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Uma resenha da monografia ‘amor e sexualidade: o masculino e o feminino em grafites de pompéia’ de lourdes conde feitosa. O texto discute a importância da tradição judaico-cristã na compreensão da realidade humana e a evolução da hermênutica bíblica. Ele também destaca o papel dos estudos de semiótica e semiologia na interpretação de valores sociais e contexto histórico representados em inscrições parietais ou relevos, pinturas em cerâmicas, estátuas e estatuetas. A monografia oferece uma nova abordagem para as inscrições materiais pompeianas, destacando o heterogêneo, o local e o específico.
Tipologia: Notas de estudo
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SILVA, Maria Aparecida de Olveira. Amor e sexualidade: o mascu- lino e o feminino em grafites de Pompéia - Lourdes Conde Feitosa (Resenha). Mimesis , Bauru, v. 29, n. 2, p. 169-171, 2008.
Herdeiros da tradição judaico-cristã recebemos a informação primeira de que o sentido da existência humana nos era dado por intermédio do Verbo Divino, assim, aprendemos com os livros bíbli- cos o quanto a realidade poderia ser explicada pela palavra. Então, sob a luz de teorias teológicas, inicia-se a disseminação da teoria hermenêutica, centrada em análises sintáticas e etimológicas, a fim de tornar o texto bíblico mais racional, leia-se, mais científico. Tal processo consumiu séculos de nossa história nos ensinando a pensar a realidade a partir da escrita literária, empregando imagens apenas como ilustrações embelezadoras das edições. Somente nas primeiras décadas do século XX, estudos de semi- ótica e de semiologia contribuíram para o deslocamento de nosso olhar, conformado ao que Derrida chamou de logocentrismo , para enxergarmos a colaboração da produção imagética. Com isso, des- pertamos para a possibilidade de interpretação dos valores sociais e do contexto histórico representados em inscrições parietais ou em relevos, pinturas em cerâmicas, estátuas e estatuetas etc. Nesse sentido, o livro Amor e sexualidade: o masculino e o feminino em grafites de Pompéia , resultado de um longo trabalho de pesquisa de doutoramento, com dados recolhidos em várias bibliotecas do Brasil e do exterior, e ainda de visitas aos sítios de Pompéia, Lourdes Con- de Feitosa se dedica ao estudo crítico sobre as fontes materiais pom- peianas, oferecendo ao leitor uma nova abordagem para as inscrições
FEITOSA, urdesLo Conde. Amor e sexualidade: o masculino e o feminino em grafites de Pompéia. São Paulo, Annablume/ Fapesp, 2005, ISBN 85-7419-545-6. Mimesis , Bauru, v. 29, n. 2, p. 169-171,
paradoxalmente preservadas pela grande erupção do Vesúvio em 79 d. C., e postas à tona somente no século XVIII. A autora demonstra salutar ousadia em sua obra não apenas por trabalhar com um corpus pouco explorado pelos estudiosos, mais ainda por retirar análises criativas sobre a sexualidade popular em Pompéia. Outro aspecto interessante deste livro é a junção de fontes literárias com fontes materiais, sem que o entrelaçamento delas pa- reça complementar as informações apresentadas pela autora. Dividi- do em cinco capítulos, sua argumentação principia com o capítulo intitulado “Gênero, amor e sexualidade: olhares metodológicos”, em que Feitosa nos apresenta um balanço historiográfico dos estudos realizados sobre gênero, amor e sexualidade. Nesse capítulo, a autora questiona teorias e métodos selecionados pelos estudiosos, voltados para a leitura racional dos fatos, centrada na identificação da verda- de histórica, e por esse motivo, geradora de uma narrativa histórica totalizante e unificadora. Assim, Feitosa afirma escrever uma “mi- crohistória [...] e destacar o heterogêneo, o local e o específico (p.24). No segundo capítulo, denominado “Representações do amor e da sexualidade na literatura acadêmica”, a autora discorre sobre a com- plexidade semântica da palavra amor, que em sua definição, abarca sentimentos como affectus, dilectio, caritas e eros , como revelam os grafites pompeianos expressos graficamente em vocábulos ou em desenhos. Feitosa delineia o quadro interpretativo dos estudiosos de tais expressões humanas, revelando insuficiências teóricas, consta- tando a predileção dos estudiosos por análises dirigidas às relações amorosas e sexuais aristocráticas. Nesse sentido, ao estudar as mani- festações da sexualidade popular, a autora nos brinda com uma nova safra de pensamentos descentrados do eixo habitual. Reflexões sobre a antiga Pompéia Romana constituem a tônica do terceiro capítulo denominado “Pompéia: edificações de um cenário histórico”. Com essa escolha metodológica, a autora nos remete a aspectos interessantes da vida cotidiana em Pompéia, realçando ele- mentos constituintes da estrutura social e econômica da cidade. Para tanto, Feitosa realiza uma minuciosa leitura das fontes materiais, epigráficas e literárias disponíveis, relatando as particularidades das representações imagéticas dos grafites ou graphio inscripta pom- peianos, uma vez que as inscrições podem ser vistas em quase todos os locais públicos e privados da cidade, ou seja, onde havia paredes. Após a contextualização sócio-econômica da sociedade pompeia- na, realizada no terceiro capítulo, a autora aponta seus desdobramen- tos na vida cotidiana de Pompéia, cujas particularidades das práticas populares compõem a temática desenvolvida no capítulo seguinte, nomeado “A expressão popular nos grafites”. Para distinguir o aris-