








Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Teoria da Literatura I. INTRODUÇÃO. O que dissemos na Introdução da aula ... Chama-se icto a sílaba tônica, ou sílabas tônicas, mais fortes do verso.
Tipologia: Notas de aula
1 / 14
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Apresentar os elementos formais do poema referentes ao ritmo e à rima.
OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá: identificar as diferenças entre o ritmo melódico, o ritmo lógico e o ritmo psicológico; comparar as características do ritmo na prosa e na poesia; reconhecer as diferenças entre os vários tipos de rima; avaliar a importância maior ou menor da rima na elaboração do poema.
PRÉ-REQUISITOS A aula 9, que contém a primeira parte do assunto que descreve o poema e seus constituintes
Teoria da Literatura I
O que dissemos na Introdução da aula anterior serve de igual modo para esta aula. Você pode se perguntar: “Se é assim, porque o conteúdo desta aula já não faz parte da aula passada?” Bem, é porque cada aula deve ser escrita em função do tempo normal de uma aula presencial e, sendo assim, não é possível estudar tudo em tão pouco tempo. Aliás, neste momento, você já percebeu que o conteúdo da Aula 17 é demasiado para se estudar em duas horas. Se essa demasia não foi evitada é devido à importância de você ter uma visão geral desses aspectos técnicos da poesia. Mesmo assim, o que está posto lá e o que você vai ver aqui ainda não é suficiente para um estudo aprofundado do assunto. Vamos, então, começar essa nova etapa, que trata do RITMO e da RIMA.
Teoria da Literatura I
Mas, cuidado! Nem sempre ocorre uma pausa no final do verso. Não raramente, o sentido de um verso continua no verso seguinte. Daí não se poder fazer uma pausa no final. A esse fenômeno se dá o nome de encade- amento ou enjambment.
Eu sei que vou te amar Por toda a minha vida eu vou te amar A cada despedida eu vou te amar desesperadamente, eu sei que vou te amar.
(Vinícius de Moraes e Tom Jobim)
Outro fenômeno do verso é o corte. Isso ocorre quando há uma pausa máxima no interior do verso, forçada pela presença de uma pontuação forte. É o que vai acontecer no meio do terceiro verso com o ponto na palavra “espanholas”.
Sopra o vento, desdobra-o, resplandecem De um lado a imagem do Cordeiro, e do outro As armas espanholas. Como assenso Da divina mansão, esparge a brisa Um chuveiro de flores sobre a imagem,
(Araújo Porto Alegre)
Dentro do ritmo melódico há que se considerar ainda o segmento melódico que é a parte do verso que constitui a unidade do ritmo. Um verso pode ter um ou mais segmentos melódicos.
Oh! que saudades / que tenho Da aurora / da minha vida Da minha / infância querida Que os anos/ não trazem mais!
(Casimiro de Abreu)
Para detectar o segmento melódico é necessário verificar onde estão a cesura e a pausa final do verso. Se o verso tiver apenas um segmento, será considerado simples (versos com até quatro sílabas métricas); se tiver mais de um segmento melódico, será considerado composto (versos com mais de quatro sílabas métricas).
O poema e seus constituintes (2ª parte) (^) Aula 10
c) ritmo psicológico (ou interior) – característico do verso livre, que não se preocupa com a forma de musicalidade do verso medido e deixa a cargo do leitor a percepção do clima poético.
Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam. Não faças poesia com o corpo, esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
(Drummond)
(Fonte: http://brunogodinho.zip.net/).
Comparando a forma de organização do ritmo e do metro, podemos dizer que este último é um fator formal e exterior do poema enquanto o ritmo é algo subjetivo e está relacionado com a produção de uma certa emoção, por isso tem a ver com o interior do sujeito poético. Os apoios rítmicos do verso, ou seja, os lugares onde estão os ictos podem-se dar em qualquer sílaba a depender da preferência do poeta. En- tretanto, existem algumas convenções. Por exemplo, o verso decassílabo quando apresenta o esquema rítmico na 6ª e na 10ª sílabas chama-se heróico; quando este esquema está na 4ª, 7ª e 10ª sílabas, chama-se provençal; e quando ocorre na 4ª, 8ª e 10ª sílabas, chama-se sáfico.
A rima é a semelhança ou igualdade de som. Ela pode ocorrer no final de versos diferentes, no interior do mesmo verso ou ainda no final de um verso com o interior de outro. Mas a rima não é um dado intrínseco ao po- ema e nem sempre existiu. Entre os gregos e os romanos ela não aparecia. Mas aqui nós vamos estudá-la. Então, comecemos.
Ver glossário no final da Aula
O poema e seus constituintes (2ª parte) (^) Aula 10
A rima é classificada em relação a cinco aspectos: disposição, qualidade, som, intensidade e gênero.
Filho meu, tesouro mago de todo esse afeto vago... Filho meu, torre mais alta de onde o meu amor se exalta.
(Cruz e Sousa)
Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso, Que te elevas da noite na orvalhada? Tens a face nas sombras mergulhada... Sobre as névoas te libras vaporoso...
(Castro Alves)
Minh’alma é triste como a flor que morre Pendida à beira do riacho ingrato. Nem beijos dá-lhes a viração que corre, Nem doce canto o sabiá do mato!
(Casimiro de Abreu)
Acorda! à ave na selva, Às flores no agasalho Da relva;
À aranha em cuja corda Treme a gota de orvalho: Acorda!
Ver glossário no final da Aula
Teoria da Literatura I
Do caniçal às flechas, do matagal às ramas; implexas; (Alberto de Oliveira)
(Guilherme de Almeida)
INTERNA – é aquela que se dá dentro do verso. As rimas internas se subdividem em:
Pedro pedreiro penseiro esperando o trem... que já vem, que já vem, que já vem...
(Chico Buarque de Holanda)
Carinhosa e doce, ó Glaura, Vem esta aura lisonjeira,
(Silva Alvarenga)
(Fonte: http://img.olhares.com).
Teoria da Literatura I
Raras – quando a rima se dá com palavras pouco utilizadas para a rima.
Para que não ter por ti desprezo? Por que não perdê-lo? Ah, deixa que eu te ignore... O teu silêncio é um leque – Um leque fechado, um leque que aberto seria tão belo, tão belo,
Mas mais belo é não o abrir, para que a Hora não peque...
(Fernando Pessoa)
Destes penhascos fez na natureza O berço em que nasci: Oh! quem cuidara, Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza!
(Cláudio Manuel da Costa)
Essa rima se subdivide em: suficiente e opulenta.
Pintei-lhe outra vez o estado, em que estava esta alma posta; não me deu também resposta, constrangeu-se e suspirou. (Tomás Antônio Gonzaga)
Rima toante – é aquela que se dá apenas na vogal tônica final do verso.
O cristal do Tejo Anarda Em ditosa barca sulca; Qual perla, Anarda se alinda, Qual concha, a barca se encurva.
(Botelho de Oliveira)
O poema e seus constituintes (2ª parte) (^) Aula 10
Rima impura – é aquela em que o timbre da vogal tônica é diferente.
O coração é o colibri dourado Das veigas puras do jardim do céu. Um – tem o mel da granadilha agreste, Bebe os perfumes, que a bonina deu.
Um sussurro também, em sons dispersos, Ouvia não há muito a casa. Eram meus versos. De alguns, talvez, ainda, os ecos falarão. E em seu surto, a buscar eternamente o belo, misturado à voz das monjas do Carmelo, subirão até Deus nas asas da oração.
(Alberto de Oliveira)
Ah! quanto custa, ó Deus, ver as crianças pálidas! Pobres botões em flor! pobres gentis crisálidas!
(Guerra Junqueiro)
Logo, toda rima masculina é aguda, e toda rima feminina é grave.
O poema e seus constituintes (2ª parte) (^) Aula 10
(Gonçalves Dias)
b) Em mim também que descuidado vistes, Encantado e aumentando o próprio encanto, Tereis notado que outras cousas canto Muito diversas do que outrora ouvistes”
(Olavo Bilac)
a) ( ) Cesura é o nome que se dá à pausa no fim da estrofe. b) ( ) O ritmo melódico é o organizado pela alternância de vozes tônicas culminantes e pausa alternadas. c) ( ) O segmento melódico é a unidade do ritmo mecânico. d) ( ) Rimas encadeadas são aquelas que se verificam no final de um verso com o final do verso seguinte. e) ( ) Rima aguda é aquela que se dá entre palavras paroxítonas. f) ( ) A rima rara ocorre com palavras cuja terminação não é comum. g) ( ) O ritmo lógico é característico do verso livre. h) ( ) Icto são as sílabas tônicas principais do verso. i) ( ) Quanto à qualidade, a rima pode ser pobre, rica e rara. j) ( ) Corte é a pausa forte no interior do verso.
Na próxima aula você entenderá como funciona a natureza da crítica literária.
Teoria da Literatura I
ALVES, Castro. Espumas flutuantes e outros poemas. São Paulo: Ática,
ANDRADE, Carlos Drummond. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar,
CANDIDO, Antonio e CASTELO, Aderaldo. Presença da literatura brasileira I. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1973. TAVARES, Hênio. Teoria literária. Belo Horizonte: Villa Rica Editora,
Cinamomo: Planta ornamental.
Pomos: Frutos
Assenso: Aceitação; adesão.
Infenso: Contrário, que não deixa se aproximar.
Rio: Neste trecho do poema Cão sem plumas, este rio é o Capibaribe
Libras: 2ª pessoa do singular do verbo librar, que significa estar suspenso, pôr em equílibrio.
Veiga: Várzea, terreno plano cultivado
Granadilha: Espécie de maracujá.
Bonina: Planta ornamental.
Tapiz: Tapete.