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Uma abordagem geral sobre a dispnéia e a importância da assistência de enfermagem aos pacientes dispnéicos. Estuda as condições gerais desses pacientes e a atuação da equipe de enfermagem. A dispnéia é definida como uma percepção subjetiva de dificuldade respiratória e sensação angustiante de falta de ar. A enfermeira deve conhecer os problemas relacionados à falta de ar para identificá-los, observar o paciente e planejar a assistência de enfermagem. Os principais sinais observados em pacientes dispnéicos incluem cianose, palidez, constituição física magra e freqüência respiratória acima do normal.
Tipologia: Notas de aula
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O PACIENTE DISPNÉICO: condições gerais (PARTE I)
Maria Aparecida Valente
VALENTE, M. A. O paciente dispnéico: condições gerais (Parte I) Rev. Esc Enf. USP. 12 (3): 187 - 194, 1978.
A autora faz uma abordagem geral sobre a dispnéia e a impor- tância da assistência de enfermagem ao paciente, nesta eventualidade. Estuda as condições gerais desses pacientes e a atuação da equipe de enfermagem.
A dispnéia é um sintoma respiratório que pode conduzir o pa- ciente à situação extremamente angustiante de desconforto respiratório, reque- rendo, portanto, especial atenção da equipe de saúde. A enfermeira, por permanecer maior parte do tempo ao lado do paciente, no hospital, deve conhecer os problemas referentes à falta de ar, a fim de poder identificá-los, observar o paciente nessa eventualidade e planejar a assistência de enfermagem, procurando evitar que o doente dispnéico entre em maior desconforto. Vários autores 4 ' 9 ' 1 2 ,^ l^6 ,^3 0 definem a dispnéia como uma percepção subjetiva de dificuldade respiratória, sensação angustiante de falta de ar, sentida como ventilação inadequada. RATTO 2 9 referindo-se à definição simplista de dispnéia, co- menta que ela pode ser tanto sintoma como sinal e que atualmente tenta-se en- globar esses dois aspectos do fenômeno usando-«e uma definição mais complexa. Considera a dispnéia como sendo uma respiração associada com desconforto ou esforço, incluindo não só a sensação subjetiva de falta de ar, como também a ve- rificação objetiva de respiração trabalhosa e difícil. Não obstante o conhecimento da respiração normal tenha sido detalhado pelos fisiologistas, o mecanismo oredso produtor da sensação de falta de ar ainda permanece um enigma 9 ' ' ' '. Há uma unanimidade quan- to à informação de que a dispnéia é um sintoma mais próprio das afecções pul- monares e cardíacas, embora possa ser observada, mais raramente, em pacientes com anemia grave. Segundo R A T T O 2 ,"a dispnéia é uma das manifestações de maior significação no campo das doenças pulmonares e cardiocirculatórias". "Embora possamos medir objetivamente vários índices de dis- função pulmonar, não pdoemos quantificar a percepção subjetiva de desconforto respiratório do paciente. A correlação entre medidas de disfunção e o grau de dispnéia seria imperfeito" BURROWS et a l. 9.
Como a dor, a dispnéia nao pode ser medida objetivamente, sendo, portanto, um síntoma de difícil avaliação. Ela é percebida e interpretada pelo indivíduo quando o ato respiratório se torna difícil ou desconfortável. Este desconforto pode ser expresso objetivamente pelo aumento da freqüência respira- tória, pelo uso dos músculos acessórios da respiração, pela cianose e pela inquieta- ção do paciente, sinais que aparecem com a intensificação da dispnéia. A avaliação da dispnéia é portanto, uma difícil tarefa que compete à equipe de enfermagem, a qual tem mais oportunidade de observar sua periodicidade e intensidade, a presença ou ausência de tosse, alterações na cor da pele e mucosa do individuo e o grau de ansiedade do paciente. BROGDEN afirma que a dispnéia é um sintoma tão desagra- dável e assustador que o paciente se torna cada vez mais ansioso, em vez de se tor- nar mais ajustado a ele. A dispnéia, às vezes principal sintoma de uma doença pulmonar ou cardíaca, pode ser tão importante como a sua causa. Entretanto, o seu alívio compreende a parte essencial do cuidado do paciente. Para isso, é necessário saber como é esse paciente, como a dispnéia interfere em seu estado físico e psicológico e o que ele espera da equipe de enfermagem para alívio de sua falta de ar. "A enfermagem como parte integrante da equipe de saúde imple- menta estado de equilíbrio, previne estado de desequilíbrioe reverte o desequilíbrio em equilíbrio pela assistência ao homem no atendimento de suas necessidades bá- sicas, procura sempre reconduzir o homem à situação de equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço" H O R T A 2 2. Esta citação é o núcleo da Teoria de Enfermagem das Necessidades Humanas Básicas e de acordo com ela a dispnéia como fator de de- sequilíbrio psico-fisiológico do ser humano, assume proporções dramáticas perante a equipe de enfermagem , que atenderá à necessidade de oxigenação, uma das neces- sidades prioritárias do ser humano. A enfermeira para melhor poder atender ao paciente nesta even- tualidade precisa identificar os principais sinais destes pacientes, quando apresentam dispnéia, os seus problemas em relação à dispnéia e, as suas expectativas quanto à assistência de enfermagem quando em crise dispnéica. Em, pesquisa desenvolvida em 5 hospitais gerais, do Município de São Paulo, estudou-se 83 pacientes internados, de ambos os sexos, entre 20 e 64 anos de idade, eni condições de serem entrevistados, e, que informaram ter apresen- tado dispnéia. Nete primeiro artigo abordaremos a assistência de enfermagem em relação aos principáis sinais apresentados por estes pacientes, no momento da entre- vista realizada pela autora. Fez-se uma comparação entre os dois grupos de pacientes, confor- me a afeccão que apresentavam, fosse cardíaca ou pulmonar, pois confióme os au- tores 9 ' ' 1 6 » 2 4 » ^ 9 a dispnéia é sintoma mais próprio dessas afecções e de gran- de significação patológica. A comparação, mostrou-se homogênea quanto às carac- terísticas biossociais, às condições gerais e a problemática dos pacientes. Assim sen- do, considerou-se os pacientes cardíacos e pulmonares como elementos de um mes- mo grupo.
tes crônicos, pois houve tempo para aparecer a poliglobulia, que permite maior facilidade para que surjam índices iguais ou superiores a 5% de hemoglobina reduzida no sangue capilar. A palidez, sinal de anemia por falta de hemoglobina nós vasos sanguíneos 1 8 , foi notada em 44,6% dos pacientes. Este fato poderia estar asso- ciado à desnutrição e conseqüente anemia, visto que a maioria dos pacientes, além de crônicos, eram de baixo nível sócio-econômico. M I T C H E L L 2 7 , referindo-se à palidez, diz ser a conjuntiva o- cular, não importando a raça do indivíduo, um dos melhores locais para sua ob- servação, sendo, também, sugestiva de anemia, a qual deve ser confirmada pela dosagem de hemoglobina e hematócrito. Neste estudo, o maior índice de palidez também foi encontrado na mucosa ocular (37,3%). Muitas vezes, embora não tenha cianose, o paciente pode estar em insuficiência respiratória ou cardíaca grave, por apresentar anemia. Asssim sendo, o hemograma e a gasimetria arterial fornecem dados mais obejtivos e de- vem ser sempre consultados, além da observação da pele e mucosa. A enfermeira deve saber associar as alterações de cor da pele e mucosa com a dispnéia (^) t a fim de melhor identificar os problemas do paciente, planejar a assistência de enfermagem, acompanhar a terapêutica e evolução deste. A constituição física magra sempre foi a que mais se destacou, representando - se em 53,0% dos pacientes que estavam em condições de serem avaliados neste aspecto. Este fato poderia estar associado à tosse e expectoração apresentadas por 57,8% dos pacientes, pois o conseqüente odor e gosto desagra- dável na boca afetam seriamente o apetite, prejudicando a nutrição do indivíduo. Outro fator poderia ser o esforço despendido durante a alimentação, o qual mui- tas vezes desencadeia a dispnéia vindo agravar o estado de nutrição do indiví- duo e levando-o ao emagrecimento. Além disso, a falta de atividade do paciente hospitalizado e a intolerância pela comida do hospital são outras condições nega- tivas que poderiam contribuir para a perda do apetite, emagrecimento e conse- qüente anemia e palidez. Observando-se a freqüência respiratória, notou-se que a maio- ria dos (pacientes (83,1%) apresentava este dado acima do normal. Segundo W R I G H T 3 4 e G A N O N G 1 7 , os pacientes que apresentam dispnéia geralmen- te tem freqüência respiratória elevada. Neste estudo, observou-se que o controle da freqüência respi- ratória não era feito pela equipe de enfermagem. Sugere-se, entretanto, que este dado seja mais valorizado pela equipe de enfermagem, especialmente nas enfer- marias de pacientes pulmonares e cardíacos, pois pode orientar a observação de outros dados referentes à respiração e prevenir que o paciente tenha o seu estado respiratório agravado. Embora a minoria dos pacientes (14,5%) estvivesse sendo sub- metido a oxigenoterapia no momento da entrevista , a equipe de enfermagem precisa estar alerta quanto aos perigos dessa terapêutica, especialmente nos pa- cientes crônicos, com hipercapnia. ' A oxigenoterapia está indicada no trata- mento da hipoxemia, desde que se conheça detalhadamente suas contra-indica- ções e toxicidade" BARBAS 2. Além disso, BLUNDI^7 refere-se ao oxigênio como medicação paradoxal, necessitando de muita cautela a sua aplicação.
Segundo BEVILACQUA et a l 6 e MARCONDES et al. 2 3 a oxigenoterapia é mab eficaz na dañóse central. Pode-se, neste ponto , notar a importancia da correlaçfo de dispnéia e dañóse, devendo a aplicação da oxigeno- terapia ser cautdosa e consciente dentro» dos limites recomendados para cada padente. Quanto à posição adotada, observou-se que 71,1% dos pacien- tes preferem ficar deitados, com a cabeceira da cama deva da. Sabe-se que aposi- ção mais devada do tronco faculta os movimentos respiratórios: a inspiração e a expiração sfo executados com menor esforço, o diafragma e os músculos inter- costais se contraem e se relaxam mais livremente, permitindo respirações mais profundas. A pressão dos pulmões e dos capilares venosos está reduzida pelo efeito da pressão hidrostática e os órgãos abdommais pendem abaixo do diafrag- ma, aliviando o trabamo respiratório 8 ' 1 * • 2 0 » 1 1 > 2 8 » 3 0 » 3 * , Dependendo do estado geral do paciente, d e automaticamente adota a posição mais devada como uma defesa à sua falta de arvAs vezes, porém, é a equipe de enfermagem que deve ajudá-lo a se colocar em posição mais coiifor- távd, devando a cabeceira da cama e acomodando-o com travesseiros ou usando uma mesinha de refdçao, com travesseiros para apoiar a cabeça e os braços 8 ' 20, 27 Somente pela identificação dos problemas do paciente e de suas necessi- dades afetadas é que a enfermeira poderá implementar a assistência individualiza- da.
VALENTE, M. A. Dispndc patient: general conditions (Part I). Rev. Esc. Enf. USP, 12 (3): 187 - 194, 1978.
The author makes a general approach about dyspnea and the importance of nursing assistance for the patient in this eventuality. It's studied the general conditions about this patient and nursing's actuation.
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