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Este trabalho apresenta um estudo de caso sobre a aplicação da psicomotricidade na educação infantil, utilizando a metodologia de pesquisa-ação e aplicação de questionários. A pesquisa foi conduzida por uma professora de educação infantil, que aborda o tema de forma objetiva, dando ênfase às relações diárias e à socialização. O estudo reflete sobre a importância do desenvolvimento das habilidades psicomotoras através de vivências lúdicas e a necessidade de repensar os espaços e recursos disponíveis.
Tipologia: Esquemas
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Vânia Lúcia Carvalho Ferreira
Belo Horizonte 2012
Vânia Lúcia Carvalho Ferreira
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Especialização em Docência na Educação Básica da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Educação Infantil.
Orientador: Sandro Coelho Costa
Belo Horizonte 2012
Vânia Lúcia Carvalho Ferreira
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Especialização em Docência na Educação Básica da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Educação Infantil.
Aprovado em 07 de julho de 2012.
BANCA EXAMINADORA
Orientador Prof. Mestre Sandro Coelho Costa – FAE/UFMG
Membro da Banca Examinadora Prof. Dr. Ademilson de Sousa Soares – FAE/UFMG
A todas as crianças da Educação Infantil da E. M. Carmelita Carvalho Garcia, em especial, aos meus “Pequenos Curiosos” e aos alunos do Projeto Escola Integrada: Allisson, Claraelis, Mateus, Nathan, Stanley, Emily entre outros, que fizeram parte deste caminhar lúdico com alegria e envolvimento.
Ao meu amado neto - Davi - que neste momento está vivenciando sua infância, também fazendo as suas descobertas e interações!
“Um corpo não é apenas um corpo. É também o seu entorno. Mais do que um conjunto de músculos, ossos, reflexos e sensações, o corpo é também a roupa e os acessórios que o adornam, as intervenções que nele se operam, a imagem que dele se produz, as máquinas que nele se acoplam, os sentidos que nele se incorporam, os silêncios que por ele falam, os vestígios que nele se exibem, a educação de seus gestos... Enfim, é um sem limite de possibilidades sempre reinventadas e a serem descobertas. Não são, portanto, as semelhanças biológicas que o definem, mas fundamentalmente os significados culturais e sociais que a ele se atribuem”.
Silvana Goellner
Este trabalho descreve e analisa a intervenção pedagógica desenvolvida no 1º turno de uma escola municipal, iniciado no final de 2011 e concluído no primeiro semestre de 2012. Participaram deste trabalho as professoras do 2º Ciclo da Educação Infantil, as crianças das turmas que atendem em interação com as crianças da turma de agrupamento flexível (04 / 05 anos) que assumi como professora referência no ano letivo de 2012. E ainda um grupo de alunos do Projeto Escola Integrada e o interventor artístico e agente cultural - o Lelo, numa parceria enfim concretizada. O tema central foi o corpo, o movimento e a ludicidade no contexto da Educação Infantil. Busquei, partindo das contribuições da Psicomotricidade, instigar uma reflexão sobre nossas práticas pedagógicas, para construir um novo olhar sobre a organização e utilização dos espaços e recursos nessa instituição, constatando a necessidade de realizar ações que constituam elementos de transformação da realidade escolar vigente, aliados no processo de construção de conhecimentos através de múltiplas linguagens e na valorização das brincadeiras infantis. A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação, aplicação de dois questionários, fotografia dos espaços utilizados pela Educação Infantil e atividades com as crianças. Os principais teóricos que embasaram este trabalho foram: Almeida (2010), Alves (2009), Boulch (1984), Debortoli (2009), Pereira (2009), entre outros.
Palavras-chave: Educação Infantil; Corpo; Movimento; Ludicidade; Psicomotricidade.
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crianças com as quais eu fiz a opção de trabalhar, a quem tenho respeito e com quem aprendo a cada dia de minha trajetória.
Como psicóloga, comecei a trabalhar na área da infância e juventude em 1994 em uma Fundação - instituição de abrigo de crianças e adolescentes (no Estado do Rio de Janeiro, de onde sou natural), atendendo crianças / adolescentes vitimados quer pelas condições precárias das famílias, pelo abandono, pela negligência, pela exploração, maus tratos, por abuso sexual ou muitas vezes com várias dessas situações concomitantes, incluindo aqui também o menor infrator. Fazendo parte de uma Equipe Interdisciplinar, foi ali lugar de grande vivência / aprendizado sobre o “escutar” as várias opiniões profissionais, procurando entender que argumentos as embasavam e suas contribuições. Lugar de aprendizado sobre a diversidade e as diferenças, de busca da inclusão, sentindo a importância da afetividade, do movimento, do brincar para a vida das crianças. Ali se deu também o “escutar” às famílias em suas angústias, medos, raivas, limitações, procurando buscar suas potencialidades / capacidades para se transformarem, sem julgá-las.
Em 2001 vim residir em Belo Horizonte, onde em 2004 comecei a trabalhar na Educação Infantil, após ser aprovada em concurso público. Nesses quase oito anos já tive oportunidade de atuar com todas as faixas etárias de 0 a 6 anos. Comecei na E. M. Carmelita Carvalho Garcia (bairro Ouro Preto), onde ainda estou e na qual já exerci todas as funções - professora referência, professora de apoio e coordenadora pedagógica. Atualmente sou professora referência de uma turma de agrupamento flexível de crianças de 04 / 05 anos. Em 2009 após aprovação em outro concurso público assumi meu segundo cargo na UMEI Alaíde Lisboa (localizada na Universidade Federal de Minas Gerais) onde sou professora referência em uma turma na faixa etária de 02 anos. Continuo nas duas escolas, duas realidades muito distintas, onde a todo o momento sou instigada e desafiada em minhas convicções e práticas. Onde surgem inúmeros questionamentos e descobertas, provocando às vezes inquietude, num movimento constante de busca de respostas e de vivências significativas.
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Hoje, é relembrando minha infância permeada de brincadeiras, de afetividade, de estímulos ao conhecimento e ao desenvolvimento cognitivo, de relações sociais das mais diversas que volto meu olhar aos meus “pequenos curiosos” procurando despertar neles uma vontade de serem construtores de uma vivência que os façam felizes, humanizados e reflexivos, que não tenham a sua infância tão sofrida como daquelas crianças que lotavam os abrigos. Nesse momento o “projeto” deles é o conhecimento deste corpo que os constitui e o início de uma grande aventura de descoberta, que começa no convívio com sua família e vai progressivamente se ampliando, tecendo relações que podem marcar por toda uma vida, mas que são plenamente vivenciadas no agora.
Todos nós temos assim um corpo, cuja imagem vai gradativamente se construindo, num processo complexo e contínuo. Diante de inúmeras necessidades, esse corpo que vai se constituindo nos espaços e tempos, precisa Se-movimentar, expressar desejos, sentimentos, se comunicar, se relacionar, apreender, criar, estabelecer significados e trocas.
Esse corpo representa, portanto, uma linguagem, que possibilita a construção da identidade na Educação Infantil. Ao buscar experiências em seu próprio corpo, com o corpo do outro e com os objetos, a criança vai formando conceitos, organizando o seu esquema corporal e desenvolvendo sua autonomia. Por meio do corpo as crianças iniciam então a construção do seu pensamento, de sua vida emocional, de sua relação com o outro - da sua visão de mundo, que é diferente da ótica do adulto. Vale ressaltar que o professor de Educação Infantil que começa a acompanhar uma turma desde o berçário 1 tem a possibilidade de compreender esse processo de forma mais clara, o que é muito interessante!
Vários autores^1 em seus estudos e pesquisas vêm apontando assim, a Psicomotricidade como a ciência que contribui significativamente para o desenvolvimento das habilidades psicomotoras que resultam desse corpo que vivido
(^1) ALMEIDA, Geraldo Peçanha de (2010); ALVES, Fátima (2008); AUCOUTURIER, Bernard (1986); MEUR, A. De (1984); FONSECA, Vítor (1996); LAPIERRE, André (1996); BOULCH, Jean Le (1982 – 1987); STAES, L. (1984), entre outros.
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Ensino Fundamental e rodízio dos profissionais da Educação Infantil por motivo de pedido de exoneração ou transferência, e todas as falas que se fizeram ao longo desses anos sobre essas questões foram pertinentes.
Há necessidade de realizarmos ações que sejam molas propulsoras para a transformação desse espaço na nossa escola e que promovam para as crianças e com as crianças um ambiente para se divertirem, criarem, interpretarem e se relacionarem com o mundo em que vivem. Que possibilitem que as crianças sejam um corpo que fala, um sujeito com seu corpo em movimento, investido de significações, de sentimentos e de valores em sua individualidade, ou seja, um corpo organizado, integrado, que constrói sua autonomia e visão de mundo, nele se estabelecendo com toda sua diversidade, riqueza e nele se relacionando, interagindo. Esse aprimoramento tem que ser uma busca constante, é complexo e difícil de ser construído, porque demanda de muita disponibilidade interna, em buscar acordos nas divergências, de um olhar sensível, questionador e empreendedor.
É fato, que o brincar é essencial para a vida das crianças! E é nessa ação, tão cheia de significados, que elas se tornam um corpo de sujeito que é ao mesmo tempo psicomotor, afetivo, cognitivo e social e é com esse foco que norteio meu projeto.
1.1 A etapa inicial
Após um período de licença médica – 12 de julho a 23 de outubro de 2011 - em razão de ter sido submetida a um procedimento cirúrgico que necessitava de cuidados e repouso, impossibilitada, portanto, de estar no espaço institucional, que reiniciei minhas atividades na escola em 24 de outubro de 2011 e então, a pesquisa em campo. Nessa ocasião estava exercendo a função de coordenadora pedagógica da Educação Infantil. Durante o meu período de licença médica já havia ido à escola conversar com a Diretora apresentando a carta do LASEB para realização do trabalho e tinha conversado com as professoras sobre os objetivos de meu projeto
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sendo acolhida por todas, que se dispuseram a participar. Vale ressaltar que como coordenadora, assumia também a função de professora de apoio de uma turma de 05 anos de idade – Turma do Aviãozinho.
De 24/10 a 31/10/2011 observei a frequência com que as professoras realizavam atividades lúdicas fora da sala de atividades. Um fato que me surpreendeu nessa ocasião, foi que após levar a Turma do Aviãozinho (que eu acompanhava como professora de apoio) ao parquinho, por solicitação da mesma, as crianças das outras turmas vieram fazer a mesma solicitação! Ou seja, as crianças vieram me dizer que não estavam frequentando um espaço que lhes proporciona prazer, alegria, interações, descobertas. Ao conversar com as professoras, procuro entender suas colocações de que avaliavam que o parquinho estava sem condições para que as crianças brincassem lá. Brincar é uma grande aventura para as crianças. Correr, pular, subir, descer, arrastar, agarrar, puxar, empurrar... Coordenação motora global se desenvolvendo. Relações acontecendo!
No entanto, brincar num parquinho como o nosso também implica riscos! As crianças que brincam ativamente e nem sempre têm uma real noção de perigo, podem cair, machucar, arranhar, cortar, chorar e ainda do seu jeito, contar histórias às vezes confusas sobre o acontecido aos pais, que sem entender podem distorcer fatos. E isso às vezes é complicado para alguns professores vivenciarem (não só para os da nossa escola!).
Realmente a situação da manutenção dos brinquedos e da limpeza é preocupante, como demonstra as figuras de 1 a 7 e ao longo dos anos vem sendo pontuada para os gestores da escola pelas coordenações da Educação Infantil.
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Figura 4 - Assento e encosto - sumiu e não foi mágica?
Fonte: Arquivo da autora - 2012
Figura 5 - E o vento levou...
Fonte: Arquivo da autora - 2012
Figura 6 - Já tem mula-sem-cabeça? E prego a vista.
Fonte: Arquivo da autora - 2012
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Figura 7 - Cadê o pedaço que estava aqui?
Fonte: Arquivo da autora - 27/02/ 2012
Os alunos do Ensino Fundamental também sempre utilizaram esse espaço de maneira indevida e gradativamente os brinquedos foram sendo danificados. Já foram realizados alguns reparos sem eficácia, visto continuarem sendo utilizados indevidamente. E danificados, também não são retirados do espaço, nem substituídos por novos oferecendo riscos à integridade física das crianças pequenas.
O parquinho de nossa escola é um lugar agradável quando arrumado, que possui um “mirante” com vista parcial da Lagoa da Pampulha, onde podem ser realizadas inúmeras vivências e interações, mas vem menos utilizado pela Educação Infantil desde que começou a ser danificado.
Voltando ao período observado (2011), apenas uma das professoras pesquisadas, realizou todos os dias atividades na área externa (quadra descoberta) e pátio com as crianças, no entanto, observei que na maioria das vezes ela não realizava registros individuais com as crianças sobre as brincadeiras / jogos realizados, embora utilizasse a roda para refletir com as crianças sobre o que aconteceu no processo (predominância da utilização da linguagem oral).
Uma das professoras da turma de 05 anos realizou duas vezes o jogo de boliche com sua turma na quadra descoberta. Observei que esta professora realiza mais jogos na sala de atividades e verbaliza sua preocupação com a integridade física das crianças, apresentando também uma maior preocupação com a disciplina.