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Uma análise comparativa das peças 'o amor' de fernando pessoa, que abordam o tema do amor. O texto oferece informações sobre as influências literárias em torno do teatro estático de pessoa, as caracterizações de personagens femininas e a linguagem utilizada em cada peça.
O que você vai aprender
Tipologia: Slides
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Palavras-‐‑chave
Fernando Pessoa, Teatro Estático , O Amor, Diálogo no Jardim do Palácio, Intervenção Cirúrgica.
Resumo
O teatro de Fernando Pessoa continua, em grande parte, inédito. O seu núcleo mais conhecido, que se reúne sob a designação Teatro Estático , não corresponde ao universo completo das peças (fragmentadas) de Pessoa. “O Amor”, peça inédita que antecede no tempo o Teatro Estático , será aqui apresentada pela primeira vez, com a respectiva transcrição e imagens. O tema da peça – o amor infeliz – também se encontra no “Diálogo no Jardim do Palácio” e na “Intervenção Cirúrgica”, peças pertencentes ao Teatro Estático. Deste modo, apresentamos uma breve comparação entre os textos, procurando evidenciar abordagens diferentes do mesmo tema.
Keywords
Fernando Pessoa, Static Theatre , O Amor, Diálogo no Jardim do Palácio, Intervenção Cirúrgica.
Abstract
The plays written by Fernando Pessoa are still mostly unpublished. The better-‐‑known nucleus, compiled under the name Static Theatre , does not exhaust the entirety of Pessoa’s (fragmented) dramas. “O Amor”, an unpublished play written before the Static Theatre , will be presented in the following pages, including its transcription and corresponding images. The play’s subject—unhappy love—can also be found in “Diálogo no Jardim do Palácio” and “Intervenção Cirúrgica,” both belonging to the Static Theatre. As such, we intend to briefly compare the three plays, in order to reveal the different ways through which Pessoa addresses the subject.
(^1) Pessoa revela opiniões depreciativas sobre Ibsen, indicando que o dramaturgo é “a third-‐‑rate
artist” e que “tanto que Ibsen que quiz fazer drama psychiatrico, não conseguiu, nem sequer de longe, crear personagens tão inteiramente verdadeiras, perante a propria psychiatria, como Shakespeare” (P ESSOA , 2013a: 259 e 63).
A — Se, apesar de tudo, nós nos amassemos! B — Não, agora já não pode ser. Descobrimos n’um momento o que os felizes atravessam a vida sem descobrir, e os menos infelizes levam muito tempo a achar. Descobrimos que somos dois e que por isso não nos podemos amar, amor. Descobrimos que não se pode amar, mas só suppôr que se ama. A — Ah mas eu amo-‐‑te tanto, tanto! Tu se dizes isso é porque não imaginas quanto eu te amo… B — Não, é porque sei quanto tu me não podes amar… Escuta-‐‑me. O nosso erro foi pensar no amôr. Deviamos ter pensado apenas um no outro. Assim, descobrimo-‐‑nos. Despimo-‐‑nos da illusão para vermos bem como eramos e vimos que eramos apenas como a illusão nos fizera. No fundo não somos nada senão Dois. No fundo somos uma opposição eterna – o Homem e a Mulher… Tu-‐‑propria deves estar já convencida d’isto tudo… A — Nada me pode convencer de que te não amo. Se Deus m’o dissesse eu deixava de crêr em Deus… Oh, meu amôr, não pensemos mais, não pensemos mais. Amemos sem pensar… Maldito seja o pensamento! Se não pensassemos seriamos sempre felizes… Que tem quem ama com o saber que ama, ou porque ama, ou o que é o amôr?… B — Não podemos deixar de querer comprehender. No fundo, talvez, toda a nossa discordia esteja dentro de nós e seja entre o que em nós quer amar e sentir, e o que em nós quer comprehender e explicar. Vês? Porque me fallaste n’isto? Quanto mais penso em tudo, mais tudo se me resolve em opposições, em divisões, em conflitos! Mataste de todo a minha felicidade! Agora, mesmo que eu quizesse sonhar, nem isso poderia fazer. O mundo é absurdo como um quarto sem porta nenhuma… Que baixeza se não pensassemos, e que horror o havermos pensado! A — Agora podemos sonhar-‐‑nos… E não pensar mais, não olhar mais para o amôr. Elle acaba-‐‑se por vêr que olha… e olha, talvez apenas se disfarce sob o olhar, fingindo que não é amor, para voltar a ser amor quando não olharmos já para elle. Sinto que isto deve ser assim… B — Não… Agora é impossivel. Podemos não pensar, mas não esquecer que pensámos. ( continuando ) Sejamos fortes e separemo-‐‑nos, agora para sempre. Ouxalá nos possamos esquecer e esquecer que descobrimos o amor e vimos que elle era uma estatua ôca… Olha, tolda-‐‑se o ceu… Levanta-‐‑se vento… Vae chover… A — Já não ouso dizer-‐‑te que te amo, mas amar-‐‑te-‐‑hei sempre. Tu não me devias ter amado… Tu… B — Nada devia ser como é… Fomos infelizes, mais nada. A curva d’esta estrada foi tal que d’ella vimos o amôr e não pudémos amar mais. A — Tu não me amaste nunca. Se me tivesses amado, tu não podias dizer isso. Se tu me tivesses amado tu não pensavas no amor, pensarias em mim. Sim, agora está tudo acabado, mas é porque entre nós nunca houve senão o meu amôr. Amaste-‐‑me, talvez, porque percebeste que eu te amava ou que te devia amar. Não sei porque me amaste, mas não foi por me teres amôr… Porque me olhas assim tão differente e alheado? B — Porque reparo agora em quão pouco sabemos o que somos, no que pensamos, ou o que nos leva. Subiu -‐‑me agora á comprehensão o que tudo isto é de complexo e absurdo. O que concluimos nós d’isto tudo? Nada. Dissemos muitas verdades e ellas contradizem-‐‑se todas, umas ás outras. Não nos podemos comprehender. Entre alma e alma ha um abysmo enorme. O que nós descobrimos afinal foi isso: eu vejo-‐‑o e tu não o queres vêr. Mas eu descobri mais, ao reparar que não sei o que deva fazer – é que entre nós e a nossa propria alma é um abysmo tambem… Andamos como sonambulos n’uma terra de abysmos, dentro e fóra de mim. Se despertamos, ou cahimos ou não avançamos mais. A nossa unica differença n’este assunto é que tu estacaste e eu cahi dentro de mim-‐‑proprio, n’um abysmo
entre a consciencia, d’aquelle abysmo mysterioso que era entre mim e a minha alma… Tudo isto é um grande erro… Seja como fôr, ficamos separados… Chove já… Adeus… A — Adeus, sê feliz e esquece -‐‑me. Não te demores, que chove mais… Na curva da estrada ha uma arvore grande onde te abrigues. *Pobrezinha de mim por ser viuva sem ter sido mais que viuva e mulher sem ter sido bem uma… Vae depressa, vae depressa… Adeus… adeus. (P ESSOA , 2017: 79-‐‑81)
C — Vens? A — Sim, vou. Mas estou certa que hei de ser infeliz para sempre. Vou, porque tenho que ir. Sei lá porquê! A gente nunca sabe o que faz. Por isso por pena é sempre o coração que manda. E manda sempre para nosso mal. C — O coração… A — Não, não digas nada. Vou. Já te disse que vou. Não me falles mais. ( Compondo o casaco no pescoço ) Por que terei ainda que passar, meu Deus? C — Que tristeza é essa, meu amôr! A ( estendendo a mão de *repente ) — Ai, não. Não me chames “amor” ainda… Ainda é cedo. Deixa passar estes momentos. Que desgraça a minha. C — Eu não te quero raptar… Pensa… Pensa bem… Se quizeres, fica. A — Tu dizes isso porque sabes que eu já não posso ficar. Já estou convencida. ( acaba de compôr o casaco no pescoço ) Vamos? C — Mas vens assim tão triste?!… A — Sim, isto tem que ser… isto tenho que ser… mas é uma cobardia enorme. E os cobardes podem estar salvos, mas nunca podem estar alegres. O que os salvou não se pode dizer – ninguem… C — Queres que esperemos por elle e lhe digamos tudo? Esperemos. A — Isso não, isso não. Quem é cobarde, ao menos, é cobarde.
Fig. 1. BNP/E3, 11 1 AM-‐‑5 r^.
Francisco^2 : És tão bonita... És linda Michaëla : Está quieto.
(^2) Fº ] abreviado; como outros nomes, que serão editados sem abreviatura e em itálico.
Michaëla : Olha como tu me bei-‐‑ jas – como se eu fôsse uma tia ou □ com que embirrasses e te visses obrigado a beijar... Assim antes quero que me não beijes... Ó meu Deus, meu Deus...
Fig. 2. BNP/E3, 11 1 AM-‐‑3 r^.
Michaëla : Mas tu não me amas, tu não me amas. Beijo-‐‑te com toda a minha 3 alma e tu deixas-‐‑me beijar e mais nada. Francisco : Não percebo... Michaëla : Percebes, sim, percebes. Ha cousas que a gente percebe por mal-‐‑ditas que sejam. Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus ( soluça ). Francisco : Mas eu amo-‐‑te, Michaëla. Michaëla : Não, não mintas. Não me amas. Nem me olhas, nem me fallas, como se me a-‐‑ masses. Nem sequer me beijas como beijarias uma mulher qualquer... Causo-‐‑ te repugnancia por ser doente... como se eu o não percebe[sse]... Isto de estar doente parece que ás vezes aguça. 4
Fig. 3. BNP/E3, 11 1 AM-‐‑10 r^.
(^3) m/ ] abreviado; como outras palavras afins, que serão editadas sem abreviatura. (^4) Isto de estar doente parece que ás vezes aguça ] com hesitação do autor e sem ponto final.
Maria : Não te rales por minha causa. Ó menino, até se tiver de me ir embora á força – eu parece-‐‑me que tenho mais força do que elle... Francisco : Ora esta... mas para que diabo... Maria : Mas é que nada d’isso aconteceu... Deixa, que eu sei o que faço...
Fig. 6. BNP/E3, 11 1 AM-‐‑2 r^.
O Amôr. Jose : E o que será de mim, Maria, o que será de mim?
Maria : Ora, tu serás como se estivesses solteiro. Se houvesse cá o divorcio, a gente divor-‐‑ ciava-‐‑se, e ficava tudo arranjado. Agora assim, não ha outro remedio senão este... Tu não és homem para espalhafatos nem grandes paixões, nem coisas d’essas... de maneira que não é cousa que como se acostuma 8 dizer te pique. Jose ; Ah como^9 eu precisava ter a minha mãe ao pé de mim agora! Maria : Pra quê? Ora não sejas creança. Franca-‐‑ mente, a chamar pela mãe. Olha que isto não é a mal. Cada um nasce para o que ha de ser, tu bem vês; e o melhor é isto. Depois, tu tens o teu escriptorio, os teus amigos. D’aqui a um mez, já vaes melhor, d’aqui a dois mezes se calhar já nem te lembras. É como se tivessemos tido um na-‐‑ moro e elle 10 acabasse. Olha quanta gente tem namoros e acaba e d’ahi a pouco já tem outro e ás vezes mais do que um.
Fig. 7. BNP/E3, 11 1 AM-‐‑6 r^.
(^8) /a/costuma ] com hesitação do autor. (^9)
2/ Maria : Deixa-‐‑te de espalhafatos. Olha que isso não serve de nada; e a gente é me-‐‑ lhor □ a bem do que a mal. A gritar ninguem me leva, tu já deves saber, e não hei-‐‑ de começar agora...
Fig. 8. BNP/E3, 11 1 AM-‐‑6 v^.
O Amor Last Scene
Jose : eu julguei que tu eras feliz... Eu jul-‐‑ gava... Eu... enfim eu pensava que vivendo assim na nossa casinha, 11 que □ que a gente enfim viveria fe-‐‑ liz. E vivia... Porque é que tu... 12 Maria : Ora adeus, adeus, adeus. Como é que se pode ser feliz com isto? Encafuada aqui desde a manhã á noite, a pensar 13 no almoco, e no*jantar e no chá, e em limpar o pó e em coser a roupa e... e... e tudo isso... P’ra divertimento a prima Brites e fallar ás visinhas e ir para a geral no Colyseu uma vez por semana e ir ós touros uma vez por mez... no verão... e o grande divertimento de passear pela Rua do Ouro abaixo e pela Rua Augusta acima e depois dar a volta no Rossio e depois voltar para casa... É uma vida divertida como não ha outra, já se deixa vêr... Jose : Ás vezes a gente podia ir á outra Banda e ao Dafundo...
Fig. 9. BNP/E3, 11 1 AM-‐‑8 r^.
(^11) Segue-‐‑se este apontamento: [remark the lack of psychologic knowledge of her] (^12) Porque é que tu... ] com hesitação do autor. (^13)
$ bX (^) $ +&$"("2$?(5#333c("$> )&2F:# @2$?(5#3$B/$"&)/1$$ )</$=D1$#()+#333$B11("$+&$.&%&),&333$$ U1%&.#$#/$"&)/1$"#(1$!"#$/!$+!#1$$ 9/.#1333$^</$,&$=D1$&";/.#$#11("333$ O#%+# h$4.#2$?.#)5#"&),&$%#.#$!"#$15&)#$$ +Q&1,#1$$:!&$&!$)</$&1,#=#$%.&O$ %#.#+#3$GD$"!(,#$=/),#+&$+&$$ ?(5#.$)</$9#$+!=(+#333$%&8/$"&)/1$$ %#.#$#,#.$/$;(;&$#/$"&)()/333$$ 4.#2$?.#)5#"&),&2$H/1&w []$ 5&)" h$B9$1&$&!$,(=&11&$"()9#$"<&$#/$%$+&$ "("333$ $ $ &,53$ $ $ t O#%+# hu$U1,</$%./"%,#1$#1$"#8#13$ <%"#6# $> 6"'6"4$%& @h$U1,</2$1("$"()9#$1&)9/.#3$ O#%+# h$489#$#$5.&#+#$&1,#=# [`$#/$%$+#$$ %/.,#$#$&15!,#.333$41$)&.=/1$+&1,#333$ m/"333$^</$,&$#??8(R#12$)</$%&)1&1 [$$ )Q(1,/2$)</$q$B+&!12$H/1&2$B+&!13$ $ $ -("$+Q '-'./&%' $ 4$#%&.,/$+&$"</$ $ O#%+# $ ")$"46"'#'/;& h$B+&!13$$ 5&)"'#G"%$#R2A" ad$ #'/;&'$+/+6#R' /"4$" 3$ (2#')#A"'"'>",A#'' #'G&%$#'#&'6"'2"9" 3$ 5&)" h$z/5f$$#11(" a[333$W"$$ #%&.,/$+&$"</$&333$&333&$$
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