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NUTRIÇÃO E DIETÉTICA, Manuais, Projetos, Pesquisas de Enfermagem

NUTRIÇÃO E DIETÉTICA - TÉCNICAS EM ENFERMAGEM

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2019

Compartilhado em 07/11/2019

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CURSINHO DA UNIVERSIDADE
CURSINHO DA UNIVERSIDADE
NUTRIÇÃO & DIETÉTICA
TÉCNICO EM ENFERMAGEM
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CURSINHO DA UNIVERSIDADECURSINHO DA UNIVERSIDADE

NUTRIÇÃO & DIETÉTICA

TÉCNICO EM ENFERMAGEM

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NUTRIÇÃO

Nutrição : refere-se aos processos por meio dos quais um organismo vivo ingere, digere, absorve, transporta, utiliza e excreta nutrientes (alimentos e outros materiais nutritivos). A nutrição como uma área clínica está preocupada basicamente com as propriedades dos alimentos que constroem corpos saudáveis e promovem a saúde.

Como a boa nutrição é essencial para a boa saúde e para a prevenção de doença, todos os indivíduos envolvidos na área de saúde precisam ter um conhecimento completo da nutrição e das necessidades nutricionais do corpo ao longo da vida. E mais, o estudo da nutrição precisa dar ênfase à promoção da saúde.

Entre outras funções, os alimentos são responsáveis por nos fornece ―matéria prima‖ para a construção das células, essas novas células produzidas permitem o crescimento e manutenção do organismo. Outra função dos alimentos é funcionar como ―combustíveis‖, uma vez que os alimentos fornecem todas as substâncias necessárias para a manutenção da vida como: minerais, vitaminas e etc.... nas crianças, determinam seu crescimento.

CONCEITO DE NUTRIÇÃO

É a ciência que estuda as necessidades nutricionais de diferentes tipos de organismos, as transformações impostas aos alimentos pelo organismo com a finalidade de utilizar os nutrientes neles contidos como fonte de energia e substrato para a formação de tecido.

ALIMENTOS

É toda substância que introduzida no organismo, transformada e aproveitada, fornece material para o crescimento e a reparação dos tecidos, calor e energia para o trabalho.

NUTRIENTES

São compostos específicos encontrados nos alimentos, no solo e nos fertilizantes, e são importantes para o crescimento e sobrevivência dos seres vivos. Os nutrientes, de acordo com a natureza das funções que desempenham no organismo, são agrupados em diferentes categorias, a saber.

1. Reguladores: exercem função no controle ou no equilíbrio do metabolismo. Ex: vitaminas e sais minerais. 2. Energéticos: fornecem energia. Ex: carboidratos e gorduras. É variável a quantidade destas substâncias nos diversos alimentos. Assim temos alimentos mais ricos que outros em proteínas, glicídios, lipídios, vitaminas, sais minerais e água. 3. Construtores - Os nutrientes que exercem esta função são as proteínas que representam o "tijolo" desta construção. Fazem parte deste grupo: soja e os demais tipos de feijões, incluindo lentilha, grão-de- bico, azeite, gérmen de trigo, levedura de cerveja, leite e derivados, ovos, semente de abóbora, etc.

A riqueza de um alimento em um destes fatores faz com que o mesmo seja fonte principal desse alimento.

PROTEÍNAS

São substâncias nitrogenadas e complexas, compostas por carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, constituídas de aminoácidos. Sua principal função é atuar na formação de tecidos orgânicos, no processo de renovação dos mesmos, e, principalmente no crescimento. Por isso são chamados de alimentos de construção.

As proteínas podem ser divididas em 2 categorias e segundo a sua origem:

Proteína de origem animal e vegetal. As proteínas de origem animal são os derivados de leite, carne, ovos e peixe. As proteínas de origem vegetal são provenientes do arroz, soja, ervilha, cânhamo e proteínas de grãos germinados. Hoje falamos de alguns dos tipos de proteínas encontrados tanto nos vegetais como nos animais.

Proteína whey, ou proteína de soro do leite. A proteína whey ou de soro do leite como próprio nome indica é uma proteína derivada do leite, de origem animal.

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Alimentos de origem vegetal, os melhores são as leguminosas como soja, lentilha, feijão, ervilha, amendoim, grão de bico. A dieta pobre em proteínas é incapaz de promover o crescimento e manter uma vida. A carência de proteínas leva ao crescimento retardado e menor desenvolvimento da musculatura, provocando defeitos na postura, ficando os indivíduos com ombros caídos, cabeça pendida para frente e os braços caídos ao longo do corpo.

Sintomas da falta de proteínas na alimentação: Cansaço fácil Palidez e desânimo Falta de resistência contra doenças Difícil cicatrização Síndrome de Kwashiorkor

HIDRATOS DE CARBONO,

CARBOIDRATOS OU GLICÍDIOS

São substâncias, que introduzidas no nosso organismo, fornecem calor e energia. Por esse motivo são chamados de alimentos energéticos. Constitui a maior fonte de alimentos dos povos mundiais.

Os hidratos de carbono, depois de ingeridos, são absorvidos sob a forma de um açúcar simples, a glicose. A glicose é transformada e reservada no fígado. Conforme as necessidades do organismo, ele transforma parte da reserva em glicose novamente, a qual é quebrada, produzindo calor para a locomoção e trabalho muscular.

Digestão dos carboidratos

Este quadro explica como os carboidratos são digeridos no corpo.

Órgão AÇÃO Boca A mastigação fraciona o alimento empartículas menores. A ptialina (α-amilase) salivar atua no amidodegradando-o primeiro em dextrinase, a seguir, em maltose Estômago A paristalse mistura as partículasalimentares com as secreçõesgástricas. Intestino delgado

  • A amilase pancreática continua adegradar amido em maltose.
  • A enzima intestinal sacarase atua nasacarose para produzir frutose.
  • A enzima intestinal lactase atua nalactose para produzir galactose.
  • A enzima intestinal maltase atua namaltose para produzir glicose.

Absorção

Os monossacarídeos glicose, frutose e galactose são absorvidos através da mucosa intestinal e chegam ao fígado através da veia porta. Pequenas quantidades de amido e de fibras que não foram completamente digeridos, são excretadas nas fezes. Ás, fibras solúveis alentecem a absorção de glicose, retardando a elevação dos níveis séricos de glicose que ocorre após a alimentação.

Metabolismo

No fígado, a frutose e a galactose são convertidas em glicose. A seguir, o fígado libera glicose na corrente sanguínea, onde seu nível é mantido por ações dos hormônios. A elevação nos níveis séricos de glicose estimula insulina, que retira glicose da corrente sanguínea para as células.

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Fontes de carboidratos

Os carboidratos são encontrados em todos os grupos alimentares na Pirâmide Alimentar. A quantidade e os tipos de carboidratos variam consideravelmente entre os grupos alimentares e entre as opções em cada grupo.

CLASSIFICAÇÃO

1.MONOSSACARÍDEOS: Aqueles que através do processo digestivo não podem ser desdobrados em unidades menores. Ex: glicose, frutose e lactose

2.DISSACARÍDEOS: Formados por dois monossa- carídeos podem ser desdobrados em seus componentes. São os açucares: sacarose ( glicose + frutose); lactose ( glicose + galactose ); e maltose ( 2 unidades de glicose).

3. POLISSACARÍDEOS: Carboidratos mais complexos compostos por grande número de monossacarídeos que podem ser desdobrados em seus componentes. São o amido e o glicogênio. Ex: batata, arroz, fubá, trigo.

As principais fontes de hidrato de carbono são:

Açúcar, mel, melado, rapadura Cereais e suas farinhas: trigo, arroz, centeio, aveia, cevada e milho Leguminosas: feijão, lentilha, soja, fava, amendoim Os tubérculos: batata, batata doce, mandioca, inhame, cará

A falta de hidratos de carbono no organismo manifesta- se por sintomas de fraqueza, tremores, mãos frias, nervosismo, tonturas e desmaios. O excesso de hidratos de carbono transforma-se em gordura provocando a obesidade.

GORDURAS E LIPÍDEOS

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A manteiga é um produto derivado do leite, obtida por meio do batimento do creme de leite, rica em gorduras saturadas e colesterol. Já a margarina é resultado da hidrogenação de óleos vegetais, processo no qual moléculas de hidrogênio são incorporadas às moléculas de gordura de modo artificial, transformando gordura insaturada em parcialmente saturada.

A primeira, no entanto, tem vitamina D, que não é encontrada na margarina. Esta, por sua vez, está isenta de colesterol, como qualquer produto derivado de óleos vegetais.

De maneira geral, pessoas que apresentam níveis elevados de colesterol no sangue consomem mais margarina que manteiga. Porém, as gorduras trans da margarina inibem a ação de enzimas específicas do fígado, favorecendo a síntese do colesterol. Consequentemente, de forma indireta, o consumo de margarina propicia o aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos e a diminuição do HDL (bom colesterol).

Logo, conforme explica a nutricionista Luciana Setaro, a melhor solução é consumir estes alimentos com moderação ou substituí-los por outros mais saudáveis como requeijão light, cream cheese light ou queijo tipo cottage, que além de serem menos calóricos, oferecem mais nutrientes como cálcio e proteínas. A professora lembra ainda que existem margarinas especificas para quem tem problemas de colesterol ou cardíacos, que, geralmente, são indicadas por um médico.

Os lipídeos são considerados nutrientes energéticos, devido ao elevado potencial calórico, fornecem calor e energia com o dobro de intensidade e ainda tem propriedades que conduzem as vitaminas lipossolúveis ( A, D, E K ).

Os organismos têm grande capacidade de armazenar gorduras e os principais depósitos são no tecido conjuntivo subcutâneo. Esta reserva funciona como isolante térmico, protegendo o organismo contra mudanças bruscas de temperatura do meio ambiente.

As fontes de gordura podem ser de origem animal e vegetal. Origem animal: manteiga, creme de leite, banha de porco, toucinho, carnes gordas, gema de ovo. Etc. Origem vegetal: óleos extraídos do milho, soja, semente de girassol, caroço do algodão, coco, nozes, castanhas, abacates, etc.

A carência de gorduras, nas crianças pode provocar o aparecimento de lesões na pele e em adultos, altera a quantidade de ácidos graxos essenciais no plasma sanguíneo.

O excesso de gordura causa: Aumento do colesterol Diarreia Aumento do peso corpóreo Fermentações que irritam as mucosas do aparelho digestivo, causando colites ou outras patologias.

VITAMINAS

As vitaminas são substâncias indispensáveis à vida em quantidades reduzidas.

As vitaminas são classificadas em:

 Lipossolúveis: solúveis em gorduras ou solventes de

gordura. São as vitaminas A, D, K e E.

 Hidrossolúveis: solúveis em água. São as vitaminas do

complexo B e a vitamina C.

VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

Vitamina A (retinol) Indispensável para a integridade da visão noturna, à formação dos tecidos epiteliais e da estrutura óssea. São fontes de vitamina A: fígado, manteiga, gema, leite integral, creme de leite, vegetais pigmentados na forma de caroteno, principalmente na cenoura, mandioquinha, folhas verdes em geral e alguns frutos (mamão e melão). A deficiência da vitamina A causa principalmente um distúrbio visual conhecido como cegueira noturna (nictalopia), que se caracteriza pela diferença de luminosidade. Deficiências mais severas e prolongadas podem causar ulcerações da córnea e cegueira total (xeroftalmia). No tecido epitelial, a deficiência de vitamina A altera as células epiteliais das membranas da garganta e nariz.

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Vitamina D (calciferol) É essencial para o desenvolvimento normal do ser humano. É importante para a formação de ossos e dentes, previne e cura o raquitismo. É encontrada na luz solar, óleo de fígado de peixe, leite fortificado e ovos. A carência de vitamina D, na infância, provoca o raquitismo, que se caracteriza por uma ossificação deficiente de mineralização durante a formação dos ossos mais longos. Nos adultos, a deficiência de vitamina D causa a osteomalácia, por enfraquecimento dos ossos devido a uma desmineralização do mesmo, resultando em deformações ósseas, fraqueza e dificuldade de locomoção.

Vitamina E (tocoferol) É conhecida como a vitamina antiesterilidade. Seu modo de ação não se encontra bem esclarecido, existindo várias teorias para explicar sua atividade. Dentre elas destaca-se a teoria da função antioxidante lipídico (previne a formação de produtos tóxicos e oxidação. São boas fontes de vitamina E:gérmem de cereais, vísceras, músculos, ovos e leite. A deficiência de vitamina E no homem é rara.

Vitamina k (menadiona ou minaquona) É conhecida como vitamina anti-hemorrágica por ter sua principal ação no fenômeno de coagulação do sangue. É imprescindível na síntese de protombina no fígado. As melhores fontes de vitamina K são folhas verdes das hortaliças (espinafre, couve, repolho), ervilha, soja, tomate e em alimentos de origem animal. É comum o aparecimento de equimoses, epistaxes, hematúrias, hemorragias intestinais no pós-operatório. A carência de vitamina K ocorre por falha na absorção pelo fígado, reduzindo a capacidade de coagulação sanguínea e aumentando a tendência a hemorragias.

VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS

Vitaminas do complexo B Fazem parte desse grupo, as vitaminas B 1 (tiamina), B 2 (riboflavina), B 6 (piridoxina), B 12 (cianocobalamina), niacina, folacina, ácido pantotênico, biotina entre outros fatores.

Vitamina B 1 (tiamina). Interfere no metabolismo dos carboidratos, como integrante de uma enzima essencial a degradação da glicose e produção de energia. É absorvida no intestino delgado. As principais fontes são: levedo de cerveja, vísceras grãos integrais de cereal. A manifestação clínica da deficiência de tiamina é o beribéri. O beribéri pode apresentar, se em crianças, anormalidades cardíacas, afonia e pseudomeningite e em adultos polineurite que é a alteração dos nervos periféricos ou afetar o sistema nervoso central.

Vitamina B 2 (riboflavina) É essencial para o crescimento e importante na conservação dos tecidos e na fisiologia ocular. As principais fontes são: leite, ovos, vísceras, queijos, vegetais folhosos, levedo de cerveja e integrais. A carência de riboflavina manifesta-se por lesões na língua (glossite), lábios (quilose), nariz e olhos (blefarite), pois há impedimento da oxidação celular. A este conjunto de sintomas dá-se o nome de arriboflavinose.

Vitamina B 6 (piridoxina) É indispensável em muitos processos químicos complexos, onde os nutrientes são metabolizados no organismo, principalmente no caso das proteínas. As principais fontes de vitamina B 6 são sementes de cereais, levedo de cerveja, sementes de girassol, carne, fígado e peixes. Sua carência ocasiona problemas de pele, sistema nervoso central, lesões seborréicas nos olhos, nariz e boca acompanhadas de glossite e estomatite.

Vitamina B 12 (cianocobalamina) Sua função mais importante é relativa a medula óssea, onde são formadas as hemácias. As melhores fontes de vitamina B 12 são: fígado, rim, coração, ostras, carnes em geral, peixe, ovos e leite. A deficiência de vitamina B 12 causa a chamada anemia perniciosa e profundas alterações ao sistema nervoso, que se caracterizam por uma desmineralização dos nervos.

Vitamina B 3 Niacina ou ácido nicotínico Atua no metabolismo energético, ou seja, na produção de energia, através dos hidratos de carbono, gorduras e proteínas. Pode ser sintetizada pelo aminoácido triptofano. As principais fontes são: fígado, carnes em geral, leguminosas e cereais. A carência provoca a pelagra que se caracteriza por: pele vermelha e áspera (rosto e pescoço), língua vermelha e lisa, estomatites, diarreias, anorexia, fadiga, alterações mentais e cefaleia.

Vitamina C (ácido ascórbico) A vitamina C é essencial para manutenção da integridade capilar e dos tecidos, ajuda a manter a defesa contra infecções e estimula a cicatrização e consolidação de fraturas, reduzindo a tendência a infecção. As principais fontes de vitamina C são frutas cítricas, laranja, limão, tangerina, abacaxi, caju e vegetais (pimentão e repolho). A doença típica de falta de vitamina C é o escorbuto. Os principais sintomas do escorbuto são: alterações nas gengivas (hemorragias), dores articulares, dificuldade de cicatrização, anemia, dificuldades respiratórias, diminuição da excreção urinária.

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SAIS MINERAIS

Os minerais formam as cinzas dos materiais biológicos após completa oxigenação da matéria orgânica. São sais inorgânicos indispensáveis como componentes estruturais e em muitos processos vitais. Estão presentes nos tecidos duros (ossos e dentes) e também nos fluidos corporais e tecidos moles.

Classificam-se em:

Macronutrientes: são indispensáveis a nutrição. São eles: cálcio, fósforo, potássio, enxofre, sódio, cloro e magnésio.

Micronutrientes: ferro, zinco, selênio, manganês, cobre, iodo e outros. No organismo são encontrados apenas traços desses minerais.

CÁLCIO E FÓSFORO

O cálcio é essencial na formação de ossos e dentes, estando presente no organismo em grandes quantidades.

Uma pequena quantidade está presente na circulação sanguínea e nos tecidos moles e são de vital importância para o metabolismo, controle cardíaco e exatabilidade de músculos e nervos, e a coagulação sanguínea.

O fósforo ocorre em todos os tecidos biológicos sob a forma de fosfato. Nos ossos e dentes, estão presentes 80% do fósforo contido no organismo, enquanto 10% encontram-se nos músculos e 10% no sistema nervoso. É essencial para a célula, participando ativamente no seu metabolismo e funções.

É importante a relação cálcio-fósforo na alimentação para a absorção dos dois. O excesso de um ou de outros no cardápio resulta em absorção pobre de ambos e em excreção aumentada de um ou de outro. São fontes desses minerais: leite, queijos, coalhada, pescados e folhas verdes.

O fósforo é encontrado em maior quantidade nos alimentos de origem animal, como: carnes, vísceras, pescados, ovos e de origem vegetal as leguminosas, especialmente a soja.

A ausência de cálcio perturba a função condutora dos nervos e a contração muscular, além de causar descalcificação óssea e fraturas frequentes, caries dentárias, atraso no crescimento, demora na coagulação sanguínea, nervosismo, irritabilidade, insônia.

POTÁSSIO

É indispensável ao crescimento e a vida, pois mantém o equilíbrio ácido básico no organismo, a pressão osmótica e a irritabilidade dos nervos e músculos. Suas fontes são: frutas, carnes, leite, cereais, verduras, legumes e etc.

Deficiências de potássio podem resultar em severas diarreias, mau funcionamento dos rins, e acidose diabética, manifestando-se por: fraqueza muscular, irritabilidade nervosa, irregularidade cardíaca e desequilíbrio mental.

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SÓDIO

O sódio é o principal elemento encontrado nos fluidos extracelulares tendo função muito importante na regulação da osmolaridade (pressãoosmótica), do pH e do equilíbrio eletrostático.

A principal fonte de sódio é o sal de cozinha ( cloreto de sódio NaCI ), também é encontrado nos elementos de origem animal, especialmente no leite e em ovos. São raros os sinais de deficiência de sódio em indivíduos normais. Quando há transpiração excessiva, ocorre perdas significativas de sódio.

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ÁGUA

A água é o nutriente mais importante do nosso organismo. Nosso organismo é composto de 60% a 70% do peso corporal do adulto.

Faz parte de todos os líquidos e células do corpo e funciona na digestão, absorção, circulação e excreção. Embora a água forneça calorias, é essencial para produção de energia, já que nenhuma célula funciona sem a presença de água. A água dos tecidos se origina de três fontes distintas: Água liquida ingerida como bebida; Água ingerida como constituinte dos alimentos; Água de origem metabólica.

As vias pelas quais o organismo pode perder água são:

Perda insensível através da pele e pulmões; Excreção urinaria e intestinal; Suor

A falta de água no organismo pode causar a desidratação, que é a perda de água, principalmente através do vomito e diarreia.

Seus sintomas são sede, náuseas, vômitos, corpo quente e seco, língua seca, perda de peso, confusão mental, delírio, abatimento e etc.

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DISTÚRBIOS

NUTRICIONAIS

1. Conceito Os distúrbios nutricionais são doenças decorrentes da carência de um ou mais nutrientes. As patologias aqui apresentadas estão relacionadas entre as prioridades da atual Política de Alimentação e Nutrição do Governo Federal. 2. Avitaminose A

É caracterizada pela deficiência de retinol e pode ser primária (decorrente da ingestão insuficiente de retinol ou pró-retinol) ou secundária (resultante de doenças hepáticas, de desnutrição, de abetalipoproteinemias ou de má-absorção). O desmame precoce é uma das causas da deficiência de vitamina A em lactentes. A deficiência de vitamina A pode ser marginal, ou seja, próxima à normalidade, que não poderá ser detectada através do exame clínico, ou clínica, ou seja, aquela detectada pelo exame clínico. Os sinais clínicos da avitaminose A são: cabelos fracos e quebradiços, queratinização das mucosas, da pele e do epitélio dos olhos. Suas principais consequências são: cegueira noturna (nictalopia), xerose da conjuntiva (xeroftalmia), aumento da suscetibilidade a infecções, alterações cutâneas e deficiência no processo de desenvolvimento da população. Entre as ações para o tratamento da avitaminose A está o recurso à suplementação com mega doses desta vitamina às crianças de 6 a 59 meses de idade e a ações educativas quanto às fontes alimentares e à importância do consumo da vitamina.

3. Anemia Ferropriva

É caracterizada pela redução da concentração de hemoglobina sanguínea, causada pela ingestão insuficiente de ferro. Verminoses podem causar anemia pela espoliação intestinal de sangue. Os principais sinais da anemia ferropriva são fadiga, anorexia, palidez da pele e das mucosas, pouca disposição e apatia. Sua principal consequência são o atraso no crescimento e no desenvolvimento intelectuais, observados principalmente se a anemia ocorre em situações de gestação e lactação. Os grupos mais suscetíveis a este tipo de anemia são as crianças até 24 meses, os adolescentes na puberdade, as mulheres gestantes ou com fluxo menstrual intenso e extenso e as pessoas com sangramentos crônicos.

A anemia ferropriva é uma carência nutricional que não se restringe às classes economicamentedesfavorecidas, apresentando distribuição universal.

As principais fontes de ferro são as carnes (especialmente o fígado bovino), asleguminosas e os vegetais de folhas verde-escuras. As fontes vegetais têm um baixo aproveitamento pelo organismo, devendo ser acompanhadas da ingestão de vitamina C.

A anemia ferropriva muitas vezes, desenvolve-se de forma assintomática, devendo o tratamento ser acompanhado por exames de sangue até que as reservas corpóreas estejam adequadas, sendo que para isso muitas vezes é necessário o tratamento medicamentoso.

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lento, que consequentemente irá requerer um longo prazo para que seja curada.

Os determinantes da obesidade, assim como dos outros distúrbios nutricionais, podem sergenéticos, ambientais, comportamentais ou socioeconômicos. Ao contrário do que se possa pensar, a maior causa da obesidade é a ingestão alimentar excessiva, em detrimento de distúrbios endócrinos.

A distribuição populacional da obesidade não tem uma relação direta com o poder aquisitivo. O que é observado é uma maior prevalência da doença entre as camadas de poder aquisitivo maior, mas sem se notar a diminuição nas camadas menos favorecidas economicamente.

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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

1. Considerações Iniciais

A avaliação do estado nutricional de um indivíduo permite determinar sua relação com os alimentos, em fases que vão desde a ingestão até a absorção. Tal avaliação deve conter as seguintes etapas:

Avaliação da composição corpórea; Avaliação subjetiva global (ASG); Exame físico; Antropometria; Exames laboratoriais; Inquéritos dietéticos.

Os critérios que interessam aos profissionais de enfermagem são o exame físico e a antropometria.

2. Exame Físico

Esta avaliação proporcional contato físico com o paciente. Neste exame podemos detectar alterações na pele, nas mucosas, no cabelo, nos olhos e nos órgãos internos (pela palpação) que evidenciem a deficiência de nutrientes.

3. Antropometria

É o sistema que mede de maneira estática os diversos compartimentos corporais, fornecendo a dimensão física global do corpo humano. Inclui medidas de peso, de altura, das pregas cutâneas e das circunferências dos membros.

  • Peso — dividido em peso atual (PA), peso usual (PU) e peso ideal (PI), expressa a dimensão da massa ou o volume corporal.
  • Altura — expressa a dimensão longitudinal ou linear do corpo. Permite verificar o padrão decrescimento individual.

Peso e altura combinados refletem a proporcionalidade das dimensões do corpo.

  • IMC — índice de massa corporal — reflete a relação entre o peso e a altura do paciente, sendo expresso em kg/m

Permite verificar se existe proporcionalidade corporal pela combinação entre esses dois dados. Os padrões de referência são diferentes para crianças, adolescentes, adultos e idosos e serão citados no momento oportuno.

  • Pregas cutâneas — medidas com aparelhos específicos, permitem verificara quantidade de gordura distribuída nos compartimentos corpóreos.
  • Circunferência dos membros - permite verificar a relação entre o tecido de gordura e o tecido muscular dos membros.

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No primeiro trimestre da gestação, o desenvolvimento fetal é influenciado principalmente pelo estado nutricional pré-gestacional, relacionado tanto a macro quanto a micronutrientes. Por isso o planejamento familiar é importante, visto que a formação adequada da criança se inicia antes mesmo de a mãe ter certeza de que está grávida.

A partir do segundo trimestre e passando pelo terceiro, os fatores externos passarão a ter maior importância: condições ambientais e alimentação da mãe: ingestão de nutrientes, ganho de peso é fator emocional.

Ganho de Peso Fetal

Ao final das 12 primeiras semanas (1.° trimestre), o feto pesará aproximadamente 300g, sendo que essa é uma fase de intensa hiperplasia celular. Entre a 13ª e 27ª semanas ocorre um equilíbrio entre a hiperplasia e a hipertrofia celulares, chegando, o feto a pesar cerca de 1000g no final do período. A partir da 28ªsemana, o processo de hipertrofia passa a ser predominante, sendo que no final do período gestacional o feto pesará em torno de 3000g.

Ganho de Peso Gestacional

O ganho de peso no período gestacional deve ser determinado de acordo como estado nutricional pré- gestacional. Em gestantes eutróficas, indicado é um aumento de 9 a 13 kg Gestantes com baixo peso pré- gestacional podem ter um ganho de peso de até 18 kg, enquanto o ganho de peso ideal para gestantes obesas varia de 6 a 9 kg. É importante lembrar que o ganho de peso da gestante compreende, além do peso do feto, que pode ser de até 4 kg, o peso dos estoques, placenta e aumento das mamas.

A subnutrição e a desnutrição gestacional estão relacionadas a bebês com baixo peso ao nascer (BPN). A obesidade gestacional, também está relacionada ao baixo peso ao nascer, além de levar a um menor aproveitamento e absorção do ácido f61ie o (folato).

Adaptações Fisiológicas

Durante o período, gestacional, o organismo da mulher passa por várias adaptações fisiológicas, entre as quais podemos citar:

Ajuste no metabolismo dos macronutrientes, passando a utilizar mais os carboidratos como fonte de energia, mobilizando menos os seus estoques de gordura; Aumento da sensibilidade e vascularização dos centros respiratórios, o que causa uma hiperventilação, decorrente da ação da progesterona e do estrogênio; Substituição da respiração abdominal pela torácica, causando uma respiração ofegante; Mudanças no olfato e no paladar, alterando as preferências pelos alimentos.

Situações Comuns na Gestação Náuseas e vômitos; Alterações no apetite; Constipação (devido ao relaxamento da musculatura intestinal decorrente do aumento da ação da progesterona) e hemorroidas; Pirose (devido ao aumento da pressão do útero sobre o estômago e ao relaxamento do esfíncter esofágico inferior); Pica (vontade de se alimentar de substâncias não-nutritivas, como terra, cimento, cal, sabão); Edema no final do dia e câimbras; Infecções urinárias (devido à deficiência na filtração renal).

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

Calorias: aumentar o consumo calórico a partir do

2.° trimestre, evitando-se o consumo exagerado de alimentos altamente calóricos.

Proteínas: aumentar o consumo em 10g/dia.

Cálcio : fazer suplementação a fim de prevenir a

DHEG, distúrbio hipertensivo específico da gestação; não suplementar, caso exista nefrolitíase.

Ácido fólico: suplementar e combinar com a

ingestão de vitamina B 12' a fim de prevenir distúrbios do tubo neural (espinha bífida, anencefalia, hidrocefalia) e anemia megaloblástica.

Ferro: suplementar até o final da gestação, pois será

o responsável pela formação da massa eritrocitária fetal.

Vitamina A: não deve ser suplementada, pois o

excesso pode causar alterações na formação do feto (teratogenia).

Vitamina C: ingerir no máximo 2g/dia.

Zinco: a deficiência pode causar má-formação fetal,

mas a alta ingestão concorre com a absorção do ferro.

Cafeína: restringir o consumo de café e chá

preto/mate a 3 xícaras por dia.

  • Edulcorantes: evitar o uso, especialmente de sacarina, que é permeável à placenta.

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GRÁVIDAS DEVEM

COMER POR DOIS?

Como calcular o ganho de peso ideal

na gestação?

Temos que desmistificar a orientação tida como

verdade popular, que diz que a gestante precisa

comer por dois. A verdade não é bem assim. O

corpo da mulher sofre modificações e adaptações

que darão todo suporte físico e nutricional ao

bebê em desenvolvimento, porém com o devido

equilíbrio a mãe deve consumir o suficiente para

corresponder as necessidades nutricionais e de

ganho de peso saudável para ela e o bebê. O

corpo humano deve funcionar em referente

equilíbrio em todas as fases da vida e não é

diferente na gestação.

Vamos tratar um pouco sobre o ganho de peso

adequado e ideal para a gestante e para a bom

desenvolvimento do bebê. Observando que o

ganho extra de peso acarretará em acúmulo de

gordura para a mãe pós-gestação e também em

excesso de peso para o bebê, além de problemas

futuros associados.

O primeiro ponto que destaco, é saber

basicamente qual o peso e IMC (índice de massa

corpórea) da mãe antes da gravidez, os

chamados peso e IMC Pré-gestacionais. Com

estes valores base, o Nutricionista ou você em

casa pode calcular se a mulher estava

classificada com peso normal, com magreza,

sobrepeso ou com obesidade antes da gravidez.

Para assim podermos ajustar o ganho ideal de

quilinhos durante toda a gravidez, sem acarretar

prejuízos estéticos e até obesidade pós-gestação.

O IMC é calculado pelo peso dividido pela altura

duas vezes, com o resultado do IMC da mulher

pré-gestacional. Após essa classificação pelo

IMC, temos a tabela nutricional abaixo, que

prediz o ganho ideal de peso para a gestante

durante toda gravidez, de acordo com o IMC

calculado, vejam:

Então temos exemplificando a tabela acima, que

para uma mulher que tinha seu peso e IMC

adequado antes da gravidez, sua média ideal de

ganho de peso fica entre 11 a 16kg durante a

gestação. Por exemplo, se a mesma tinha seu

peso pré-gestacional em 61Kg e estava dentro

da classificação do IMC de peso normal, ao final

da gravidez ela deve estar com cerca de 72 a 77

Kg. Porém devemos observar que a gestante

pode ter complicações e problemas específicos de

saúde durante a gravidez, que devem ser

analisados caso a caso por médico e Nutricionista

que a acompanham.

Espero que as gestantes leitoras do blog tenham

gostado e fiquem atentas. No próximo artigo

traremos a 2º parte deste tema tão importante,

onde falaremos do ganho de peso mais específico

durante os trimestres da gravidez e a

alimentação adequada. Mas como Nutrionicista

reforço a importância da alimentação adequada e

o devido acompanhamento para a boa saúde do

bebê, da mãe e também a recuperação de peso

pós-parto da mamãe que se cuida e que quer

ficar sempre saudável e bonita.

Helder Viegas - Nutricionista CRN6 10289 -

Especialista em Nutrição Clínica e Ambulatorial -

Atende na Clínica Sant’Anna, em Sta Cruz do

Capibaribe (3731-4267) - Contato e dúvidas:

helderviegas1@hotmail.com

http://www.blogdobrunomuniz.com.br