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expressar sentimentos, ilustrar acontecimentos, a interpretação desses ... buscou analisar “Qual o olhar da Psicopedagogia para o desenho infantil?”.
Tipologia: Notas de estudo
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ROCHA, Rosecleia Schutzler da^1 RU: 2806549 DO VALLE, Andreia Elicker de Oliveira^2 RESUMO Este artigo busca refletir sobre como os desenhos infantis podem ser utilizados como um meio de investigação no atendimento das crianças em avaliações psicopedagógicas, buscando analisar “Qual o olhar da Psicopedagogia para o desenho infantil?” Tendo como objetivos investigar como o desenho exerce influência no atendimento da Avaliação Psicopedagógica, verificar como o desenho evolui nas diversas fases da vida de uma criança e analisar sua importância para o desenvolvimento da escrita. O desenho infantil pode ser utilizado como um instrumento para avaliar a criança, porém para essa avaliação o psicopedagogo precisa ter um vasto conhecimento sobre o tema. Um desenho pode ter muitos significados, mas não deve ser olhado de forma isolada, se faz necessário uma avaliação ampla em diversos aspectos e observações. Este artigo busca trazer reflexões sobre os desenhos como um meio de investigação psicopedagógica, quais aspectos o psicopedagogo deve levar em consideração, quais conhecimentos deve ter para utilizá-lo como um instrumento investigativo. Para subsidiar essa pesquisa foi realizada uma revisão bibliográfica de autores como Derdyk, Florêncio, Bueno, Moreira, Ferreira, entre outros. Os objetivos do estudo foram alcançados, o psicopedagogo necessita de vários instrumentos investigativos para avaliar, diagnosticar e buscar elementos que o auxiliem no atendimento de crianças com dificuldades de aprendizagem, e o desenho mostrou-se um instrumento que mostra muito das percepções que a criança tem do mundo a sua volta, assim como revela muitas vezes sentimentos que ela não consegue expressar em palavras. Palavras-chave: Desenho Infantil. Avaliação Psicopedagógica. Recurso Investigativo. 1.INTRODUÇÃO Um desenho pode contar muito sobre o estado emocional de uma pessoa, como ela se relaciona com seus pares, como ela percebe o mundo a sua volta. Desde os primeiros seres humanos o desenho foi utilizado para (^1) Aluno do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso de Psicopedagogia. 2º Semestre - 2021. 2
expressar sentimentos, ilustrar acontecimentos, a interpretação desses desenhos depende muito do olhar de quem o vê. O desenho infantil também mostra muito de quem o fez, nesse sentido o psicopedagogo quando utiliza o desenho como um instrumento avaliativo necessita de muitos conhecimentos sobre o desenho infantil e seus significados, como ocorre a evolução do desenho na infância e como o desenhar pode influenciar no processo da escrita. Este artigo tem o objetivo de trazer reflexões sobre como o psicopedagogo pode utilizar o desenho como um instrumento na avaliação psicopedagógica. Um desenho em si pode não trazer os elementos necessários, mas a observação, o conhecimento sobre a criança e o olhar investigativos sobre vários desenhos, realizados em momentos diferentes podem trazer os elementos necessários para que o psicopedagogo possa avaliar os desenhos e tirar conclusões sobre a criança e como ela se relaciona com o seu entorno. Os conhecimentos sobre os desenhos infantis pode auxiliar o psicopedagogo em sua avaliação sobre uma criança, sendo assim este estudo buscou analisar “Qual o olhar da Psicopedagogia para o desenho infantil?” Tendo como objetivos investigar como o desenho exerce influência no atendimento da Avaliação Psicopedagógica, verificar como o desenho evolui nas diversas fases da vida de uma criança e analisar sua importância para o desenvolvimento da escrita. A busca por trazer reflexões relacionadas ao uso do desenho infantil como um instrumento avaliativo é pertinente ao psicopedagogo visto que é ele quem busca compreender as dificuldades de aprendizagem e buscar meios para ajudar essa criança. Os objetivos do estudo foram alcançados, o psicopedagogo necessita de vários instrumentos investigativos para avaliar, diagnosticar e buscar elementos que o auxiliem no atendimento de crianças com dificuldades de aprendizagem e o desenho mostrou-se um instrumento que mostra muito das percepções que a criança tem do mundo a sua volta, assim como revela muitas vezes sentimentos que ela não consegue expressar em palavras. Para subsidiar essa pesquisa foi realizada uma revisão bibliográfica de autores como Derdyk, Florêncio, Bueno, Moreira, Ferreira, entre outros.
canções, mas sempre um espaço de criação. A criança desenha para brincar. (MOREIRA, 2008, p.15) Para entender e dar um significado é preciso observar os desenhos e em que momentos foram realizados. A observação do ato de desenhar de uma criança é muito importante para dar significado ao seu desenho. Os desenhos infantis passam por várias etapas, evoluções conforme a faixa etária da criança, etapas essas muito importantes para o desenvolvimento motor, social, emocional, para a percepção de mundo dessa criança. Por meio dos desenhos a criança expressa seus sentimentos, muitas vezes expressa algo que não consegue entender ou expressar em palavras. Os estímulos, os ambientes sociais dessa criança também interferem em sua forma de desenhar. Os desenhos infantis são, portanto palavras. Ao desenhar, a criança expressa coisa diferente do que sua inteligência ou nível de desenvolvimento mental; uma espécie de projeção da sua própria existência e da dos outros, ou melhor, da maneira pela qual se sente existir, e sente os outros existirem. (PORCHER, 1992, p. 10) O desenho da criança deve ser valorizado, não apenas no espaço da sala de aula ou como uma atividade artística, deve ser valorizado como uma forma de expressão social, uma forma de desenvolvimento motor e cognitivo. 2.1 ETAPAS DO DESENHO INFANTIL Nos primeiros anos da infância, entre um e quatro anos a fase dos desenhos se caracteriza pela garatuja, pelos rabiscos, nessa fase a criança começa a descobrir que alguns materiais em suas mãos podem deixar marcas nas paredes, nos papéis, na terra ou na areia. É uma fase de descobertas das crianças, onde elas começam a perceber que o movimento de suas mãos com determinados objetos deixam marcas, cabe aos adultos ou responsáveis incentivarem, oferecerem esses instrumentos como o papel, o lápis, as tintas para as crianças poderem deixar fluir sua criatividade. Os primeiros traçados de linhas sobre o papel constituem um passo muito importante do desenvolvimento infantil, pois representam o início da expressão que conduzirá a criança ao desenho, a pintura e também a escrita (NICOLAU, 2008, p. 11).
No início as garatujas são desordenadas, a criança experimenta várias superfícies, seus riscos são desordenados, em todas as direções, não respeitam limites de folhas, espaços ou traços pré-determinados. “Seu maior prazer está em explorar o material e riscar o chão, as portas, o próprio corpo e os brinquedos” (OLIVEIRA, 1994, p. 44), a seguir a criança passa para as garatujas ordenadas, começa a fazer desenhos circulares, olhar para o que está fazendo, também passa a perceber que os movimentos que realiza têm a ver com o movimento que aparece no papel. “Passa a olhar o que faz, começa a controlar o tamanho, a forma e a localização dos desenhos no papel” (OLIVEIRA, 1994, p. 44). Nessa primeira fase a criança ainda não entende o desenho como algo independente, ela imagina como um prolongamento de seu gesto. A primeira fase compreende a rabiscação ou garatujas, no qual o desenho é um prolongamento do gesto, ou seja, é o início do contato das mãos com o lápis, com o prazer do fazer sem intenção e do conhecimento da utilização da coordenação motora fina sem definição precisa dos traçados, ocorre com crianças de um ano e meio a quatro anos (FERREIRA, 2012, p. 30). Por volta dos três anos à criança começa a nomear suas garatujas, dando-lhe um maior significado, a criança gosta da atenção que dão para suas criações, gosta de falar o que fez. Seus desenhos começam a ser reconhecidos em suas formas. A segunda fase é início de figuração, no qual surgem as primeiras formas reconhecíveis, ou melhor, a criança descobre a relação entre desenho, pensamento e realidade. Nesse momento já consegue firmar os traçados tornando as garatujas reconhecíveis, continua a utilizar-se dos símbolos até chegar ao conceito de forma, essa fase ocorre com criança em média de quatro a sete anos (FERREIRA, 2012, p. 37). Por volta dos quatro aos seis anos surgem às primeiras formas representando a realidade, a criança começa a desenhar com intencionalidade, essa fase é chamada de pré-esquemática. Na representação da figura humana falta proporção e elementos.
antes de aprender a escrever, a criança se serve do desenho. A criança desenha para falar de seus medos, suas descobertas, suas alegrias e tristezas. (MOREIRA, 2008, p. 20). O que no início é de forma espontânea, passa a serem de forma intencional, os rabiscos são os primeiros registros da criança. É com o desenho que a criança expressa seus sentimentos, brinca, demonstra medos inseguranças ou determinação, é muito importante que a criança seja incentivada a desenhar, a se expressar por meio dos desenhos, das cores, mostrar suas habilidades. Ao desenhar ela constrói um espaço ao seu redor. Observá-la é fundamental para que possamos entendê-la, pois para este pequeno ser, o desenho é a sua linguagem e sua primeira escrita. Nele são mostrados seus medos, inseguranças, ansiedades, alegrias e descobertas. A criança não nasce sabendo desenhar, que este conhecimento é construído a partir da sua relação direta com o objeto, assim são suas estruturas mentais é que definem as suas possibilidades quanto à representação e interpretação do objeto. Assim a criança é o sujeito de seu processo, ela aprende a desenhar a partir de sua interação com o meio. (PILLAR, 1996, p. 21) São os adultos que incentivam as crianças em seus primeiros rabiscos, que oportunizam os materiais para a criança desenvolver seus primeiros desenhos, a criança não nasce sabendo desenhar, precisa de incentivos, é um conhecimento que vai sendo construído ao longo do tempo, a cada desenho a criança inova, completa, modifica. Os desenhos são muito importantes para as crianças, sendo muito comum usarem o desenho para presentear alguém que elas têm afeto, carinho. “Trata-se de uma produção impregnada de liberdade; é comum a criança oferecê-la de presente, como uma parte de si mesma” (COGNET, 2019, p. 13). Quanto mais percebem que são incentivadas, que suas “obras artísticas” são valorizadas e reconhecidas, mais se dedica. 2.2 O DESENHO NA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA A psicopedagogia é uma área de estudo que estuda como ocorre o processo de aprendizagem e suas dificuldades, levando em consideração os aspectos ou fatores internos e externos da criança e sua vida. O
psicopedagogo é o profissional que busca identificar e resolver os problemas que envolvem o processo de aprendizagem, estando capacitado para diagnosticar e encontras possíveis soluções para as dificuldades de aprendizagem da criança. O psicopedagogo, muitas vezes identifica problemas que não se restringem a sua área de atuação, sendo assim necessária uma parceria com outros profissionais para solucionar os problemas diagnosticados, profissionais tais como: psicólogos, pediatras, fonoaudiólogos, neurologistas, entre outros. Para Porto (2007, p.77) “A psicopedagogia é um campo de atuação que integra saúde e educação e lida com o conhecimento, sua ampliação, sua aquisição, suas distorções, suas diferenças e seu desenvolvimentos por meio de múltiplos processos”. O psicopedagogo pode-se utilizar de vários instrumentos investigativos com o propósito de diagnosticar possíveis dificuldades de aprendizagem, uma delas é o desenho. O desenho pode ser utilizado como um instrumento de avaliação. Nesse sentido a interpretação dos desenhos pode ser utilizada para trazer a tona elementos que estão no inconsciente da criança, um desenho pode ser muito revelador. Os desenhos são diferentes, a criança desenha de forma diferente, depende para quem esta desenhando, é diferente o desenho que é oferecido para os pais daquele que é oferecido para o professor ou para um psicólogo, para Cognet: A prova disso – se fosse preciso uma – reside no fato de que o desenho infantil não é estereotipado: o desenho destinado aos pais é diferente daquele que é oferecido à professora ou ao psicólogo. Cada desenho tem um destino, sendo concebido, realizado e transformado involuntariamente por aquele a quem foi prometido. (2019, p.13) O psicopedagogo ao utilizar o desenho como instrumento investigativo busca compreender o que a criança quer dizer, mesmo que de maneira inconsciente, um desenho pode trazer em seus elementos muitas interpretações, que precisam ser analisadas dentro de um contexto, nunca de forma isolada.
comprometimento afetivo- emocional, intelectual, perceptivo e motor em suas múltiplas interferências.” (2009, p. 41). Um único desenho pode trazer muitas informações, porém são necessários vários desenhos, de momentos diferentes da criança, pois seu estado emocional naquele momento pode trazer elementos ao desenho que podem não ser reais. O psicopedagogo ao utilizar o desenho como um instrumento investigativo necessita um vasto conhecimento sobre o assunto, olhar todo o contexto que aquela criança está inserida. O desenho ao ser utilizado como um instrumento avaliativo deve levar muitas coisas em consideração, a idade da criança, quando ela fez o desenho, se foi espontâneo ou dirigido, as cores utilizadas, se havia oferta de várias cores ou não, são muitos aspectos a ser observado, qual o contexto desse desenho. As interpretações de um desenho devem ser feitas com cautela, há muitas interpretações para um único elemento, tamanho, posicionamento na folha, pressão do lápis, cor escolhida, entre tantos outros. O psicopedagogo tem que estar atento a todos esses elementos, conhecer a fundo as várias interpretações de um desenho. 2.3 O DESENHO COMO UM PRECURSOR DA ESCRITA O desenho pode ser considerado como a primeira forma de comunicação escrita, é com o desenho que a criança deixa seu registro, sua marca, nesse sentido o desenho pode ser considerado como a primeira escrita da criança. O ato de desenhar, os movimentos que a criança faz, assim como a coordenação motora que lhe é exigida para o ato de desenhar traz muitos benefícios para o processo de alfabetização e letramento, para a escrita propriamente dita. Para Almeida (2003, p. 27): [...] as crianças percebem que o desenho e a escrita são formas de dizer coisas. Por esse meio elas podem “dizer” algo, podem representar elementos da realidade que observam, e com isso, ampliar seu domínio e influenciar sobre o ambiente. O desenho é muito importante para o processo de alfabetização de uma criança, visto que é o processo que antecede a escrita, a criança ao desenhar vai desenvolvendo a sua coordenação motora, o que é essencial no domínio da
escrita. O desenho também requer planejamento, sendo assim é muito importante que essa etapa seja respeitada dentro do universo infantil, a criança utiliza o desenho como uma forma de expressão, o seu grafismo é a forma de comunicação, o que ela quer transmitir, visto que ainda não escreve. A relação do desenho com a escrita encontra-se na fala da criança, quando esta identifica o objeto que desenhou segundo sua semelhança e depois passa a antecipar e planejar sua ação, desta forma Vygotsky afirma que a linguagem verbal é base para a linguagem gráfica. (ALEXANDROFF, 2010, p. 29-30). A criança na fase em que inicia a escrita, a alfabetização e letramento ainda não percebe a diferença entre desenho e escrita, nesse início, de certa forma ela ainda está “desenhando as letras”. [...] para que a criança se aproprie dos sistemas de representação do desenho e da escrita, ele terá de reconstruí-los, diferenciando os elementos e as relações próprias aos sistemas, bem como a natureza do vínculo entre o objeto do conhecimento e sua representação. Esse vínculo pode ser arbitrário, como no caso da escrita, por se valer de signos, ou analógico, como no desenho, por utilizar símbolos. (PILLAR, 1996, p. 32). Para a criança ainda é complexo diferenciar o desenho em si e o desenhar as letras, aqueles signos que estão começando a ter um nome, a ter uma forma correta de fazer, e que são utilizados juntos para nomear objetos. As informações que recebe, o contato com diferentes modos de escrever e os diferentes contextos onde são apresentados a escrita, favorecem o processo de escrita e leitura da criança. A criança percebe que a escrita tem uma importância diferente aos olhos do adulto, é importante entender como essa criança aprende, para Ferreiro: [...] se a escrita é concebida como um código de transcrição, sua aprendizagem é concebida como a aquisição de uma técnica; se a escrita é concebida como um sistema de representação, sua aprendizagem se converte em apropriação de um novo objeto de conhecimento, ou seja, em uma aprendizagem conceitual. (1985, p.6). O conhecimento da criança está em suas conquistas, em entender o que está fazendo, em começar a diferenciar a escrita e o desenho. Ferreiro faz um
obtidas nas leituras. As leituras complementares são obrigatórias e devem propiciar a uma expansão do conhecimento do leitor. Inicialmente será feita uma revisão bibliográfica para fundamentar os objetivos da pesquisa e conseguir as informações necessárias, para uma análise mais profunda sobre a importância que os desenhos infantis têm e como podem ser utilizados como um instrumento investigativo no atendimento das avaliações psicopedagógicas. Sendo assim, utilizaram-se consultas bibliográficas em textos, artigos, livros que falam sobre os desenhos infantis, suas etapas, sua importância no universo infantil e como o psicopedagogo pode utilizá-lo como um instrumento investigativo, como referencial teórico alguns autores e estudiosos como Derdyk, Florêncio, Bueno, Moreira, Ferreira, entre outros citados no trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo buscou elementos para a reflexão sobre os desenhos infantis e como o psicopedagogo pode estar utilizando como uma ferramenta investigativa no atendimento da Avaliação Psicopedagógica. Os desenhos infantis podem ser considerados como a primeira escrita da criança, é um meio de comunicação entre a criança e o mundo. Um desenho pode expressar muitos sentimentos, algumas vezes até inconscientemente. Porém um desenho em si não pode ser o único a ser avaliado, investigado, é preciso olhar o contexto em que foi produzido, observar como foi elaborado, ver os outros aspectos dessa criança. O psicopedagogo é aquele que estuda o modo se aprender e investiga as possíveis causas dos problemas relacionados à aprendizagem da criança e busca soluções, como ajudar essa criança a superar essas dificuldades. As etapas do desenho infantil na infância são muito importantes, devem ser incentivadas e respeitadas, cada criança é única e passa por essas etapas de maneira única, essas etapas podem ser influenciadas socialmente, pelo contexto em que essa criança está inserida. O desenhar faz parte do universo infantil e a criança o faz por prazer, sendo comum ela fazer seus “rabiscos” em lugares muitas vezes inadequados como uma parede, um móvel. É papel de o
adulto proporcionar os meios e instrumentos adequados para que a criança deixe aflorar sua criatividade. O psicopedagogo é o profissional que busca compreender o processo de aprender e as dificuldades de aprendizagem, no seu atendimento na avaliação psicopedagógica o desenho desempenha um papel primordial como um instrumento investigativo. É através do desenho que a criança deixa transparecer sentimentos, seu modo de ver o mundo a sua volta, muitos desses sentimentos ela transmite de forma inconsciente. O desenho e toda a coordenação motora que exige, os conhecimentos que a criança vai adquirindo em relação a posicionamento, direções, como uma forma de comunicação é muito importante para a escrita, a criança percebe a importância que é dada a esses dois processos, tão distintos e ao mesmo tempo tão ligados, o desenho e a escrita. Os objetivos do estudo foram alcançados, o psicopedagogo necessita de vários instrumentos investigativos para avaliar, diagnosticar e buscar elementos que o auxiliem no atendimento de crianças com dificuldades de aprendizagem, e o desenho mostrou-se um instrumento que mostra muito das percepções que a criança tem do mundo a sua volta, assim como revela muitas vezes sentimentos que ela não consegue expressar em palavras. REFERÊNCIAS ALEXANDROFF, M. C. Os caminhos paralelos do desenvolvimento do desenho e da escrita. Construção Psicopedagógica , São Paulo, v. 18, n. 17, p. 20-41. 2010. ALMEIDA, R. D. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. 2ª. Ed. São Paulo: contexto, 2003. COGNET, G. Compreender e interpretar desenhos infantis. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. 3 ed. Revista e ampliada – Petrópolis, RJ: Vozes, 2019. CORTELAZZO, I. B. C., ROMANOSWSKI, J. P. Pesquisa e prática profissional: procedimentos de pesquisa. Curitiba: IBPEX, 2007. DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho : desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Scipione, 1994.