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o manejo da interpretação de sonhos na psicanalise, Resumos de Psicanálise

o manejo da interpretação de sonhos na psicanalise pelo psicólogo

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 17/11/2021

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mar_tol 🇧🇷

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O MANEJO DA INTERPRETAÇÃO DE SONHOS NA PSICANÁLISE
(1911)
A interpretação que possa ser realizada em uma sessão deve ser aceita como
suficiente e não se deve considerar prejuízo que o conteúdo do sonho não seja
inteiramente descoberto. No dia seguinte, a interpretação do sonho não deve ser
retomada novamente, como coisa natural, até que se tenha tornado evidente que nada
mais, nesse meio tempo, abriu caminho para o primeiro plano dos pensamentos do
paciente. Desse modo, nenhuma exceção, em favor de uma interpretação de sonhos
interrompida, deve ser feita à regra de que a primeira coisa que vem à cabeça do
paciente é a primeira coisa a ser tratada. Se novos sonhos ocorrem antes que os
anteriores tenham sido examinados, as produções mais recentes devem ser atendidas
e nenhum constrangimento se precisa sentir por negligenciar as mais antigas. Se os
sonhos se tornam por demais difusos e volumosos, toda a esperança de decifrá-los
deve ser tacitamente abandonada desde o início. Devemos em geral evitar demonstrar
interesse muito especial na interpretação de sonhos, ou despertar no paciente a ideia
de que o trabalho se interromperia se ele não apresentasse sonhos; de outra maneira,
o perigo de a resistência ser dirigida para a produção de sonhos, com a
consequente cessação destes. Pelo contrário, o paciente deve ser levado a crer que a
análise invariavelmente encontra material para sua continuação, independentemente
de ele apresentar ou não sonhos, ou da atenção que lhes é dedicada.
A interpretação completa deste sonho coincidirá com o término de toda a análise; se se
tomar nota dele, no início, talvez seja possível compreendê-lo ao final, muitos meses
mais tarde. É o mesmo que acontece com a elucidação de um sintoma isolado (o
sintoma principal, talvez). É preciso a análise completa para explicá-lo; no decorrer do
tratamento, temos de esforçar-nos por apreender primeiro este, depois aquele
fragmento do significado do sintoma, um após outro, até que possam ser todos
reunidos. Semelhantemente, não se pode esperar mais de um sonho que ocorre nos
primeiros estádios da análise; temos de contentar-nos se a tentativa de interpretação
traz à luz um único impulso patogênico de desejo.
Descobrimos, em ótimos exemplos de sonhos inteiramente analisados, que diversas
cenas sucessivas de um só sonho podem ter o mesmo conteúdo, o qual pode nelas ser
expresso com crescente clareza, e aprendemos também que diversos sonhos que
ocorrem em uma mesma noite não passam de tentativas, manifestadas sob várias
formas, de representar um só significado.
todo impulso de desejo que cria hoje um sonho reaparecerá noutros sonhos, enquanto
não tiver sido compreendido e retirado do domínio do inconsciente. Por isso acontece
freqüentemente que a melhor maneira de completar a interpretação de um sonho seja
abandoná-lo e dedicar a atenção a um sonho novo, que pode conter o mesmo material
sob forma possivelmente mais acessível.
interpretação de sonhos não deve ser perseguida no tratamento analítico como arte
pela arte, mas que seu manejo deve submeter-se àquelas regras técnicas que
orientam a direção do tratamento como um todo.
Um intérprete onírico excepcionalmente hábil encontrar-se-á às vezes em posição de
poder perscrutar cada um dos sonhos de um paciente, sem exigir que este passe pelo
tedioso e demorado processo de elaborá-los.
Estes sonhos iniciais podem ser descritos como não refinados; revelam muito ao
ouvinte, tal como os sonhos das chamadas pessoas sadias. Surge então a questão de
saber se o analista deve imediatamente traduzir para o paciente tudo o que lê neles.
em que estádio do tratamento e com que rapidez deve o analista deixar o paciente
conhecer o que jaz oculto em sua mente? Quanto mais o paciente aprende da prática
da interpretação de sonhos, mais obscuros, geralmente, se tornam seus sonhos
posteriores. Todo o conhecimento adquirido sobre sonhos serve também para colocar
em guarda o processo de construção onírica.
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O MANEJO DA INTERPRETAÇÃO DE SONHOS NA PSICANÁLISE

 A interpretação que possa ser realizada em uma sessão deve ser aceita como suficiente e não se deve considerar prejuízo que o conteúdo do sonho não seja inteiramente descoberto. No dia seguinte, a interpretação do sonho não deve ser retomada novamente, como coisa natural, até que se tenha tornado evidente que nada mais, nesse meio tempo, abriu caminho para o primeiro plano dos pensamentos do paciente. Desse modo, nenhuma exceção, em favor de uma interpretação de sonhos interrompida, deve ser feita à regra de que a primeira coisa que vem à cabeça do paciente é a primeira coisa a ser tratada. Se novos sonhos ocorrem antes que os anteriores tenham sido examinados, as produções mais recentes devem ser atendidas e nenhum constrangimento se precisa sentir por negligenciar as mais antigas. Se os sonhos se tornam por demais difusos e volumosos, toda a esperança de decifrá-los deve ser tacitamente abandonada desde o início. Devemos em geral evitar demonstrar interesse muito especial na interpretação de sonhos, ou despertar no paciente a ideia de que o trabalho se interromperia se ele não apresentasse sonhos; de outra maneira, há o perigo de a resistência ser dirigida para a produção de sonhos, com a consequente cessação destes. Pelo contrário, o paciente deve ser levado a crer que a análise invariavelmente encontra material para sua continuação, independentemente de ele apresentar ou não sonhos, ou da atenção que lhes é dedicada.  A interpretação completa deste sonho coincidirá com o término de toda a análise; se se tomar nota dele, no início, talvez seja possível compreendê-lo ao final, muitos meses mais tarde. É o mesmo que acontece com a elucidação de um sintoma isolado (o sintoma principal, talvez). É preciso a análise completa para explicá-lo; no decorrer do tratamento, temos de esforçar-nos por apreender primeiro este, depois aquele fragmento do significado do sintoma, um após outro, até que possam ser todos reunidos. Semelhantemente, não se pode esperar mais de um sonho que ocorre nos primeiros estádios da análise; temos de contentar-nos se a tentativa de interpretação traz à luz um único impulso patogênico de desejo.  Descobrimos, em ótimos exemplos de sonhos inteiramente analisados, que diversas cenas sucessivas de um só sonho podem ter o mesmo conteúdo, o qual pode nelas ser expresso com crescente clareza, e aprendemos também que diversos sonhos que ocorrem em uma mesma noite não passam de tentativas, manifestadas sob várias formas, de representar um só significado.  todo impulso de desejo que cria hoje um sonho reaparecerá noutros sonhos, enquanto não tiver sido compreendido e retirado do domínio do inconsciente. Por isso acontece freqüentemente que a melhor maneira de completar a interpretação de um sonho seja abandoná-lo e dedicar a atenção a um sonho novo, que pode conter o mesmo material sob forma possivelmente mais acessível.  interpretação de sonhos não deve ser perseguida no tratamento analítico como arte pela arte, mas que seu manejo deve submeter-se àquelas regras técnicas que orientam a direção do tratamento como um todo.  Um intérprete onírico excepcionalmente hábil encontrar-se-á às vezes em posição de poder perscrutar cada um dos sonhos de um paciente, sem exigir que este passe pelo tedioso e demorado processo de elaborá-los.  Estes sonhos iniciais podem ser descritos como não refinados; revelam muito ao ouvinte, tal como os sonhos das chamadas pessoas sadias. Surge então a questão de saber se o analista deve imediatamente traduzir para o paciente tudo o que lê neles.  em que estádio do tratamento e com que rapidez deve o analista deixar o paciente conhecer o que jaz oculto em sua mente? Quanto mais o paciente aprende da prática da interpretação de sonhos, mais obscuros, geralmente, se tornam seus sonhos posteriores. Todo o conhecimento adquirido sobre sonhos serve também para colocar em guarda o processo de construção onírica.

 A grande maioria dos sonhos antecipa-se à análise, de maneira que, após subtrair deles tudo que já é sabido e compreendido, resta ainda uma alusão mais ou menos clara a algo que até então estivera oculto.