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O PAPEL DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Monografia submetida à aprovação. Coordenação do Curso de Pedagogia do. Centro Superior do Ceará, como requisito.
Tipologia: Notas de estudo
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Monografia submetida à aprovação Coordenação do Curso de Pedagogia do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de licenciatura em Pedagogia.
Aos meus pais, José Antônio e Silvana pelo carinho e educação que sempre me proporcionaram. Ao meu marido Iagor pelo apoio e incentivo incondicional nas minhas escolhas e aos meus colegas de faculdade. Aos professores do curso de Pedagogia. E a Deus que abençoa a realização dessa grande conquista.
Primeiramente agradeço a Deus, que com a sua infinita misericórdia têm abençoado a realização desta grande conquista. Aos meus pais e ao meu irmão pelo apoio e carinho. Ao meu marido Iagor Pimentel, pelo seu amor, companheirismo e também por acreditar na minha capacidade e por apoiar minhas escolhas. As minhas colegas de curso: Rosimary Pastor Carneiro, Maria Margalyer Figueiredo, Ana Caroline Oliveira, Suzana Amaral, Evaneida Soares, Maria Lili Almada, Jéssica Nayane e Rebeca Castro pelo incentivo. A minha orientadora, Patricia Campêlo do Amaral Façanha, por acreditar e aceitar a tarefa de orientar com dedicação este trabalho. Aos professores, Luiza Lúlia Feitosa Simões e Humberto de Oliveira Santos Júnior, por aceitarem participar da banca examinadora desta monografia.
Esta monografia tem o objetivo de apresentar o papel da música na educação infantil, assim como seus conceitos, objetivos e princípios norteadores. Para compreender a importância da música na educação infantil como etapa garantida pelas políticas públicas, um breve histórico sobre estas categorias foi traçado no decorrer da discussão teórica. Foram abordadas teorias que permitiram a compreensão do desenvolvimento da aprendizagem na educação infantil; a caracterização da música e sua trajetória no mundo e no Brasil; a análise dos benefícios que a educação musical pode proporcionar no ensino, desenvolvimento e aprendizagem infantil; e a identificação de métodos didáticos que proporcionam a prática da música na educação infantil de maneira adequada. A distribuição explicativa da pesquisa foi estruturada em três tópicos nos quais a pesquisa aborda: a educação infantil (fala sobre a educação infantil, com base na lei de bases e diretrizes da educação e no referencial curricular para a educação infantil, analisa também a trajetória evolutiva do ensino infantil no Brasil e no mundo e enfatiza a visão de Vygotsky, Piaget e Gordon); a música (relatando seus aspectos gerais, caracterizando-a, traçando uma linha do tempo explicativa sobre a musicalidade no mundo e no Brasil); música e educação (abordando as contribuições da música no cenário escolar infantil, enfatizando as incumbências da escola e do educador para com o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa e de qualidade pautada na musicalidade).
Palavras-chaves: Educação Infantil; Música; Desenvolvimento e Aprendizagem Infantil.
This monograph aims to present the role of music in early childhood education, as well as their concepts, objectives and guiding principles. To understand the importance of music in early childhood education as guaranteed by public policy step a brief history of these categories was plotted over the theoretical discussion. Theories that led to the understanding of the development of learning in early childhood education were addressed; featuring the music and its history in the world and in Brazil, the analysis of the benefits that music education can provide in education, child development and learning, and identification methods textbooks that provide practice of music in early childhood education adequately. The distribution of explanatory research was structured in three topics in which research approaches: early childhood education (talks about early childhood education , based on the basic law and guidelines of education and curriculum framework for early childhood education , also analyzes the evolutionary trajectory of infant education in Brazil and in the world and emphasizes the vision of Vygotsky , Piaget and Gordon), music (reporting their general aspects, characterizing it by drawing a line of explanatory time on the musicality in the world and in Brazil), and music education (addressing the contributions of music in children's school setting , emphasizing the duties of school and the educator to the development of meaningful learning and quality guided in musicality).
Keywords: Childhood Education, Music, Child Development and Learning.
na educação infantil, visando entender as contribuições da musicalidade para o desenvolvimento infantil. Os objetivos específicos que nortearam esta pesquisa foram: Compreender o desenvolvimento da aprendizagem na educação infantil; Caracterizar a música e sua trajetória no mundo e no Brasil; Analisar os benefícios que a educação musical pode proporcionar no ensino, desenvolvimento e aprendizagem infantil; Identificar métodos didáticos que proporcionam a prática da música na educação infantil. Desta maneira, a pesquisa foi estruturada visando enfatizar as possibilidades da utilização da música como instrumento pedagógico, expondo durante o estudo sua importância nas relações de aprendizagem e desenvolvimento infantil. Foi utilizada para a realização deste trabalho a pesquisa bibliográfica, por meio da leitura de livros e artigos. Procurando estabelecer uma contenda sobre o papel da música na educação infantil, com o intuito de apresentar maneiras de aplicar a música como mais uma ferramenta pedagógica que auxilie no desenvolvimento global das crianças assim como na sua aprendizagem. A pesquisa apresentada neste discurso foi de caráter bibliográfico que acarretou um aprofundamento maior sobre o assunto dissertado, аtravés de uma seleção de vários autores renomados que abordam em suas obras a temática abordada na pesquisa. De acordo com Teixeira (2013), essa pesquisа é desenvolvida baseada nas contribuições de diversos autores que trabalharam determinado assunto relacionado com o objeto dа pesquisa, perante consulta a documentos no qual os dados e informações desses autores receberam um tratamento cientifico. Para enriquecer o conteúdo teórico da pesquisa, a análise bibliográfica aplicada utilizou diversos teóricos dos quais podem se destacar: Oliveira (2002), Vygotsky (1991), Gordon (2000), Jeandot (1999), Teberosky (2000), Brasil (2010) e Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998). A partir da análise das informações obtidas através da pesquisa bibliográfica, buscou-se apresentar a importância da música nas relações de aprendizagem no desenvolvimento infantil.
Estruturada em três momentos a pesquisa aborda em seu referencial teórico a sequencia de reflexões apresentadas: 1º momento – Faz uma abordagem geral sobre a Educação Infantil, abordando a Lei de Bases e Diretrizes da Educação e o Referencial Curricular para a Educação Infantil. Analisa também a trajetória evolutiva do ensino infantil no Brasil e no mundo e enfatiza a visão de três autores (Vygotsky, Piaget e Gordon) a respeito de como ocorre o desenvolvimento da aprendizagem no ensino infantil; 2º momento - Caracteriza a música e traça uma linha do tempo explicativa da musicalidade entre as principais eras do mundo e do Brasil; 3º momento – Aborda as contribuições da música no cenário escolar infantil, enfatizando as incumbências da escola e do educador para com o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa e de qualidade pautada na musicalidade.
3.1 Conceito e considerações gerais
A educação infantil de acordo com as determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei 9.394/96) é a primeira etapa da educação básica, que corresponde ao período escolar oferecido em creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade e pré-escolas para as crianças de quatro a cinco anos de idade, período para se integrarem na educação básica antes de sua entrada no ensino obrigatório. No entanto antes o pré-escolar atendia até os seis anos de idade, mas as medidas legais modificaram o atendimento das crianças e os alunos com seis anos de idade atualmente devem estar matriculados obrigatoriamente no primeiro ano do Ensino Fundamental. Em 5 de janeiro de 2006 o Ministério da Educação e Cultura (MEC) estipulou a lei nº12.796 que determina como idade obrigatória para o inicio do estudo na educação infantil os quatro anos de idade e para o ensino fundamental os seis anos de idade, ressaltando o dever do Estado de garantir o acesso a educação básica para os indivíduos com faixa etária de quatros a dezessete anos de idade, contidos no art. 6o^ da LDB. (BRASIL, 2012). Ainda segundo a LDB em seu artigo 29:
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996).
A educação infantil nem sempre foi considerada de suma importância no cenário escolar, as primeiras instituições de atendimento a criança possuíam apenas a função de proporcionar subsídios básicos aos menores integrantes das classes desfavorecidas. A educação era uma ferramenta utilizada para amenizar as problemáticas sociais da população, atribuindo desta maneira um caráter de assistencialismo ao ensino. (BRASIL, 1998). Diante da problemática existente nas questões metodológicas e práticas de ensino, foram idealizados norteadores curriculares na tentativa de proporcionar
elementos pedagógicos necessários à aplicação de um currículo crítico, reflexivo, capaz de contribuir de forma adequada com o desenvolvimento educacional do aluno. A partir de 1998, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI (BRASIL, 1998), como documento de orientação metodológica para a educação infantil.
Apontar metas de qualidade que contribuam para que as crianças tenham um desenvolvimento integral de suas identidades, capazes de crescerem como cidadãos cujos direitos à infância, são reconhecidos. (BRASIL, 1998, v.1, p.7).
Configurando-se como um nível de educação específica, a educação infantil desde 1998 norteia suas práticas através do RCNEI, que exerce a função de nortear as práticas educacionais, a fim de fornecer um ensino qualitativo e significativo para a criança, desenvolvendo suas capacidades de forma integral. (PACIEVITCH, 2011). Essa mesma autora aponta em seu artigo que o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil sugere que devem ser orientados os seguintes eixos temáticos: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade, e Matemática, pois apresenta a tríade do cuidar da criança em espaço formal, contemplando a alimentação e a limpeza, o brincar e o educar, sempre respeitando o caráter lúdico das atividades, com ênfase no seu desenvolvimento integral. O RCNEI especifica esta tríade de concepções e objetivos para a formação da criança, e as instituições de educação infantil devem de maneira integrada incorporar as funções de educar e cuidar, que podem oferecer às crianças condições para as aprendizagens, as brincadeiras nas atividades pedagógicas sendo orientadas por um adulto instruído de forma intencional ou direcionada. Sendo importante ressaltar, que essas aprendizagens, de natureza diversa, ocorrem de maneira articulada no processo de desenvolvimento infantil sendo, portanto, importante para a instituição de educação infantil entender os significados e sua representação para a criança. (BRASIL, 1998). Ainda segundo BRASIL (1998, v.1):
os estímulos educativos têm maior poder de influência sobre a formação da personalidade e o desenvolvimento da criança. Trata-se de um tempo que não pode estar descurado ou mal orientado. Esse é um dos temas importantes para o PNE”. (BRASIL, 2001). Portanto a educação infantil é a primeira etapa da educação básica, antes do ingresso da criança no ensino obrigatório, que consiste em estabelecer sua base de formação em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectuais, sociais, emocionais, e da personalidade, pois é nesse período que ela tem suas primeiras experiências de vida, que são as mais marcantes na sua história, quando são positivas tendem a motivar atitudes de autoconfiança, cooperação, responsabilidade. A educação infantil inaugura a educação da criança, sendo importante para o seu desenvolvimento e seus aprendizados posteriores. (BRASIL, 2013). Pode-se compreender então, que é no ensino infantil que a criança obterá estímulos que proporcionarão seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional, no que cabe ao educador gerar situações de aprendizagens dinâmicas que contribuam para uma formação integral e significativa do ser.
3.2 O surgimento da educação infantil no mundo
A idade média era caracterizada por seu modo feudal, em que os senhores de terras determinavam suas leis, valores e cultura por possuírem direitos e poderes na sociedade medieval, eles tratavam as crianças como adultos em miniaturas, elas tinham as mesmas funções dos adultos, e o que aprendiam as ajudava na sua vida, pois eram vistas como seres incapazes. Esta forma de lidar com as crianças nesse período foi herdada de costumes da Antiguidade. A sociedade medieval não tinha consciência nem sentimento de infância, as crianças não se distinguiam dos adultos. Segundo Áries (1981 apud CAMBI, 1999, p. 82):
[...] as crianças na idade média, tem um papel social mínimo, sendo muitas vezes consideradas no mesmo nível que os animais (sobretudo pela altíssima mortalidade infantil, que impedia um forte investimento afetivo desde o nascimento), mas não na sua especificidade psicológica e física, a tal ponto que são geralmente representadas como “pequenos homens”, tanto na vestimenta quanto na participação na vida social. Até seus brinquedos são os mesmos dos adultos, e só com a época moderna é que se irá delineando uma separação.
Segundo o autor citado, as famílias pobres da idade média praticavam muito o infanticídio por terem muitos filhos e não terem como criá-los e alimentá-los, este tipo de prática era condenado pela igreja, mas era praticado e camuflado como acidente. Com a ascensão da Burguesia na sociedade, a igreja perdeu seu poder, surgindo duas atitudes contrárias na concepção de criança: uma considerava a criança um ser ingênuo, inocente e a outra corrente a considerava imperfeita e incompleta havendo a necessidade do adulto moralizar a criança. Desta forma a base familiar que existia na idade média muda, e essas atitudes foram transformando os fundamentos sociais, culturais, morais, econômicos e políticos, que aos poucos foram sendo superados pela chegada da sociedade moderna. De acordo com Oliveira (2002, p. 59):
Nos séculos XV e XVI, novos modelos educacionais foram criados para responder aos desafios estabelecidos pela maneira como a sociedade europeia então se desenvolvia. O desenvolvimento científico, a expansão comercial e as atividades artísticas ocorridas no período do Renascimento estimularam o surgimento de novas visões sobre a criança e sobre como ela deveria ser educada.
No século XVII, a criança passou a ter um papel central nas preocupações da família na sociedade. A educação passou a ter mais importância, surgindo também os castigos corporais como forma de disciplinar as atitudes das crianças, prática essa que se usou tanto nas escolas como na família. Com a revolução industrial as mulheres tiveram que deixar seus trabalhos domésticos para começarem a trabalhar nas fábricas. Neste período surgiram as instituições de educação infantil, que serviam mais de refúgio, devido ao abandono e maus-tratos de crianças pequenas pelos pais que trabalhavam nas fábricas. (OLIVEIRA, 200 2 , p. 16). As creches não tinham um objetivo educacional, mas sim um caráter assistencialista, referente aos cuidados com alimentação e saúde, e representava para as crianças um espaço seguro. Com a primeira guerra mundial dobrou o número de mulheres trabalhando nas fábricas devido à substituição dos homens que eram convocados, portanto houve a necessidade de abrir mais instituições públicas,