Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Eficiência Técnica dos Bancos Comerciais Angolanos: Estudo de Caso (2011-2013) - Prof. Cam, Notas de estudo de Finanças

Uma análise da eficiência técnica dos bancos comerciais angolanos no período de 2011 a 2013, utilizando dados de uma amostra de 20 bancos. O estudo investiga a relação entre o tamanho do banco, a estrutura de propriedade e a eficiência técnica, explorando a influência de fatores como a capitalização, a concentração de mercado e a morosidade de empréstimo. O documento também discute o impacto da desregulamentação e da presença de bancos estrangeiros na eficiência do sistema bancário angolano.

Tipologia: Notas de estudo

2023

Compartilhado em 17/03/2025

evaristo-12
evaristo-12 🇦🇴

2 documentos

1 / 158

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
ii
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d
pf4e
pf4f
pf50
pf51
pf52
pf53
pf54
pf55
pf56
pf57
pf58
pf59
pf5a
pf5b
pf5c
pf5d
pf5e
pf5f
pf60
pf61
pf62
pf63
pf64

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Eficiência Técnica dos Bancos Comerciais Angolanos: Estudo de Caso (2011-2013) - Prof. Cam e outras Notas de estudo em PDF para Finanças, somente na Docsity!

ii

iii

Os bancos são partes inseparáveis do processo de crescimento e desenvolvimento económico de qualquer país ”- traduzido. (Ross Levine)

v

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Flávio André Macanda e Maria João pela vossa capacidade de acreditarem е investirem em mim com muito carinho e amor

vi

viii

ix

RESUMO

A importância das instituições financeiras na economia e a sua crescente globalização, associada à internacionalização dos capitais, tem conduzido a uma crescente diversidade de bancos e dos seus respetivos serviços. Face a este contexto competitivo, os bancos têm procurado, de forma eficiente, mecanismos que proporcionem maiores rentabilidades e satisfaçam as necessidades das partes interessadas. Desde 1991 tem ocorrido em Angola abertura de instituições bancárias de capitais nacionais e estrangeiros que proporcionam uma diversidade de serviços e produtos bancários e impulsionam a economia. O Banco Central de Angola, entidade reguladora, tem adequado as normas prudenciais do setor às normas internacionais. Este trabalho tem como objetivo medir a eficiência técnica dos bancos angolanos, de 2011 a 2013, utilizando a abordagem de Análise Envoltória de Dados (DEA). Os resultados foram através de quatro fatores determinantes de eficiência: Estrutura de propriedade, dimensão do banco, antiguidade do banco e o rácio de solvabilidade regulamentar. Na análise DEA foi utilizado os modelos clássicos CCR e BCC, em abordagem de intermediação, considerando quatro variáveis como input e duas variáveis com output. Foi feita também uma análise com base nos rácios financeiros e, assim, comparadas as conclusões das duas análises. Com base numa amostra de 20 bancos, cujos dados foram recolhidas no website de cada instituição, os resultados obtidos pela DEA mostram que: a) os grandes bancos, os novos bancos e os bancos estrangeiros são mais eficientes que os restantes, enquanto em termo de rácio de solvabilidade regulamentar, o grupo de bancos com rácio abaixo de 10% foram os mais eficientes nos dois primeiros anos; b) a análise de eficiência por meio de rácios financeiros mostra que os antigos bancos, os bancos estrangeiros e os bancos com rácio de solvabilidade regulamentar acima de 20% foram mais eficientes pelo ROA (Retorno sobre o ativo) e ROE (Retorno sobre o capital). Os resultados das duas abordagens revelam ainda que os bancos públicos foram menos eficientes e, que a dimensão e a eficiência têm uma relação positiva, enquanto a antiguidade influência negativamente na eficiência. Conclui-se que as interpretações fornecidas pelos dois modelos não foram muito diferentes uma da outra.

Palavras-chaves: Bancos, Angola, Análise Envoltória de Dados, Eficiência, Rácios Financeiros

xi

ABSTRACT

The importance of financial institutions in the economy and its increasing globalization, coupled with the internationalization of capital has led to a growing diversity of banks and their respective services. Against this competitive environment, banks have sought efficiently, mechanisms that provide higher yields and meet the needs of stakeholders. Since 1991 it has occurred in Angola opening banks of national and foreign capital that provide a range of banking services and products and boost the economy. The Central Bank of Angola, regulatory body has adequate prudential standards in the industry to international standards. This study aims to measure the technical efficiency of Angolan banks, from 2011 to 2013, using data envelopment analysis approach (DEA). The results were by four determinants of efficiency: Ownership structure, size of the bank, bank seniority and the regulatory solvency ratio. In DEA analysis was used the classical models CCR and BCC, in intermediation approach, considering four variables as input and two output variables. It was also made an analysis based on financial ratios and thus compared the findings of the two analyzes. Based on a sample of 20 banks, whose data were collected on the website of each institution, the results obtained by the DEA show that: a) the large banks, new banks and foreign banks are technically more efficient than the other, while in term regulatory solvency ratio, the group of banks with ratio below 10% were the most efficient in the first two years; b) the means of financial ratios for efficiency analysis shows that the old banks, foreign banks and banks with regulatory capital adequacy ratio above 20% were more efficient by ROA (return on assets) and ROE (Return on capital ). The results of the two approaches also show that public banks were less efficient, and that the size and efficiency have a positive relationship, while the ancient influence negatively on efficiency. It follows that the interpretations provided by the two models were not very different from one another.

Keywords : Banks, Angola, Data envelopment analysis, Efficiency, Financial Ratios

xii

xiv

xv

Tabela 18 - Coeficiente de variação entre as pontuações de eficiência e a dimensão – Modelo CCR .......................................................................................................................................................... 85 Tabela 19 - Coeficiente de variação entre as pontuações de eficiência e a dimensão – Modelo BCC

xvii

xviii

  • Tabela 1 – Estrutura percentual do PIB de Angola no período de 2007- LISTA DE TABELAS
  • Tabela 2 – Instituições financeiras autorizadas pelo BNA (30/09/2014)
  • Tabela 3 – Bancos autorizados a funcionar em Angola (2013)
  • Tabela 4 – Evolução de número de bancos a operarem em Angola até
  • Tabela 5 – Níveis de rentabilidade do setor bancário
  • Tabela 6 – Outros indicadores de rentabilidade do setor bancário...................................................
  • Tabela 7 – Algumas informações do setor bancário do ano de 2008 a
  • Tabela 8 – Ativo e passivo bancário: 2008 – 2013 (em milhões de kwanzas).................................
  • Tabela 9 – Alguns rácios utilizados para avaliar o desempenho do setor bancário e não bancário
  • Tabela 10 – Estrutura de propriedade, quota de mercado e rating de ativo em
  • Tabela 11 – Algumas informações sobre as variáveis dos bancos angolanos (2013)
  • Tabela 12 – Estatísticas descritivas das variáveis consideradas inputs e outputs
  • Tabela 13 – Análise coeficiente de correlação das variáveis (2013)
  • Tabela 14 - Pontuações de eficiência técnica em modelo CCR
  • Tabela 15 - Resumo dos resultados em modelo CCR
  • Tabela 16 – Pontuações de eficiência técnica em modelo BCC
  • Tabela 17 - Resumo dos resultados em modelo BCC
  • Tabela 20 – Coeficiente de correlação entre a antiguidade e a eficiência técnica: Modelo CCR
  • Tabela 21 – Coeficiente de correlação entre a antiguidade e a eficiência técnica: Modelo BCC
  • Figura 1 – Estrutura do sistema financeiro Angolano LISTA DE FIGURAS
  • Figura 2 – Classificações de acordo a orientação nos modelos clássicos
  • Gráfico 1 – Evolução da taxa de inflação no período de 2007 - LISTA DE GRÁFICOS
  • Gráfico 2 – Taxa de Crescimento do PIB Real (%) no período 2007-2013
  • Gráfico 3 – Evolução da taxa de câmbio - USD/AOA......................................................................
  • Gráfico 4 – Rácio de RSR médio do setor bancário no período de 2010 –
  • Gráfico 5 – Evolução do RSR de cada banco no período de 2011-2013
  • Gráfico 6 – Modelo explicativo de Farrell orientada para input
  • Gráfico 7 – Isoquanta convexa
  • Gráfico 8 – Ilustração gráfica das fronteiras do modelo CCR e BCC.............................................
  • Gráfico 9 – Ilustração da folga
  • Gráfico 10 – Eficiência técnica média dos bancos de acordo o grupo de tamanho – modelo CCR
  • Gráfico 11 - Eficiência técnica média dos bancos de acordo o grupo de tamanho – modelo BCC
  • Gráfico 13 – Evolução da eficiência técnica dos bancos por propriedade: modelo BCC
  • Gráfico 12 – Evolução da eficiência técnica dos bancos por propriedade: modelo CCR
  • Gráfico 14 – Evolução da eficiência técnica dos bancos por tempo de existência: modelo CCR
  • Gráfico 15 – Evolução da eficiência técnica dos bancos por tempo de existência: modelo BCC
  • Gráfico 16 – Relação número de bancos e o rácio de solvabilidade regulamentar
  • Gráfico 17 – Comparação entre a eficiência técnica dos bancos e o RSR: modelo CCR
  • Gráfico 18 – Comparação entre a eficiência técnica dos bancos e o RSR: modelo BCC
  • Gráfico 19 – Relação entre a dimensão do banco e o rácio de transformação
  • Gráfico 20 – Relação entre a dimensão do banco e o RCOPB
  • Gráfico 21 – Relação entre o ROA e o grupo de dimensão dos bancos
  • Gráfico 22 – Relação entre o ROE e o grupo de dimensão dos bancos
  • Gráfico 23 – Relação entre a estrutura de propriedade dos bancos e o rácio de transformação
  • Gráfico 24 – Relação entre a estrutura de propriedade dos bancos e o RCOPB
  • Gráfico 25 – Relação entre o ROA e a estrutura de propriedade dos bancos
  • Gráfico 26 – Relação entre o ROE e a estrutura de propriedade dos bancos
  • Gráfico 27 – Relação entre a antiguidade dos bancos e o rácio de transformação........................
  • Gráfico 28 – Relação entre a antiguidade dos bancos e o RCOPB
  • Gráfico 29 – Relação entre a antiguidade dos bancos e o ROA....................................................
  • Gráfico 30 – Relação entre a antiguidade dos bancos e o ROE
  • Gráfico 31 – Relação entre o rácio de transformação dos bancos e os RSR
  • Gráfico 32 – Relação entre o RCOPB dos bancos e os respetivos RSR
  • Gráfico 33 – Relação entre o Rácio de Solvabilidade Regulamentar (RSR) e o ROA
  • Gráfico 34 – Relação entre o Rácio de Solvabilidade Regulamentar (RSR) e o ROE..................
  • INTRODUÇÃO SUMÁRIO
  • 1 – CONTEXTUALIZAÇÃO DE ANGOLA
  • 1.1 – Economia de Angola e setor financeiro
  • 1.2 – Setor bancário angolano
  • 1.2.1 – Origem do setor bancário
  • 1.2.2 – Evolução do setor bancário
  • 1.2.2.1 – Estrutura e composição
  • 1.2.2.2 – Alguns indicadores de desempenho
  • 1.2.2.3 – Regulamentos prudenciais e solvabilidade
  • 2 – REVISÃO DE LITERATURA
  • 2.1 – Produtividade, eficácia e eficiência.........................................................................
  • 2.1.1 - Produtividade
  • 2.1.2 – Eficácia
  • 2.1.3 – Eficiência
  • 2.2 – Eficiência técnica
  • 2.3 – Bancos e determinantes de eficiência
  • 2.4 – Modelos de mensuração de eficiência.....................................................................
  • 2.4.1 – A abordagem de fronteiras
  • 2.4.2 – Os rácios financeiros
  • 2.5 – Avaliação de eficiência técnica em instituições financeiras
  • 2.6 – Estudos anteriores sobre a eficiência dos bancos
  • 3 – METODOLOGIA
  • 3.1 – Abordagem DEA e modelos
  • 3.1.1 – Descrição das fases de implementação da DEA
  • 3.1.2 – Modelo CCR
  • 3.1.3 – Modelo BCC
  • 3.2 – Universo da investigação e caraterização da amostra
  • 3.3 – Caraterização das variáveis em estudo
  • 3.4 – Seleção de variáveis para input e output
  • 3.5 – Hipóteses
  • 3.5.1 – A estrutura de propriedade
  • 3.5.2 – A dimensão dos bancos
  • 3.5.3 – A antiguidade dos bancos xx
  • 3.5.4 – O rácio de solvabilidade regulamentar
  • 3.5.5 – Comparação de resultados
  • 4 – APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E DISCUSSÃO
  • 4.1 – Caraterização dos bancos da amostra
  • 4.2 – Análise agregada
  • 4.2.1 – Modelo CCR
  • 4.2.2 – Modelo BCC
  • 4.3 – Análise desagregada
  • 4.3.1 – Eficiência técnica versus dimensão
  • 4.3.2 – Eficiência técnica versus estrutura de proprietários
  • 4.3.3 – Eficiência técnica versus antiguidade
  • 4.3.4 – Eficiência técnica versus rácio de solvabilidade regulamentar (RSR)
  • 4.4 – Eficiência medida através de rácios financeiros......................................................
  • 4.4.1 – Rácios financeiros versus dimensão
  • 4.4.2 – Rácios financeiros versus estrutura de proprietário
  • 4.4.3 – Rácios financeiros versus antiguidade
  • 4.4.4 – Rácios financeiros versus rácio de solvabilidade regulamentar
  • 5 – CONCLUSÃO
  • BIBLIOGRAFIA
  • ANEXO

1

INTRODUÇÃO

Enquadramento e justificação

Nos últimos anos as organizações, em especial os bancos, têm adquirido cada vez mais a consciência de que a avaliação do desempenho constitui um processo adequado para melhorar a eficiência produtiva/económica, proporcionar o seu progresso e o crescimento económico-financeiro e social. A medição do desempenho é a maneira normal de lidar com as pressões relativas ao acompanhamento e avaliação da produção de uma empresa. Assim, conforme Coelli, Rao, O’Donnell e Battes (2005) a produtividade e eficiência são dois conceitos importantes neste campo e frequentemente utilizados para medir o desempenho. As organizações para atingirem melhores níveis eficiência produtiva têm procurado utilizar de forma racional os seus meios internos e externos em ambiente de negócios cada vez mais sem fronteiras, onde a criação de valor e a competitividade fazem a diferença e constituem preocupações essenciais sobre decisões estratégicos e questões operacionais. De acordo com Farrel, na sua obra intitulada The Measurement Of Productive Efficiency, a eficiência do processo produtivo é constituída por dois elementos: a eficiência técnica e a eficiência alocativa (Farrell, 1957). A eficiência alocativa reflete a capacidade da empresa de utilizar os recursos em quantidades e proporções ótimas, tendo em conta os seus respetivos preços. A eficiência técnica compara a produção obtida em relação à quantidade máxima que se pode obter dado o nível de recurso disponível (Farrell, 1957). Este último constitui o objeto de estudo deste trabalho para a banca comercial angolana. Importa ressaltar que o sistema financeiro, do qual a banca faz parte, tem contribuído para o desenvolvimento económico e para a melhoria dos padrões de vida da população, oferecendo diversos serviços para economia, em que assume um papel fundamental. Os serviços prestados incluem os sistemas de compensação e de liquidação para facilitar o comércio, a canalização de recursos financeiros entre as entidades que fazem poupanças e os tomadores de empréstimos, e outros produtos ou serviços. Segundo o Banco Mundial, nos países que apresentam níveis de desenvolvimentos considerados baixos, os bancos comerciais tendem a dominar o sistema financeiro. Estes procuram coordenar as atividades de financiamento, proporcionando condições para o surgimento de novos mercados e alargando os existentes. Todavia, a atividade bancária insere-se num ambiente de mudanças e desregulamentações imprevisíveis, resultantes dos