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O ACASO NA OBRA DE B. F. SKINNER, Provas de Probabilidade

O ACASO NA OBRA DE B. F. SKINNER. Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Análise do Comportamento, do Departamento.

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Nazario185
Nazario185 🇧🇷

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CHRISTIAN SILVA DOS REIS
O ACASO NA OBRA DE B. F. SKINNER
LONDRINA
2020
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CHRISTIAN SILVA DOS REIS

O ACASO NA OBRA DE B. F. SKINNER

LONDRINA

CHRISTIAN SILVA DOS REIS^1

O ACASO NA OBRA DE B. F. SKINNER

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Análise do Comportamento, do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, da Universidade Estadual de Londrina, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Análise do Comportamento. Área de concentração: Análise do Comportamento Orientação: Profa. Dra. Carolina Laurenti. LONDRINA 2020 1 O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de financiamento 88882.461666/2019-01.

CHRISTIAN SILVA DOS REIS

O ACASO NA OBRA DE B. F. SKINNER

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Análise do Comportamento, do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, da Universidade Estadual de Londrina, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Análise do Comportamento. Área de concentração: Análise do Comportamento Orientação: Profª. Drª. Carolina Laurenti. BANCA EXAMINADORA

______________________________

Orientadora: Profª. Drª. Carolina Laurenti Universidade Estadual de Maringá – UEM

______________________________

Prof. Dr. César Antônio Alves da Rocha Universidade de São Paulo – USP

______________________________

Prof. Dr. Carlos Eduardo Lopes Universidade Estadual de Maringá – UEM Londrina, 28 de agosto de 2020

À Maria, ao José, à Na, e à Ga, por me presentearem com a solidez que jamais encontrei em nenhuma outra parte.

por você. Obrigado por todas as noites de conversas (na nossa casa em Maringá, em Londrina, ou em qualquer lugar) que tanto me ensinaram sobre a vida, sobre o comportamento, sobre a sociedade, sobre as coisas todas. Obrigado pelos rolês intermináveis, pelas lições sobre os sentimentos, pelos cigarros compartilhados, pela parceria, respeito, amizade e amor que dividimos, e que tanto ainda me ensinam. Espero ter podido deixar com você, guardado aí dentro, um pouquinho disso tudo que sinto. Sem você, eu seria outro, e esse trabalho também. Obrigado por ter caminhado ao meu lado por todo esse tempo, foi um privilégio incrível. Lucas, Manu, Marcelo (o famoso Coringa), Renanzão (Turquera), vocês foram outro presente que ganhei da graduação e de Maringá. Que felicidade é poder lembrar de todos os rolês e aventuras que vivemos juntos. Lucas, você me deu a música de presente. Ela participa desse trabalho, e me acompanha até hoje, incansável. Manu, você me deu uma parceria excepcional de presente (e até uma casa pra morar, olha só!). Fosse na graduação ou no mestrado, fosse simplesmente ao ouvirmos um som, fosse ao comermos pastel depois da aula, fosse ao rirmos de figurinhas ou falarmos sobre o comportamento, eu sabia que poderia contar contigo. Você, assim como esses momentos todos, também participa desse trabalho. Marcelo (que estranho te chamar assim, mano, haha), você me deu de presente a aprendizagem sobre muitos mundos que eu desconhecia, e até mesmo, arrisco dizer, ignorava. É sempre bom revisitá-los quando posso, e eles, assim como você, participam desse trabalho. Renanzão, você me deu um exemplo de parceria muito lindo de presente. Nossas discussões sobre o comportamento sempre me fizeram, e ainda fazem, maior. Você também participa desse trabalho. Mas a graduação não se fez somente com as pessoas que estavam perto, ao lado, nos calores dos momentos. Flávio ( Rô-rupim , somente para a pequena cúpula do Gabinete), eu poderia criptografar meus agradecimentos a você de uma maneira que, eu sei, somente você conseguiria decifrar. Mas não é esse o meu objetivo. Meu objetivo é, isto sim, dizer tudo de maneira clara e direta, fazendo com que qualquer pessoa que, porventura, entre em contato com essas linhas, saiba. Cara, passamos por tantas e tantas, e mesmo a distância não permitiu que as

coisas enfraquecessem. Pudemos construir uma realidade paralela a todo o resto, e a vista do tão querido apartamento, que agora deixa de existir fisicamente, não vai sumir jamais. Não consigo nem imaginar o que teria sido do caminho sem a nossa amizade, e nem consigo imaginar qualquer coisa que se compare. Por isso, agradeço. A vida foi sempre mais alegre, mais leve, e mais fácil quando a dividi com você. T’zab’k-é nu’é? Outras pessoas também acompanharam esse trajeto de longe, mas sempre procurando diminuir as distâncias. À galera do “Rolet”, de sanja, meus queridos amigos que nunca deixaram que o tempo nos afastasse, fazendo do Território nossa segunda casa, regada de cerveja e bons papos, agradeço. Rafão, Fabrito, Jéssica e Rodrigo: vocês sempre me acompanharam, saibam disso, ou não. Rafão, em especial te agradeço por ter sempre me mantido ligado às raízes. Elas são importantíssimas, e sempre que me perdi, pude ver em você um lugar e sentimento há muito conhecidos. Também passamos por aventuras inúmeras, e elas, com certeza, participam deste trabalho. Obrigado, obrigado, obrigado! À galera de Curitiba, eterno refúgio, também agradeço. Lucas, Ma, Brunão, Aline, Igão, Jú e Peixe, que sempre me acolheram e fizeram com que tantos medos pudessem se tornar companheiros. Ana, também te devo meus agradecimentos. Tudo o que aprendi com você não irá embora jamais, e honro isso da maneira como me ensinou. Muito obrigado! O segundo dos acasos aconteceu ainda na graduação e, assim como os outros, me rendeu coisas excepcionais. Ter ido para Maringá e conhecido minha futura orientadora de mestrado já nos primeiros dias de aula foi um privilégio indescritível. Carol, obrigado por ter me ensinado a olhar para o comportamento da maneira como você o enxerga. Privilégio é a palavra certa. Sem você, eu não chegaria até aqui, e mais, não chegaria nem com metade do pouco conhecimento que (já) carrego comigo. Você é em grande parte responsável por isso, e me orgulho de poder te chamar (aqui e acolá) de orientadora. Você é gigante, e eu, um baita de um sortudo por ter cruzado o seu caminho, por acaso! Muitíssimo obrigado por ter me acompanhado com toda a atenção e dedicação de sempre.

foi infinitamente mais legal e produtivo com vocês ao lado! Mariah, sua amizade também foi muito importante durante todo o trajeto. Sempre que eu tive inquietações, ou simplesmente queria compartilhar piras, pude contar com você. Obrigado! Jordana, Luiz, Flowers, Lari, Mari, também carrego vocês e nossas discussões, rolês e bares sempre intensamente proveitosos neste trabalho. Obrigado! Yuri, agradeço pela oportunidade de encarar a empreitada conceitual comigo ao seu lado. Você também é parte disso, e que a pesquisa cresça sempre cada vez mais forte em você! As pessoas com quem morei no saudoso apê 102 também participaram disso, desde o início, diga-se, e devo-lhes o meu agradecimento: Lana, Dara, Jack e Gabriel, vocês são incríveis, e Londrina ficou bem mais bonita com suas companhias! Sté, em pouco tempo você já me ensinou tanto! Como pode uma pessoa ter vivido tanto em tão pouco tempo? Carrego comigo o companheirismo e a coragem que você tem, e você também participa desse trabalho. Muito obrigado por tudo! Gabi, Nat, Vic, Thais, Kauane e João, obrigado por fazerem as aulas sempre e sempre mais interessantes! Às professoras Camila, Nádia e Silvia, também agradeço, por sua constante abertura para ajudar em quaisquer questões, conceituais, ou burocráticas. Vocês foram essenciais! A todas as outras pessoas que cruzaram o meu caminho e também vivem neste trabalho, agradeço. Fazer pesquisa pode ser uma experiência incrível quando estamos de mãos dadas com quem quer o nosso bem. Devo muito a muita gente. E assim, por acaso, a coisa acontece. Agradeço, sem mais delonga, à CAPES, pelo suporte financeiro que viabilizou a dedicação exclusiva para a execução desse trabalho.

“Vou levando assim, que o acaso é amigo do meu coração quando fala comigo; quando eu sei ouvir” Rodrigo Amarante “Só o acaso pode ser interpretado como uma mensagem. Aquilo que acontece por necessidade, aquilo que é esperado e que se repete todos os dias, não é senão uma coisa muda. Somente o acaso tem voz. Tentamos interpretar o acaso como as ciganas leem no fundo de uma xícara o desenho deixado pela borra do café” Milan Kundera

REIS, Christian Silva dos. The concept of chance in B. F. Skinner’s writings. 2020. 240f. (Master Degree in Behavior Analysis) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina. Abstract Along with selection, variation became an integrative element of behavior explanation within B. F. Skinner’s selection by consequences model. Being interrelated (without variation there is no selection), questions concerning the origin of variation gained prominence. In darwinism, variation was attributed to chance, and radical behaviorism seems to have found a place for it in its model. Skinner pronounced himself about chance, and some of the possible uses for the term were already examined by the specialized literature. However, this exam does not cover all decades of Skinnerian production, so that other possible uses of the term may not have been yet explored. The aim of this research was, then, to outline an interpretative synthesis of the uses of the term chance in the work of B. F. Skinner. The study is of a conceptual nature, divided in two different phases. In the first, Skinner's mentions to the concept were mapped and categorized in the author’s books published between the 1930s and the 1990s. The obtained data were compiled in transcription and philosophical appreciation files. In the second, a quantitative description and a conceptual analysis of the meanings of the identified uses was made. The results of the quantitative description indicate that the term chance was mentioned in all the decades of Skinner's writings, with different meanings, some signaling changes in his philosophical commitments. In the conceptual analysis, the identified uses were organized according to wider contexts: (1) experimental studies – chance used to describe epistemological limitations in identifying the variables that determine behavior; (2) the explanation of chance by a science of behavior – oscillation between chance explained based on principles and concepts of behavior analysis (superstitious behavior, product of abstraction and VR schedules) and uses as ignorance regarding the determining variables of behavior; (3) investigation of verbal behavior – again describing epistemological limitations, but now exhibiting signs of a possible selectionist use; (4) evolution theory – chance understood as a source of random variations, loose stimulus control and third way of behavioral explanation (along with genes and environment). Although some uses are present in more than one context, their different meanings indicate philosophical changes underlying the Skinnerian explanatory model. Chance is no longer seen exclusively as an epistemological limitation, but begins to participate of behavior explanation, being considered as one of the possible sources of behavioral variation. This change can be identified when the selectionist model is consolidated in Skinner's writings. Examining the uses of the term chance grants more elements to underwrite changes in the philosophical assumptions of the radical behaviorism’s explanatory model, which moves from epistemological compromises with determinism to selectionism. Furthermore, it is possible to investigate if the contemporary behavior-analytic studies have considered the Darwinian Skinnerian approach of the subject – in which the concept of chance seems to have a central role – and the implications thus arising from it for the study of behavior. Key-words: Radical Behaviorism; Darwinism; Variation; Chance; Indeterminism.

Lista de figuras Figura 1 – Frequência acumulada dos usos do termo acaso ao longo das décadas de publicação das obras de B. F. Skinner.......................................................................................................….. Figura 2 – Frequência acumulada dos usos do termo acaso em termos de acepções epistemológicas positivas, negativas e ontológicas.................................................................…

Sumário

  • Introdução
  • Objetivos
    • Geral
    • Específicos
  • Método
    • Natureza da Pesquisa
    • Caracterização das Etapas
      • termo acaso Etapa 1: Mapeamento, descrição e categorização das menções de Skinner ao
      • de B. F. Skinner Etapa 2: Análise das eventuais mudanças na utilização do termo acaso nos livros
  • Resultados e Discussão
  • Capítulo 1 – A presença do conceito de acaso na obra de B. F. Skinner
  • Capítulo 2 – O acaso no âmbito dos estudos experimentais skinnerianos
      1. The Behavior of Organisms (1938)
    • (1939/1999) 2. The Alliteration in Shakespeare’s Sonnets: A Study in Literary Behavior
    • (1941/1999) 3. A Quantitative Estimate of Certain Types of Sound-Patterning in Poetry
      1. The Processes Involved in the Repeated Guessing of Alternatives (1942/1999)
    • limitações epistemológicas 5. O acaso no contexto de estudos experimentais: um artifício na descrição de
  • Capítulo 3 – Explicando o acaso por meio da ciência do comportamento
      1. Science and Human Behavior (1953)
      1. The Control of Human Behavior (abstract) (1955/1999)
      1. A Review of Bush and Mosteller’s Stochastic Models for Learning (1956/1999)
      1. Why We Need Teaching Machines (1961/1999)
    • 5 Contingencies of Reinforcement (1969)
      1. Reflections on Behaviorism and Society (1978)
      1. Notebooks (1980)
      1. A domesticação do acaso pela ciência do comportamento
  • Capítulo 4 – O acaso na investigação do comportamento verbal
      1. Verbal Behavior (1957)
      1. Reflections on Behaviorism and Society (1978)
    • recurso para a ignorância em relação às causas ou explicação comportamental? 3. O estatuto filosófico do acaso no estudo do comportamento verbal humano:
  • Capítulo 5 – O acaso e a teoria da evolução na explicação do comportamento
    • 1 The Technology of Teaching (1968)
    • 2 Creating the Creative Artist (1970/1999)
    • 3 Beyond Freedom and Dignity (1971)
    • 4 About Behaviorism (1974)
    • 5 Upon Further Reflection (1987)
    • comportamento 6. O acaso no modelo de seleção por consequências: centralidade na explicação do
  • comportamento humano Capítulo 6 – Em busca de uma síntese: o papel do acaso na explicação do
  • Conclusão
  • Referências
  • Apêndice A – Fichamento de transcrição e apreciação filosófica

19 autora: “Explicar é descrever relações ordenadas entre fatos observados. Estas relações funcionais adotadas como explicação substituem, com o desenvolvimento da ciência, as noções tradicionais de causa e efeito” (Micheletto, 1999a, p. 33). Analisando a adoção skinneriana do modelo funcional machiano, Scharff (1982) argumenta que Skinner pretendia se afastar de explicações causais ancoradas em constructos internos, tais como a mente ou as sinapses do sistema nervoso, e estabelecer um modelo explicativo do comportamento que fosse baseado somente na correlação observável entre estímulo e resposta. Para ela, o objetivo de Skinner, na época, era operacionalizar o conceito de reflexo como objeto de estudo genuíno de uma ciência do comportamento autônoma, sem que fosse necessário recorrer à fisiologia para explicá-lo (Scharff, 1982). O movimento skinneriano foi, então, o de propor uma ciência que reduziria a explicação à descrição, substituindo a noção de causa pela de função (Skinner, 1931/1999). Ao reduzir a explicação à descrição, Skinner entende que sua proposta científica de estudo do comportamento deveria se filiar apenas à atividade de atentar para correlações entre estímulos e respostas que são inteiramente dependentes de observação (Scharff, 1982). O fato é que, ao propor sua ciência como o estudo de relações entre eventos observáveis, Skinner se distancia da noção de explicação como uma atividade que extrapola conceitualmente as relações de uma série causal de eventos observáveis, e que poderia, nesse curso, encontrar sinapses (ou outros conceitos, como a mente) como mecanismos de explicação para o comportamento reflexo (Laurenti, 2009b; Scharff, 1982). Nessa linha de raciocínio, se explicações se referem a causas e efeitos, descrições referem-se a funções. Para que a relação comportamental fosse entendida como causal, outros conceitos não baseados em observação teriam de ser utilizados. Por outro lado, se relações são entendidas funcionalmente, quaisquer conceitos adicionais poderiam ser excluídos (Scharff, 1982). Scharff (1982) argumenta que:

20 pareceria a Skinner inteiramente apropriado designar sua escolha por descrever funções em vez de explicar causas como sendo somente uma “substituição” em vez de uma rejeição radical. Pois o que será descrito funcionalmente em vez de explicado causalmente é ainda assumido como fenômeno que é necessariamente conectado. Então, substituição é a palavra certa. Ela designa um movimento essencialmente heurístico, uma mudança na estratégia metodológica, que não é, de maneira nenhuma, uma ameaça à ciência da necessidade. (p.

Apesar de Skinner substituir relações causais por relações funcionais, permanece intacta e subjacente ao seu pensamento a premissa de que o comportamento é um fenômeno determinado, entendendo por determinismo a ideia de que as regularidades no fenômeno estudado podem ser descritas em termos de relações de necessidade, nas quais a ocorrência de um evento é, pelo menos, uma condição suficiente para a ocorrência de outro evento (Laurenti, 2009b; Moxley, 1997; Scharff, 1982; Skinner, 1931/1999, 1935a/1999, 1937/1999, 1938). Nessa óptica, para orientar uma ciência epistemologicamente autônoma, o comportamentalismo deveria rejeitar noções que extrapolassem o próprio comportamento em sua descrição, e se atentar estritamente à regularidade comportamental (entendida nesse contexto como regularidade determinista), pois, ela sim, poderia ser objeto de estudo científico. Em outras palavras, para fazer ciência seria preciso assumir um compromisso com o determinismo, entendido como a concepção de que todos os eventos passíveis de estudo científico deveriam ser descritos em termos de relações de necessidade. No ano de 1931, em um artigo denominado The Concept of the Reflex in the Description of Behavior , Skinner (1931/1999) afirma que “o comportamento de um organismo é uma função exata de forças que agem sobre o organismo” (p. 495). O autor explica que a noção de reflexo denota justamente uma relação de necessidade, demonstrada empiricamente: “observa-se que uma dada resposta segue invariavelmente um dado estímulo” (p. 495). Sobre esse ponto, Laurenti (2009b) indica que tal necessidade descrita por Skinner é elucidada pela noção de eliciação, de acordo com a