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Este documento discute o conceito de autoconhecimento e relação eu-tu, onde o eu e o tu interagem para formar a consciência de si. O autor explora as ideias de autoconhecimento e relação, a natureza do sujeito cognoscente e objeto de seu conhecimento, e a importância da pessoa na formação de autoconhecimento. O texto cita obras de martin buber, rené descartes e keith lehrer.
O que você vai aprender
Tipologia: Trabalhos
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Os outros nos ajudam a conhecer-nos ou nos impedem de conhecer-nos? A pergunta traz em si alguns pressupostos importantes que, embora não seja o escopo do presente ensaio fundamentar, convém fazer alguns breves esclarecimentos a respeito. As principais ideias presentes na questão proposta são as de autoconhecimento e de relação. Primeiramente, essa relação estabelece-se entre um eu , sujeito, nesse caso, do ato de conhecer-se, e um tu, cuja instrumentalidade nessa ação é nosso objeto de discussão. No entanto, a relação eu-tu supõe a agência simultânea de ambos, isto é, ela não é unilateral, mas é sempre possível inverter a relação de modo que o tu-eu é sempre outro eu-tu. Deve-se considerar, portanto, a natureza dessa relação e suas dinâmicas e, paralelamente, a “ação” própria de cada sujeito. Essa consideração, porém, deve ser precedida por duas outras: do sujeito cognoscente e do sujeito objeto de seu próprio conhecimento. Convém acrescentar ainda a noção de pessoa, sobretudo aquela de Boécio, cuja relevância não pode ser ignorada e que balizará a presente reflexão. A pessoa é uma substância individual de natureza racional, é subsistente, ou seja, existe em si e por si e é individual, isto é, única e irrepetível e sua natureza, seu princípio de ação, é a razão. Na racionalidade distinguem-se diversos elementos, mas interessa-nos aqui a capacidade de conhecer e ser-nos-á suficiente a definição clássica de conhecimento como crença verdadeira e justificada. Como propõe LEHRER (1999), a racionalidade é um pressuposto básico para se postular a racionalidade das ações do homem, embora essas ações não sejam todas necessariamente racionais; logo o si-mesmo , tal como aparece na pergunta introdutória, é o conteúdo de uma crença verdadeira, justificada por uma razão que toma consciência da própria existência por meio de uma espécie de êxodo na relação. Nesse particular, seguindo a reflexão proposta por Martin BUBER (1978), há duas palavras-princípio que dão fundamento ao sujeito: eu-isso e eu-tu. Pode-se afirmar que essas palavras-princípio dão consistência a tudo o que o sujeito é e sabe sobre si mesmo, isto é, ao seu autoconhecimento. Note-se que essas palavras são essencialmente relação, há sempre um eu em relação com um outro , isso ou tu , por meio do qual esse eu se manifesta e, por assim dizer, se faz. Ainda seguindo Buber, as palavras-princípio são ditas com o ser, isto é, são epifanias do ser de quem as diz. Isto posto, merece nota o fato de que quem diz eu não pode fazê-lo sem um tu ou sem um isso , o que significa que a epifania do ser somente se dá na relação, a afirmação do eu supõe uma diferenciação/negação, um não-eu que é, paradoxalmente, subjacente ao eu. Ora, isso revela a relação como condição de possibilidade