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nitrgenio pontovista, Notas de estudo de Engenharia Agrícola

Cultura da Soja: adubar ou não com nitrogênio?

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 12/11/2011

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O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001 4746 O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001
necessidade de nitrogênio (N) pelas
plantas de soja, em condições de
campo, é suprida pela simbiose e
pelo elemento disponível no solo. A es-
cassez de N pode ocorrer ocasionalmente
quando seu fornecimento ou falta de umi-
dade superficial do solo forem fatores limi-
tantes.
A liberação de N via atividade elétrica
durante as chuvas de verão, em função de
sua solubilidade, é necessária e determi-
nante da resposta ao N do fertilizante.
Thompson (1963) salientou que a alta pro-
dutividade obtida nos anos de cinqüenta
foi justamente devida à ocorrência de chu-
vas em quantidades satisfatórias.
Resultados obti-
dos com a adubação
de N em soja no cam-
po, nos E.U.A., fo-
ram extremamente
variáveis (Allos &
Bartholemeu 1959;
Norman 1944; Nor-
man & Kampritz,
1945 e Weber 1966
b). Essa leguminosa
pode utilizar rapida-
mente tanto o N simbiótico quanto o dis-
ponível no solo. Quando o suprimento
se dá em quantidade excedente às neces-
sidades para o crescimento das plantas,
pode haver interferência do N na eficiên-
cia da fixação simbiótica (Allos & Bartho-
lemeu 1959 e Weber 1966a). As tentati-
vas de utilização de grandes quantidades
de fertilizantes nitrogenados, sem inibi-
ção do processo simbiótico, geralmente
têm falhado. Hinson (1974) relatou que,
respostas ocasionais a fertilizantes nitro-
genados em soja, não devem ser con-
sideradas como regra geral. Os dados
desse autor sugerem que as respostas
positivas não são freqüentes nem repe-
titivas sendo imprevisíveis e geralmente
não econômicas, o que é também con-
firmado por Hardy (1959) e Arnold
(1969).
Em diversos estudos realizados nos
EUA, aplicou-se nitrogênio em soja nodu-
lada e não-nodulada, na premissa de que,
naqueles genótipos não nodulados haveria
PONTPONT
PONTPONT
PONTO DE VISTO DE VIST
O DE VISTO DE VIST
O DE VISTAA
AA
A
Cultura da Soja:
adubar ou não com nitrogênio?
maior eficiência na utilização de N pela
planta devido à economia na energia dis-
pendida na manutenção de um sistema no-
dular. Entretanto, não se verificou produ-
ção superior nas plantas não noduladas em
relação às noduladas, em nenhuma das
doses de nitrogênio aplicadas (Wagner 1962
e Weber 1966ab). De fato, Weber (1966a)
relatou que, em linhagens isogêni-cas
noduladas, sempre houve maior produ-ção
de grãos do que nas não noduladas,
utilizando-se a mesma quantidade de ferti-
lizante. Sugeriu-se que o nitrogênio sim-
biótico seria uma fonte mais aproveitável
de N do que aquele proveniente de fertili-
zante, ainda que a necessidade de energia
para a simbiose e redução do N fixado fosse
menor do que aquela requerida para a
absorção de nitrato e sua subseqüente
redução pela linhagem isogênica não
nodulada.
Também há controvérsia sobre a neces-
sidade de suplementação de N em soja no
período final da formação de suas semen-
tes (R5, R6 ou R7), devido à diminuição
da atividade simbiótica durante o enchi-
mento das vagens. Tanner e Anderson
(1964) avaliaram o contéudo de leghemo-
globina e a taxa de fixação de N que são
Da esquerda para a direita: nodulação na soja ‘Hardee’ (acima) e nódulos coletados (logo abaixo)
em função da aplicação de 240, 120, 60, 30 e 0 kg/N/ha, respectivamente
Hipólito
A
estreitamente correlacionados. Eles pos-
tularam que as bactérias são inativadas e
que os nódulos se tornam verdes durante
o enchimento das vagens quando o N ainda
é requerido pela planta. Por outro lado,
Hardy et al. (1968) avaliaram a fixação de
N em termos de redução de C2H2 a C2H4
catalisada pela nitrogenase. A taxa má-xima
de fixação de N foi observada poste-
riormente, na formação das sementes, e a
atividade de redução do C2H2 somente foi
reduzida após o enchimento total das va-
gens. Nessas condições não se deve espe-
rar deficiência significativa de N no fim do
ciclo das plantas de soja.
As condições sazonais são fatores im-
portantes para o controle das respostas ao
N e seu efeito não é tão simplesmente com-
preendido. Em estudos mais antigos, obti-
veram-se respostas relativamente satisfa-
tórias em condições de temperatura alta e
estação seca, não havendo respostas quan-
do as chuvas foram adequadas (Lyons &
Early 1952). Na região do Meio Oeste dos
E.U.A., na ocorrência de chuvas pesa-das
na primavera, White et al. (1958) cons-
tataram tendência de lixiviação dos nitra-
tos procedentes de fertilizantes aplicados
em milho a uma profundidade em que não
há interferência na nodulação e em que ainda
seriam disponíveis para a planta.
Nos estudos de Harper (1999), mos-
trou-se que com a fixação simbiótica do N
as necessidades da planta de soja são
supridas, sob ótimas condições de produ-
ção, onde outras limitações sejam remo-
vidas. Como exemplo, já se observou um
aumento de 11,8% na produção de soja
devido à aplicação do fertilizante nitroge-
nado suplementar no estádio R3, quando
as produções foram da ordem de 3.770 kg/
ha ou superiores, sob irrigação. Nenhuma
resposta à aplicação de N suplementar foi
observada quando os níveis de produção
foram de 3.360kg/ha ou inferiores. Em
certos solos dos EUA, Israel & Burton
(1997) concluíram ser possível a obtenção
cia negativa tanto na formação de nódulos
quanto na fixação simbiótica, em condi-
ções de frio. O mesmo foi verificado por
Mascarenhas em 1978 (dados não publi-
cados), porém sem aplicação de N e na
ocorrência de chuvas excessivas (enchar-
camento), quando se estabeleceram con-
dições anaeróbicas no solo, no início de
desenvolvimento vegetativo da planta, sen-
do observados sintomas típicos de amare-
lecimento nas mesmas. Nessa situação es-
pecífica a necessidade das plantas foi su-
prida com a aplicação de 60kg/ha de N,
sendo retomada a coloração esverdeada na
parte aérea e também, obtida alta produti-
vidade.
Em diversos experimentos desenvolvi-
dos no País e, ao contrário do relatado em
outros, Hungria et al. (1998) mostraram
que com a reinoculação de soja, pode-se
obter incremento significativo no rendi-
mento, em solos com elevada nodulação
estabelecida. Em Londrina e Ponta Grossa,
PR, os incrementos obtidos em três safras
de soja variaram de 3,2 a 14,5% no ren-
dimento de grãos e de até 25%, no teor
de proteína destes. Estes mesmos autores
constataram também que, tanto com a
aplicação de N em dose inicial quanto, em
doses elevadas no florescimento ou no
período de enchimento de grãos, não se
obtém aumento considerável nos rendi-
mentos.
O nitrogênio deve ser utilizado para
fins de incremento da proteína da soja
e da qualidade fisiológica das semen-
tes?
Não é necessário o uso de fertilizante
nitrogenado quando se objetiva o aumento
do teor de proteína nos grãos de soja e
da qualidade fisiológica das sementes por-
que essas características são decorrentes
de uma resposta mais alta de rendimento
à aplicação de nitrogênio. A despeito des-
sa conclusão, somente em duas, de um to-
tal de 59 combinações entre cultivar e lo-
cal, verificou-se aumento de rendimento
devido à aplicação de 150 kg/ha de N.
Os resultados mais freqüentes na adu-
bação da soja com N, nos EUA, têm sido
a falta de resposta ou o aumento de produ-
tividade não lucrativa.
No Estado de São Paulo, Mascarenhas
et al. (1967) não obtiveram respostas em
soja, com a aplicação de 30 e 60 kg/ha de
N na sua fase vegetativa, tanto na presença
quanto na ausência de calagem. Com a
calagem houve boa nodulação e as pro-
duções foram sempre superiores quando
comparadas à aplicação de ambas as doses
de N. Mascarenhas et al. (1968) também
não obtiveram diferenças entre as produti-
vidades de soja obtidas quando compa-
raram diferentes fontes de estirpes de
Rhizobium e N, em dose única de 50 kg/
ha de N, aplicado também na fase vege-
tativa, em cobertura.
Novo et al. (1997 e 1999) relataram
respostas à aplicação do N em soja, no in-
verno, devido ao fato de haver interferên-
Boa nodulação
em soja ‘Santa
Rosa’ em solo
adequadamente
corrigido e
adubado.
Guaíra, SP,
1974
Deficiência de
nitrogênio em
reboleira
associada a
ausência de
nodulação em
soja ‘Santa Rosa’.
Vargem Grande
do Sul, SP,
pf2

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46 O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001 O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001 47

necessidade de nitrogênio (N) pelas plantas de soja, em condições de campo, é suprida pela simbiose e pelo elemento disponível no solo. A es- cassez de N pode ocorrer ocasionalmente quando seu fornecimento ou falta de umi- dade superficial do solo forem fatores limi- tantes.

A liberação de N via atividade elétrica durante as chuvas de verão, em função de sua solubilidade, é necessária e determi- nante da resposta ao N do fertilizante. Thompson (1963) salientou que a alta pro- dutividade obtida nos anos de cinqüenta foi justamente devida à ocorrência de chu- vas em quantidades satisfatórias.

Resultados obti- dos com a adubação de N em soja no cam- po, nos E.U.A., fo- ram extremamente variáveis (Allos & Bartholemeu 1959; Norman 1944; Nor- man & Kampritz, 1945 e Weber 1966 b). Essa leguminosa pode utilizar rapida- mente tanto o N simbiótico quanto o dis- ponível no solo. Quando o suprimento se dá em quantidade excedente às neces- sidades para o crescimento das plantas, pode haver interferência do N na eficiên- cia da fixação simbiótica (Allos & Bartho- lemeu 1959 e Weber 1966a). As tentati- vas de utilização de grandes quantidades de fertilizantes nitrogenados, sem inibi- ção do processo simbiótico, geralmente têm falhado. Hinson (1974) relatou que, respostas ocasionais a fertilizantes nitro- genados em soja, não devem ser con- sideradas como regra geral. Os dados desse autor sugerem que as respostas positivas não são freqüentes nem repe- titivas sendo imprevisíveis e geralmente não econômicas, o que é também con- firmado por Hardy (1959) e Arnold (1969).

Em diversos estudos realizados nos EUA, aplicou-se nitrogênio em soja nodu- lada e não-nodulada, na premissa de que, naqueles genótipos não nodulados haveria

PONTPONTPONTPONTPONTO DE VISTO DE VISTO DE VISTO DE VISTO DE VISTAAAAA

Cultura da Soja:

adubar ou não com nitrogênio?

maior eficiência na utilização de N pela planta devido à economia na energia dis- pendida na manutenção de um sistema no- dular. Entretanto, não se verificou produ- ção superior nas plantas não noduladas em relação às noduladas, em nenhuma das doses de nitrogênio aplicadas (Wagner 1962 e Weber 1966ab). De fato, Weber (1966a) relatou que, em linhagens isogêni-cas noduladas, sempre houve maior produ-ção de grãos do que nas não noduladas, utilizando-se a mesma quantidade de ferti- lizante. Sugeriu-se que o nitrogênio sim- biótico seria uma fonte mais aproveitável de N do que aquele proveniente de fertili-

zante, ainda que a necessidade de energia para a simbiose e redução do N fixado fosse menor do que aquela requerida para a absorção de nitrato e sua subseqüente redução pela linhagem isogênica não nodulada.

Também há controvérsia sobre a neces- sidade de suplementação de N em soja no período final da formação de suas semen- tes (R5, R6 ou R7), devido à diminuição da atividade simbiótica durante o enchi- mento das vagens. Tanner e Anderson (1964) avaliaram o contéudo de leghemo- globina e a taxa de fixação de N que são

Da esquerda para a direita: nodulação na soja ‘Hardee’ (acima) e nódulos coletados (logo abaixo) em função da aplicação de 240, 120, 60, 30 e 0 kg/N/ha, respectivamente

Hipólito

A

estreitamente correlacionados. Eles pos-

tularam que as bactérias são inativadas e

que os nódulos se tornam verdes durante

o enchimento das vagens quando o N ainda

é requerido pela planta. Por outro lado,

Hardy et al. (1968) avaliaram a fixação de

N em termos de redução de C 2 H 2 a C 2 H 4

catalisada pela nitrogenase. A taxa má-xima

de fixação de N foi observada poste-

riormente, na formação das sementes, e a

atividade de redução do C 2 H 2 somente foi

reduzida após o enchimento total das va-

gens. Nessas condições não se deve espe-

rar deficiência significativa de N no fim do

ciclo das plantas de soja.

As condições sazonais são fatores im-

portantes para o controle das respostas ao

N e seu efeito não é tão simplesmente com-

preendido. Em estudos mais antigos, obti-

veram-se respostas relativamente satisfa-

tórias em condições de temperatura alta e

estação seca, não havendo respostas quan-

do as chuvas foram adequadas (Lyons &

Early 1952). Na região do Meio Oeste dos

E.U.A., na ocorrência de chuvas pesa-das

na primavera, White et al. (1958) cons-

tataram tendência de lixiviação dos nitra-

tos procedentes de fertilizantes aplicados

em milho a uma profundidade em que não

há interferência na nodulação e em que ainda

seriam disponíveis para a planta.

Nos estudos de Harper (1999), mos-

trou-se que com a fixação simbiótica do N

as necessidades da planta de soja são

supridas, sob ótimas condições de produ-

ção, onde outras limitações sejam remo-

vidas. Como exemplo, já se observou um

aumento de 11,8% na produção de soja

devido à aplicação do fertilizante nitroge-

nado suplementar no estádio R3, quando

as produções foram da ordem de 3.770 kg/

ha ou superiores, sob irrigação. Nenhuma

resposta à aplicação de N suplementar foi

observada quando os níveis de produção

foram de 3.360kg/ha ou inferiores. Em

certos solos dos EUA, Israel & Burton

(1997) concluíram ser possível a obtenção

cia negativa tanto na formação de nódulos quanto na fixação simbiótica, em condi- ções de frio. O mesmo foi verificado por Mascarenhas em 1978 (dados não publi- cados), porém sem aplicação de N e na ocorrência de chuvas excessivas (enchar- camento), quando se estabeleceram con- dições anaeróbicas no solo, no início de desenvolvimento vegetativo da planta, sen- do observados sintomas típicos de amare- lecimento nas mesmas. Nessa situação es- pecífica a necessidade das plantas foi su- prida com a aplicação de 60kg/ha de N, sendo retomada a coloração esverdeada na parte aérea e também, obtida alta produti- vidade.

Em diversos experimentos desenvolvi- dos no País e, ao contrário do relatado em outros, Hungria et al. (1998) mostraram que com a reinoculação de soja, pode-se obter incremento significativo no rendi- mento, em solos com elevada nodulação estabelecida. Em Londrina e Ponta Grossa, PR, os incrementos obtidos em três safras de soja variaram de 3,2 a 14,5% no ren- dimento de grãos e de até 25%, no teor de proteína destes. Estes mesmos autores constataram também que, tanto com a aplicação de N em dose inicial quanto, em doses elevadas no florescimento ou no período de enchimento de grãos, não se obtém aumento considerável nos rendi- mentos.

O nitrogênio deve ser utilizado para fins de incremento da proteína da soja e da qualidade fisiológica das semen- tes?

Não é necessário o uso de fertilizante nitrogenado quando se objetiva o aumento do teor de proteína nos grãos de soja e da qualidade fisiológica das sementes por- que essas características são decorrentes

de uma resposta mais alta de rendimento à aplicação de nitrogênio. A despeito des- sa conclusão, somente em duas, de um to- tal de 59 combinações entre cultivar e lo- cal, verificou-se aumento de rendimento devido à aplicação de 150 kg/ha de N.

Os resultados mais freqüentes na adu- bação da soja com N, nos EUA, têm sido a falta de resposta ou o aumento de produ- tividade não lucrativa.

No Estado de São Paulo, Mascarenhas et al. (1967) não obtiveram respostas em soja, com a aplicação de 30 e 60 kg/ha de N na sua fase vegetativa, tanto na presença quanto na ausência de calagem. Com a calagem houve boa nodulação e as pro- duções foram sempre superiores quando comparadas à aplicação de ambas as doses de N. Mascarenhas et al. (1968) também não obtiveram diferenças entre as produti- vidades de soja obtidas quando compa- raram diferentes fontes de estirpes de Rhizobium e N, em dose única de 50 kg/ ha de N, aplicado também na fase vege- tativa, em cobertura.

Novo et al. (1997 e 1999) relataram respostas à aplicação do N em soja, no in- verno, devido ao fato de haver interferên-

Boa nodulação em soja ‘Santa Rosa’ em solo adequadamente corrigido e adubado. Guaíra, SP, 1974

Deficiência de nitrogênio em reboleira associada a ausência de nodulação em soja ‘Santa Rosa’. Vargem Grande do Sul, SP,

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da maior densidade de grãos. Mascarenhas et al. (1990) obtiveram aumento de 3 a 9% no teor de proteína e também da quali-dade fisiológica de sementes, aplicando calcário dolomítico para redução da acidez e utilizando adubação adequada em fós-foro, potássio, enxofre e micronutrientes, quando necessário. Cabe ressaltar que o importante é a quantidade produzida de proteína e óleo (produção de sementes multiplicada pelo teor de proteína e óleo). Outra maneira de se obter aumento do teor de proteína seria o manejo de cultura. Com a utilização de adubos verdes, nas seqüências de culturas, como crotalária e mucuna-preta, além do controle de nema- tóides Meloidogyne incognita e M. java- nica pode-se obter até 200 kg/ha de N, com a incorporação de fitomassa (relatório da Coperçucar 1983/84). Isso é suficiente para o aumento da proteína de soja a níveis adequados (40 a 42%) e para a melhoria da qualidade fisiológica das sementes, naturalmente aliada com adubação mineral adequada.

Diante do exposto, verifica-se a vanta- gem substancial que se pode obter na cul- tura da soja, unicamente com a substitui- ção da adubação nitrogenada pela fixação simbiótica com bactérias e utilização de adubos verdes na rotação.

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Hipólito A.A. Mascarenhas, Elaine B. Wutke, Nelson R. Braga, Roberto T Tanaka e Manoel A.C. Miranda** IAC - Centro de Plantas Graníferas Fone (19) 3241-5188, Ramal 316 Endereço eletrônico: hipolito@iac.br

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