










Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Niquelagem tratamento de superfices
Tipologia: Notas de estudo
1 / 18
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
*Cristina Socorro da Silva
O níquel é um metal branco-prateado, dúctil, maleável, peso específico 8,5 g/cm^3 , dureza escala de Mohs 3,5; tem seu ponto de fusão em aproximadamente 1.453º C, calor de fusão 68 cal/g, peso atômico 58,68, possuindo grande resistência mecânica à corrosão e à oxidação; o sistema de cristalização é isométrico; número atômico 28. Os minerais de níquel são: os sulfetos (milerita e pentlandita (FeNi 9 S 8 ), que se apresentam associados a outros sulfetos metálicos em rochas básicas, freqüentemente acompanhados de cobre e cobalto. O sulfeto é o principal mineral utilizado, contribuindo com mais de 90% do níquel extraído. O outro mineral é a garnierita ou silicato hidratado de níquel e magnésio, que se encontra associado às rochas básicas (peridotitos), concentrando-se por processos de intemperismo nas partes alteradas, onde forma veias e bolsas de cor verde maçã).
O nome níquel deriva de “ kupfernickel ”, referência dada a nicolita pelos mineiros alemães quando a identificaram no século XVII. Antes da era cristã, o metal já era utilizado. Moedas japonesas de 800 anos A.C. e gregas de 300 anos A.C. continham níquel, acredita-se que seja uma liga natural com o cobre. Nos anos 300 ou 400 A.C. fabricavam-se armas que possuíam ferro meteorítico, com conteúdo de níquel variando de 5 a 15%. Em 1751, Axel Frederich Cronstedt descreveu que havia detectado níquel metálico e, em 1755, o químico sueco Torbern Bergman confirmou seu trabalho. O minério teve pouca importância real na economia industrial até 1820, quando Michael Faraday, com a colaboração de seu associado Stodard, foram bem sucedidos fazendo uma liga sintética de ferro-níquel, sendo o início da liga níquel-aço que tem uma grande contribuição para o desenvolvimento industrial do mundo.
Em 1838, a Alemanha produziu o primeiro níquel metálico refinado, tendo iniciado o refinamento com umas poucas centenas de toneladas de minério importado e, em 1902, foi formada a International Nickel Co. of Canadá Ltd., a principal produtora de níquel do distrito de Sudbury.
O metal é muito usado sob a forma pura, para fazer a proteção de peças metálicas pois oferece grande resistência à oxidação. Suas principais aplicações são em ligas ferrosas e não-ferrosas para consumo no setor industrial, em material militar, em moedas, em transporte/aeronaves, em aplicações voltadas para a construção civil e em diversos tipos de aços especiais, altamente resistentes à oxidação, como os aços inoxidáveis, bem como em ligas para o fabrico de imãs (metal Alnico), em ligas elétricas, magnéticas e de expansão, ligas de alta permeabilidade, ligas de cobre-níquel, tipo níquel-45, e em outras ligas não- ferrosas. A niquelagem de peças é feita por galvanoplastia, usando banhos de sais de níquel.
O óxido de níquel é usado como catalisador em diversos processos industriais e, dos sais, o sulfato é o mais empregado, destinando-se a banhos para niquelagem, que é realizado através da galvanoplastia usando banhos de sais de níquel.
Nos países industrializados o níquel tem aproximadamente 70% de utilização na siderurgia, sendo os restantes 30% divididos em ligas não-ferrosas, galvanoplastia etc. Tal utilização se dá seguindo uma categorização de classes. Na classe I, classificam-se os derivados de alta pureza, com no mínimo 99% de níquel contido (níquel eletrolítico 99,9% e carbonyl pellets 99,7%) tendo assim larga utilização em qualquer aplicação metalúrgica. A
classe II é composta pelos seus derivados com conteúdo entre 20% e 96% de níquel (ferro- níquel, matte, óxidos e sinter de níquel), com grande utilização na fabricação de aço inoxidável e ligas de aço. Outra forma de utilização é o níquel secundário ou sucata de níquel que é largamente utilizado na siderurgia.
Os jazimentos de níquel descobertos no Brasil são representados por minérios silicatados, que provêm da alteração de rochas muito básicas como peridotitos. O intemperismo mobiliza o níquel sob a forma de silicato hidratado, e o concentra em fissuras da rocha em processo de alteração, trazendo-o para a superfície. Nas jazidas deste tipo encontra-se na parte superior uma camada de laterita niquelífera e mais abaixo, geralmente, há uma zona enriquecida à custa da rocha subjacente que vai depois empobrecendo a medida que o níquel se desloca para a superfície. Nas jazidas são encontradas calcedônias que indicam ações hidrotermais provavelmente relacionadas com os pegmatitos também freqüentes. O processo de alteração dos peridotitos pode ser atribuído a ações hidrotermais além do intemperismo.
Medida UF Minério Contido Teor (%)
Indicada Inferida Total
GO 228.415.454 3.380.549 1,48 63.448.488 66.575.712 291.863.
PA 43.560.000 797.148 1,83 22.365.000 14.800.000 65.925.
PI 20.007.510 314.118 1,57 20.007.
MG 9.034.016 140.027 1,55 7.580.867 3.543.338 16.614.
Total 301.016.980 4.631.842 1,61 93.394.355 84.919.050 394.411.
Unidade: t Fonte: DNPM/DIRIN
As reservas medidas brasileiras de níquel aprovadas pelo DNPM totalizam 301.016.980 t de minério, com teor médio de 1,61 % e com 4.631.842 t de níquel contido, concentradas nos Estados de Goiás (75,9%), Pará (14,5%), Piauí (6,7%) e Minas Gerais (3,0%).
Gráfico 1 - Evolução das Reservas Brasileiras - 1988 - 1999
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Mil Toneladas
Fonte: DNPM/DIRIN
A Rússia detém o primeiro lugar como produtor mundial de minério de níquel concentrado através das empresas Norilsk Nickel, que detém 86% da produção do país, e a Ural Nickel, respondendo pelo restante. Em segundo lugar vem o Canadá, seguido pela Austrália, cuja posição poderá ser mudada com o novo processo PAL (Pressure Acid Leach) de tratamento do minério laterítico e que vem sendo desenvolvido principalmente na Austrália através da tecnologia de extração do níquel por solvente (SX). Esse desenvolvimento, aliado ao declínio do preço do enxofre (agente neutralizador), propiciou a alguns produtores a oportunidade de reconsiderar o maior aproveitamento de minérios lateríticos com outras características, os quais não eram utilizadas para a produção através dos processos tradicionais, além da recuperação do níquel com maior pureza e redução nos custos operacionais. A exploração de três depósitos lateríticos no oeste da Austrália e outros na região do Pacífico Asiático e os desdobramentos na África, Cuba e América Central, resultarão em novos incrementos para a produção mundial.
O Brasil ocupa a 10ª colocação como produtor mundial de concentrado de níquel.
PRODUÇÃO
ANOS Ni contido
Minério Liga FeNi Matte
Ni Eletrolítico
1988 18.667 9.218 - 3. 1989 18.826 9.445 - 4. 1990 24.054 8.847 - 4. 1991 26.376 8.620 - 5. 1992 29.372 8.742 - 5. 1993 32.154 8.683 - 7. 1994 27.706 8.815 - 7. 1995 29.124 8.497 - 7. 1996 25.245 9.091 - 7. 1997 31.936 9.350 1.180 8. 1998 36.764 8.077 4.670 13. 1999 43.784 6.502 9.306 16. 2000 59.209 6.347 8.475 16.
TOTAL 403.217 110.234 23.631 108.
Unidade: t Fonte: DNPM/DIRIN; CPRM/DIECOM
No período de 1988/ 93 a produção de minério de níquel no mundo foi crescente, atingindo 32.154 t de níquel contido no minério.
A redução verificada na produção durante os anos de 1994, 1995 e 1996 foi resultado da falta de estímulo no mercado em função da constante queda nos preços do metal na Bolsa de Metais de Londres (LME) observada desde 1990, originada da diminuição da demanda industrial e do crescimento dos embarques russos de níquel para os depósitos da LME. Isso foi um desastre para alguns produtores marginais do metal para os quais o limite mínimo permitido de comercialização era de US$ 3,00 por libra-peso e que, no ano de 1994, atingiu US$ 2,88 por libra-peso.
Outros fatores que contribuíram para a redução na produção do minério foram os custos de transporte e de energia elétrica, que proporcionaram dificuldades no processo de produção, tendo em vista as grandes barreiras enfrentadas pelas empresas quanto à infra- estrutura existente nos locais de instalação. Além disso, a demanda por níquel para produção de aço inoxidável apresentou uma significativa retração em 1995, tanto no mercado interno como no mercado externo, que resultou em um déficit de US$ 35.771.000,00 nas transações comerciais com os países consumidores do metal, principalmente o mercado asiático.
Entretanto, o partir de 1997 começou a ocorrer um aumento gradual na produção de níquel eletrolítico, em função do aumento no consumo de níquel pela indústria de aço
níquel (granulado e com teor de 61% do metal, além de cobre e cobalto) para a finlandesa Outokumpu. No início do processo de exploração de abertura da mina subterrânea, houve uma grande quantidade de estéril na proporção de 16:1 em relação ao minério, tornando-se a exploração economicamente viável até a cota 930, a partir da qual é acessado o corpo mineralizado de 6 m de largura da mina subterrânea.
As principais aplicações de matte de níquel são para a fabricação de baterias para telefones celulares e aço inoxidável.
Em 1997, a empresa CODEMIN S.A. investiu em projetos de expansão de sua capacidade produtiva, renovação de equipamentos, obras de infra-estrutura e projetos ambientais, totalizando em US$ 6.182.683,00. Essa expansão foi acompanhada pela Cia Níquel Tocantins, que previa um aumento de sua capacidade produtiva para 17.500 t/ano de níquel eletrolítico, e pela Mineração Serra da Fortaleza em 10.000 t/ano a partir de 1998, sendo feita uma reavaliação econômica do projeto e observado que seria inviável a implantação da fundição junto à mina. O matte produzido na mina deve ser vendido para reprocessamento à empresa Outokumpu Harjavalta Metals, da Finlândia.
3.2 Métodos de Produção e/ou processos tecnológicos
No caso do processamento de minérios lateríticos, muitas opções apresentam-se disponíveis para aplicação. O processo pirometalúrgico, que é utilizado pela CODEMIN S.A. e que se destina à produção do ferro-níquel, utiliza-se de minérios da classe 3, 4 ou 5, que depois de britados, sofrem fusão em fornos elétricos e, em seguida, passam por processo de refino e eliminação das impurezas como o enxofre e o fósforo. Entretanto, o enxofre pode ser aproveitado para a produção do matte, que será tratado de forma semelhante ao utilizado para minérios sulfetados.
O processo hidrometalúrgico (Caron de Lixiviação Amoniacal), usado tradicionalmente pela Cia Níquel Tocantins, é destinado à produção de níquel eletrolítico. O processo de beneficiamento inicial é desenvolvido pela empresa em Niquelândia - GO, onde o minério homogeneizado sofre uma britagem através de britador de rolo duplo, depois é britado e seco ao mesmo tempo num britador de martelos, e na seqüência é moído em moinho de bolas em circuito fechado com ciclones. O minério moído e seco vai para os fornos de redução, onde são adicionados gases redutores (Ni e Co metalizado); em seguida, é resfriado e encaminhado aos tanques de temperagem onde se adiciona solução amoniacal. A polpa sofre ação do ar, oxidando o níquel e o cobalto metálico e estes passam para solução através do processo de lixiviação. Após esta etapa, Ni e Co são extraídos por decantação, a solução rica em níquel, cobalto e cobre é purificada e na seqüência é encaminhada para torres de precipitação e secagem, obtendo-se o carbonato básico de níquel e cobalto. O carbonato de Ni e Co é transportado da unidade em Niquelândia – GO para outra unidade em São Miguel Paulista – SP onde é feita a eletrólise para obtenção do níquel e cobalto metálico.
Na Mineração Serra da Fortaleza o processo de lavra é convencional, com desmonte e carregamento, com utilização de explosivos granulados (60%) e emulsão (40%), para preencher os furos de 3” de diâmetro abertos por perfuratrizes pneumáticas. Na britagem é obtido a granulometria de 150 mm e uma grelha de 500 x 1000mm separa os matacões, desmontados com martelo hidráulico. Da pilha de estocagem o minério é retomado ( t/h) para abastecimento do moinho semi-autógeno. Uma peneira vibratória horizontal separa a fração fina, que se junta à descarga do moinho de bolas e vai alimentar a ciclonagem, formada por quatro equipamentos de 15”. Nas etapas de concentração e
fundição do níquel, são utilizados os fornos flash e elétrico, tendo como matéria-prima o minério concentrado via flotação a 7,1%. Para obtenção do matte com 61% de metal, o concentrado é fundido em duas etapas. Na primeira, o concentrado é seco por troca indireta de calor, fornecido por caldeiras a óleo, e segue para a estocagem, que tem capacidade para cinco horas de operação do forno flash, local onde ocorre o primeiro processo, tendo como aditivos a sílica obtida com a areia e o oxigênio proveniente da planta da Air Liquide, construída no complexo Serra de Fortaleza. Através deste processo produtivo, o forno flash gera o matte, que seguirá para um circuito de granulação comum ao forno elétrico, e a escória, que parte diretamente para o forno elétrico, com 8,2 m de diâmetro e potência nominal de 5,3 MVA. Nessa fase, quando ocorre a redução dos óxidos de metais pesados presentes, com destaque para o ferro, cobalto e cobre, é adicionado o coque e, novamente, são gerados matte e uma segunda escória. Esse segundo matte depois de granulado com jatos de água de 1.083 m^3 /h, segue para a estocagem e exportação. Já a escória do forno elétrico é estocada para uso como enchimento da mina subterrânea ou como tapetes drenantes do depósito de rejeito.
Para compatibilizar a granulação dos dois mattes em um mesmo circuito, há um rodízio dos vazamentos, com cada forno esvaziamento seu matte em ciclos de oito horas, num espaço de quatro horas entre um vazamento e outro. Nessa etapa, o metal escoa, através de calhas refratárias para uma panela com capacidade para 8t e volume de 1,6 m^3 , movimentada pela ponte rolante até o canal de granulação, onde o metal é despejado.
Em 1995, a Mineração Serra da Fortaleza do grupo RTZ, concluiu o estudo de viabilidade e iniciou o estudo de engenharia de detalhamento do projeto. O custo destas atividades totalizou em US$ 2.900.000,00, sendo executada neste mesmo ano uma campanha de sondagem adicional na área a céu aberto com o objetivo de melhorar o nível de detalhe geológico. O custo total dos projetos de terraplanagem e tratatibilidade do rejeito na área industrial foi de US$ 5.657.000,00, durante o ano de 1995. Outro projeto em destaque foi o de Barro Alto, que envolvia a construção de uma usina metalúrgica com capacidade anual de produção de cerca de 20.000t de níquel contido, sendo a sua alimentação proveniente da jazida de Barro Alto. Em 1995, estavam em andamento os estudos específicos sobre insumos básicos tais como energia elétrica, óleo combustível, carvão e enxofre; alterações básicas dos parâmetros de processo e equipamentos; planejamentos para coleta de grandes volumes de amostras de capeamento, para testes de pelotização em escala laboratorial; adequação do plano de lavra para obtenção da alimentação requerida da planta.
A METAGO – Metais de Goiás S/A, no sentido de viabilizar o depósito de Americano do Brasil – GO através da ampliação das reservas de sulfeto de níquel, assinou, em 14 de março de 1994, um contrato de pesquisa com opção de arrendamento da jazida com a Mineração Serra da Fortaleza. No segundo semestre de 1998, foram realizados pela METAGO – Metais de Goiás S.A. trabalhos de levantamentos geofísicos pelo método Transient Elétrico-Magnético (TEM) em Americano do Brasil, detectando anomalias que poderão contribuir significativamente para o aumento das reservas do Estado de Goiás. Foram realizados novos estudos que visavam a ampliação das reservas e aproveitamento do depósito através de concentrados de níquel que tinham como objetivo serem utilizados na unidade de metalurgia na mina de Fortaleza de Minas.
A BAMISA – Barro Alto Mineração S.A. desenvolveu um programa de pesquisa/perspectiva de lavra de níquel em Barro Alto e Goianésia no Estado de Goiás, para ser submetido ao Departamento Nacional de Produção Mineral e implementado a partir de 1999. Foi feito um estudo de viabilidade econômica para implantação de uma
A produção das empresas nacionais tem se direcionado ao mercado externo em função: do elevado grau de concentração de demanda; do surgimento de novas empresas, como a de origem australiana que aplica modernos processos de produção como a PAL; da reestruturação da indústria de níquel, como é o caso da Indonésia, a Nova Caledônia e as Filipinas, visando maior competitividade com a formação de joint-ventures absorvendo um maior número de minério importado, formando assim uma melhor estrutura de preço. Com isto, destina-se uma parcela reduzida ao mercado interno brasileiro, o que explica o aumento no nível das importações de níquel.
O crescimento das exportações brasileiras, a partir de 1996, foi impulsionado pelo acesso da ACESITA à rede exportadora da holding francesa Usinor, juntamente com a conquista de novos mercados.
O níquel é consumido internamente na forma de ferro-níquel com teor oscilando entre 20% e 40% e na forma de níquel eletrolítico com teor de 99,9% de níquel.
O setor de maior demanda pelo metal é a siderurgia, onde 80% destinam-se à produção de aço inox, sendo o restante direcionado a outras espécies de aços que utilizam níquel em percentuais que variam entre 0,2% e 2,0% e artefatos como galvanoplastia, alpacas (ligas metálicas) e outros.
A Noruega, Alemanha, Finlândia, Estados Unidos, Alemanha e o Japão são os países de maior demanda pelo metal em todas as suas formas.
O consumo mundial é de aproximadamente 960 mil t/ano. Os países da América do Norte e da Europa consomem 43% do total mundial. O consumo brasileiro atinge cerca de 14 mil t/ano, ou 1,5% do níquel consumido no mundo. Os países do sudeste asiático são grandes consumidores do metal, com um volume 371 mil t/ano, representando 38,6% do total. O nível de consumo no Japão (maior consumidor mundial) tem-se situado entre 150 e 180 mil t/ano. Coréia do Sul, Taiwan e China vêm apresentando crescimento significativo do consumo de níquel. Ressalta-se que o consumo russo vem apresentando significativa redução com conseqüente incremento da produção destinada ao mercado mundial.
De maneira geral podemos verificar a participação internacional média nas exportações brasileiras da liga ferro-níquel pela Alemanha em 43,27%, os Estados Unidos com 17,69%,
Gráfico 2 - DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DAS QUANTIDADES EXPORTADAS DE LIGA FERRO-NÍQUEL SEGUNDO PAÍSES 1995-
0
10
20
30
40
50
60
1995 1996 1997 1998 1999
Em (%)
Finlândia Alemanha Estados Unidos
Fonte: DNPM/DIRIN Japão^ Bélgica^ França
Gráfico 3 - Comportamento do Consumo Aparente de Níquel contido na Liga FeNi, no Matte e no Níquel Eletrolítico - 1988 - 2000
0
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Fonte: DNPM/DIRIN; CPRM-DIECOM
Toneladas
o Japão (14,62%), a Bélgica (13,65%), a Finlândia (9,04%) e a França com 1,73%, no período de 1995 a 1999.
A queda na demanda mundial de níquel, no período de 1988 a 1991, se deu em função da redução na produção de aço inoxidável. A partir de 1993, observou-se uma aceleração no consumo devido aos crescentes investimentos, principalmente no setor de aço inoxidável, provocando a recuperação da economia asiática que promoveu um maior desenvolvimento tecnológico na aplicação do metal, chegando a atingir US$ 903,838,000.00.
Os principais setores consumidores foram à metalurgia, fundição, galvanoplastia, alpaca e outros e, as principais empresas do setor siderúrgico usuárias foram: Cia de Aços Especiais Itabira - Acesita em Minas Gerais, Aços Finos Piratini S.A. no Rio Grande do Sul, Metalurgia Mogi-Guaçu Ltda. em São Paulo, Cia Siderúrgica Nacional no Rio de Janeiro, Eletrometal S.A. em São Paulo, Mannesmann S.A. em Minas Gerais e Siderurgia Riograndense S.A. no Rio Grande do Sul.
A produção brasileira evoluiu de 13.013 t, em 1988, para 31.728 t, em 2000, de níquel contido no matte, na liga e o níquel eletrolítico. Neste mesmo período, a produção mundial de aço inoxidável cresceu a uma taxa média anual de 4,6%. Já entre 1995 e 2000, a taxa foi de apenas 2,6% a.a.. Passadas as crises do México, Rússia e Ásia, a produção se recuperou em 2000, apresentando maiores perspectivas nas taxas de crescimento.
A partir de 1990, com o metal sendo cotado a US$ 405,00/t para importação, o cenário indicava queda dos preços no mercado internacional. Considerando o período entre 1991/93, o preço continuou em fase declinante por força de um maior crescimento na produção de níquel em relação à demanda. De 1993 até 1996, o preço atingiu um patamar médio de US$ 148,00/t para importação e US$ 59,66/t para exportação. A partir de 1996, a taxa de crescimento da produção suplantou a da demanda ocasionando um processo de redução ainda maior no preço do níquel verificado em 1998. Sendo também registrado neste mesmo ano, a cotação mais baixa do metal no período em estudo, com o preço chegando a US$ 112,00/t para importação e US$ 41,00/t para exportação, influenciado pela crise econômica asiática, pois o Japão destaca-se como o maior consumidor mundial de níquel para a produção de aço inoxidável.
Em 1999, foi registrada uma tendência de elevação na média dos preços do metal devido ao aumento da demanda global, impulsionada pelas siderúrgicas asiáticas e queda dos estoques. A ACESITA, principal fabricante de aços especiais da América Latina adotou a partir de 1999, uma nova política de preços para o aço inoxidável, baseando-se na cotação internacional do níquel com reajuste automático. Em 2000, foi registrada uma pequena queda no início do ano, mas a tendência de alta se manteve, alcançando US$ 338,00/t para compra e US$ 171,00 t para venda, o que significa um crescimento de 91,01% sob o preço médio base importação e exportação obtido no ano anterior, além de ser a cotação mais alta observada ao longo dos últimos nove anos.
Em 1997, iniciaram as operações do projeto Fortaleza de Minas, do grupo Rio Tinto Zinc, localizado ao sudeste do Estado de Minas Gerais, com investimento total de US$ 233 milhões. As reservas de minério de níquel sulfetado totalizaram 1.809.740 t com 2,59% de níquel contido, com uma produção de 8.475 t de níquel contido no matte em 2000.
A Cia Níquel Tocantins, com apoio do BNDES, desenvolveu um projeto iniciado em 1997 e finalizado em junho de 1998, visando o aumento de sua capacidade produtiva, o que resultou numa produção de 35.233 t de carbonato de níquel e 16.906 t de níquel eletrolítico em 2000.
A CODEMIN, também em 1997, implementou um projeto de investimento no valor US$ 6,2 milhões para expansão de sua capacidade de produção através da renovação de equipamentos, concluído no mesmo ano, alcançando uma produção de 6.347 t de níquel contido na liga FeNi em 2000.
Em 1998, a METAGO - Metais de Goiás S/A iniciou um projeto para viabilização do depósito de Americano do Brasil – GO, para ampliação de suas reservas de sulfetados de níquel, assinando um contrato de pesquisa e opção de arrendamento das jazidas com a Mineração Serra da Fortaleza.
A Barro Alto Mineração S/A, do grupo Anglo American, tem um programa de pesquisa, prospecção e estudos de viabilidade econômica de lavra de níquel na região de Barro Alto no Estado de Goiás, onde foram estimados investimentos na ordem de US$ 750 milhões para colocar em operação as minas da região. A reserva é de 117 milhões de toneladas de minério com teor de 1,52% de níquel e vida útil de 20 anos. O projeto tem perspectivas de implantação em 2002, alcançando uma produção estimada de 100 mil t, representando 20% do mercado internacional. Foram investidos US$ 17 milhões nos
últimos dois anos, em estudos de geologia dos depósitos minerais, em 50 mil metros de sondagens e em 61,2 mil análises químicas de amostras das jazidas.
A Cia Vale do Rio Doce (CVRD) vem mostrando interesse pelo mercado do níquel com investimentos previstos na ordem de US$ 600 milhões no Projeto Vermelho, localizado em Carajás, município de Parauapebas, no Pará. Foi realizada uma revisão num antigo estudo de exploração da jazida de 100 milhões de toneladas de minério, tendo sido decidido usar a rota de recuperação pirometalúrgica do metal, obtendo uma produção anual de 30 mil toneladas de concentrado com teor médio de 1,52%.
Na região Morro do Leme no município de Comodoro – MT, foram realizadas pesquisas que constataram reservas em um total de 14.306.000 t de níquel laterítico com teor médio de 1,8%.
Os anos de 1997 e 1998, foram marcados pela retração no setor siderúrgico, em conseqüência das crises econômicas mundiais, em especial as da Ásia, Rússia e América Latina. Atualmente, com a retomada destas economias, o setor siderúrgico mundial apresenta significativa recuperação tanto em termos de demanda quanto de preços.
O fato de 70% de o níquel refinado mundial ser consumido no setor siderúrgico, sendo que 80% deste consumo é direcionado à produção de aços inoxidáveis, faz com que as perspectivas futuras para o níquel sejam dependentes do comportamento deste mercado. No período 1988/99, o setor siderúrgico teve uma taxa média anual de crescimento de 4,6%, totalizando, em 2000, uma produção de 16,6 milhões de t na produção de aço inoxidável e uma perspectiva de crescimento até 2003 em 19,3 milhões de t.
A produção de aço inoxidável brasileiro registrou, em 1999, um total de 250 mil t, tendo atingindo, na década de 90, um valor em torno de 170/180 mil t/ano. Em 1999, a ACESITA foi responsável pela produção de 226 mil t. Essa empresa está desenvolvendo alterações no mix de produção, visando adequar a capacidade de laminados planos às necessidades do mercado exportador, dado que a empresa vem interagindo seus negócios segundo as estratégias mundiais da Usinor. Sua atual produção é de 320 mil t de laminados inoxidáveis planos, pretendendo alcançar 650 mil t. Sua produção de laminados a frio atinge 210 mil t, devendo passar para 310 mil t após as alterações, e de 110 mil t de laminados a quente, devendo alcançar, segundo suas perspectivas para o mercado, 340 mil t. Essa é uma estratégia que objetiva um maior atendimento a países da Europa, Mercosul e Ásia.
O consumo de aço inoxidável, projetado para 2003, deverá ser maior nos produtos laminados planos, com incremento médio anual de 6,0%, contra 2,7% dos produtos longos. A taxa média de crescimento total para o consumo de aço inoxidável deverá atingir cerca de 5% no período de 2000/03, atingindo 17,5 milhões de t em 2003.
Em nível mundial, a tendência de utilização de aços especiais na siderurgia passa por rígidas exigências de qualidade. Entre os aços especiais, destacam-se os inoxidáveis, que são utilizados quando se necessitam de materiais resistentes à corrosão, apresentação estética e condições de higiene, absorvidos nas cutelarias, construção civil, indústria química, indústria alimentícia, móveis, moedas e bens de consumo duráveis.
Os três grandes grupos Votorantim, Anglo American e Rio Tinto Zinc, que controlam 100% da mineração de níquel no Brasil, pretendem investir no período de 2001 a 2007, US$ 1,4 bilhão na elevação da sua capacidade de produção de 34 mil t para 107 mil t. Trata- se de um salto de 214,0%, baseado no crescimento médio anual de 6,2% no consumo de aço inoxidável no Brasil, além dos grandes saltos nos níveis de produção e exportação da
O investimento necessário para atender à demanda projetada (consumo interno + exportação), em 2010, será de US$ 1,6 bilhão, sendo US$ 885 milhões para atender a expansão do consumo no mercado interno e US$ 717 milhões para atender o crescimento do mercado externo.
ANOS
PRODUÇÃO^1 (A)
CONSUMO^2 (B)
SALDO (A) - (B)
H I S T Ó R I C O
1998 14.649 10.842 3. 1999 15.494 11.512 3. 1990 15.837 9.976 5. 1991 17.235 9.226 8. 1992 19.218 11.783 7. 1993 20.846 12.002 8. 1994 22.690 14.288 8. 1995 23.313 15.313 8. 1996 24.942 15.142 9. 1997 27.754 15.135 12. 1998 33.313 15.795 17. 1999 42.301 20.163 22. 2000 44.132 22.215 21.
P R O J E Ç Ã O
2005 58.032 32.558 25. 2010 71.932 42.900 29.
Unidade: t Fonte: CACEX (1989-2000)/CIEF (1989-91); DNPM/DIRIN (1) (^) Produção + Importação (2) (^) Consumo Aparente.
Os preços do níquel apresentaram alta volatilidade no período de 1988 a 2000. O desenvolvimento de depósitos lateríticos através do novo processo de PAL (Pressure Acid Leach) propõe a redução nos custos operacionais e que poderá refletir nos preços, sinalizando para uma possível redução desta volatilidade. Caso ocorra este resultado, será proporcionada uma expansão da oferta, possibilitando a ampliação do mercado consumidor no longo prazo.
Analisando as reservas conhecidas, as que estão em avaliação, juntamente com os projetos em perspectivas, com tecnologias convencionais como a Cia Níquel Tocantins, para produção de níquel eletrolítico, a Serra da Fortaleza na produção de matte de níquel e
a implantação do Projeto Barro Alto da Anglo American, conclui-se que no Brasil possui minério de níquel, tanto laterítico quanto sulfetado, compatível com o potencial de crescimento da demanda futura. A empresa CODEMIN S.A., por não ter disponibilidade maior na produção, poderá recorrer a importações de níquel advindas da Venezuela, através da Loma de Níquel, que é uma empresa do mesmo grupo Anglo American.
ABREU, Sylvio Fróes. Recursos Minerais do Brasil. MIC-INT. Rio de Janeiro. Vol.II.
ANDRADE, Luiz Maurício Amarante de, et alii. IBGE- Área de Operações Industriais2/ Gerência Setorial 3, Boletim n.º 31 – Janeiro/2000 – Aço no Brasil: Desempenho em 99 e Perspectiva para 2000. ANDRADE, Luiz Maurício Amarante de, et alii. IBGE- Área de Operações Industriais2/ Gerência Setorial 3, Boletim n.º 33 – Junho/2000 – Aço Inoxidável: Novo Ciclo de Crescimento.
ANDRADE, Manoel Corrêa, Geografia Econômica , Editora: Atlas, 9ª Edição, 1997. ANDRADE, Maria Lúcia Amarante, et alii. Informe Setorial Mineração e Metalurgia. Impacto da Crise Asiática no Mercado de Níquel. Jun/1998. Nº 17. ANDRADE, Maurício Ribeiro de, BOTELHO, Luiz Carlos A. Perfil analítico do níquel.
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Departamento Nacional de Produção Mineral. Anuário Mineral Brasileiro. Brasília, DNPM. 1989,1990, 1991, 1992,1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999 E 2000.
Gráfico 5 - Balanço Produção-Consumo de Níquel - 1988 - 2010
0
1998 1999 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2005 2010
Fonte: CACEX; CIEF; DNPM/DIRIN
Toneladas
PRODUÇÃO CONSUMO SALDO