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Liderança Nociva e Narcisismo no Exército: Sinais e Consequências, Manuais, Projetos, Pesquisas de Ética

Este documento discute o impacto negativo da liderança nociva e do narcisismo em um ambiente militar, baseado em estudos e exemplos reais. O texto aborda os sinais de narcisismo em líderes, os efeitos negativos sobre as unidades e os métodos para enfrentar esses problemas. Além disso, o autor destaca a importância de autoconsciência, autoregulação e inteligência emocional para o desenvolvimento de líderes econômicos.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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14 Março-abril 2013 Military review
O Narcisismo e os Líderes Nocivos
Tenente-Coronel (Reserva) Joe Doty e Subtenente Jeff Fenlason, Exército dos EUA
P
OR QUE UM líder no Exército ou
em qualquer organização decidiria
microgerenciar os subordinados,
demonstrar falta de respeito por eles, não escutar
ou valorizar suas contribuições, ou ser grosseiro,
mesquinho e ameaçador? A maioria dos líderes
não faria isso. A maioria das pessoas não opta por
agir dessa forma. Entretanto, isso vem, claramente,
acontecendo nas Forças Armadas e na sociedade
como um todo.
O Exército dos Estados Unidos da América
(EUA) publicou, recentemente, um estudo
segundo o qual 80% dos oficiais e sargentos
entrevistados haviam observado líderes nocivos
em ação e 20% haviam trabalhado para um deles.
Esse não é um problema novo. Nos últimos
anos, o Exército destituiu dois comandantes
de brigada e um general por comportamentos
supostamente nocivos — e possivelmente nar-
cisistas e abusivos. Um comandante de divisão
que serviu em Bagdá durante a Operação Iraqi
Freedom foi “convidado” a solicitar sua trans-
ferência para a Reserva Remunerada depois de
uma investigação sobre seu estilo de liderança
e ambiente de comando tóxico. Há anos que
líderes nocivos existem, e eles continuarão a
servir em todas as Forças 1. A Marinha destituiu,
recentemente, vários comandantes, em função
de comportamentos nocivos e ambientes de
comando prejudiciais2.
Pode-se afirmar que a maioria dos líderes
nocivos, se não todos, sofre de narcisismo. Que
são líderes narcisistas e nocivos? São indivíduos
egoístas e interesseiros, que destroem o moral
dos subordinados e das Unidades. Na melhor
das circunstâncias, um subordinado resiste e
sobrevive a um líder nocivo — um dia, um dos
dois segue para outra Unidade ou deixa as Forças
Armadas. Entretanto, na pior das hipóteses, um
líder nocivo destrói o espírito de equipe, a disci-
plina, a iniciativa, a motivação e a disposição de
servir dos subordinados, assim como as Unidades
que eles integram.
Narcisismo
Considerando o fato de que o narcisismo
constitui uma parcela considerável e central do
paradigma de liderança nociva, o Exército deve
contemplar analisá-lo — ponderando seus prós
e contras — e desenvolver métodos destinados
a reforçar seus atributos positivos e a aumentar
a conscientização sobre seus aspectos negativos.
Por definição, o líder narcisista tem “um senso
exagerado de sua própria importância e uma
preocupação extrema consigo mesmo3. Todo
o seu foco, conscientemente ou não, é voltado
a si próprio, ao seu sucesso, à sua carreira e ao
seu ego. Tudo diz respeito a ele. Ele é o centro
de gravidade para todos à sua volta e para sua
organização. Por outro lado, para os líderes, espe-
cialmente nas Forças Armadas, há aspectos do
narcisismo que são apropriados (se controlados
e autorregulados) e importantes para seu próprio
sucesso e o da Unidade.
Um estudo os descreveu como “estrategistas
talentosos e criativos, capazes de enxergar o
quadro geral e de encontrar sentido no arriscado
desafio de mudar o mundo e deixar um legado.
Joe Doty trabalha como consultor de liderança e
ética. Formou-se pela Academia Militar de West
Point e comandou no escalão batalhão. Foi Vice-
Diretor do Centro da Profissão e Ética do Exército.
O Subtenente Jeff Fenlason tem 23 anos de carreira e serve,
atualmente, na 3ª Divisão de Infantaria. Redige e publica
artigos sobre o desenvolvimento de líderes e a instrução ética
em seu blog pessoal sobre liderança e no site Leader Net.
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14 MARÇO - ABRIL 2013 • Military review

O Narcisismo e os Líderes Nocivos

Tenente-Coronel (Reserva) Joe Doty e Subtenente Jeff Fenlason, Exército dos EUA

P

OR QUE UM líder no Exército ou em qualquer organização decidiria microgerenciar os subordinados, demonstrar falta de respeito por eles, não escutar ou valorizar suas contribuições, ou ser grosseiro, mesquinho e ameaçador? A maioria dos líderes não faria isso. A maioria das pessoas não opta por agir dessa forma. Entretanto, isso vem, claramente, acontecendo nas Forças Armadas e na sociedade como um todo. O Exército dos Estados Unidos da América (EUA) publicou, recentemente, um estudo segundo o qual 80% dos oficiais e sargentos entrevistados haviam observado líderes nocivos em ação e 20% haviam trabalhado para um deles. Esse não é um problema novo. Nos últimos anos, o Exército destituiu dois comandantes de brigada e um general por comportamentos supostamente nocivos — e possivelmente nar- cisistas e abusivos. Um comandante de divisão que serviu em Bagdá durante a Operação Iraqi Freedom foi “convidado” a solicitar sua trans- ferência para a Reserva Remunerada depois de uma investigação sobre seu estilo de liderança e ambiente de comando tóxico. Há anos que líderes nocivos existem, e eles continuarão a servir em todas as Forças 1. A Marinha destituiu, recentemente, vários comandantes, em função de comportamentos nocivos e ambientes de comando prejudiciais 2. Pode-se afirmar que a maioria dos líderes nocivos, se não todos, sofre de narcisismo. Que são líderes narcisistas e nocivos? São indivíduos egoístas e interesseiros, que destroem o moral dos subordinados e das Unidades. Na melhor das circunstâncias, um subordinado resiste e sobrevive a um líder nocivo — um dia, um dos dois segue para outra Unidade ou deixa as Forças Armadas. Entretanto, na pior das hipóteses, um líder nocivo destrói o espírito de equipe, a disci- plina, a iniciativa, a motivação e a disposição de servir dos subordinados, assim como as Unidades que eles integram.

Narcisismo

Considerando o fato de que o narcisismo constitui uma parcela considerável e central do paradigma de liderança nociva, o Exército deve contemplar analisá-lo — ponderando seus prós e contras — e desenvolver métodos destinados a reforçar seus atributos positivos e a aumentar a conscientização sobre seus aspectos negativos. Por definição, o líder narcisista tem “um senso exagerado de sua própria importância e uma preocupação extrema consigo mesmo” 3. Todo o seu foco, conscientemente ou não, é voltado a si próprio, ao seu sucesso, à sua carreira e ao seu ego. Tudo diz respeito a ele. Ele é o centro de gravidade para todos à sua volta e para sua organização. Por outro lado, para os líderes, espe- cialmente nas Forças Armadas, há aspectos do narcisismo que são apropriados (se controlados e autorregulados) e importantes para seu próprio sucesso e o da Unidade. Um estudo os descreveu como “estrategistas talentosos e criativos, capazes de enxergar o quadro geral e de encontrar sentido no arriscado desafio de mudar o mundo e deixar um legado. Joe Doty trabalha como consultor de liderança e ética. Formou-se pela Academia Militar de West Point e comandou no escalão batalhão. Foi Vice- Diretor do Centro da Profissão e Ética do Exército. O Subtenente Jeff Fenlason tem 23 anos de carreira e serve, atualmente, na 3ª Divisão de Infantaria. Redige e publica artigos sobre o desenvolvimento de líderes e a instrução ética em seu blog pessoal sobre liderança e no site Leader Net.

liderança nociva

MILITARY R EVIEW • Março-abril 2013 15

Os narcisistas produtivos não só são indivíduos ousados, dispostos a gerar resultados; são, tam- bém, pessoas encantadoras, capazes de converter as massas com sua retórica” 4. É simplista demais sugerir que todos os com- portamentos narcisistas são inevitavelmente nocivos. Entretanto, quando o narcisismo se torna um transtorno (como o alcoolismo, o vício em drogas e a depressão), os resultados prejudicam o moral e a efetividade do grupo, podendo levar ao desastre. Sinais de que o narcisismo de um líder está prejudicando uma Unidade incluem:

  • Não saber escutar.
  • Ser excessivamente sensível a críticas.
  • Tirar vantagem dos outros para alcançar seus próprios objetivos.
  • Não ter empatia ou desconsiderar os senti- mentos dos outros.
  • Possuir um senso exagerado da própria importância (arrogância).
  • Exagerar as conquistas ou talentos.
  • Precisar de atenção e admiração constantes.
  • Reagir a críticas com raiva, vergonha ou humilhação.
  • Ter toda sua atenção voltada para o sucesso ou poder 5. Conforme observado por Richard Wagner em “Smart People Doing Dumb Things: The Case of Managerial Incompetence” (“Pessoas Inteligentes Fazendo Coisas Burras: O Caso da Incompetência Gerencial”, em tradução livre): Os indivíduos narcisistas também cos- tumam ser egocêntricos, manipuladores, interesseiros e exploradores. Não aceitam sugestões dos outros. Isso talvez os faça parecer fracos, o que entra em choque com sua necessidade de autopromoção. Alguns narcisistas têm uma autoconfiança tão exagerada que não acreditam que outros tenham algo útil a dizer-lhes. Também levam mais mérito do que merecem, muitas vezes à custa de reconhecer as contribui- ções dos colegas e subordinados. Por outro lado, evitam assumir a responsabilidade por falhas e fracassos. Os indivíduos narcisistas muitas vezes são influentes no contexto de grupos, pois têm tanta convicção quanto ao valor de suas ideias que os outros tendem a acreditar neles e a segui-los 6.

Quando o narcisismo se torna um

transtorno, os resultados prejudicam

o moral e a efetividade do grupo.

Muitos militares, tanto do Componente da Ativa quanto da Reserva, tiveram alguma experiência com um superior que se encaixa nessa descrição. Soldados que interagiram com líderes nocivos e narcisistas muitas vezes relatam como foram tratados ou como os viram tratar outras pessoas. Os exemplos a seguir se referem a casos reais:

  • Um coronel (chefe do estado-maior de uma Divisão) se dirigiu da seguinte forma a um major, quando este lhe apresentou um relatório no lugar de seu supervisor imediato, um tenente-coronel, que não estava disponível naquele momento: “Saia imediatamente do meu gabinete! Não há nada que um major do Exército dos EUA possa me dizer que eu já não saiba!”
  • Um comandante estava prestes a conduzir o primeiro exercício de inverno com sua Unidade, um desdobramento de 180 quilômetros, com um número reduzido de viaturas e equipamentos essenciais para manter a tropa aquecida. No último briefing antes do exercício, ele passou o tempo O General Douglas MacArthur desembarca em Leyte, nas Filipinas, Out 1944.

liderança nociva

MILITARY R EVIEW • Março-abril 2013 17

Forças Armadas. Como diz um velho ditado nos EUA: “Se o líder passa ao lado e nota algo errado, mas não efetua a correção, ele estabelece o novo padrão de comportamento”. Caso se recuse a tratar do narcisismo como parte da metodologia do líder nocivo, o Exército continuará a fazer vista grossa para o problema com esse tipo de liderança. Isso nos leva a algumas questões instigantes:

  • Os líderes narcisistas sabem que são narcisistas?
  • Em caso afirmativo, eles se importam com isso?
  • Querem ser líderes nocivos?
  • Estamos continuamente incentivando mode- los de liderança nociva e narcisista ao limitar os indicadores que utilizamos para avaliar líderes e comandos bem-sucedidos? Talvez duas perguntas menos capciosas sejam mais adequadas:
  • Até que ponto os líderes estão cientes de seus comportamentos narcisistas?
  • Como alguém pode reconhecer seu próprio narcisismo e os correspondentes resultados nocivos?

Explicação Prática

Em termos práticos e comportamentais, as ações (comportamentos) das pessoas são conscientes ou inconscientes. Isso significa que ou elas tomam uma decisão consciente de se portar de determi- nado modo ou simplesmente agem sem pensar (comportamento inconsciente) 7. Por exemplo, um comandante de batalhão narcisista pode se portar conscientemente de modo nocivo (isto é, sabendo exatamente o que está fazendo, por se tratar de uma decisão consciente). Ele pode decidir não escutar com empatia ou até desconsiderar a opi- nião de um de seus comandantes de companhia. Pode, em seguida, repreendê-lo severamente por ter sido obtuso e não ter escutado a diretriz do comandante. Sabe exatamente o que está fazendo e se sente à vontade com esse comportamento. Em contrapartida, é possível que um comandante de batalhão nem esteja ciente de não estar escutando com empatia (talvez não saiba o que é isso ou não acredite na importância de ouvir os outros). Não é incomum que líderes não se deem conta de que não estão realmente escutando os outros, especialmente seus subordinados. Esse é um caso típico de falta de autoconsciência e talvez um indício de um transtorno de personalidade narcisista que não tenha sido reconhecido ou diagnosticado (algo a ser abordado na instrução de desenvolvimento de líderes). Outro exemplo, a título de ilustração: um subtenente narcisista repreende um sargento de um pelotão subordinado na frente de outros soldados. As palavras específicas, o tom e o local são intencionais, e o subtenente está plenamente ciente dos três elementos. Contudo, caso não estivesse consciente de seu comportamento, ele nem refletiria nas palavras, tom ou local de sua interação com o subordinado. Estaria fazendo algo sem pensar. Agir sem realmente pensar é bem mais comum nas Forças Armadas e na sociedade do Integrantes das Forças da coalizão proveem segurança na aldeia de Loy Kalay durante a Operação Southern Strike IV, Província de Kandahar, Afeganistão, 15 Nov 12. Exército dos EUA, 1º Ten Veronica Aguila

18 MARÇO - ABRIL 2013 • Military review

que se crê. Essa “falta de reflexão” (mindlessness) é uma ausência de consciência ou a não utilização de todas as informações disponíveis para decidir como agir, e isso explica como o comportamento narcisista pode tornar-se um problema em nossas fileiras 8. Um estudo sobre essa falta de reflexão propõe que alguns comportamentos se tornam tão rotineiros que acabam sendo exercidos de modo quase automático e inconsciente. Muitos líderes narcisistas e nocivos se enquadram nessa descrição. Além disso, quando agem mal ou fazem algo errado, as pessoas podem “desconectar” moralmente partes de seu pensamento, a fim de não prejudicarem sua autoimagem (como se sentem em relação a si mesmas), ou mentir para si próprias (autoengano) para justificar comporta- mentos inadequados 9. Líderes conscientes podem escolher pensar, não pensar ou algo entre esses dois extremos. Entretanto, em cada caso, fazem uma escolha consciente, e não estão simplesmente alheios à situação. Nathaniel Braden observa que os seres humanos (ao contrário dos animais) possuem “o livre-arbítrio e a opção de aumentar ou diminuir a intensidade da consciência”. Todos são livres para:

  • Concentrar a mente, não dar-se ao trabalho ou ativamente evitar concentrá-la.
  • Pensar, não dar-se ao trabalho ou ativamente evitar pensar.
  • Buscar maior clareza com respeito a algumas questões à sua frente, não dar-se ao trabalho ou ativamente buscar a ignorância.
  • Examinar fatos desagradáveis ou fugir deles 10. Todos, narcisistas ou não, têm a capacidade para a autoconsciência e o pensamento intencional. Todos possuem a habilidade de refletir sobre seus modelos e comportamentos de liderança e de escolhê-los. Em consequência, para enfrentar o desafio da atitude nociva e do narcisismo em nossas fileiras, nossas escolas e programas de desenvol- vimento de líderes talvez precisem concentrar-se mais em habilidades que os ajudem a voltar o foco para si próprios e seus estilos de liderança. Atualmente, o Exército utiliza medidas e técnicas como o indicador de tipo Myers-Briggs (MBTI, na sigla em inglês), a avaliação por múltiplas fontes, os planos de desenvolvimento individual, o feed- back do instrutor, o pensamento crítico e outras técnicas para ajudar o líder a entender quem ele é.

Nossas escolas e programas de

desenvolvimento de líderes talvez

precisem concentrar-se mais em

habilidades que os ajudem a voltar o

foco para si próprios e seus estilos de

liderança.

Entretanto, propomos que, embora essas ferra- mentas possam ter algum valor, este é presumido com base em seu mero emprego, e não em uma análise ou avaliação da utilidade de seus resultados. Por exemplo: que importa se o tipo Myers-Briggs de um superior é “extrovertido, sensorial, racional e julgador”? Se ele não usar essa informação para nada (isto é, se ela não tiver efeito algum em seu pensamento ou comportamento), então ela não tem a menor utilidade. Além disso, se a instituição não tiver acesso a essa informação ou se ela não for acompanhada ao longo do tempo para levar em conta mudanças, melhorias ou o impacto de um mentor, ela terá pouco ou nenhum valor em decisões sobre pessoal e comando posteriormente.

A Solução da Inteligência Emocional

Os líderes narcisistas não possuem inteligência emocional porque concentram-se, primordial- mente, neles próprios. Dispor de inteligência emocional significa ter o foco voltado para “o outro” (um colega, um subordinado, etc) 11. A lide- rança diz respeito, fundamentalmente, a liderar e interagir com seres humanos, e não com máquinas e processos. Consiste em uma série de escolhas e decisões arbitrárias. Sendo assim, para exercer a liderança no “terreno humano”, a inteligência emocional é fundamental. Ao atingirem escalões superiores (nos níveis operacional e estratégico), os comandantes decerto precisam administrar e chefiar organizações maiores e lidar com maior complexidade e incerteza. Entretanto, essas diferentes complexidades e variáveis contextuais

20 MARÇO - ABRIL 2013 • Military review

mesmo 15. Colocar o foco em si mesmo pode parecer simples, mas pode ser algo muito difícil de executar. Poucos líderes dentro e fora das Forças Armadas dominam a fundo a prática, e muitos simplesmente não sabem o que significa voltar o foco para si mesmo. Contudo, esse é um ponto de partida para livrar o Exército dos líderes nocivos e narcisistas. Embora tenhamos nos concentrado no narci- sismo e nos líderes nocivos, a realidade é que o Exército “totalmente voluntário” dos EUA espera e merece o melhor de seus líderes — narcisistas e nocivos ou não. Aqueles que ocupem funções de comando precisam atingir seu pleno potencial. Uma ênfase maior na atuação de mentores, na autoconsciência, na autorregulação e na inteligên- cia emocional ajudará a fazer com que os líderes na Força atinjam seu pleno potencial e com que nossos soldados tenham o tipo de liderança que tanto merecem. MR REFERÊNCIAS

  1. Uma discussão mais detalhada sobre em que consiste a lideran- ça nociva consta de REED, George, “Toxic Leadership”, Military Review (July-August 2004); REED, George e OLSEN, Richard, “Toxic Leadership: Part Deux”, Military Review (November-December 2010) [publicados, respectivamente, nas edições brasileiras de Março-Abril de 2005 e de Janeiro-Fevereiro de 2011, com os títulos “Liderança Nociva” e “Lideran- ça Nociva: Parte II” — N. do T.]; WILLIAMS, Denise, Toxic Leaders in the U.S. Army, U.S. Army War College Research Project, 2005.
  2. DOTY, Joseph; DOTY, Chuck. “Command Responsibility and Accoun- tability”, Military Review (January-February 2012). [publicado na edição brasileira de Março-Abril de 2012 com o título “A Responsabilidade do Comando” — N. do T.]
  3. BLAIS, Mark; SMALLWOOD, Patrick; GROVES, James; RIVAS-VA- ZQUEZ, Rafael. “Personality and Personality Disorders”, in Theodore Stern, Jerrold Rosenbaum, Maurizio Fava, Joseph Biederman e Scott Rauch (eds.), Massachusetts Hospital Clinical Psychiatry (Philadelphia, PA: Mosby Elsevier, 2008).
  4. MACCOBY, Michael. “Narcissistic Leaders—The Incredible Pros and Cons”, in Harvard Business Review on The Mind of the Leader (Harvard Business School Press, 2005).
  5. BLAIS; SMALLWOOD; GROVES; RIVAS-VAZQUEZ.
  6. WAGNER, Richard. “Smart People Doing Dumb Things—The Case of Managerial Incompetence” in Robert Sternberg (ed.), Why Smart People Can Be So Stupid (New Haven, CT: Yale University Press, 2002).
  7. Exemplos de comportamentos inconscientes podem incluir: es- covar os dentes, vestir-se ou até dirigir um carro (um indivíduo pode divagar sobre uma reunião com o chefe ou sobre uma briga com um amigo ao mesmo tempo que dirige).
  8. BRAGH, John, “Automatic and Conscious Process of Social Informa- tion”, in Robert Wyer e Thomas Stull (eds.), Handbook of Social Cognition, vol. 3 (Hillsdale, NJ: Erlbaum, 1984), p. 1-44; LANGER, Ellen; BLANK, Ar- thur; CHANOWITZ, Benzion, “The Mindlessness of Ostensibly Thoughtful Action: The Role of ‘Placebic’ Information in Interpersonal Interaction”, Journal of Personality and Social Psychology 36, (1978): 635-42; BANDU- RA, Albert, “Moral Disengagement in the Perpetration of Inhumanities”, Personality and Social Psychology Review, (3)3 (1999): 193-209; BAN- DURA, Albert, Self-Efficacy: The Exercise of Control (New York: Freeman, 1997); BANDURA, Albert, Social Foundations of Thought and Action: A Social Cognition Theory (Englewood Cliffs, NH: Prentice Hall, 1986).
  9. BANDURA, “Moral Disengagement in the Perpetration of Inhuma- nities”, p. 193-209.
  10. BRADEN, Nathaniel. The Art of Living Consciously—The Power of Awareness to Transform Everyday Life (New York: Simon-Schuster, 1997), p. 48.
  11. BRADBERRY, Travis; GREAVES, Jean. Emotional Intelligence 2.0 (San Francisco: Publishers Group West, 2009).
  12. GOLEMAN, Daniel. “What makes a leader?” in Harvard Business Review on The Mind of the Leader (Harvard Business School Press, 2005).
  13. BRADBERRY; GREAVES.
  14. Ibid.
  15. AVOLIO, Bruce. Leadership Development in Balance: Made/Born (Mahwah, NJ: Erlbaum, 2005).