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A História do Curso de Pedagogia no Brasil: Formação do Profissional de Educação, Esquemas de Pedagogia

Uma pesquisa sobre a história do curso de pedagogia no brasil, abordando a formação do profissional de educação e as disputas político-pedagógicas que marcaram cada época. O texto explora o breve histórico da formação do curso, as mudanças conceituais na profissão docente, o período das propostas e a participação ativa de estudantes e professores em defesa do curso.

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA UEPB
CENTRO DE HUMANIDADES OSMAR DE AQUINO - CAMPUS III
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
PRISCILA MIRIÃ AMADO MONTEIRO
O QUE É SER PEDAGOGO? UM OLHAR DO DISCENTE DO CAMPUS III
SOBRE O CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA
PARAÍBA
GUARABIRA PB
2011
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Baixe A História do Curso de Pedagogia no Brasil: Formação do Profissional de Educação e outras Esquemas em PDF para Pedagogia, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CENTRO DE HUMANIDADES OSMAR DE AQUINO - CAMPUS III

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

PRISCILA MIRIÃ AMADO MONTEIRO

O QUE É SER PEDAGOGO? UM OLHAR DO DISCENTE DO CAMPUS III

SOBRE O CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA

PARAÍBA

GUARABIRA– PB

PRISCILA MIRIÃ AMADO MONTEIRO

O QUE É SER PEDAGOGO? UM OLHAR DO DISCENTE DO CAMPUS III

SOBRE O CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA

PARAÍBA

Trabalho de Conclusão de Curso, em forma de monografia, apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento com a exigência para obtenção do grau de licenciada em Pedagogia.

Orientador: Prof. Francisco José Dias da Silva

GUARABIRA– PB

PRISCILA MIRIÃ AMADO MONTEIRO

O QUE É SER PEDAGOGO? UM OLHAR DO DISCENTE DO CAMPUS III

SOBRE O CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA

PARAÍBA

Trabalho de Conclusão de Curso, em forma de monografia, apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento com a exigência para obtenção do grau de licenciada em Pedagogia.

Orientador: Prof. Francisco José Dias da Silva

Aprovado em 07/12/

_______________________________

Prof. Esp. Francisco José Dias da Silva Orientador


Prof. Ms. Izandra Falcão Gomes Professora da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB Examinadora


Prof. Ms. Rita de Cássia Cavalcante Professora da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB Examinadora

GUARABIRA– PB 2011

Dedico esta obra à minha mãe Denise, ao meu pai Cláudio e ao meu esposo Antognoni.

Ninguém pode dizer-se pedagogo se não aceitar teorizar suas práticas e submetê-las à discussão. Na formação pedagógica somente os pedagogos estão aptos a articular os saberes pedagógicos com os saberes disciplinares e com os saberes sobre a educação, o ensino e a pedagogia. Houssaye

RESUMO

A partir do final da década de 90, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96, o aumento de cursos para a formação de professores tomou grandes proporções, tanto na esfera pública quanto na rede particular de ensino. Neste sentido, em função dessa nova realidade, o curso de Pedagogia passa a ser uma referência na formação inicial dos futuros profissionais para as primeiras séries do ensino fundamental. Esse cenário desperta um novo olhar voltado para os centros de formação inicial. O perfil desse profissional, a sua área de atuação, sua identidade profissional, passam a ser elementos de pauta de debate de encontros, seminários e congressos, discutidos e refeitos, tanto no discurso quanto na prática pelas grades curriculares país afora. Em meio a isso, um elemento fundamental nesse contexto, o alunado, não vem recebendo uma importância devida no seu processo formativo. Portanto, este trabalho monográfico tem como objeto de estudo a interpretação dos alunos do Curso de Pedagogia do Campus III da Universidade Estadual da Paraíba sobre o que é ser um pedagogo. Isto compreendido, esta monografia tem como objetivo geral identificar o que pensam os alunos do Curso de Pedagogia do Campus III da Universidade Estadual da Paraíba sobre o que é ser um pedagogo. As contribuições teóricas para referenciar este trabalho foram fundamentadas por autores, como: Pimenta (2002); Nuñez e Ramalho (2004), Nóvoa (1999), Brzezinski (1996), Bissolli da Silva (2006) dentre outros, que serão utilizados ao longo do texto escrito, dando a este documento a garantia da cientificidade necessária. Esta monografia, portanto, cumpre o seu papel acadêmico e social na medida em que abre as possibilidades futuras de pesquisa, aprimorando o serviço oferecido pela UEPB na formação dos futuros pedagogos.

Palavras-chave: Pedagogo. Discentes. Formação Inicial. Profissão. Licenciados em Pedagogia.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 01 – Questão 01: Pra você o que é ser pedagogo(a)?............................................................

Gráfico 02 - Questão 02: Cite três motivos que influenciaram sua escola pela profissão..................

Gráfico 03 - Questão 03: O que você gostaria que mudasse na formação inicial do curso...............

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Questão 01: Pra você o que é ser pedagogo(a)?..............................................................

Tabela 02 - Questão 02: Cite rês motivos que influenciaram sua escola pela profissão....................

Tabela 03 - Questão 03: O que você gostaria que mudasse na formação inicial do curso.................

INTRODUÇÃO

No Brasil, o atual panorama, marcado pelo processo de globalização da economia, da política e da cultura, incidem nas relações sociais e, especificamente na educação, ocasionando transformações das mais diversas, desde a maneira de se formar o aluno para a cidadania ou se para concepções teórico-filosóficas nos currículos, na relação que isto incide no mercado de trabalho. Nesse cenário, a partir da década de noventa, ocorre um redimensionamento das políticas educacionais, as quais enfatizam, dentre a capilaridade de ações, a importância de ideais democráticos para a escola brasileira onde merece destaque a formação dos profissionais da educação. Nesse contexto, a partir do final da década de 90, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), as políticas de formação de professores tomam grandes proporções. Em função de a referida lei solicitar que todos os professores tivessem acesso ao nível superior, o quadro da formação deste educador passou por modificações no que se refere à valorização do magistério e a qualidade do profissional que passaria a ser formado, já que se estabelecia agora uma tendência para aumentar o nível de escolarização docente. A esse cenário, somam-se os impactos da economia sobre a educação, que têm imposto novas demandas para o curso de Pedagogia, gerando nos centros de formação uma releitura de seus currículos, bem como a procura de perfil desse alunado. A necessidade de se compreender o campo de atuação atribuído ao pedagogo abre precedentes para a construção/reconstrução dos sentidos às funções desempenhadas por este profissional. Merece destaque, nesse movimento, a procura por uma renovação das suas práticas; daí o debate pelo país afora acerca do que pensa o futuro profissional da Pedagogia sobre o seu curso. Isso se justifica historicamente por todo processo de luta vivido desde a criação do curso de pedagogia até os dias de hoje, quando passamos a considerar a necessidade de uma melhor qualificação profissional do docente, processo este que vem sinalizando para a importância de se verificar as concepções acerca de espaços para a prática pedagógica. Em parte esse novo fato começa na formação inicial do alunado. Podemos então afirmar que essas novas necessidades recaídas sobre o profissional docente emergem a partir de um contexto marcado por questões significativas características dos processos sociais da contemporaneidade: a ampliação do conceito de educação e a diversidade das atividades educativas, levando, por consequência, a uma ampliação e diversificação da ação pedagógica na sociedade. Enxergada, nas mais diferentes esferas da vida em sociedade, através de diferentes

modalidades educacionais (formais, informais e não formais), seja dentro ou fora da escola, com isso é estendida a produção e o compartilhamento de saberes e modos de atuação (conhecimentos, ideologias, capacidades, hábitos, métodos, crenças, atitudes, conceitos), levando a práticas pedagógicas. Podemos então compartilhar da fala de Beillerot (1985) quando dizia já na década de oitenta que “estamos diante de uma sociedade genuinamente pedagógica”. As concepções do papel do pedagogo no Brasil apontam momentos bem contraditórios: se por um lado temos visto que a Pedagogia, como campo de estudos específicos, vivencia um momento de supervalorização estando presente e atuante nos meios diversos: empresariais, na área da comunicação, numa ampliação de seu campo de atuação. Enquanto é verificada uma intensa “pedagogização” da sociedade com o impacto das inovações tecnológicas, da informática e dos meios de comunicação, verificamos uma forte tendência entre os profissionais da educação em identificar a Pedagogia apenas em função da docência (LIBANÊO, 2001), que é uma das correntes mais defendidas entre os profissionais da educação, quando não para desqualificá-la como campo de saberes específicos. Ainda que a base profissional do pedagogo seja a docência, partilhamos da perspectiva de não se pode desconsiderar a expansão do mercado de trabalho, que tem aberto novas possibilidades e novos campos de atuação a esse profissional. Isso vem se evidenciando nas instituições de formação inicial, inclusive no nordeste brasileiro, justificando uma tendência em se caracterizar uma nova área de atuação, mesmo a docência ser a base dessa formação. Nesse sentido, Libâneo (2010) afirma que isto se evidencia “na atitude desinteressada dos próprios pedagogos”, especificamente os que lidam com a educação escolar, parecem estar se escondendo da sua profissão ao não fazerem frente às investidas contra a Pedagogia e ao exercício profissional de pedagogos especialistas e aos processos que eles representam. Diante desses desafios, parte significativa de sociólogos, psicólogos, filósofos – pesquisadores atuantes da educação, têm se mobilizado pela desativação dos estudos específicos da Pedagogia. Esse processo regressivo - de perda de espaço e prestígio acadêmico da Pedagogia como campo científico, tem suas raízes no movimento da Educação Nova a partir dos anos vinte e, mais tarde, com o tecnicismo educacional, seguido da forte influência crítico-reprodutivista dos anos 70 e

Compartilhamos aqui da compreensão de que, de fato, o contexto atual põe à educação desafios bastante concretos e inovadores. Nesse sentido, a Pedagogia necessita continuar demandando seus ideais numa postura crítica, mas no interior das condições de existência do mundo moderno e não em oposição a elas (GIROUX, 1993). Nessa perspectiva, se visualiza uma ação pedagógica múltipla em que o pedagógico

Isto compreendido, esta monografia tem como objetivo geral identificar o que pensam os alunos do Curso de Pedagogia do Campus III sobre o que é ser um pedagogo. Isso se justifica pelo fato de que no país, nos centros de formação inicial, pouco se discute sobre um referencial que acaba sendo esquecido, que é a manifestação espontânea dos discentes, afinal serão eles que sairão da academia como profissionais da educação. Nessa linha de raciocínio, são objetivos específicos deste trabalho:

  • Identificar no alunado qual a compreensão do profissional em Pedagogia,
  • Perceber os motivos que influenciaram a escolha pela futura profissão,
  • Sinalizar as mudanças necessárias, na formação inicial do curso, no Campus III da UEPB, em relação às melhorias que podem ser efetivadas a partir da contribuição dos próprios estudantes.

Diante destes objetivos, consideramos que a concepção da formação do pedagogo deva consolidar-se sobre ações críticas e reflexivas e que estão na gênese de um profissional engajado e comprometido com a sua área de atuação. As contribuições teóricas para referenciar este trabalho foram fundamentadas por autores, como: Pimenta (1997, 1999, 2002); Nuñez e Ramalho (2003), Nóvoa (1992, 1995, 1996, 1999), Brzezinski (1996), Bissolli da Silva (2006) dentre outros, que serão utilizados ao longo do texto escrito, dando a este documento a garantia da cientificidade necessária. Portanto, este trabalho monográfico é composto por três capítulos. No primeiro, intitulado Um breve histórico da formação do curso de Pedagogia no Brasil , são registrados parte dos principais fatos da formação do curso de Pedagogia no Brasil, dentro dos seus respectivos contextos históricos e sociais e as disputas político-pedagógicas travadas em cada época. No segundo capítulo: Como se deu a profissão docente para o profissional de Pedagogia , são registradas algumas ocorrências acerca do processo da profissão docente dentro do curso de Pedagogia ao longo do tempo no Brasil, com profundas mudanças conceituais, estreitamente ligadas às condições histórico-sociais de cada época descrita. No terceiro capítulo: Pedagogo: a voz dos discentes sobre o curso de Pedagogia são discutidos os resultados da pesquisa, considerando as proposições dos sujeitos pesquisados. Na Metodologia, são descritas as etapas propostas no trabalho, considerando o universo, os instrumentos e a coleta dos dados. Em seguida, são analisados os resultados da pesquisa, os quais sinalizam a fala dos sujeitos pesquisados, registrando as primeiras considerações acerca do objeto de estudo proposto.

Por fim, são feitas considerações finais em função do que foi objetivado a partir da problemática evidenciada neste documento monográfico.

história do curso de Pedagogia no Brasil sob a perspectiva da construção da identidade, que se inicia em 1939 e se desenvolve até os dias atuais. Analisaremos com base em quatro períodos que, segundo Bissolli da Silva (2006, p.6) “foram estabelecidos segundo o critério da concentração de determinadas características, no que se refere ao seu desenvolvimento”. O primeiro período, segundo a autora, vai de 1939 a 1972 e foi caracterizado como o “ período das regulamentações” , pois data-se desta época inúmeras tentativas de organização e reorganização do curso de Pedagogia em concordância com a legislação então fixada, prova disto são vários pareceres instituídos neste período, numa tentativa de se definir a identidade do curso e o destino profissional dos seus egressos. O segundo período é designado por “ período das indicações” , 1973 - 1978, como a própria expressão já diz, representou um conjunto de encaminhamentos proposto pelo então conselheiro Valnir Chagas ao denominado, na ocasião CFE (Conselho Federal de Educação), com vistas à reestruturação completa dos cursos superiores de formação de professores no Brasil. O terceiro, 1979 a 1998, recebeu a denominação de “período das propostas ”, ocasião em que as discussões se acirram em defesa do curso de Pedagogia, onde foram formuladas inúmeras propostas a respeito da formação do educador, numa ação coletiva, organizada e de resistência que tinha sua gênese no seio dos movimentos universitários e organismos governamentais, com a iniciativa pontual de professores e estudantes, interessados no assunto. O quarto, iniciado no fim de 1999, denominado de “ período dos decretos ”, foi marcado inicialmente por discussões acirradas em torno do decreto presidencial 3.276, de 6 de dezembro de 1999 o qual determinava que a formação dos professores para séries Iniciais fosse realizada unicamente nos cursos normais superiores. De maneira geral podemos dizer que este período se caracteriza pelas formulações de documentos de caráter impositivo firmados no âmbito da Presidência da República com a função, ainda que indireta, de estabelecer limites às funções do curso de Pedagogia. Não se pode negar que anteriormente, durante os anos vinte, alguns movimentos, impulsionaram algumas transformações na educação brasileira. Pontualmente podemos citar o Movimento da Escola Nova e o entusiasmo pela educação, que lutavam por projetos culturais, científicos e profissionais voltados para a educação, dentre eles, pela implantação de universidades no Brasil. O movimento escolanovista rompeu com o que até então havia se constituído em termos de educação, contribuindo para a configuração do modelo do professor profissional.

Em meio a este contexto foi criado em quatro de abril de 1939, por meio do decreto Lei n.1.190, instituído e organizado pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, “o curso de Pedagogia que teve por objetivo inicial formar técnicos, para várias áreas, inclusive para o setor pedagógico, bacharéis e licenciados (BRZEZINSKI, 1996). Este documento estabelecia uma espécie de “padrão federal”, no qual tiveram que se adaptar todos os cursos oferecidos pelas demais instituições do país. E é a partir de tal legislação que datamos o início do “ período das regulamentações ”, onde por várias vezes a do curso de Pedagogia esteve questionada. Nos moldes em que o curso de Pedagogia foi regulamentado já dava indícios daquele que seria o seu problema fundamental: o da indefinição do profissional a ser formado. Em outras palavras, desde sua criação e ainda durante muito tempo, o profissional de Pedagogia não teve sequer uma definição sobre que tipo de profissional o curso pretendia formar na medida em que não dispunha de um campo profissional que o demandasse, prova disso é a característica composição de currículos inadequados dentro do curso ( BISSOLLI DA SILVA, 2006). Assim, introduzido pelo Decreto-Lei 1.190/39 simplesmente como pedagogo, sem se fazer acompanhar por alguma referência sobre a sua destinação profissional, e sob a suspeita de que o curso de Pedagogia não ter um conteúdo próprio que justificasse a sua criação e permanência, não se percebia, na época, as ocupações a serem preenchidas por esse profissional, além das que já eram instituídas pelo Ministério da Educação. Essa falta de referência quanto à destinação profissional do estudante de Pedagogia foi reforçada, como vimos, pela uniformização do curso, que em 1939, decorria da concepção normativa da época, a qual alinhava todas as licenciaturas ao denominado “esquema 3+1”, pelo qual era organizada a formação de bacharéis nas diversas áreas das Ciências Humanas, Sociais, Naturais, nas Letras, Artes, Matemática, Física, Química. Seguindo este esquema, o curso de Pedagogia concedia o título de bacharel, ao estudante que cursasse três anos de estudos em conteúdos específicos da área, quais sejam fundamentos e teorias educacionais; já o título de licenciado que permitia atuar como professor, aos que, tendo concluído o bacharelado, cursassem mais um ano de estudos, dedicados à Didática e à Prática de Ensino. Como vemos, o curso de Pedagogia dissociava o campo da ciência pedagógica, do conteúdo da Didática, na medida em que tais conteúdos eram trabalhados em cursos diferentes e de maneira isolada. Assim, percebemos que nesta época ainda não era possível definir competências e habilidades ao pedagogo, revelava-se dicotômica, entre ser técnico e ser professor, se nem mesmo esse profissional possuía um campo de atuação definido.