada pelas empresas de construção dos segmentos edificações, construção pesada e montagem industrial, em sua maioria com sede ou filial no estado do Rio de Janeiro no ano de 2010. Em relação à unidade da amostra, devido à utilização de amostra simples, de estágio único, a unidade da amostra nesta pesquisa é igual ao elemento, e desta forma a unidade da amostra são as empresas. A moldura de amostragem é um ponto importante no tipo de pesquisa Survey. Nesta pesquisa a moldura de amostragem foi representada por duas listas. A primeira lista definida
Por fim, a amostragem probabilística, com amostragem aleatória simples, foi definida para utilização na seleção. Uma orientação importante neste caso foi o de não misturar os segmentos, e conforme a quantidade de empresas, enviar o instrumento de coleta para todas.
As variáveis compõem um ponto de atenção importante ao pesquisador, pois a partir das variáveis definidas para a pesquisa é que se poderá definir qual tipo de análise se deseja empregar e como será o questionário. O processo de definição das variáveis e que tipo de resposta estamos buscando pode ser um processo iterativo, de mais de um ciclo. Desta forma, 16 variáveis foram definidas para a pesquisa, conforme a Tabela 2. Tabela 2 – Variáveis da Pesquisa # Variável Classificação (tipo/subtipo)
Escala
1 Faturamento bruto anual médio Qualitativa/Ordinal Ordinal 2 Setor de atividade Qualitativa/Nominal Nominal 3 Origem da organização Qualitativa/Nominal Nominal 4 Atitude do setor de atividade frente ao risco Qualitativa/Ordinal Ordinal 5 Atitude da organização frente ao risco Qualitativa/Ordinal Ordinal 6 Grau de satisfação de ganho em um contratopor faixa de ganho Qualitativa/Ordinal Ordinal(Likert)
7 Grau de tolerância de perda em um contratopor faixa de perda Qualitativa/Ordinal Ordinal(Likert)
8 Familiaridade com a definição de risco Qualitativa/Ordinal Ordinal(Likert)
9 Formalização do gerenciamento de riscos Qualitativa/Ordinal Ordinal(Likert)
10 Frequência de aplicação das fases deprocessos de gerenciamento de riscos Qualitativa/Ordinal Ordinal(Likert)
11 Frequência de aplicação das técnicas deidentificação de riscos Qualitativa/Ordinal Ordinal(Likert)
12 Quantidade de técnicas de identificação deriscos conhecidas Qualitativa/Ordinal Ordinal
13 Frequência de aplicação das técnicas deavaliação de risco (gestão de prazo) Qualitativa/Ordinal Ordinal(Likert)
14 Quantidade de técnicas de avaliação de risco(gestão de prazo) conhecidas Qualitativa/Ordinal Ordinal
Frequência de aplicação das técnicas de avaliação de risco (retorno sobre o investimento)
Qualitativa/Ordinal Ordinal(Likert)
16 Quantidade de técnicas de avaliação de risco(retorno sobre o investimento) conhecidas Qualitativa/Ordinal Ordinal Fonte: (Autores)
A escala Likert, frequentemente utilizada em surveys , aplicada às variáveis ordinais, foi composta de 5 categorias de resposta (ex. não aplicado; nada formal; pouco formal; formal; totalmente formal) com codificação respectivamente variando de 1 a 5, representando o peso de cada categoria.
Uma vez determinadas as variáveis da pesquisa, pode-se proceder à construção do questionário. A quantidade de perguntas deve ser um ponto importante de avaliação do pesquisador. Portanto, buscou-se construir um questionário com um número mínimo de perguntas, que por um lado proporcionassem um melhor entendimento por parte do respondente e que ao mesmo tempo dessem um conjunto de dados que atendesse aos objetivos da pesquisa. Assim, o questionário construído para esta pesquisa foi um questionário fechado, organizado em 3 (três) partes: caracterização da empresa, utilidade, e risco e gerenciamento de riscos. Parte 1) composta de 3 (três) perguntas que ajudaram a caracterizar a empresa de forma geral e agrupá-las. Parte 2) composta de 4 (quatro) perguntas que ajudaram a compreender a atitude da empresa frente ao risco e seu grau de satisfação diante de um ganho (utilidade) e de tolerância diante de uma perda. Parte 3) composta de 9 (sete) perguntas que ajudaram a compreender a aplicação do gerenciamento de riscos na empresa.
Na atualidade, um questionário pode ser distribuído de duas formas: impresso, utilizando um serviço de correio, ou digital, através de sites na Internet específicos.
mensagens de lembrete foram enviadas, onde a última foi enviada através do email particular da pesquisadora, solicitando a participação no preenchimento do questionário. O questionário do pré-teste foi respondido em um período de 8 (oito) dias, contados a partir do envio do primeiro convite, por 2 dos 3 profissionais. Assim, com base nos comentários recebidos o questionário foi ajustado em relação ao texto e quantidade de perguntas, para a pesquisa oficial.
O questionário oficial foi distribuído por meio da ferramenta de aplicação de surveys escolhida utilizando o próprio mecanismo da ferramenta para envio das mensagens de convite para participação. Assim, para cada classe/subclasse de atividade e curso/turma que compôs a moldura da amostragem foi criada uma lista de emails. A lista de emails obtidos através do cadastro da FIRJAN totalizou 709 (setecentas e nove) emails, enquanto que a lista de emails obtidos através dos cursos da UFF totalizou 405 (quatrocentos e cinco) emails. Entretanto, nem todas as empresas possuíam email válido na lista do cadastro da FIRJAN (FIRJAN, 2010), assim como nem todos os emails de alunos eram ainda válidos. Desta forma, nem todos os questionários puderam ser entregues, tendo sido devolvidos pelos respectivos servidores de email, seja indicando endereço não existente ou caixa postal cheia, em um total de 188 (cento e oitenta e oito) emails descartados. Segundo Babbie (1999), a omissão da quantidade de questionário que não puderam ser entregues no cálculo do tamanho final da amostra é a prática aceita. A primeira mensagem de convite para participação enviada à lista de empresas existentes no cadastro da FIRJAN ocorreu em 30/05/2010 e 7 (sete) lembretes foram posteriormente enviados aos cadastrados que ainda não haviam respondido. Cabe aqui um ponto de destaque na pesquisa, que foi a baixa taxa de participação das empresas, o que obrigou aos pesquisadores incluir mais uma lista na moldura da amostragem, representada pela lista de alunos descrita anteriormente, para que um número mais representativo de questionários existisse para continuação da pesquisa. Em relação à lista de alunos, a primeira mensagem de convite foi enviada em 02/07/2010 e 5 (cinco) lembretes foram posteriormente enviados aos cadastrados que ainda não haviam respondido.
A pesquisa foi encerrada após a quantidade de questionários retornados ter alcançado número superior a 30 (trinta) e pela limitação de prazo da pesquisa que não permitia mais tempo de divulgação do questionário para que novas respostas fossem recebidas. Desta forma foram recebidos 46 (quarenta e seis) questionários respondidos que foram considerados como representativos do universo a que ser desejava estudar, considerando que os profissionais que responderam ao questionário possuíam conhecimento básico da teoria de gerenciamento de riscos.
A análise dos dados da pesquisa considerou todos os 46 (quarenta e seis) questionários recebidos. Desta forma, os dados foram analisados de forma conjunta e anônima, não sendo identificados os profissionais e empresas participantes, ainda que a ferramenta de survey possibilitasse identificar cada participante através de seu email. As seguintes análises foram realizadas utilizando-se dos dados coletados:
Assim sendo, pode-se observar que o Survey , como método, exige grande planejamento do pesquisador e a necessidade do monitoramento durante a aplicação para que alguma ação de contorno seja tomada caso ocorra algum desvio em relação ao planejado, como foi a questão da necessidade de inclusão de uma segunda lista para compor a moldura de amostragem, devido a baixa taxa de retorno da lista das empresas. Ficou evidenciada durante a realização da pesquisa a restrição das empresas e de seus profissionais em participar deste tipo de pesquisa no Brasil, tendo em vista a dificuldade na obtenção das respostas. Neste aspecto, uma solução pode ser o estabelecimento de relacionamento com entidades empresariais ou de classe, que pudessem apoiar a realização da pesquisa através de seus membros. Por outro lado, em relação à construção, distribuição, recepção e análise dos questionários, a tecnologia digital proporciona ao pesquisador uma segunda opção e maior facilidade para aplicação deste tipo de pesquisa. Assim sendo, a conclusão final é de que este tipo de pesquisa na área de construção é viável, mas que necessita ser incentivada, talvez contando com a participação de entidades empresariais e de classe, ampliando desta forma a quantidade de participantes, e proporcionando que o conhecimento sobre este importante segmento para o país seja expandido.
BABBIE, Earl. Métodos de Pesquisas de Survey. Tradução Guilherme Cezarino. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999, 519 p. BRYMAN, Alan. Research Methods and Organization Studies. Great Britain: Routledge, 1989, 283 p. ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 2005, 174 p. FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (FIRJAN). Cadastro Industrial do Estado do Rio de Janeiro 2009/2010. Rio de Janeiro: Ed. EBGE,
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