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Um relatório sobre um projeto didático que se dedica à análise da perceção visual e seu impacto no desenho de figura humana. O relatório aborda as aprendizagens de uma turma, a progressão de suas capacidades de desenho e a exploração de temas como o desenho de observação, desenho gestual, desenho cego e ilustração. Além disso, o documento oferece uma breve história do desenho e aborda os instintos do desenho e os erros comuns na prática.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Teresa Maria Freitas do Vale
Mestrado em Ensino de Artes Visuais Relatório da Prática de Ensino Supervisionada Orientado pela Professora Doutora Odete Rodrigues Palaré 2020
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Eu, Teresa Maria Freitas do Vale, declaro que o presente Relatório da Prática de Ensino Supervisionada de mestrado intitulado “Inteligência visual: O papel da perceção visual no rigor do Desenho de Retrato e Figura Humana”, é o resultado da minha investigação pessoal e independente. O conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas na bibliografia ou outras listagens de fontes documentais, tal como todas as citações diretas ou indiretas têm devida indicação ao longo do trabalho segundo as normas académicas.
O Candidato
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O presente relatório de Prática de Ensino Supervisionada do Mestrado em Ensino de Artes Visuais centra-se sobre a planificação, concretização e análise de um projeto pedagógico realizado na Escola Secundária de Caneças. No âmbito da disciplina de Desenho A, durante o 2.º semestre do ano letivo 2019/2020, numa turma de 11.º ano do Curso Geral de Artes Visuais. Uma característica que distingue este projeto de outros semelhantes é que foi construído de forma partilhada com outra mestranda, colega de licenciatura e mestrado que concordou realizar o estágio na mesma turma e também criar um projeto pedagógico conjunto, visto que os nossos temas se complementam. O objetivo da presente investigação assume duas vertentes fundamentais. A primeira que se debruça sobre a análise da perceção visual, sendo esta entendida como a coordenação mão-visão e também o processamento mental de imagem, e como esta afeta o rigor no desenho e a segunda incidirá em exercícios práticos e conhecimentos teóricos com o objetivo de desenvolver a capacidade de representação de figura humana por parte dos alunos. Sendo possível afirmar que o projeto foca as aprendizagens de uma turma, e a progressão das suas capacidades de desenho, no decorrer da implementação desta unidade didática, que teve como objetivo central o aperfeiçoamento da capacidade de desenho dos alunos. O projeto da outra colega tem o mesmo ponto central, mas, enquanto que o presente projeto aborda um desenho mais rigoroso, o da minha colega foca-se no desenho gestual e de expressão. Dito isto, e com um total de sete aulas lecionadas, de 90 + 45 minutos cada. As aulas debruçaram-se sobre temas como o desenho de observação, desenho gestual, desenho cego, Block-In , ilustração, retrato e desenho de figura humana, com um conjunto de temáticas que tiveram como objetivo proporcionar a abertura de horizontes nos alunos.
Palavras-chave: Desenho, Perceção Visual, Educação Visual, Retrato, Desenho de Figura Humana
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This Supervised Teaching Practice report of the Master in Teaching of Visual Arts reflects on the planning, implementation, and analysis of a pedagogical project carried out at the Escola Secundária de Caneças. Within the discipline of Drawing A, during the 2nd semester of the academic year 2019/2020, in a class of 11th year of the General Course of Visual Arts. A characteristic that distinguishes this project from other similar ones is that it was done in partnership with another teacher who was also implementing her own Teaching Practice report, Diana Andrade, a graduate and master colleague agreed to carry out the internship in the same class and also create a joint pedagogical project since our themes complement each other. The objective of the present investigation assumes two fundamental aspects. The first focuses on the analysis of visual perception, which is understood as hand-vision coordination and also mental image processing, and how it affects rigor in drawing and the second will focus on practical exercises and theoretical knowledge to develop students' ability to represent a human figure. It is possible to affirm that the project focuses on the learning of a class, and the progression of their drawing skills, during the implementation of this didactic unit, where the central objective is the improvement of the drawing ability of the students. Diana's project has the same central point, but while my project addresses a more rigorous design, Diana focuses on gestural and expression design. That said, and with a total of seven classes taught, 90 + 45 minutes each. The classes focused on themes such as observation drawing, gesture drawing, blind drawing, Block in, illustration, Portrait, and drawing of Human Figure. An amalgamation of themes that aimed to open horizons in students.
Keyword : Drawing, Visual Perception, Visual Education, Portrait, Human Figure Drawing
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Figura 64 - Opinião dos alunos e relação ao exercício de retrato, realizado na sexta aula
Este relatório relativo à prática de ensino supervisionado, no âmbito do Mestrado em Ensino de Artes Visuais da Universidade de Lisboa, tem como objetivo apresentar uma proposta de trabalho que visa aperfeiçoar e estimular os conhecimentos teóricos e práticos do desenho, através do desenvolvimento da perceção visual dos alunos, mas também de encorajar a capacidade de análise e reflexão crítica, numa turma de 11.º ano do Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais, da Escola Secundária de Caneças. O presente relatório será composto, essencialmente, por duas partes: a Parte I é constituída pelo Enquadramento Teórico, onde serão aprofundados os conteúdos relevantes para a implementação desta unidade de trabalho; na Parte II será apresentado o projeto, desenvolvido nas suas vertentes de conceção, implementação e posterior análise da Unidade Curricular, que inclui, a caracterização do meio escolar, a descrição e planificação das estratégias e das atividades desenvolvidas, instrumentos, metodologias e recursos utilizados, pressupostos de avaliação e por fim a análise dos resultados obtidos. O primeiro capítulo do enquadramento teórico é dedicado ao entendimento da adolescência, tendo em consideração que os indivíduos alvo deste projeto são os alunos, e o seu progresso no desenho. Num primeiro momento será discutida a Adolescência e as suas características. De seguida, serão abordadas três teorias que se debruçam sobre a adolescência: (i) Teoria de Desenvolvimento Cognitivo de Jean William Fritz Piaget (1896 - 1980), um dos mais importantes pensadores do século XX; (ii) Teoria dos Estágios de Desenvolvimento Moral de Kohlberg; (iii) e por fim, a Teoria Psicossocial do Desenvolvimento de Erikson. Ainda dentro da temática da adolescência, iremos abordar a Teoria da Autodeterminação, uma metateoria compostas por seis mini teorias, das quais só iremos debruçar-nos sobre as três que foram mais pertinentes para o desenvolvimento deste projeto: (i)Teoria da Avaliação Cognitiva: Motivação Intrínseca; (ii)Teoria da Integração Organísmica: Motivação Extrínseca; (iii) e a Teoria da Motivação do Relacionamento. Para terminar este capítulo será então discutido o conceito da Autoestima. O motivo que nos levou a escolher este tema foram as claras oscilações de autoestima entre os alunos da turma que constituiu o estudo de caso, uma vez que foi observado que existem alunos com níveis de autoestima muito divergentes, e dentro desses grupos há problemáticas que interferem com o comportamento e os resultados dos alunos em sala de aula.
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O segundo capítulo do enquadramento teórico será dedicado a um dos pontos mais importantes deste relatório, a Perceção Visual, mas também à sua importância para o artista e na prática do desenho. Num primeiro momento será apresentada a perceção visual inspirando- nos no pensamento de Donald D. Hoffman; posteriormente, será discutido o seu papel e importância para o desenho, que remete para as duas teorias ordenadoras do funcionamento da perceção visual: Top-Down e Bottom-Up. Quanto à primeira ordenadora, parte do princípio que os conhecimentos do indivíduo influenciam a sua perceção visual, a segunda, por outro lado, defende que para realizar um bom desenho é necessário que o indivíduo se abstraia e se “esqueça” dos seus conhecimentos para poder focar-se no objeto de forma abstrata. Ainda no segundo capítulo, o segundo ponto é dedicado à Representação Visual, centrada na Galeria Mental, que tenta entender os conhecimentos e experiências que os artistas adquirem através de vários processos, desde o desenho até à simples observação do seu entorno; e no papel da Memória Visual na perceção de um objeto. E para terminar será tratada a relação bidirecional entre a Mão e o Olho, e de que forma isto se pode refletir no desenho. O terceiro capítulo deste relatório debruça-se sobre o Desenho, apresentando uma pequena história relacionada com este tipo de arte para servir como contextualização, para depois explorarmos dois tópicos fundamentais do enquadramento teórico: (i) o Instinto do Desenho; (ii) e os Erros mais comuns na prática do desenho. De seguida, será apresentado o programa da Disciplina de Desenho A e as Aprendizagens essenciais da mesma, dois documentos fundamentais para este relatório. Este capítulo termina com dois subcapítulos: o primeiro sobre o Desenho de Figura Humana; e outro dedicado ao Retrato, onde se apresentam as informações retiradas de autores como Betty Edwards e Artur Ramos e que fundamentam as apresentações mostradas aos alunos. A Parte II constitui-se por um conjunto de capítulos onde são apresentadas a conceção do Projeto Pedagógico, o Problema, os Objetivos e a Metodologia da Investigação, assim como a Unidade Didática e a Planificação das Aulas. Nesta segunda parte, é apresentada a Caraterização do Meio Escolar, que expõe informações sobre o contexto geográfico, caraterização do Agrupamento e da Escola Secundária de Caneças, funcionamento e Projeto Educativo. Posteriormente é apresentada a turma onde o projeto decorreu, expondo a análise do Inquérito Inicial da atividade. Para terminar, são apresentados os alunos que foram escolhidos para o seguimento do seu progresso.
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Historicamente, a adolescência tem sido entendida como um período de transição entre a infância e a idade adulta. Hoje, no entanto, é provável que os escritores descrevam esse período como uma de múltiplas transições, envolvendo educação, treinamento, emprego e desemprego, bem como transições de uma circunstância viva para outra. (Coleman, John & Roker, Debi. 1998: 593)
E, embora adolescência esteja associada a idades compreendidas entre os 12 e os 18, as suas manifestações físicas, psicológicas ou culturais podem começar mais cedo e terminar mais tarde. Por isso, considera-se que a idade é apenas um marcador de aproximação. Para adquirir uma compreensão completa da adolescência na sociedade é necessário adquirir informações de diferentes campos, incluindo psicologia, biologia, história, sociologia, educação e antropologia. Dentro de todas essas perspetivas, parece existir um consenso de que a adolescência é, como já foi mencionado anteriormente, um período de transição entre a infância e a idade adulta, cujo objetivo cultural é a preparação das crianças para os papéis dos adultos (Larson, 2004). No entanto, o entendimento sobre o que é a Adolescência tem se vindo a alterar de forma exponencial nas últimas décadas. Quando Arnett (2000) propôs a sua teoria da Idade Adulta Emergente, tinha como um dos seus objetivos chamar a atenção para a faixa etária do final da adolescência até meados dos 20 anos, como um novo período do curso da vida nas sociedades industrializadas, com caraterísticas distintas. Atualmente é possível afirmar que a adolescência é mais que uma fase de preparação para os problemas da vida adulta, mas também é um período de investigações e descobertas onde os jovens tentam, de forma ativa, construir a sua personalidade. Em termos biológicos a adolescência pode ser definida como a transição física marcada pelo início da puberdade e a interrupção do crescimento físico. As principais alterações corporais incluem alterações nos órgãos sexuais, altura, peso e massa muscular, contanto também com grandes alterações na estrutura e organização do cérebro. Mas é também, durante este período, que os avanços cognitivos abrangem tanto a capacidade de pensar de forma abstrata, como de raciocinar com mais eficácia.
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1.1.1 Teoria de Desenvolvimento Cognitivo de Piaget Esta teoria encontra-se dividida em quatro estágios, que por sua vez são agrupadas com diferentes idades, sendo que em cada uma das etapas Piaget estudou como as crianças conseguiam desenvolver as suas habilidades cognitivas. Estas ações e operações podem ser classificadas através de quatro estágios propostos por Piaget, nomeadamente: (i) o estádio Sensório-Motor (que está presente até ao segundo ano de vida); (ii) o Intuitivo ou Pré-operatório (que se insere entre os dois e os sete anos); (iii) as Operações Concretas (presente dos sete e os dez anos); (iv) e por fim as Operações Formais (que inicia por volta dos onze). Cada estádio prossegue o anterior, portanto, não é possível saltar um dos estádios neste processo sequencial, sendo, no entanto, possível haver uma criança que atravesse estes estágios de forma mais lenta ou mais rápida, ou seja, as idades propostas por Piaget são uma variável e assumem-se apenas como indicador e não como um critério. Para este projeto iremos focar apenas a última fase, ou seja, as Operações Formais. Sendo necessário apontar que na passagem para este estádio acontecem alterações importantes ao nível da estrutura do pensamento. No estádio anterior o pensamento encontra- se limitado pela realidade, pelo concreto, por outro lado, o estádio das Operações Formais caracteriza-se, essencialmente, pela primazia do pensamento, de conceitos e relações abstratas, assim como pelo raciocínio hipotético-dedutivo (Sprinthall & Sprinthall, 1990), onde o adolescente torna-se capaz de ponderar probabilidades e hipóteses. Neste período, a criança liberta-se do concreto e parte para um mundo abstrato, o que possibilita a construção de pensamentos de forma lógica, e isto, proporciona uma maior abrangência, e também mais hipóteses, para a de resolução de problemas. Com a aquisição do raciocínio formal, aparece a capacidade de pensar de forma consciente e de representar os sentimentos. Como resultado disso, também surge a habilidade de interpretar criticamente o pensamento e de criar teorias autonomamente através de ideologias próximas. Segundo Piaget, o adolescente desenvolve a capacidade denominada “Metacognição” ou “Pensamento Alargado”, isto permite que o jovem consiga refletir sobre o seu próprio pensamento e sobre o mundo que o rodeia, o desenvolvendo autonomamente
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colocados em diferentes dilemas morais, tendo sido analisado a forma de raciocínio moral exibida, em vez da sua conclusão. No primeiro nível, pré-convencional, e no seu primeiro estágio comum a crianças e animais, embora adolescentes e adultos também possam exibir este nível de pensamento, os indivíduos julgam a moralidade de uma ação pelas suas consequências diretas, preocupando- se exclusivamente com o Eu. Ou seja, isto relacionado com os primeiros estágios de Piaget, uma criança que se encontre no primeiro estágio ainda não absorveu as convenções da sociedade, e concentram-se nas consequências diretas que as ações têm sobre elas. Quanto ao segundo estádio está relacionado com a conveniência das ações e o que o indivíduo pode ganhar se realizar determinada ação. O comportamento correto é definido por algo que o indivíduo acredite que possa ser do seu melhor interesse. É possível afirmar que o segundo nível é o mais pertinente para este projeto, denominado de nível convencional e onde indivíduos que demonstram este julgamento moral são caracterizados pela sua aceitação das convenções morais da sociedade. Obedecem às regras e seguem as normas da sociedade, mesmo quando não há consequências para a obediência ou a desobediência. Quando inserido no terceiro estágio o indivíduo entra na sociedade conforme os padrões sociais, sendo indivíduos recetivos à aprovação ou desaprovação de outros, o que resulta que este sujeito tente ser “bom menino” ou uma “boa menina” com o intuito de corresponder a essas expetativas (Kohlberg, 1973). Já no quarto estágio é dada grande importância à obediência de leis e convenções sociais devido à sua importância na manutenção de uma sociedade em funcionamento. Isto ultrapassa a necessidade de aprovação individual, que é o foco no estágio anterior, e foca-se no dilema entre o que é certo e o que é errado. Se alguém violar alguma lei essa pessoa está, automaticamente, errada, pois é moralmente errado. Segundo Kohlberg a maioria dos membros ativos da sociedade permanece neste estágio onde a moralidade ainda é predominantemente ditada por uma força externa O último nível desta teoria, denominado de pós-convencional é marcado pela compreensão que as pessoas são entidades separadas da sociedade e que a perspetiva de cada indivíduo por ter precedência sobre a visão da sociedade. Os sujeitos enquadrados neste grupo vivem de acordo com os seus próprios princípios éticos. E embora este seja um estágio atribuído muitas vezes a adultos, existem exemplos de adolescentes que já se encontram neste estado de desenvolvimento moral como, por exemplo, Greta Thunberg e Malala Yousafzai. Os indivíduos do quinto estágio “acreditam basicamente que uma boa sociedade é mais bem
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concebida como um contrato social no qual as pessoas entram livremente para trabalhar em benefício de todos” (Crain, 2005: 165). Vêm a sociedade como uma aglomeração de diferentes direitos e valores onde as leis são guias sociais e não imposições rígidas. A diferença entre o quinto e o sexto estágio é que, teoricamente, membros do último têm uma conceção mais clara e abrangente dos princípios universais, o indivíduo age porque está certo, e não porque evita punições, é do melhor interesse deles, esperado, legal ou previamente acordado. Embora Kohlberg, até 1975, tenha classificado participantes do seu estudo como indivíduos do sexto estágio a verdade é que o teórico tinha encontrado muito poucos indivíduos que pensavam dessa forma consistentemente (Crain, 2005: 165). O que levou a que a Kohlberg a catalogar o sexto estágio como “teórico” e a retirá-lo do seu manual (Colby et al., 1987a, pp. 35–40).
1.1.3 Teoria Psicossocial do Desenvolvimento de Erikson Erik Homburger Erikson (1902–1994) foi um psicólogo e psicanalista do desenvolvimento germano-americano conhecido pela sua teoria sobre o desenvolvimento psicológico dos seres humanos. Segundo o autor, o ambiente em que uma criança vive é crucial para proporcionar crescimento, adaptação e fonte de autoconsciência e identidade. A Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, criada na segunda metade do século XX identifica oito estágios pelos quais um indivíduo em desenvolvimento deve passar, desde a infância até a idade adulta. Caracteriza um indivíduo que avança através dos oito estágios da vida em função da negociação das suas forças biológicas e socioculturais. Cada estágio é marcado por uma crise psicossocial dessas duas forças incompatíveis. Se um indivíduo de fato concilia com sucesso essas forças (favorecendo o primeiro atributo mencionado na crise), o ego é fortalecido e enriquecido, caso contrário, se o desfecho for negativo o resultado é um ego mais fragilizado. De acordo com as experiências vividas, a personalidade do sujeito estará em constante estado de estruturação, reformulação e o ego está numa contínua condição de se adaptar aos sucessos e fracassos. De acordo com Erikson, as várias crises do ego são as seguintes: Confiança Básica VS Desconfiança Básica; Autonomia VS Vergonha e Dúvida; Iniciativa VS Culpa; Diligência VS Inferioridade; Identidade VS Difusão de Identidade; Intimidade VS Isolamento; Generatividade VS Estagnação; e Integridade VS Desespero. Dos estágios presentes, o quinto “Identidade versus Difusão de Identidade” é o mais pertinente para esta investigação. Enquadrando-se entre os doze e os dezoito anos a pergunta