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Uma revisão bibliográfica que avalia evidências de estudos sobre o fortalecimento do complexo postero lateral do quadril (cplq) na redução da dor patelofemoral. A dor patelofemoral é caracterizada por dor anterior do joelho associada a atividades como agachamento, sentar e levantar, e deambulação em escada. O fortalecimento da musculatura do quadril pode ajudar a melhorar o alinhamento das extremidades inferiores e o rastreamento da patela, reduzindo a pressão articular retropatelar excessiva e a dor. O objetivo do estudo é determinar se o fortalecimento do cplq auxilia na diminuição da dor e na melhora da função em indivíduos com dor patelofemoral.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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Bruna Pereira Fruet^1 ; Alexandre Marek^2
(^1) Fisioterapeuta. Graduada pela Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. Discente do
Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia URI/IOT. E- mail: bruna_fruet@hotmail.com
(^2) Fisioterapeuta. Graduado pela Universidade de Passo Fundo – UPF. Docente do Programa
de Pós-Graduação em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia URI/IOT. E-mail: alexandremarek@iotrs.com.br
Bruna Pereira Fruet Alexandre Marek
Resumo
Introdução: a síndrome da dor patelofemoral (SDPF) é caracterizada por dor anterior no joelho. Sua etiologia ainda não é clara, com surgimento insidioso, não traumático pode limitar o desempenho das atividades funcionais. A influência do movimento articular do quadril no desenvolvimento desta síndrome já foi documentado na literatura. Nesse sentido, estudos investigaram a eficácia do fortalcimento dos músculos do quadril em pacientes com SDPF. Objetivos: Avaliar através de achados bibliográficos se o fortalecimento do complexo postero lateral do quadril (CPLQ) auxília na redução da dor patelofemoral, caracterizar os índivíduos e descrever as metodolgias utilizadas como tratamento. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica. A pesquisa foi realizada utilizando os seguintes bancos de dados: Google Scholar, MEDLINE, PEDro e LILACS, publicados entre os anos de 2009 e 2017. Os estudos selecionados tiveram que distinguir os efeitos do fortalecimento do CPLQ em indivíduos com SDPF. Resultados: foram selecionados nove estudos. Esses estudos demonstraram que o fortalecimento muscular do CPLQ combinado ao fortalecimento de joelho resultou em uma melhora significativa da dor, comparação ao fortalecimento isolado de joelho. Conclusão: o fortalecimento do CPLQ não é apenas eficaz, mas também superior ao fortalecimento de joelho na redução da intensidade no quadro álgico.
Palavras-chave: Síndrome da dor patelofemoral. Joelho. Quadril.
patelofemoral, e assim investigar especificamente as características dos pacientes com relação sexo, idade e atividade profissional e descrever as metodologias utilizadas como tratamento.
Metodologia
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, no qual seguiu as recomendações propostas pela Colaboração Cochrane -The Cochrane Database of Systematic Reviews.
Foi realizada uma pesquisa entre os estudos publicados em Inglês e português nas revistas indexadas no banco de dados Bireme e Pubmed, nas bases de dados Google Scholar, MEDLINE, PEDro e LILACS, publicados entre os anos de 2009 a 2017. De acordo com descritores de ciência da saúde (DeCS) as seguintes palavras-chave foram usadas: síndrome da dor patelofemoral, joelho e quadril, as mesmas palavras-chave foram consultadas em inglês, sendo: Patellofemoral Pain Syndrome, Knee e Hip. Além disso, as referências listadas dos estudos selecionados também foram investigadas.
Ao finalizar as pesquisas em cada base, as referências duplicadas foram excluídas juntamente com os trabalhos que se tratarem de dor pós fraturas de patela, pós traumas, lesões ligamentares, condromalácia patelar e pós operatórios.
Resultados
A estratégia de busca eletrônica identificou 227 estudos (Cochrane = 1, MEDLINE = 170, PEDro = 46, LILACS = 11). Após a triagem de títulos e resumos 213 foram excluídos por não conseguirem atender aos critérios de inclusão, foi optado por não utilizar revisões sistemáticas devido esta pesquisa focar em estudos experimentais, para obter melhores informações quanto as intervenções realizadas para esta disfunção.
Assim, foram incluídos nesta revisão bibliográfica 9 estudos (MEDLINE/PUBMED = 9, PEDRO = 5), sendo 5 duplicados no Pubmed e Pedro; na base de dados Cochrane e Lilacs os arquivos encontrados não foram selecionado pois não atenderam aos critérios de inclusão.
Características dos estudos incluídos
Os 9 estudos envolveram 496 participantes e investigaram os efeitos do fortalecimento do quadril e joelho para reduzir a dor em pessoas com dor patelofemoral (TABELA 1).
Dois ensaios2 7^ compararam o fortalecimento do quadril e joelho combinados com fortalecimento somente de joelho. Um estudo^8 comparou o fortalecimento do quadril e joelho com grupo controle. Um estudo^9 comparou o fortalecimento do quadril com o grupo controle utilizando apenas medicação. Um estudo^10 de intervenção isolada. Um estudo^3 utilizou 3 grupos, fortalecimento isolado do joelho com um grupo de fortalecimento do quadril e joelho e outro grupo controle. Outro estudo^11 comparou o fortalecimento isolado de quadril com o fortalecimento isolado de joelho. Em apenas um estudo^12 foi utilizado em ambos os grupos fortalecimento de joelho e quadril, mas em ambos o fortalecimento foi feito de forma isolada em diferentes momentos da intervenção, afim de verificar qual musculatura deve ser reforçada primeiramente para atingir melhores resultados.
Participantes: a idade média dos participantes variou de 12 a 40 anos em todos os ensaios, sendo, 412 eram mulheres (83,06%) e 84 homens (16,93%), sendo assim destacamos a prevalência de sintomas em mulheres no presente estudo, não podendo afirmar que são a população de maior risco, visto que a maioria dos ensaios2 3 7 9 10 11^ selecionados investigaram os sintomas apenas na população feminina. Quatro ensaios8 10 12 13^ especificam que seus participantes eram ativos, quatro ensaios2 3 7 9^ especificaram que seus participantes eram sedentários, um ensaio^5 apenas não relatou se os participantes incluídos estavam ativos ou sedentários. Quanto a sua atividade profissional, nenhum dos estudos forneceu esses dados.
Foram incluídos três ensaios2 3 7^ onde os participantes apresentaram história de dor no joelho anterior pelo menos nos últimos 3 meses, dois ensaios8 13^ utilizaram o tempo mínimo
Tabela 1: Características dos ensaios incluídos (n = 9)
Ano Autor Revista Assunto / Título Indivíduos Base de dados
2010 Fukuda, et al., Jospt Short-Term Effects of Hip Abductors and Lateral Rotators Strengthening in Females With Patellofemoral Pain Syndrome: A Randomized Controlled Clinical
Mulheres com síndrome da dor patelofemoral
Pubmed Pedro
2011 Ferber, et al., Journal of Athletic Training
Changes in Knee Biomechanics After a Hip-Abductor Strengthening Protocol for Runners With Patellofemoral Pain Syndrome
Atletas de lazer ativos. Pubmed
2011 Dolak, et al., Jospt Hip Strengthening Prior to Functional Exercises Reduces Pain Sooner Than Quadriceps Strengthening in Females With Patellofemoral Pain Syndrome: A Randomized Clinical Trial
Mulheres com síndrome da dor patelofemoral
Pubmed Pedro
2012 Fukuda, et al., Jospt Hip Posterolateral Musculature Strengthening in Sedentary Women With Patellofemoral Pain Syndrome: A Randomized Controlled Clinical Trial With 1-Year Follow-up
Mulheres sedentárias com síndrome da dor patelofemoral
Pubmed Pedro
2012 Khayambashi , et al.,
Jospt The Effects of Isolated Hip Abductor and External Rotator Muscle Strengthening on Pain, Health Status, and Hip Strength in Females With Patellofemoral Pain: A Randomized Controlled Trial
Mulheres com dor patelofemoral
Pubmed
2015 Ferber, et al., Journal of Athletic Training
Strengthening of the Hip and Core Versus Knee Muscles for the Treatment of Patellofemoral Pain: A Multicenter Randomized Controlled Trial
Homens e mulheres com síndrome da dor patelofemoral
Pubmed
2016 Sahin,et al., Turkish Journal of Medical Sciences
The effect of hip and knee exercises on pain, function, and strength in patients with patellofemoral pain syndrome: a randomized controlled trial
Jovens mulheres sedentárias síndrome da dor patelofemoral
Pubmed Pedro
2017 Hamada, et The Society of Physical Therapy
Carryover effect of hip and knee exercises program on functional Pacientes co síndrome da dor patelofemoral
Pubmed Pedro
al., Science performance in individuals with patellofemoral pain syndrome unilateral
2017 Carry, e al., International Journal of Sports Physical Therapy
Postural stability and kinetic change In subjects with patellofemoral pain after A nine-week hip and core strengthening Intervention
Jovens do sexo feminino entre com síndrome da dor patelofemoral
Pubmed
Tabela 2: Descrição da população, intervenção e resultados dos estudos incluídos
Estudo População Intervenção Resultados
Fukuda, et al.,
(2010)
n = 64 Idade média (anos) = 25 Duração da dor (mth) = > 3 Intensidade da dor (0-10) = 4, Sedentário
Exp 1 = fortalecimento do joelho e quadril (n=23), 3x por semana durante 4 semanas Con 1 = sem tratamento (n=25) Con 2 = fortalecimento do joelho (n=22), 3x por semana durante 4 semanas Músculos = abductores de quadril, rotadores laterais + músculos do joelho Carga = 70% de 1 ou 10 RM Tipo = Peso livre, máquinas e resistência elástica Progresso = resistência ajustada a 70% da força máxima a cada semana
Grupo fortalecimento do joelho e quadril obtiveram uma redução significativa da dor na avaliação de 4 semanas quando comparado à linha de base. Após a intervenção de 4 semanas mostrou que ambos os grupos fortalecimento de joelho e fortalecimento de joelho e quadril obtiveram classificações estatisticamente mais baixas da dor durante as escadas ascendentes em relação ao grupo controle.
Ferber, et al.,
(2011)
n = 25 Idade média (anos) = 32 Duração da dor (mth) = > Intensidade da dor (0-10) = 3 Ativos
Exp = fortalecimento do joelho e quadril (n=15), 6x por semana durante 3 semanas Con = sem tratamento (n=10) Músculos = abductores de quadril Carga = Resist-A-Band de 5 pés Tipo = resistência elástica Progresso = resistência aumentada com uma banda elástica extra
Os pacientes com SDPF estavam em conformidade com o protocolo de reabilitação e completaram os exercícios, em média, 6,2 dias por semana durante as 3 semanas. Os pacientes com SDPF apresentaram uma redução de 43,10% no escore VAS após o protocolo de reabilitação.
Dolak, et al.,
(2011)
n = 26 Idade média (anos) = 26 Duração da dor (mth) = não relatado Intensidade da dor (0-10) =
Não reportado
Exp = fortalecimento do quadril, 3x por semana durante 8 semanas (n=13) Con = fortalecimento do joelho, 3x por semana durante 8 semanas (n=6) Músculos = abductores de quadril, rotadores laterais. Carga = 3% do peso corporal Tipo = Peso corporal, pesos livres Progressão = A resistência aumentou a cada semana até 7% do peso corporal.
O grupo do quadril teve significativamente menos dor do que o grupo joelho na semana 4. Além disso, os escores de dor em 4 e 8 semanas foram significativamente inferiores aos escores basais no grupo do quadril e as pontuações de dor para o grupo quadríceps significativamente menores do que a linha de base às 8 semanas mas não às 4 semanas.
Fukuda, et al.,
(2012)
n = 49 Idade média (anos) = 23 Duração da dor (mth) = > Intensidade da dor (0-10) = 6, Sedentário
Exp = quadril + reforço do joelho (n=28), 3x por semana durante 4 semanas Con = fortalecimento do joelho (n=26), 3x por semana durante 4 semanas Músculos = abdutores de quadril, rotadores laterais, extensores + músculos do joelho Carga = 70% de 1RM Tipo = Peso corporal, pesos livres, máquinas e resistência elástica Progresso = resistência ajustada a 70% da força máxima a cada semana
A análise das diferenças entre os grupos aos 3, 6 e 12 meses pós- tratamento indicou que o grupo fortalecimento joelho e quadril, quando comparado ao grupo fortalecimento de joelho, teve significativamente menos dor e melhor função para todas as medidas de resultado em todas as 3 ocasiões.
Khayambashi, et al.,
(2012)
n = 28 Idade média (anos) = 30 Duração da dor (mth) = > 6 Intensidade da dor (0-10) = 7, Sedentário
Exp = fortalecimento do quadril (n=14), 3x por semana durante 8 semanas Con = placebo (n=14), 1000 mg de Omega- 3 e 400 mg de cálcio por dia durante 8 semanas Músculos = abductores de quadril, rotadores laterais Carga = cor da tubulação elástica Tipo = resistência elástica Progressão = resistência aumentada a cada
O teste post hoc revelou que a dor diminuiu significativamente no grupo de exercícios e não mudou no grupo de controle. No seguimento de 6 meses, a intensidade da dor relatada pelo grupo de exercícios permaneceu significativamente diminuída em relação à linha de base.
CARRY, e al.,
(2017)
n = 7 Idade média (anos) = 15 Duração da dor (mth) = 1 a 6 Intensidade da dor (0-10) = não relatado Ativos
Exp = fortalecimento do quadril e joelho (n=15), 3 - 4 vezes por semana durante 9 semanas Músculos = flexores e extensores de joelho, abductores e rotadores laterias do quadril e core Carga = 15 repetições máximas Tipo = peso corporal Progresso = exercícios de cadeia cinética aberta, a exercícios de cadeia cinética fechada, a exercícios funcionais
Após a intervenção de fortalecimento do quadril de nove semanas, houve uma diminuição significativa na Escala de Sintomas de Dor no Joelho Anterior (AKPS), Escala Analógica Visual para Pior Dor (VAS-W) e Escala Analógica Visual para Dor Comum (VAS-U).
Exp= grupo experimental, Con = grupo controle, 1RM = 1 repetição máxima, SDPF = Síndrome da dor Patelofemoral
Discussão
A presente revisão bibliográfica procurou fornecer evidências que o fortalecimento do complexo postero lateral do quadril é efetivo na redução da dor em pessoas com sindrome da dor patelofemoral. A revisão também indicou que o fortalecimento combiando do quadril e do joelho resulta em uma maior diminuição da dor em comparação com o fortalecimento somente de joelho.
A principal modalidade fisioterapêutica para o tratamento da SDPF é o fortalecimento da musculatura dos MMII, justificando o maior destaque da fisioterapia ortopédica no tratamento das disfunções osteomusculares, através dos diversos recursos que a profissão dispõe.14 15
Embora as intervenções de fortalecimento descritas nos ensaios avaliados tenham sido caracterizadas como progressivas, elas não foram administradas na intensidade recomendada pelo American College of Sports Medicine.^16 Por exemplo, um ensaio^11 investigou um programa de fortalecimento com uma carga equivalente a 3% do peso corporal dos participantes, quando o American College of Sports Medicine Guidelines sugere uma carga de 60-70% de uma repetição máxima para novatos.^5 Por exemplo, 1 experimental^11 investigou um programa de fortalecimento com uma carga equivalente a 3% do peso corporal do participante, quando as diretrizes do American College of Sports Medicine sugerem uma carga de 60% a 70% do máximo de 1 repetição para novatos.^5 Infelizmente, nenhum dos ensaios relataram a duração das sessões de intervenção, o que poderia refletir propriedades de treinamento importantes, como volume de treinamento, velocidade de contração ou intervalos de descanso.
De acordo com Ostelo et al.^17 , o valor de corte para mudanças mínimas importantes na dor é de 1,5 pontos (ou 30% de melhoria em relação à linha de base), uma vez que a intensidade média da dor dos participantes na revisão atual foi de 4,8 (1,59) pontos.
Em estudos de Fukuda et al^2 e Nakagawa et al^18 o fortalecimento de quadríceps foi comparado a um programa consistindo em fortalecimento do quadril e do quadríceps. Os resultados demonstraram que a combinação do fortalecimento do quadril e do quadríceps foi melhor do que o fortalecimento de quadríceps isolado na redução da SDPF.
Considerações Finais
Esta revisão bibliográfica fornece evidências de que o fortalecimento do quadril e do joelho não é apenas eficaz, mas também superior ao fortalecimento isolado do joelho, para diminuir a intensidade da dor em pessoas com dor patelofemoral. Os resultados, com base em 9 ensaios, indicaram que são mulheres as mais investigadas e afetadas pela SDPF, que o fortalecimento dos músculos do quadril, acompanhado pelo fortalecimento dos músculos do joelho em média 3 vezes por semana, durante 6 semanas, pode diminuir a dor em pessoas com níveis moderados de dor patelofemoral, mantendo também os benefícios após intervenção. Dado que o fortalecimento combinado do quadril e joelho demonstrou reduzir os sintomas femoropatelares, entretando é importante estudar isoladamente o fortalecimento do quadril para avaliar verdadeiramente a eficácia dessa abordagem como uma intervenção independente para SDPF.
Referências