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Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
Luana de Melo Lobato^1 Daniel Carlos Santos de Oliveira^2
RESUMO: O objetivo geral busca verificar o surgimento da sociologia no Brasil, tendo como nosso principal referencial teórico Florestan Fernandes e outros autores com foco na sociologia brasileira. Pretendemos com essas reflexões delimitar no amplo e vago campo as várias facetas relacionadas a sociologia brasileira, mais especificamente aos estudos de Florestan a respeito dessa ciência. Metodologicamente, essa é uma pesquisa bibliográfica, que utiliza materiais bibliográficos referentes ao tema levantado junto a fontes fidedignas voltadas à pesquisa científica e acadêmica. Palavras-chave: Sociologia; Florestan Fernandes; Pensadores.
É viável iniciarmos este artigo explicando o surgimento da sociologia de um modo geral, para depois adentrarmos a sociologia brasileira, nosso objeto de pesquisa. A sociologia surge no cenário de mudanças que ocorria na Europa devido as Revoluções Francesa e Industrial, as grandes mudanças na vida social e o processo de urbanização e industrialização. O surgimento dessa ciência ocorreu no contexto em que acontecia a degradação das sociedades feudais e a consolidação de uma sociedade capitalista, a sociologia procurava de certa forma uma resposta as novas situações e aos novos acontecimentos. Pode-se perceber que o surgimento da sociologia dar-se em boa parte pelos abalos que a revolução industrial provocou e pelas mudanças de pensamentos que ocorriam na época. Com esse cenário de contradições houve uma necessidade de estudos mais científicos para entender essas transformações, coisa que era difícil para as ciências naturais, assim no inicio do século XIX surge uma nova ciência com intuito de das respostas aos vários problemas voltados para a sociedade tendo August Comte como o pai da sociologia e logo
(^1) Acadêmica do 8º período em Ciências Sociais na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. (^2) Graduado em Direito pela Faculdade Santo Agostinho- FASA
depois no final desse mesmo século é estabelecida como uma disciplina acadêmica por Emile Durkheim.
A sociologia é o estudo cientifico da vida humana, de grupos sociais, de sociedades inteiras e do mundo humano. É uma atividade fascinante e instigante, pois seu tema de estudo é o nosso próprio comportamento como seres sociais. O âmbito da sociologia é extremamente amplo, variando da análise de encontros passageiros entre indivíduos nas ruas à investigação de relações internacionais e formas globais de território. (GIDDENS, 2012, p.19).
Ainda de acordo com Giddens (2012) “existem evidencias de que a globalização pode acelerar o fim do sistema de castas legalmente sancionado ao redor do mundo”. A sociologia no Brasil nasce com a herança da cultura europeia. Suas características aparecem desde a transferência do centro da vida econômica social e política dos feudos para a cidade. A Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial e, consequentemente, as relações de produção capitalistas se multiplicaram, minando as bases do feudalismo. O objetivo geral desse estudo busca verificar o surgimento da sociologia no Brasil, tendo como nossa principal referencial teórico Florestan Fernandes e outros autores com foco na sociologia brasileira. Tal objetivo acaba nos trazendo outros como: Os obstáculos encontrados pela Sociologia Brasileira; e as contribuições de Florestan para a sociologia brasileira. A metodologia adotada é a pesquisa bibliográfica, na qual serão usados materiais bibliográficos voltados ao tema, cujos autores tenham realizado pesquisas, estudos ou possuir teorias desenvolvidas. “Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade. Técnicas são procedimentos científicos utilizados por uma ciência determinada no quadro das pesquisas próprias desta ciência”. (CERVO; BERVIAN, 2002. p. 46).
O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA NO BRASIL
A Sociologia teve início no Brasil a partir das décadas de 1920 e 1930, quando os pesquisadores buscavam uma compreensão a partir da formação das sociedades locais pesquisando vários temas para essa compreensão. Assim, os pesquisadores retornaram para pesquisa referente à escravatura e a abolição, pesquisas sobre índios e negros e a emigração dessas populações. Compreender esses assuntos tornou-se fundamental, pois buscava entender a formação dessa sociedade, formação da cidadania, da consciência e das relações de trabalho.
Como forma de desenvolver uma consciência crítica da nossa realidade e pensar na nação brasileira, o pensamento sociológico adquiriu importância cada vez maior, e foram elaboradas diversas análises sobre as tradições, as desigualdades sociais, escravatura, a abolição e etnias. As décadas de 1940 e 1950 foram marcadas, pois muitos intelectuais de maior importância para a Sociologia brasileira tiveram suas maiores obras produzidas nesta época. Os principais expoentes destas décadas foram Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes. Darcy Ribeiro dedicou especial atenção à questão indígena no Brasil, Florestan Fernandes desenvolveu trabalhos sobre a questão dos negros do país e criou uma corrente sociológica específica do nosso país. Com temas de pesquisas voltados para as minorias, principalmente étnicas, o Brasil foi trazido para os centros dos estudos sociológicos com os estudos sobre os indígenas e sobre os negros. Foi o período de formação de um pensamento especificamente nacional, voltando principalmente para desigualdades sociais de diversas naturezas. A questão dos negros e dos índios foi encarada pela primeira vez como objeto da Sociologia. É importante compreendermos que, nas décadas de 40 e 50 a sociologia foi responsável pela elaboração de teorias que denunciavam as desigualdades sociais, as relações de domínio e opressão, e a exploração existentes entre regiões, classes e países, além do desenvolvimento de um pensamento crítico e denunciador de conflitos sociais.
As teorias implicam a elaboração de interpretações que podem ser usadas para explicar uma ampla variedade de situações empíricas ou “factuais”. Uma teoria sobre a industrialização, por exemplo, deveria se preocupar em identificar as principais características que os processos de desenvolvimento industrial tem em comum e tentaria mostrar quais deles são importantes para explicar este desenvolvimento. (GIDDENS, 2012, p. 22.)
Apesar de a consolidação da sociologia na Europa ter ocorrido no século XX ela deu-se de forma tardia no Brasil. O processo de urbanização e industrialização demorou ocorrer no nosso país, pois tínhamos uma economia voltada para fora, nossa sociedade era marcada por uma produção agroexportadora e escravocrata. Várias transformações ocorreram com a crise de 29, passamos a depender de produtos que não poderiam ser mais importados, adotamos medidas para suprir nossas necessidades, começando assim um processo de industrialização. As mudanças alavancaram a desagregação do escravismo senhorial, a economia mudou radicalmente e novas classes sociais foram se formando necessitando diversos estudos para compreender essa nova realidade como, por exemplo, Gilberto Freyre em “Sobrados e Mucambos” e Roberto Damatta” O que faz o Brasil, Brasil”. Devido o
capitalismo tardio no Brasil, somente após 1930 é que aparecem estudos críticos e racionais na nossa sociedade.
OBSTÁCULOS ENCONTRADOS PELA SOCIOLOGIA NO BRASIL
Os militares apoiaram o desenvolvimento do capitalismo e também as repressões das transformações da ordem que se estabelecia ao desenvolvimento da Sociologia, tanto no que se refere à produção dos intelectuais, mas também ao estabelecimento de cursos universitários no país. Houve confronto entre o regime militar, a universidade e os estudantes, com passeatas, ocupações, manifestações, prisões e até assassinatos. Alguns sociólogos foram rapidamente aposentados como forma de impedi-los de lecionar, outros foram exilados, passando a publicar textos no exterior que muitas das vezes era censurado no Brasil. Os intelectuais que permaneceram no Brasil, mesmo afastados conseguiram criar núcleos de pesquisas independentes que foram de extrema importância para a sociologia brasileira. Além desses obstáculos Florestan (1976) diz que a sociologia “dificilmente poderia encontrar condições acessíveis de integração a uma sociedade escravocrata e senhorial”, pois mesmo com um contato com o exterior a sociedade brasileira era fortemente regida pelo poder dos costumes. As limitações de expandir a pesquisa sociológica não ficavam apenas nos fatores culturais e religiosos, a falta de investimentos econômicos, de financiamento e incentivo da pesquisa dificultavam muito a expansão dessa nova ciência que ainda era jovem e estava fragilizada.
AS CONTRIBUIÇÕESDE FLORESTAN PARA A SOCIOLOGIA BRASILEIRA
Foi em meio às transformações dos anos 1930 que o ensino da sociologia foi institucionalizado no Brasil. Intelectuais de diversas partes do mundo foram convidados a formar o primeiro curso na Universidade de São Paulo, onde estudou os pensadores da sociologia brasileira, como Florestan Fernandes, ele foi Integrante do primeiro grupo de sociólogos formado pela USP, e é um dos principais pensadores do nosso país. A geração formada entre os anos 40 e 50, pela Universidade de São Paulo, foi a responsável pela sistematização do pensamento social no Brasil, desenvolvendo para a nossa Sociologia uma metodologia específica e voltando para nós mesmos os olhares científicos, tratando de temas nacionais. O principal nome a figurar entre essa geração foi Florestan Fernandes, analisando assuntos como a questão do negro e questões sociais.
boa parte pelos abalos que a revolução industrial provocou e pelas mudanças de pensamentos que ocorriam na época. No Brasil a sociologia teve inicio a partir das décadas de 1920 e 1930, quando os pesquisadores buscavam uma compreensão a partir da formação das sociedades local pesquisando vários temas para essa compreensão. Assim, os pesquisadores retornaram para pesquisa referente à escravatura e a abolição, pesquisas sobre índios e negros e a emigração dessas populações. Em resumo, a Sociologia brasileira está vastamente demarcada pela obra de Florestan Fernandes, embora estas foram algumas etapas de formação do pensamento sociológico brasileiro. É claro que a nossa análise aqui é meramente introdutória, não descartando a possibilidade de novos estudos e pesquisas. Os estudos do Brasil feito por Fernandes mostram uma formação de luta e uma maneira de se desenvolver das sociedades brasileira, sociedade formada por povos indígenas, negros, etc. As pesquisas de Florestan encontram-se na forma de interpretar as possibilidades e condições sociais, revolução social é uma das temáticas mais utilizadas por este autor.
GIDDENS, Anthony. Sociologia/ Anthony Giddens ; tradução: Ronaldo Cataldo Costa; revisão técnica: Fernando Coutinho Cotanda.- 6. Ed.- Porto Alegre: Penso 2012.
IANNI, Octavio. A Sociologia de Florestan Fernandes. Estudos Avançados 10 (26), 1996. Disponível em:http://www.revistas.usp.br/eav/article/viewFile/8910/10462. Acesso em12/10/2016.
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia****. 38ª ed. - São Paulo Brasiliense, 1994.
FERNANDES, Florestan. A Sociologia No Brasil : contribuições para o estudo de sua formação e desenvolvimento. Petrópolis. Vozes, 1976.
_____________ , Florestan. A integração Do Negro Na Sociedade de Classes. 3.ª edição, São Paulo, Editora Ática, 1978.