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Uma revisão integrativa da literatura sobre o conceito de memória no teste memória visual de rostos. O artigo discute a importância de validar o teste periódicamente e apresenta os resultados de uma pesquisa bibliográfica realizada em bancos de dados especializados. Os autores analisaram 23 artigos encontrados e classificaram-nos de acordo com a aproximação ou distância do conceito de memória exposto no manual do teste mvr.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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A avaliação psicológica é uma atividade do psicólogo com grande variedade de abordagens (Psicologia Aplicada, Comportamental, Gestalt, Humanismo, Psicanálise, dentre outras). A mesma assume vários procedimentos de coleta de dados, como, por exemplo, a entrevista psicológica, a anamnese, as dinâmicas de grupo e os testes psicológicos. Também possui uma gama de aplicação, como no psicodiagnóstico, processo de seleção na área organizacional, análise educacional, processos seletivos, entre outros [1]. Pesquisas na área de avaliação psicológica possibilitam realizar uma revisão dos métodos aplicados, como os testes psicológicos, e assim fornecer resultados coerentes com a realidade do grupo avaliado. Primi [2] reconhece que a avaliação psicológica é geralmente entendida como uma área aplicada, técnica, de produção de métodos para o psicólogo. Porém, limitar-se a tal visão, certamente simplista da área, implica em reduzir o potencial da mesma. O teste como o instrumental técnico capaz de auxiliar na análise do fenômeno psicológico evidenciado deve contemplar quatro características básicas: ser válido, fidedigno, padronizado e normatizado. Tais parâmetros, discutidos na literatura ([3], [4] entre outros) foram determinados em forma de resolução pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP [5] em 2003 e seus complementos em 2004, 2006 e 2011. Tais documentos determinam que os parâmetros devam passar por pesquisas de revisão periódicas. No caso, consideram que as pesquisas de validade e fidedignidade devem ser renovadas a cada 20 anos e as de padronização e normatização a cada 15 anos. Os métodos de validar um teste estão associados ao conjunto de evidências empíricas favoráveis ao significado que se está atribuindo aos indicadores. As pesquisas de validade sustentam cientificamente e justificam as associações propostas entre os indicadores e as características psicológicas [6]. Para Anastasi e Urbina [3] a validade de um teste não pode ser relatada em termos gerais. Não se pode dizer que um teste tem níveis de validade. Sua validade precisa ser estabelecida com referência ao uso específico para o qual o teste está sendo considerado. Dessa forma, validade de construto é o teste que mede um atributo ou qualidade que não é operacionalmente definido. E validade de critério é o teste que prediz um critério externo [7]. Considerando tais demandas esse trabalho tem como objetivo a investigação do parâmetro validade com foco no construto memória. Para tal, assume o referencial teórico pesquisado e o apresentado no manual do Teste Memória Visual de Rostos (MVR) de Nicolas Seisdedos [8]. Nesse sentido, agrupou a literatura sobre as definições do construto memória de modo a assegurar a validade de construto que embasa o Teste MVR. Para Leme et al. [9] a memória visual é uma das possibilidades de avaliação da memória, que possui instrumento específico para tal, como o Teste MVR. A versão brasileira do instrumento foi adaptada, validada e padronizada a partir do original de Nicolas Seisdedos [8]. O Teste MVR, instrumento de estudo desta pesquisa, avalia a memória de curto prazo. O mesmo tem por objetivo avaliar a capacidade do indivíduo em memorizar rostos e informações associadas a eles. O teste MVR, possibilita a avaliação da memória de diversos contextos em que essa função é necessária. Pode ser utilizado em avaliações neuropsicológicas, educacional, organizacional, no contexto do trânsito, porte de armas, entre outras, quando se faz necessário avaliar a capacidade do indivíduo de recordar detalhes após eventos distratores [9].
A proposta caracterizou-se como revisão integrativa, que é um método que proporciona a síntese de conhecimento e incorporação da aplicabilidade de estudos significativos na prática [10]. Para o desenvolvimento desta revisão integrativa optou-se pela proposta de Ganong (1987) apud Zandonai et al. [10], que propõe as seguintes etapas: 1) identificação da questão norteadora – que consiste na elaboração de uma problemática pelo pesquisador de maneira clara e objetiva, seguida da busca pelos descritores ou palavras-chaves; 2) seleção da amostragem; 3) categorização dos estudos; 4) avaliação dos estudos; 5) discussão e interpretação dos resultados; 6) apresentação da revisão integrativa e síntese do conhecimento. Neste estudo a questão norteadora da
revisão integrativa foi: qual o conceito do construto memória foi apresentado nos artigos encontrados nos bancos de dados buscados e sua relação com o apresentado no manual do Teste Memória Visual de Rostos? Para isso, foi realizada no mês de abril do ano de 2014 uma pesquisa bibliográfica nos bancos de dados PsycINFO, Bireme (Biblioteca Regional de Medicina), BVS Psicologia (Biblioteca Virtual em Saúde Psicologia), Scielo ( Scientific Electronic Library on Line ) e MEDLINE ( Medical Literature Analysis and Retrieval System Online ). Tais bases foram selecionadas por terem relevância nacional e internacional como banco de dados e pesquisa, além de disponibilizarem artigos para consulta pública e gratuita. O processo de busca das referências que compuseram o presente artigo foi o levantamento das palavras chave: memória, Memória Visual de Rostos e teste de memória. Foram incluídos apenas artigos, uma vez que a proposta era realizar uma revisão integrativa o mais abrangente possível, sem ser exaustiva. As palavras chaves escolhidas foram caracterizadas por assemelhar-se ao construto pesquisado tendo grande probabilidade de localizar artigos que definissem o construto em questão (memória) e também por fazer referência ao teste que traz o construto e avalia a mesma. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados em português; artigos na integra que estavam disponíveis nos formatos .PDF ou .txt para download e que apresentasse a palavra chave pesquisada. Foram baixados os artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados nos últimos quinze anos. A partir dos artigos encontrados, os mesmos foram classificados (Quadro 1) e realizou-se análise individual dos artigos para verificar a definição que os mesmos apresentavam sobre o construto memória. As análises foram comparativas e de classificação e são apresentadas e discutidas a seguir.
Foram encontrados 23 artigos que compuseram o banco de análise dessa pesquisa. A partir da busca pela palavra- chave “memória”, encontrou-se 13 artigos publicados entre 1993 e 2013. A busca pela palavra-chave “Memória Visual de Rostos” encontrou dois artigos cujas publicações são de 2012 e 2013. Para a palavra-chave “teste de memória” foram encontrados 8 artigos publicados entre 2006 e 2012. No manual do Teste MVR [8] o conceito de memória se refere a capacidade de registrar, manter e evocar as experiências e os fatos ocorridos que envolvem aquisições, formação, conservação e evocação de informações. Tal definição exposta por Seisdedos [8], deriva dos originais de Izquierdo e Dalgalarrondo, consultados pelo autor, mas que não compuseram a presente pesquisa. Após conceituar o construto memória, o manual apresenta as especificações da conceituação e sua associação às questões temporais, tais como ser de curta ou longa duração e também por ser definida a nível sensorial antes de chegar a ser de curta duração. Os artigos foram lidos, analisados e agrupados segundo construções teóricas que corroboraram com as discussões propostas por Seisdedos [8] e aqueles que, apesar de discutir o construto o fazem segundo viés distinto. Somam três os artigos que apresentam o construto memória associado a outras construções e que aproximam das definições expostas no manual do teste MVR, enquanto que nove artigos apresentam o construto memória associado a outras construções, mas distanciam das definições expostas pelo manual do teste MVR. Dos artigos analisados, nove apresentam o construto memória isoladamente e aproximam das definições expostas no manual do teste MVR sendo apenas dois que apresentam o construto isolado, mas distanciam das definições expostas no manual do teste MVR. O primeiro grupo de artigos analisado foi referente a palavra-chave memória. Dentre estes, há artigos que não colaboraram com a pesquisa por apresentarem o construto memória em segunda ordem. O segundo grupo de artigos encontrados e analisados a partir da busca realizada, foi pesquisado a partir da palavra- chave Teste Memória Visual de Rostos. Apenas um artigo fala exclusivamente do teste MVR, suas características e aplicabilidade, contudo o autor não expõe um conceito de memória no mesmo. O próximo grupo de artigos analisados se refere a palavra-chave “teste de memória”, todos foram analisados a luz das semelhanças, diferenças e conceituação do construto “memória” que cada um apresenta. Todos abordam a avaliação de memória a partir de testes de memória ou testes psicológicos, mas em nenhum deles é avaliado algum aspecto do teste MVR, o que os distingue da classe estudada anteriormente. Dos artigos analisados, oito não corroboraram com a presente pesquisa, uma vez que não trazem nos seus textos o conceito do construto memória, mesmo tendo esta como uma das palavras chave dos mesmos. Em cada artigo o construto é abordado juntamente a outro para explicar algo específico da pesquisa em questão, o que dificulta a análise e descaracteriza a busca pelo construto específico. Percebe-se que há consenso, a partir da análise dos artigos, que memória está associada à atenção, aprendizado, retenção e lembrança, sendo estas as palavras mais encontradas nos artigos que abordam a temática memória.
Lourenço e Veras (2006)