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O GÊNERO TEXTUAL CHARGE NO PROCESSO DE ..., Notas de estudo de Construção

Os gêneros textuais têm se tornado instrumentos no ensino-aprendizagem da língua, principalmente no que diz respeito à leitura e a compreensão de textos.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Fatima26
Fatima26 🇧🇷

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA UEPB
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E AGRÁRIAS CCHA
DEPARTAMENTO DE LETRAS E HUMANIDADES DLH
CURSO: LICENCIATURA PLENA EM LETRAS
O GÊNERO TEXTUAL CHARGE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO
LEITOR CRÍTICO
HYOUCOAMA RODRIGUES TRIGUEIRO
CATOLÉ DO ROCHA PB
2019
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E AGRÁRIAS – CCHA

DEPARTAMENTO DE LETRAS E HUMANIDADES – DLH

CURSO: LICENCIATURA PLENA EM LETRAS

O GÊNERO TEXTUAL CHARGE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO

LEITOR CRÍTICO

HYOUCOAMA RODRIGUES TRIGUEIRO

CATOLÉ DO ROCHA – PB

HYOUCOAMA RODRIGUES TRIGUEIRO

O GÊNERO TEXTUAL CHARGE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO

LEITOR CRÍTICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Letras e Humanidades da Universidade Estadual da Paraíba – Campus IV, como um dos requisitos para obtenção do grau em Licenciatura Plena em Letras. Orientadora: Profª. Ma. Marta Lúcia Nunes

CATOLÉ DO ROCHA – PB

HYOUCOAMA RODRIGUES TRIGUEIRO

O GÊNERO TEXTUAL CHARGE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO

DO LEITOR CRÍTICO

Aprovado em: _____/______/_______

BANCA EXAMINADORA

Profa. Ma. Marta Lúcia Nunes – UEPB/CAMPUS IV (Orientadora)

Prof. Me. Fábio Pereira Figueiredo – UEPB/CAMPUS IV (Examinador)

Prof. Dr. Rafael José de Melo – UEPB/CAMPUS IV (Examinador)

Dedico este trabalho а Deus e aos meus pais, por mais belas e sinceras que sejam as palavras neste momento, serão sempre insuficientes para traduzir todos os meus sentimentos em relação a vocês que são muito especiais.

O GÊNERO TEXTUAL CHARGE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO

DO LEITOR CRÍTICO

RESUMO

O ensino da Língua Portuguesa, no decorrer dos anos, principalmente no que diz respeito à leitura e compreensão de textos, tem requerido diversas modificações. A leitura deixou de ser apenas um exercício de decodificação e metalinguagem da língua e, a partir de inferências, passou a exigir a reflexão, propondo o desenvolvimento crítico e ampliando o conhecimento de mundo do leitor. Nessa concepção, os gêneros textuais têm contribuído para o alcance desse objetivo, pois, a partir da inserção dos vários gêneros em sala de aula, o aluno passou a compreender melhor a função do texto, percebendo e reconhecendo o gênero que se adéqua melhor a cada situação de comunicação, além de promover uma leitura reflexiva. Para a realização deste trabalho, consideramos o gênero textual charge como fundamental neste processo de formação de leitura crítica, visto que, o referido gênero chama atenção do leitor por conter geralmente linguagem verbal e não verbal e apresentar situações atuais que provocam a reflexão e até mesmo a investigação por parte do aluno, para formar sua própria opinião, colaborando para o desenvolvimento da leitura crítico-reflexiva. A pesquisa é de caráter bibliográfico e está fundamentada nos estudos dos seguintes teóricos: Marcuschi (1999 e 2008), Bakhtin (2003), Clark (1977), assim como nas orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (2001).

Palavras chave: Leitura. Gênero Textual. Charge.

ABSTRACT

The teaching of the Portuguese language, over the years, especially with regard to reading and comprehension of texts, has required several modifications. Reading is no longer just an exercise of decoding and metalanguage of the language and, from inferences, began to require reflection, proposing critical development and expanding knowledge of the world. In this conception, the textual genres have contributed to the achievement of this objective, since, from the insertion of the various genres in the classroom, the student began to better understand the function of the text, perceiving and recognizing the genre that best fits each one. communication situation, besides promoting a reflective reading. For the accomplishment of this work, we consider the textual genre charge as fundamental in this process of critical formation, since this genre draws the attention of the reader, since it usually contains verbal and nonverbal language and present current situations that provoke reflection and even investigation by the student, to form their own opinion, contributing to the development of reflective critical reading. The research is bibliographic and is based on the studies of the following theorists: Marcuschi (1999 and 2008), Bakhtin (2003), Clark (1977), as well as the guidelines of the National Curriculum Parameters (2001).

Keywords: Reading. Textual genre. Cartoon.

LISTA DE FIGURAS

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1 INTRODUÇÃO

Os gêneros textuais têm se tornado instrumentos no ensino-aprendizagem da língua, principalmente no que diz respeito à leitura e a compreensão de textos diversos. As tipologias textuais são limitadas, porém os gêneros são infinitos e, através deles o aluno pode compreender melhor as diversas funções dos textos verbais e não verbais. Nesta concepção, procuramos apresentar neste artigo as mudanças que ocorreram no decorrer de alguns anos no ensino da língua, a partir da utilização dos vários gêneros em sala de aula e suas contribuições para o desenvolvimento crítico do aluno, visto que a leitura é um processo de interlocução entre autor-texto-leitor que pode ser provocado ou ampliado por inferências, e, portanto, não pode mais ser entendida como um processo mecânico de decodificação de palavras. A leitura passa a envolver texto, contextos, análise de informações explícitas, mas, também daquelas que vão além e que exigem do leitor decifrar e entender o mundo que o cerca. Sendo assim, a linguagem se materializa em forma de gêneros discursivos que, por sua vez, emanam das mais variadas esferas de atividade humana. Isso implica dizer que os gêneros do discurso são infinitos já que são inesgotáveis as possibilidades de realizações da linguagem humana. Dentre os inúmeros gêneros do discurso existentes, focamos no gênero charge como objeto de estudo neste trabalho, devido a sua grande possibilidade de leitura, interpretação e produção. A partir dessas constatações, focamos nossa pesquisa na função da charge como meio e/ou instrumento para o desenvolvimento crítico e reflexivo do aluno, sendo este gênero um instrumento eficiente para incentivar o gosto pela leitura, o debate e a reflexão, e assim, ampliar o conhecimento de mundo do aluno, contribuindo para torná-lo um ser pensante e capaz de opinar no meio que o cerca.

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2 LEITURA E FORMAÇÃO CRÍTICA

2.1 Concepções e funções da leitura

A leitura, enquanto atividade oral e comum a diversos povos e idiomas, tem sido discutida por diversos teóricos que se preocupam em apresentar concepções que possam abarcar sua importância e funcionalidade. Marcuschi (1999, p. 95) apresenta a leitura enquanto processo inferencial que envolve elaborações semânticas, pragmáticas, lógicas e culturais. Ler é uma atividade complexa que requer uma rede de habilidades e competências tanto linguísticas quanto extralinguísticas que influenciam na interação com o leitor, priorizando compreensão, inferências e estabelecimento de relação para com o texto, com a finalidade de promover acima de tudo, compreensão e desenvolvimento reflexivo. Dessa forma, a leitura nos coloca em um mundo mais amplo de conhecimentos e significados, nos capacitando até mesmo a decifrá-lo e memorizá- lo. Leitura é um processo criativo e ativo, no qual o leitor socializa todo o seu conhecimento para adquirir novas informações e/ou novos enfoques. De acordo com Marcuschi (1999, p. 96):

Muitos são os modelos teóricos disponíveis na Psicologia Cognitiva, nas pesquisas da Inteligência Artificial, na Linguística de Texto e outras áreas, que tentam explicar como os conhecimentos individuais se organizam na memória.

Portanto, a memória é imprescindível para a leitura. Em vista disso, a memória tem uma importante funcionalidade para a leitura, sendo concebida como uma forma dinâmica de construir conhecimentos e, não como um conjunto desordenado e sem funcionalidade. Assim, considerando o caráter dinâmico da memória, o indivíduo deve estar apto para desenvolver suas habilidades através do processo cognitivo que resulta no processamento de compreensão textual. Afirma Brown e Yule (1983, p. 100):

Na verdade, como este tipo de inferência situada no contexto de enunciação e no contexto cognitivo é o predominante na compreensão de texto, não é de todo descabido postular-se que a

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sentidos e significados dos textos, uma vez que, o desenvolvimento das inferências é visto de forma cognitiva. Diante disso, o processo inferencial promove o crescimento de novos conhecimentos, através da memória do leitor, os quais são ativados os conteúdos publicados pelo texto. Sabe-se que a leitura enquanto prática social e cultural evidencia que o conceito não está relacionado nem no leitor, tampouco no texto, porém, é vista somente nos padrões de interações sociais em que a leitura se faz presente. Diante disso, tem-se o objetivo de discutir e analisar as três concepções de leitura: foco no texto, foco no leitor e foco na interação. A perspectiva de concepção da leitura que tem o foco no texto concebe a leitura como alicerce em que cabe ao leitor apenas a função de decodificar. Trata- se, portanto, de uma concepção estanque, pois a leitura não se restringe apenas ao aprendizado das correspondências letra e som, mas vai muito além. Segundo Cabral (1992, p.129):

A leitura não se resume à decodificação, ou seja, identificação das letras e dos grafemas e só o reconhecimento das palavras, ela envolve, opera com preposição e com o texto, bem como realiza inferências, emparelhando as informações fornecidas pelo texto com o saber do leitor.

Deste modo, a leitura passa a ser realizada apenas por elementos menores, na hipótese de sílabas e letras, passando para os elementos maiores, como textos e palavras. Nesse sentido, o leitor determina a associação com as palavras decodificadas com respectivos significados, e entende o texto através de análises, percebendo não só o texto, mas também o contexto e as informações que ele traz. Na perspectiva da concepção foco no leitor, trará um modelo teórico em que o leitor fica em primeiro plano, esse modelo teórico refere-se em que o leitor não efetua apenas uma leitura decodificada e que não há um método sequencial para alcançar uma leitura proficiente. No entanto, o processamento de leitura se dá por meio do leitor para o texto, uma vez que, o leitor é encarregado pela criação de sentidos, já que a leitura ocorre por meio do conhecimento prévio obtido. Segundo Goodman (1987, p.17):

É importante salientar que diferentes pessoas lendo o mesmo texto apresentam variações no qual se refere à compreensão dos

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sentidos, pois dependerá dos seus propósitos, conhecimentos armazenados em sua memória, suas atitudes, esquemas conceptuais, a cultura social de cada indivíduo, entre outros.

Dessa forma, para que se tenha a compreensão de textos, é necessário que o leitor entenda o argumento através do conhecimento prévio e linguístico e os dados que já possui, uma vez que, esses dados possibilitam a ativação de uma rede de conhecimentos que são guardados na memória do leitor. Kato (1985) defende que o leitor ideal é aquele capaz de percorrer as marcas deixadas pelo autor até chegar à formulação de suas ideias ou possíveis intenções com aquele texto, ou seja, um leitor proficiente é capaz de preencher os vazios do texto com as suas inferências, seguindo as pistas que o próprio texto oferece. Nesta concepção interacionista, o texto e o leitor são essenciais no processamento de leitura. Sendo assim, para a criação de sentido é fundamental a comunicação entre o autor, texto e leitor. O conceito não fica limitado para texto e leitor, todavia, fica atrelado na interação entre o texto e o leitor. Nessa perspectiva, ler é um processo que engloba os dados presentes no texto, como também os conteúdos que o leitor relaciona ao texto. Segundo Koch e Elias (2006, p.10-11):

Na concepção interacional (dialógica) da língua, os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais, sujeitos ativos que dialogicamente se constroem e são construídos no texto considerando o próprio lugar da interação e da construção dos interlocutores.

A intencionalidade do autor é determinada através das seleções de textos sinalizados, uma vez que, o leitor necessita identificar essas sinalizações textuais, estimulando informações que fez na sua trajetória de sujeito e sujeito-leitor. Dessa forma, o leitor reconstrói a intenção do autor pela preferência textual, fator esse que não corresponde com a reflexão do autor. Portanto, a partir das concepções analisadas, percebe-se que a boa leitura facilita a compreensão do sentido do texto, revelando ao leitor procedimentos cognitivos com os dados dos textos. Dessa maneira, o leitor deve interligar os conhecimentos de mundo, utilizando métodos de inferências constantes, tendo como suporte as informações do texto e as suas vivências de mundo.

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professor deve instigar o aluno a fazer previsões e inferências, para que aos poucos ele se torne um leitor autônomo. Conforme esclarece Rangel (1990, p. 09), ler consiste em:

Uma prática básica essencial para aprender [...] Trata-se de uma situação de aprendizagem que leve o educando a pensar, fazer inferências, apropriar-se de sentidos a partir de contextos linguísticos, históricos e situacionais e que remeta ao conhecimento de mundo e por ser esta pratica fundamental na formação de um educando letrado, e atuante no mundo globalizado que estamos inseridos.

Rangel (1990, p. 11), acrescenta que “a leitura [...] agradável ou não, prazerosa ou não, confortável ou não, é necessária, é indispensável quando se trata de aprendizagem, e aprendizagem em qualquer nível”. Nessa perspectiva, o papel do educador não se limita a ensinar o indivíduo a ler, mas a de contribuir para que ele exerça sua própria atividade, conforme suas dúvidas, seus interesses, suas limitações e as necessidades que a prática oferece. Partindo desse pressuposto, a formação de leitores proficientes ocorre a partir da consideração de que a leitura precisa ser concebida como instrumento de construção de sentidos e influenciada pelos meios sociais em que os leitores estão inseridos. Para Kleiman (1998, p. 51):

O leitor proficiente faz escolhas baseando-se em predições quanto ao conteúdo do livro. Essas predições estão apoiadas no conhecimento prévio, tanto sobre o assunto (conhecimento enciclopédico), como sobre o autor, a época da obra (conhecimento social, cultural, pragmático) o gênero (conhecimento textual). Daí ser necessário que todo programa de leitura permita ao aluno entrar em contato com um universo textual amplo e diversificado.

A prática adequada de leitura na sala de aula deve possibilitar ao aluno o acesso a uma diversidade textual levando-o a dialogar com as mais variadas formas comunicativas, proporcionando a compreensão dos textos lidos. É essencial, portanto, possibilitar diversas situações em que a leitura esteja no centro, pois só se aprende a ler lendo, praticando e interpretando. Assim, pode-se afirmar que se aprende a ler com proficiência na medida em que se adquire a habilidade de estabelecer diálogos críticos com o outro e com o mundo, em um crescente

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processo dialógico, ressaltando que determinadas leituras são desenvolvidas nos bancos das escolas, enquanto outras são desenvolvidas na escola da vida. A leitura desperta no indivíduo o ato de imaginar, pensar, criar e recriar seus pensamentos, tendo assim, as mais variadas funcionalidades, possibilitando a construção de novos conhecimentos e, consequentemente, mudanças no meio social. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais:

Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê, que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos, que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto (BRASIL, 2001, p.54).

Faz-se necessário que o professor, enquanto mediador no processo de ensino-aprendizagem, promova algumas estratégias de leitura, por exemplo, ativar o conhecimento prévio do aluno (pré-leitura), levar o aluno a diferenciar o que é essencial do que é menos relevante, fazendo assim uma esquematização que colabore para a construção do significado global do texto.

Precisamos ir além das necessidades e interesses das várias fases de desenvolvimento e motivar a criança a ir ajustando o conteúdo de suas leituras à medida que suas necessidades intelectuais e condições ambientais forem mudando. É preciso fazer da leitura um hábito determinado por motivos permanentes, e não por inclinações mutáveis (BAMBERGER, 2002, p. 20).

Dessa maneira, para promover o desenvolvimento da prática de leitura, o professor atua como intermediador, provocando a reflexão, uma análise crítica, observando junto ao aluno os elementos que constroem aquele texto, a interação na aula de leitura, ajuda ao aluno a construir a sua percepção sobre o texto lido, tornando-o capaz de opinar sobre o que leu e construindo a partir daí, também o aspecto semântico do texto.

2.2 A leitura e o processo de formação crítica

Dentre todas as modalidades existentes no âmbito cultural, a leitura é considerada como essencial para a construção de conhecimentos e para o

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A leitura não se restringe ao aprendizado das correspondências somente nas entrelinhas. É a única atividade que constitui ao mesmo tempo disciplina de ensino e instrumento para o manejo das outras fases. O aluno que não tem o hábito de ler tende a possuir o fracasso escolar, caso contrário possua, consequentemente terá êxito no seu desempenho. De acordo com Coreth (1973, p.69):

Nosso mundo, a saber, o todo do nosso horizonte de compreensão, pelo qual se torna possível a compreensão de cada uma das coisas, é sempre um determinado “mundo linguístico”, ou seja, um mundo aberto pela linguagem, linguisticamente interpretado, linguisticamente mediado, e isso numa língua sempre determinada, historicamente recebida por tradição, língua em que crescemos, em que vivemos e pensamos e na qual se realiza a nossa compreensão.

Desse modo, a leitura é essencial para construir o conhecimento, isso se trabalhada de forma a desenvolver a criatividade e a criticidade do aluno. Neste sentido Faulstich (2003, p.19) considera que a leitura crítica exige do leitor uma visão abrangente em torno do assunto que está sendo focalizado “ler criticamente significa reconhecer a pertinência dos conteúdos apresentados, tendo como base o ponto de vista do autor e a relação entre este e as sentenças-tópico”. A leitura estimulada pelo professor, de forma que leve a criança a pensar, e a buscar soluções para a interpretação da mensagem que o autor do texto quer transmitir, certamente desenvolverá a construção de seu conhecimento. A leitura permite também abrir caminhos para o aprendizado e aos poucos, ela irá construindo seu próprio conhecimento, criando possibilidades de projetar novas ideias, juízos de valor e de verdade por meio da criatividade e reflexão. Logo, a leitura possibilita ao leitor conhecimento de um mundo novo e mágico. Portanto, deve ser estimulada de forma singularizada e atraente, assim eles irão adquirir o gosto pela leitura, de maneira que seja vista como um prazer e uma rotina que possa incluir em sua vida. Assim sendo, a leitura é capaz de aumentar o conhecimento crítico das pessoas, uma vez que, faz parte do seu cotidiano e amplia a criatividade em relação ao meio social, possibilitando ao leitor posicionar-se criticamente em qualquer ambiente e sobre vários assuntos. É a leitura que abre os caminhos para conhecermos o mundo ao nosso redor.

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Sabe-se que, quando a criança é estimulada a ler, a tendência é de ser ativa e estar sempre preparada a ampliar suas práticas de leitura, querendo sempre aprender mais, já as que não têm acesso à leitura, reduzem essa possibilidade de se tornar uma criança ativa no meio social. “A leitura, como andar, só pode ser denominada depois de um longo processo de crescimento e aprendizado.” (BACHA 1975, p.39). É essencial para a construção de um mundo melhor que se inclua um meio de incentivo à leitura e a integração de modernos leitores à educação. Dessa maneira, somente formando leitores críticos teremos resultados satisfatórios na educação. Segundo Lima (2008, p.09):

É fundamental que as políticas de incentivo à leitura se descolem da mera organização de feiras ou da criação de bibliotecas e salas de leitura. O mais urgente é investir em material humano, com a formação de mediadores e bibliotecários capazes de semear o prazer da leitura por todo o país. Mediadores são os instrumentos mais eficientes para fazer da leitura uma prática social mais difundida e aproveitada.

Assim sendo, a leitura para criança é uma experiência de sentidos que estimula o leitor a evoluir sua personalidade e fortalecer a sua capacidade crítica. O ato de ler amplia o conhecimento de mundo e forma um cidadão crítico e consciente. Umas das maneiras de estimular na criança o gosto pela leitura, é apresenta- la livros que incentivem o hábito de ler de forma prazerosa. Logo, pauta-se em várias vantagens que elas conheçam realidades diferentes, uma vez que, elas consigam formar seus próprios valores e ideais, que levarão para vida toda. De acordo com Prado (1996, p. 19-20):

O livro leva a criança a desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a sociabilidade, o senso crítico, a imaginação criadora, e algo fundamental, o livro leva a criança a aprender o português. É lendo que se aprende a ler, a escrever e interpretar. É por meio do texto literário (poesia ou prosa) que ela vai desenvolver o plano das ideias e entender a gramática, suporte técnico da linguagem. Estudá-la, desconhecendo as estruturas poético-literárias da leitura, é como aprender a ler, escrever e interpretar, e não aprender a pensar.

O hábito de ler não é somente para distração ou uso escolar, é também, um instrumento que disponibiliza ao leitor uma visão abrangente do mundo, tornando o