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Uma análise detalhada da personagem fidalgo no auto da barca do inferno, uma peça de gil vicente. O texto descreve as características psicológicas e morais de fidalgo, incluindo sua arrogança, vaidade, arrogância e presunção. Além disso, o documento discute as críticas de gil vicente em relação à personagem e os símbolos cénicos utilizados na peça. O texto também menciona as personagens onzeneiro, anjo, diabo e brízida vaz, e discute suas interações com fidalgo.
Tipologia: Notas de aula
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Adereços que o caracterizam: pajem: desprezo pelos mais pobres; manto: vaidoso; cadeira: julgava-se importante e poderoso
Argumentos de Defesa: Barca do Inferno é desagradável; tem alguém na Terra a rezar por ele; é “fidalgo de solar” e por isso deve entrar na barca do Céu; é nobre e importante
Pertence classe social: nobreza
Acusações: ter levado uma vida de prazeres, sem se importar com ninguém, ter sido tirano para com o povo, ser muito vaidoso, desprezava o povo
Referência ao pai de Don Anrique porque: é uma denuncia social, porque também o pai do Fidalgo já tinha entrado na Barca do Inferno, isto é, toda a classe nobre tinha os mesmos pecados
A movimentação dele em cena: primeiro foi à barca do Diabo que lhe explica para onde vai a barca e falando sempre em tom de ironia, depois foi à barca do Paraíso para tentar a sua sorte, mas o Anjo acusa-o de tirania e diz-lhe de que maneira nenhuma pode lá entrar, o Fidalgo volta para a Barca do Inferno e o Diabo explica-lhe todos os seus pecados, fazendo com que ele fique muito triste e arrependido
Momentos psicológicos da personagem: ao princípio o Fidalgo está sereno e seguro que irá para o Paraíso; dirige-se à barca do Anjo, arrogante, e fica irritado porque ele não lhe responde e mostra-se arrependido e desanimado por ter confiado no seu “Estado”; no fim dirige-se ao Diabo, mais humilde, pedindo-lhe que o deixe regressar à Terra para ir ter com a amante
Crítica de Gil Vicente nesta cena: os nobres viviam como queriam (vida de luxúria); pensavam que bastava rezar e ir à missa para ir para o Céu
Caracterização do Fidalgo: nobre (fidalgo de solar); vaidoso; presunçoso do seu estado social; o seu longo manto e o criado que carrega a cadeira representam a sua vaidade e ostentação; a forma como reage perante o Diabo e o Anjo revelam a sua arrogância (de quem está habituado a mandar e a ter tudo); apresenta-se como alguém importante; despreza a barca do Diabo chamando-lhe “cortiço”; a sua conversa com o Diabo revela-nos que além da sua mulher tinha uma amante, mas que ambas o enganavam pois a mulher quando ele morreu chorava mas era de felicidade e a amante antes de ele morrer já estava com outro; o Fidalgo é, pois, uma personagem tipo que representa a nobreza, os seus vícios, tirania, vaidade, arrogância e presunção
Desenlace: Inferno
Símbolos cénicos: bolsão: representa o dinheiro
Esta personagem pertence: à burguesia
“Oh! Que má-hora venhais,/ onzeneiro, meu parente!”: o Diabo revela, com este tratamento, que Onzeneiro tem semelhanças com ele, é como se fossem membros da mesma família; o Diabo sempre o ajudou a fazer o mal, a enganar os outros; agora os papeis invertem-se: é a vez de o Onzeneiro ajudar o Diabo
Defesas: ter morrido sem esperar; não ter tido tempo de “apanhar” + dinheiro; esta queixa mostra porque esta personagem o dinheiro era importante; jura ter o bolsão vazio; precisa de ir à Terra para ir buscar + dinheiro (para comprar o Paraíso)
Acusações: Anjo: acusa-o de levar um bolsão cheio de dinheiro e o coração cheio de pecados, cheio de amor pelo dinheiro; ser avarento
O Onzeneiro é condenado pelo Anjo ao Inferno porque: leva o coração cheio de pecados, cheio de amor pelo dinheiro e o bolsão representa esse dinheiro
O Onzeneiro interpreta a recusa do Anjo como que por n ter dinheiro não pode entrar no Paraíso; ele pensa que com o dinheiro pode comprar tudo e resolver tudo
A vida do Onzeneiro: avareza (só pensa em dinheiro) Gil Vicente dá esta pobre caracterização à vida da personagem porque: todas as personagens são personagens tipo; não podem representar características pessoais
Desenlace: Inferno
No passado o Parvo representava: uma pessoa pobre de espírito (pertencia ao povo)
Não tem referência ao passado porque: não agiu com maldade; não tem pecados
Símbolos cénicos: não traz símbolos, porque os símbolos cénicos estão relacionados com a vida terrena e os pecados cometidos; o Parvo não tem qualquer tipo de pecados
Defesas: Anjo: tudo o que fez foi sem maldade e é simples O Parvo não usa qualquer tipo de argumento para convencer o Anjo a deixá-lo entrar no Paraíso porque: não teve tempo de dizer nada, a sua entrada naquela barca foi autorizada de imediato; o Anjo deixa-o entrar porque tudo o que fez foi sem maldade
“Quem és tu? / Samica alguém”: revela a sua simplicidade; a resposta está relacionada com o seu destino que é o Paraíso Caracterização desta personagem: não traz símbolos cénicos com ele porque não tem qualquer tipo de pecados; com simplicidade, ingenuidade e graça, caracteriza o Diabo como “tolo”; queixa-se de ter morrido; as suas atitudes ao longo da cena são descontraídas, o que irrita o Diabo que o quer na sua barca; o Diabo é insultado por ele; esses insultos revelam a sua pobreza de espírito; apresenta-se ao Anjo como “Samica alguém” e este diz-lhe que entrará na sua barca, porque tudo o que fez foi sem maldade
Esta cena: tem uma intenção lúdica: fazendo divertir quem está a assistir a esta peça; também tem uma intenção de crítica - dizendo que os parvos são pessoas pobres de espírito e não têm intenção de fazer mal; ajuda muito na crítica e faz os cómicos
Desfecho: fica no cais e entra com os Quatro Cavaleiros
Símbolos Cénicos: avental: simboliza a profissão; carregado se formas de sapatos: simbolizam a sua profissão e vem carregado pelos seus pecados
Esta personagem representa: o povo Acusações: roubava; enganava; religião mal praticada Defesas: (práticas religiosas) rezava e ia à missa; o fidalgo usou a mesma defesa; fazia ofertas à igreja; confessava-se; fez todas as práticas religiosas
Crítica feita por Gil Vicente a todas as rezas: forma superficial de como os católicos praticavam a religião; julgavam que as rezas, missas, comunhões, tinham mais valor que praticar o bem
Desfecho: Inferno
Símbolos cénicos: hábito de frade; escudo; capacete; espada; moça (Florença); equipamento de esgrima
Críticas com esses símbolos: desajuste entre a vida religiosa e a vida que ele levava (vida mundana); os símbolos representavam a vida de prazeres que ele levava, o que o afastava do seu dever à crítica religiosa
Pertencia: -ao clero (mundano) Argumentos de Acusação: era mundano; não respeitou os votos de castidade e de pobreza O Frade não nega as acusações feitas, pois: pensa que o facto de ser Frade e o seu hábito o vão salvar dos seus pecados Argumentos de Defesa: ser Frade; rezou muito Apresenta-se como cortesão: o que revela que ele frequentava a corte e os seus prazeres, era um frade mundano “Gentil padre mundanal”: contradição encontra-se na palavra “mundanal” e “gentil”; o Frade deveria ser uma pessoa dedicada à alma, ao espírito, mas é mundanal, vive os prazeres do mundo, por isso existe aqui uma contradição
“Diabo-(...) E n os punham lá grosa / no vosso convento santo? Frade- E eles faziam outro tanto!” revela que: havia uma quebra de votos de castidade à hábito comum entre eles; esta afirmação alarga a crítica a toda a classe social, pois o Frade é uma personagem tipo, representando toda uma classe social
Uso do facto de ser Frade naquele tempo: pretende mostrar que o clero se mostrava superior; poderia fazer o que quisesse sem ser condenado; mal-estar na sociedade por serem cada vez mais frequentes os Frades ricos e poderosos
O Anjo recusa-se a falar c o Frade porque: tem vergonha do seu réu; não tinha coragem de falar com alguém do clero com tantos pecados (repugnante)
Frade aceita a sentença porque: viu que o Anjo não quis falar com ele; porque não cumpriu as regras que deveria ter cumprido; se o Anjo se recusa a falar com ele é porque todos os seus pecados foram graves
Caracterização do Frade: autocaracteriza-se “cortesão” (frequentava a corte) o que entra em contradição com a sua classe; sabe dançar tordilhão e esgrimir como um nobre; é alegre pois chega ao cais a cantar e a dançar; tal como os outros Frades não cumpriu o voto de castidade nem de pobreza, como se comprovava com as suas palavras; está convencido que por ser membro da Igreja tem entrada direta no Paraíso; personagem tipo através da qual se critica o clero
O Corregedor pergunta “Há’ qui meirinho do mar?” porque: ele estava habituado a ser servido. O Corregedor pergunta se o poder do barqueiro infernal é maior do que o do próprio Rei porque: ele na Terra tinha um grande poder; não admitia que mandassem nele
Acusações do Procurador: não tem tempo de se confessar
O Diabo acusa o Corregedor de: ter aceitado subornos (ser corrupto); ter aceitado subornos até de Judeus (muito mal vistos naquele tempo); confessou-se mas mentiu. Defesas: era a sua mulher que aceitava os subornos
O argumento usado de defesa do réu foi: o Diabo saberia dar também; ele não deveria estar a mentir; não devia estar a acusar a sua mulher porque depois também ela ser condenada
“Irês ao lago dos danados / e verês os escrivães / coma estão tão prosperados” quer dizer que: o Corregedor, quando for para o Inferno, vai encontrar os seus colegas (Homens ligados à justiça)
Gil Vicente julgou em simultâneo o Corregedor e o Procurador porque: ambos passavam informação; ambos faziam parte da justiça (havia cumplicidade entre a justiça e os assuntos do Rei, ambos eram corruptos)
A confissão para eles: não era importante: só se confessavam em situações de risco e não diziam a verdade Quando o Corregedor e o Procurador se aproximam do Anjo, ele: reage mal; fica irritado; manda-lhes uma praga: atitude nada normal do Anjo
O Parvo acusa-os de: roubar coelhos e perdizes; profanar nos campanários: levavam a religião de uma forma superficial Desenlace: Inferno No Inferno o Corregedor dialoga com Brízida Vaz porque: já se conheceriam da vida terrena
Símbolos Cénicos: hábito da ordem de Cristo; espadas Pertenciam: aos cruzados Defesas: dizem que morreram a lutar contra os mouros em nome de Cristo Quando chegam ao cais chegam a cantar. Essa cantiga mostra: aos mortais que esta vida é uma passagem e que terão de passar sempre naquele cais onde serão julgados
Os destinatários desta mensagem são: os mortais; os Homens pecadores Nessa cantiga está contida a moralidade da peça porque: fala da transitoriedade da vida; fala da inevitabilidade do destino final; fala do destino final que está de acordo com aquilo que foi feito na vida Terrena
Os cavaleiros não foram acusados pelo Diabo porque: merecem entrar na barca do Anjo; morreram a lutar pela fé cristã, contra os infiéis, o que os livrou de todos os pecados; esta cena revela a mentalidade medieval da apologia do espírito da cruzada