
















Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Este trabalho analisa os fatores internos e externos que contribuíram para a formação do estado de israel e sua independência no ano de 1948. Utiliza-se de fontes como livros, monografias e artigos científicos para apresentar a construção do estado de israel como resultado de uma pluralidade de fatores, tanto internos quanto externos. O trabalho utiliza a perspectiva da escola inglesa para compreender melhor o papel dos fatores internacionais na formação do estado de israel e como os judeus conseguiram o apoio internacional para a sua criação.
Tipologia: Redação
1 / 24
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Relações Internacionais. ORIENTADOR: professor André Luis Prudêncio Sena RIO DE JANEIRO
O presente artigo tem como objetivo analisar os motivos internos e externos da dinâmica internacional ao redor dos acontecimentos históricos e políticos que levaram Israel à sua independência no ano de 1948. A questão central deste trabalho é saber quais são os fatores internos e externos dentro do cenário internacional que conduziram à formação do Estado de Israel e quais desses fatores foram mais relevantes. Para compreender tais acontecimentos, este trabalho será dividido em introdução, contexto histórico, referencial teórico, estudo de caso e considerações finais. A teoria escolhida para esta análise é a teoria da Escola inglesa de Martin Wight e Hedley Bull, através do conceito de soberania e de equilíbrio de poder que vão ajudar a consolidar o tema dentro das relações internacionais. PALAVRAS-CHAVE : SIONISMO, SOBERANIA, POVO JUDEU, POTÊNCIAS, HOLOCAUSTO ABSTRACT This article aims to analyze the internal and external motives of international dynamics around the historical and political events that led Israel to its independence in 1948. The central question of this work is to know what are the internal and external factors within the international scenario that led to the formation of the State of Israel and what are the most important factors. To understand such events, this work will be divided into an introduction, historical context, theoretical reference, case study and final considerations. The theory chosen for this analysis is the English School theory from Martin Wight and Hedley Bull, through the concept of sovereignty and balance of power that will help to consolidate the theme within international relations. KEYWORDS: ZIONISM, SOVEREIGNTY, JEWISH PEOPLE, POWERS, HOLOCAUST
O presente trabalho utilizará a perspectiva da Escola inglesa cujos principais autores, Martin Wight, Hedley Bull e Adam Watson falam sobre o conceito de soberania e o conceito de equilíbrio de poder, dois conceitos que irão ajudar a compreender melhor o porquê era necessário o apoio internacional para formação de um novo Estado soberano e como os judeus conseguiram tal apoio internacional, principalmente o apoio das Potências da época: Estados Unidos, União Soviética e Grã Bretanha, além de entender também quais intenções reais estas potências teriam ao votar a favor ou contra o nascimento desta nova nação. 2.CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 2.1 Alguns aspectos do antissemitismo Com o passar dos séculos, os judeus sempre foram tratados como imigrantes nos países onde moravam e sua cultura era vista com certa “estranheza” pelos outros povos. Segundo Johnson “Desde a “profunda antiguidade” os filhos de Abraão “tinham sido, e se haviam considerado, estrangeiros e peregrinos” (JOHNSON, 1995, P.142). Nos territórios Árabes, os muçulmanos também desprezavam os judeus e os tratavam como “cidadãos de segunda classe” e eram alvos de perseguições e atos de violência. Alguns Estados islâmicos faziam esquemas parecidos com o apartheid , onde os judeus eram classificados como dhimmis e eram considerados inferiores perante a lei. Aos dhimmis era permitido a prática de sua religião e de sua cultura, mas sob a condição de que pagassem um jizya especial ou imposto por cabeça que não era exigido para muçulmanos. Os dhimmis pagavam este imposto em troca de proteção do Estado e assim, sendo tratado de forma diferente não era permitido que os judeus participassem da comunidade política (DERSHOWITZ, 2005). Tanto cristãos da Europa como os muçulmanos das Nações Árabes tratavam a sua minoria judaica de forma tão horrível que a necessidade de auto governo judaico, num Estado judeu com uma maioria judaica, onde os judeus pudessem ser tratados como iguais e defender-se das perseguições, tornou-se evidente para a maioria do mundo no final da segunda guerra mundial (DERSHOWITZ, 2004, P. 86). Assim, é possível perceber que o preconceito contra os judeus não é algo recente, segundo Johnson “É coisa anômala falar de anti-semitismo na antiguidade, já que o termo não foi cunhado antes de 1879. contudo, existia anti-semitismo em fato, senão em nome, e se tornou de crescente significação” (JOHNSON, 1987, P.142).
2.2 O sionismo de Theodor Herzl e o caso Dreyfus Em 1894, chega ao serviço de contra espionagem francês um caso de traição, o caso dizia que Alfred Dreyfus, um oficial judeu do Estado-Maior do exército francês, havia cedido informações secretas da França para a Embaixada alemã. Entretanto, os documentos que apresentaram contra o oficial eram falsos, mas mesmo assim Dreyfus foi considerado culpado e levado preso para a Ilha do Diabo onde permaneceu até o ano de 1906 quando foi reabilitado e elevado ao posto de general (PINSKY, 1978). O fato de a questão e a acusação provavelmente falsa- ter sido levada adiante, a despeito da imensa repercussão internacional, prova que havia interesses favoráveis à execração de judeus. Pois esse foi o caráter do processo: de caso particular, passo o problema geral, de um "mau judeu" passou à maldade dos judeus. Atmosfera de anti-semitismo estimulada pelo jogo político de áreas conservadoras e clericais, acusações pelo crime de ser judeu (PINSKY, 1978, P.118). Durante o processo do caso Dreyfus, um jornalista judeu chamado Theodor Herzl acompanhava essa situação, depois que o tribunal declarou Dreyfus culpado Herzl estava no local e ouviu os gritos da multidão que dizia "morte a Dreyfus! Morte aos judeus!". Alguns meses depois, Herzl escreveu um esboço do livro que daria início ao sionismo moderno, Der judenstaat (o Estado Judeu).O caso Dreyfus e a conversão de Herzl ao sionismo mostravam grandes avanços para a história judaica. Primeiro, o caso Dreyfus, pois, colocou um fim a uma época de ilusão onde os judeus ocidentais presumiam, de maneira otimista, onde o processo de aceitação pela sociedade europeia estava chegando e perto de se realizar (JOHNSON, 1995). Herzl considerou as intensas manifestações antissemitas como algo que precisava ser resolvido com urgência, algo que o levou a buscar uma saída para o que ele percebia ser o problema judeu. Então em 1894 ele levanta a bandeira do Estado Nacional Judaico. Em 1896, depois de publicar o seu livro judenstaat (O Estado Judeu), ele organiza para o ano seguinte aquele que seria conhecido como o Primeiro Congresso Sionista (PINSKY, 1978). Sendo assim, a proposta de Herzl baseava-se na busca pela soberania sobre um determinado pedaço de terra que deveria ser dado aos judeus, o lugar não importava, poderia ser na Argentina, onde o Barão Maurice Hirsch havia instalado seis mil judeus em colônias ou na Palestina onde havia colônias similares. O que realmente importava era a aprovação da opinião pública judaica, e eles aceitariam o que lhes fosse oferecido. (JOHNSON, 1995). 2.3 A declaração Balfour e o Holocausto
pertencia oficialmente à Organização Internacional. Pouco mais de um ano depois, em maio de 1948, a implantação do Estado de Israel seria formalmente anunciada, o novo Estado iria adquirir o reconhecimento quase instantâneo das duas grandes potências do mundo: Estados Unidos e União Soviética (JENSEHAUGEN, HEIAN-ENGDAL and WAAGE, 2012). Em maio de 1947 a questão da Palestina começou a ser discutida pelas Nações Unidas onde um comitê especial apresentou dois planos. Uma minoria defendia o Estado federado binacional e a maioria defendia um outro plano de partilha cujo o território seria dividido para os estados árabe e judeu. No dia 29 de novembro de 1947, graças ao forte e essencial apoio de Truman, o plano da partilha foi endossado pela Assembleia Geral, por trinta e três votos a favor e treze contra e com dez abstenções (JOHNSON, 1995). The General Assembly also decided that, in addition to the two states, an international regime under the United Nations should be established for Jerusalem – in spite of the fact that more than two- thirds of the city's population were Jews and that a Jewish state without Jerusalem represented a fundamental contradiction from a Zionist and a Jewish point of view. The UN resolution also defined the borders between the two parts as well as their economic relationship (FRIESEL, 1996, P.18 & 19).^1 Mais tarde, em uma nova tentativa de estabelecer um acordo,os árabes rejeitaram novamente o tratado sem dar opção a nenhum tipo de discussão ao plano que teria dado a eles um estado palestino, e buscaram depois o convencimento pelas armas. Como resultado da guerra que aconteceu, e as conquistas israelenses entre junho e novembro de 1948, Israel acabou ficando com oitenta por cento da Palestina e com fronteiras que proporcionaram o começo de um Estado que podia ser defendido. No fim, os árabes palestinos ficaram sem nenhum Estado, apenas a Faixa de Gaza e a margem ocidental do Rio Jordão, administrada pela Jordânia (JOHNSON, 1995). 3.REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 A Escola inglesa (^1) A Assembléia Geral também decidiu que, além dos dois Estados, um regime internacional sob o domínio das Nações Unidas deveria ser estabelecido para Jerusalém- apesar do fato de mais de dois terços da população da cidade eram judeus e que um Estado judeu sem Jerusalém representava uma grande contradição do ponto de vista dos sionistas e dos judeus. A resolução da ONU também definiu fronteiras entre as duas partes de acordo com suas relações econômicas (FRIESEL, 1996, P.18 & 19).
Para Martin Wight, todas as teorias das relações internacionais deveriam ser baseadas na história e na filosofia ocidental, segundo ele e seu principal discípulo Hedley Bull, “todo pensamento teórico nas relações internacionais decorre de uma das três tradições fundadas por Maquiavél, Grotius e Kant, que Wight denominou respectivamente de realismo, racionalismo e revolucionarismo” (NOGUEIRA E MESSARI, 2005, P. 40). No livro, “a sociedade anárquica”, Hedley Bull utiliza dois conceitos diferentes que a princípio são, mutuamente, exclusivos: sociedade e anarquia. A sociedade parte do princípio da existência de um grau mínimo de valores que apontam em direção a uma ordem, enquanto a anarquia, por outro lado, aponta para a ausência de ordem. Para Bull, o sistema internacional é um resultado da união dessas duas coisas. A partir do momento que os Estados começam a se organizar, eles seguem em direção a um conjunto de normas, processos e práticas que tem a intenção de assegurar três objetivos: a vida, a verdade e a propriedade (NOGUEIRA E MESSARI, 2005). Ao pensar em proteger a vida, o sistema internacional proporciona medidas com o objetivo de administrar a violência, que desta forma, abre espaço para a guerra justa, que é feita em defesa da vida. Ao pensar em proteger a verdade, são criados acordos e tratados que regem as relações dos Estados do sistema. E para manter a propriedade, cria-se o princípio da soberania e do reconhecimento recíproco da soberania do outro (NOGUEIRA E MESSARI, 2005). Desta forma, Bull, concorda com Martin Wight ao destacar as três mesmas escolas de pensamento ocidentais (a realista, a racionalista e a revolucionária), porém Bull troca Maquiavél por Hobbes para representar os realistas. A escola inglesa introduz uma escala em etapas diferentes: o sistema internacional, a sociedade internacional, a sociedade mundial. Essas quatro etapas mostram uma complexidade progressiva, com normas e valores comuns ainda mais presentes e ainda mais urgentes no sistema internacional. Ao falar de sistema internacional, fala-se de uma união de Estados que não tem muitos aspectos em comum, que pouco dividem. Porém, ao falar de sociedade internacional, há um nível maior de valores e objetivos em comum. Todavia, neste sistema o ator central é o Estado. Ao falar de sociedade mundial, já refere-se a uma ordem não exclusivamente estatal e o governo mundial faz referência à presença de uma soberania que ultrapassa os Estados e que se impõe a eles (NOGUEIRA E MESSARI, 2005).
existentes; se adequadamente compreendidos, todas as nações têm os mesmos objetivos (BULL, 2002). Ao contrário da hobbesiana, a visão kantiana e universalista da moralidade internacional admite a existência de imperativos morais no campo das relações internacionais, que limitam a ação dos estados; mas esses imperativos não pregam a coexistência e a cooperação entre os estados, e sim a derrubada do sistema de estados e sua substituição por uma sociedade cosmopolita (BULL, 2002, P. 34). Ao falar sobre a visão grociana, Bull irá apresentá-la como sendo uma perspectiva intermediária entre a realista e a universalista, explicando a política internacional sob aspectos de uma sociedade de Estados ou sociedade internacional. Ao contrário da visão hobbesiana, os grocianos vão dizer que são estabelecidos limites aos Estados em relação a seus conflitos como normas e princípios, além disso, a visão grociana assume o princípio de que os Estados soberanos formam a principal realidade da política internacional, ou seja, os membros mais importantes dentro da sociedade internacional são os Estados, não os indivíduos (BULL, 2002). Para os grocianos, a atividade internacional que melhor tipifica a sociedade internacional não é a guerra, ou um conflito horizontal que ultrapasse as fronteiras dos estados, mas o comércio - de maneira mais geral, o intercâmbio econômico e social entre os Estados (BULL, 2002, P.35). A narrativa grociana para o posicionamento internacional é que na sua relação todos os Estados estão cercados por normas e instituições da sociedade que formam. Os grocianos, porém, dizem que os Estados precisam obedecer não somente às normas de prudência e convivência, mas, também as instâncias de lei e moralidade. Diferente dos universalistas, os grocianos compreendem que essas instâncias não tem a intenção de derrubar o sistema de Estados, sendo substituído por uma comunidade universal dos homens, mas sim a aceitação das exigências e cooperação dentro de uma sociedade de Estados (BULL, 2002). 3.2 A ESCOLA INGLESA E A INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL 3.2.1 A soberania dos Estados Hedley Bull também descreve em sua obra o conceito de soberania, abordando a questão central das relações internacionais, que segundo ele, é a existência dos Estados. Cada Estado possui um governo e impõe a sua soberania sobre um pedaço de terra e um determinado número de pessoas. Por um lado, os Estados possuem o que Bull chama de “soberania
interna” que está sobre este determinado território e esta determinada população, por outro lado, os Estados possuem o que se pode chamar de “soberania externa”, que é a independência em relação às autoridades externas. Os Estados não só impõem a sua soberania interna e externa como também a executam de fato, em diferentes níveis, essa supremacia interna e independência externa (BULL, 2002). Ainda segundo Bull “A comunidade política independente que simplesmente afirma o direito à soberania (ou é julgada soberana por outros) mas não pode exercer na prática esse direito não é propriamente um Estado”(BULL, 2002, P.13). O conceito de soberania da escola inglesa é fundamental para a compreensão dos esforços do movimento sionista na formação do Estado de Israel, pois eles tinham a consciência de que a soberania de seu Estado precisaria, antes de qualquer coisa, ser reconhecida pelos outros Estados, como afirmou Theodor Herzl (1997). Os judeus entenderam que o mundo civilizado, seja como fosse definido, não era digno de confiança. A maior lição aprendida pelos judeus com o holocausto foi a necessidade urgente de possuir um refúgio estável para eles, independente e, principalmente, soberano onde, se preciso fosse, todos os judeus do mundo poderiam buscar proteção contra seus inimigos. A Primeira Guerra Mundial tornou o Estado sionista possível. A Segunda Guerra tornou-o essencial. Ela convenceu a maioria absoluta dos judeus que este Estado era vital e deveria ser um lugar seguro, seja qual fosse o preço, para os judeus ou para qualquer um que fosse (JOHNSON, 1995). O status cobiçado de independência readquirida ou recentemente adquirida e de ser membro da “comunidade mundial de Nações” é simbolizado pela participação nas instituições da sociedade. A troca de representantes diplomáticos bilaterais com outros Estados e o fato de ser membro das “oni-laterais” Nações Unidas são as provas visíveis do reconhecimento. Ser membro das Nações Unidas também dá a todos os Estados membros, por pequenos que sejam, uma voz e uma possibilidade de participar da reformulação das regras e das instituições e de proclamar os valores da sociedade internacional mundial ou, em outras palavras, a legitimidade ostensiva da sociedade (WATSON, 2004, P.420). De acordo com Bull (2002), alguns autores do século XIX, puderam admitir que a soberania é uma característica de todos os Estados, e o reconhecimento mútuo da soberania era uma norma fundamental para a coexistência dentro do sistema internacional. Definiram também desfechos como a regra da não intervenção e a regra da igualdade dos Estados. O Congresso de Viena reconheceu que o sistema diplomático, era do interesse geral da sociedade internacional, e seu relatório final o normalizou, e regulando-o à doutrina da igualdade
O projeto sionista sobre a construção de um Estado judeu enfrentou uma oposição significativa. De fato, algumas horas antes da votação final da partilha da Palestina, parecia que o grupo sionista não conseguiria os votos necessários na Assembleia Geral. Sendo assim, como o movimento sionista conseguiu garantir o apoio e a aceitação internacional suficientes para seu projeto? Os lideres sionistas perceberam desde o início que se eles quisessem ganhar o apoio internacional para seu plano, eles precisariam primeiro do apoio dos Estados Unidos. Dentro dos esforços sionistas, pensava-se em como a situação de formações de blocos econômicos poderia trazer vantagens para eles. Se conseguissem balancear o voto americano, os sionistas sabiam que praticamente todo o bloco latino-americano o seguiria, enquanto a solução para os países escandinavos e europeus era a Grã-Bretanha (JENSEHAUGEN, HEIAN-ENGDAL and WAAGE, 2012). A Primeira Guerra Mundial transformou os Estados Unidos nos detentores do equilíbrio e a Segunda Guerra completou esse processo de fazê-los um dos pesos de equilíbrio simples. Então, podemos entender que o equilíbrio pode ser tanto a garantia de independência das nações quanto à causa da guerra. A história mostra claramente que o equilíbrio de poder é a política por meio da qual a maioria dos Estados buscam, na maioria das vezes, conseguir e manter sua auto preservação. E, enquanto a falta de um governo internacional significar que as potências estão antes de tudo preocupadas com sua sobrevivência, elas tentarão estabelecer algum tipo de equilíbrio entre elas (WIGHT, 2002). A abordagem estratégica americana manteve-se basicamente a mesma coisa: o interesse americano era conter o conflito armado iminente na Palestina por causa do dano que tal desenvolvimento poderia causar aos interesses americanos no Oriente Médio (FRIESEL, 2008, P.458). Durante os debates da ONU a respeito da palestina, nenhum bloco de nações declarou que seu objetivo principal era a formação de um Estado judeu. (em contrapartida, um grupo considerável de nações foram favoráveis a transformação da Palestina num Estado Árabe.) A decisão final da Assembléia Geral para a partilha não teria sido possível se não fosse o apoio das duas superpotências: a União Soviética e os Estados Unidos (FRIESEL, 2008). 4.ESTUDO DE CASO Alguns fatores foram importantes para a criação do Estado judeu, o primeiro, segundo alguns autores, foi o próprio Holocausto. Sobre esta questão, Paul Johnson, explica a perseguição aos judeus promovida por Hitler como sendo uma das séries de catástrofes que ajudaram a criar o
estado sionista, segundo ele, a criação do Estado de Israel foi uma consequência dos constantes ataques que os judeus sofreram. A guerra trouxe com ela não somente a violência de Hitler, mas também trouxe aos judeus a chance de retaliar ao lado dos aliados, ativando a última etapa do programa sionista (JOHNSON, 1995). A catástrofe que recentemente caiu sobre o povo judeu - o massacre de milhões de judeus na Europa - foi outra demonstração clara da urgência de resolver o problema da falta de um lar através do restabelecimento em EretzIsrael do Estado Judeu, que abriria bem os portões da terra natal para todo judeu e conferiria ao povo judeu o status de membro privilegiado na comunidade de nações (EITAN- CENTRAL EDUCATIVA DA AGÊNCIA JUDAICA, 2007, P. 1). Desde o início da guerra, no ano de 1939, os sionistas introduziam a ideia da criação de seu país em qualquer oportunidade que surgia, pois este se tornou o seu principal objetivo e que aos poucos começou a se espalhar para toda a comunidade judaica. Entretanto, o movimento sionista ainda precisava enfrentar algumas dificuldades, além de derrotar Hitler, era necessário fazer com que as objeções das três grandes potências contra o plano sionista desaparecessem (JOHNSON, 1995). This almost inconceivable tragedy loomed like a giant shadow over the world, affecting the situation in Palestine in various ways. For one thing, the Holocaust had turned Zionism into the primary ideology among world Jewry. That said, a number of Jewish organisations remained distinctly nonZionist in their outlook, most particularly in the United States. Yet, the plight of the Jews still encamped throughout Europe would help unite and rally these non- Zionist groups to the Zionist cause. Finally, the Holocaust had created a sense of guilt throughout the Western world. Whilst this may not have been sufficient to support massive Jewish immigration into the Western countries, it was large enough to support calls for the establishment of a Jewish state in Palestine (JENSEHAUGEN, HEIAN-ENGDAL and WAAGE, 2012, P.282).^2 Outro fator importante para a criação do Estado judeu foi o fato da Grã-Bretanha ter colocado a questão da Palestina na mão das Nações Unidas, pois deu a oportunidade para os sionistas de jogarem o jogo político das nações e conseguirem a quantidade necessária de votos a seu favor. Vinte e cinco anos de domínio britânico terminavam em um caos, a tarefa confiada à (^2) Essa tragédia quase inconcebível apareceu como uma sombra gigante em todo o mundo, afetando a situação na Palestina de várias maneiras. Por um lado, o Holocausto transformou o sionismo em ideologia primária entre os judeus do mundo. Dito isto, várias organizações judaicas permaneceram claramente não-sionistas em suas perspectivas, mais particularmente nos Estados Unidos. No entanto, a situação dos judeus ainda acampados em toda a Europa ajudaria a unir e reunir esses grupos não sionistas à causa sionista. Finalmente, o Holocausto criou uma sensação de culpa em todo o mundo ocidental. Embora isso não tenha sido suficiente para apoiar a imigração judaica maciça para os países ocidentais, foi grande o suficiente para apoiar os apelos para o estabelecimento de um estado judeu na Palestina (JENSEHAUGEN, HEIAN-ENGDAL e WAAGE, 2012, P.282).
enfrentar pensando onde os sionistas deveriam concentrar seus esforços dentro das Nações Unidas, já que ela possuía muitos centros de poder como, Estados Unidos, União Soviética, Grã-Bretanha e França. Foi desta forma que Os sionistas conseguiram apoio para seu projeto: Walter Eytan, sionista e fundador da “escola de diplomatas” criou uma estratégia para que o movimento sionista conseguisse persuadir da melhor forma possível os centros de poder internacional (JENSEHAUGEN, HEIAN-ENGDAL and WAAGE, 2012). A agência judaica teve seu foco direcionado a quatro áreas principais: Jerusalém-Cairo, Washington, Londres e Paris. Jerusalém e Cairo eram consideradas principais fontes de informação sobre o Oriente Médio. Washington foi apontado como fator crucial para influenciar os Estados Unidos e os países latinos. Londres era importante para a campanha na Escandinávia e nos Países Baixos, enquanto Paris era responsável pela própria França, além de países como Tchecoslováquia, Iugoslávia e Polônia. Os países latino-americanos eram vistos como “numericamente o bloco mais importante” e exigiram um esforço maior por parte do movimento sionista mesmo que a maioria deles fossem seguir a “linha americana” (JENSEHAUGEN, HEIAN-ENGDAL and WAAGE, 2012). In many ways Eytan’s analysis would provide the blueprint for how the Jewish Agency would work diplomatically throughout 1947 and 1948, and it reveals one of the most efficient tactics employed by the Zionists: When it was possible to use the bloc voting system as an efficient way of securing support, they would approach the relevant bloc leader, whilst in those cases where a bloc leader was thought likely to vote against the Zionists, they would aim to bypass the structure by approaching bloc members on an individual basis. (JENSEHAUGEN, HEIAN-ENGDAL and WAAGE, 2012, P. 284).^3 A partir de uma perspectiva sionista, a agência judaica teve alguns fatores a seu favor, como por exemplo, a composição da UNSCOP, que era um comitê especial da ONU, designado para viajar até a Palestina, investigar o local e passar o relatório e recomendações para a Assembléia Geral. A UNSCOP era formada por onze Estados que representavam a comunidade global, no comitê havia representantes da Europa Ocidental, Europa Oriental, Commonwealth, Ásia e América Latina. Um dos principais objetivos da agência judaica era evitar a participação de representantes Árabes no comitê. Os sionistas consideraram importância vital em ter Estados simpatizantes de sua causa neste comitê. Assim que os Estados-membros da UNSCOP foram anunciados, a agência judaica direcionou seus esforços (^3) Em muitos aspectos, a análise de Eytan forneceria o plano de como a Agência judaica trabalharia diplomática durante 1947 e 1948, e revela uma das táticas mais eficientes empregadas pelos sionistas: quando foi possível usar o sistema de votação do bloco de forma eficiente de assegurar o apoio, eles se aproximariam do líder do bloco relevante, enquanto que, nos casos em que se pensava que um líder do bloco votaria contra os sionistas, eles teriam como objetivo ignorar a estrutura ao abordar os membros do bloco individualmente. (JENSEHAUGEN, HEIAN-ENGDAL e WAAGE, 2012).
na tentativa de influenciar as decisões dos países em relação aos indivíduos que colocariam no comitê. Mesmo que cada uma das vitórias pudesse parecer pequena, juntas formaram uma vantagem sistemática alcançada pelos sionistas que constituíam fases importantes da campanha (JENSEHAUGEN, HEIAN-ENGDAL and WAAGE, 2012). A necessidade de reconhecimento externo dos sionistas pode ser explicada através do conceito de soberania de Hedley Bull, para ele, existem alguns objetivos dentro da sociedade internacional, formada pelos Estados, um deles é o objetivo de manter a independência ou a soberania externa dos Estados individuais. Do ponto de vista dos Estados, o que se pretende alcançar ao participar da sociedade dos Estados, é o reconhecimento da sua independência em relação à autoridade externa, e também obter o reconhecimento da jurisdição suprema que possui sobre um determinado espaço de terra e um determinado povo (BULL, 2002)" As Nações Unidas tinham por objetivo a universalidade, mais do que a eficácia. Ser membro da Organização seria o símbolo de qualidade de Estado independente e da aceitação na sociedade internacional global" (WATSON, 2004, P. 404). O voto das potências O que Bull vai dizer sobre as potências é que elas possuem alguns direitos e obrigações especiais aceitos por seus povos e por sua liderança, e que possuem o reconhecimento pelos Estados internacionais. Desta forma, as potências atuam nas discussões sobre temas que afetam a paz e a segurança geral do sistema internacional, tal direito é reconhecido pelos demais Estados. (BULL, 2002) Ao falarmos de grandes potências ou potências mundiais, pensamos em países que possuem interesses em todo o mundo. É mais fácil definir este termo através do ponto de vista histórico, classificando as potências em épocas diferentes do que encontrar qualquer outro tipo de definição, como por exemplo, as grandes potências a partir da segunda guerra são: Estados Unidos, Russia, Grã Bretanha, França e China (WIGHT, 2002). A princípio, a Grã-Bretanha era o país mais importante, pois era a potência que tinha a posse do território, entretanto, a política oficial estabelecida em 1939 repudiava a declaração Balfour na prática além de ter um planejamento futuro onde a Palestina não seria predominantemente judaica. Mesmo depois que os judeus conseguiram lutar ao lado dos britânicos com o apoio de Winston Churchill, a Grã-Bretanha não tinha interesses em tirar sua política sobre a Palestina. A vitória sobre Hitler os empobreceu, fazendo com que seus territórios petrolíferos fossem ainda mais importantes. Eles não pensavam na ideia de permitir