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Artigo Original
Trabalho realizado na UniFMU, São Paulo.
1.Mestranda em Biodinâmica do movimento USP. Docente e supervisora de estágio do setor Neuro Adulto da UniFMU. Docente dos
cursos de pós graduação na UNICID, GAMA FILHO, FMU.
_2. Mestranda em Educação UNICID. Docente e supervisora de estágio do setor Neuro Adulto UniFMU.
- Acadêmicos do 40 ano do curso de Fisioterapia da UniFMU._
Endereço para Correspondência: Camila Torriani, Av. Santo Amaro, 1329, Vila Nova Conceição - CEP 04511-001, São Paulo-SP
Email: camilatorriani@uol.com.br
Trabalho recebido em 02/10/2006.• Revisão: de 01/10/2006 a 29/11/2006 • Aprovado em 30/11/2006 • Conflito de interesses: não
Relação entre independência e o nível de disfunção
motora e funcional em pacientes hemiparéticos
Relation between functional independence and motor impairments in
hemiparetic post-stroke patients
Camila Torriani¹, Eliane Pires de Oliveira Mota², Sônia Hitomi Pedrosa Kazurayama³, Stella Ruhe
Burin³, Tatiana Mengatti³, Juliana Caminho³, Francyelle Bastos³, Graziela Bastos³, Jenifer Chris³.
RESUMO
Objetivo: O objetivo deste estudo foi estabelecer a correlação entre a independência funcional, tempo de
lesão e o nível de disfunção motora em pacientes hemiparéticos. Método: Foram selecionados aleatoriamente
23 pacientes com seqüelas de Acidente Vascular encefálico (AVE). Os critérios de exclusão foram: alteração
cognitiva grave, afasia de compreensão e impossibilidade de participar do estudo. Após assinarem o termo de
consentimento, os sujeitos foram submetidos a aplicação do questionário de Medida de Independência Funcional
(MIF). Para aqueles que apresentavam afasia de expressão, a aplicação do questionário foi feita com o cuidador.
As categorias foram agrupadas em seis dimensões: autocuidado, controle de esfíncteres, transferências, locomo-
ção, comunicação, e cognição social. Avaliou-se a correlação dos itens da MIF com gênero, lado hemiparético
e predomínio braquial, crural ou proporcionada do acometimento. Resultados: A variável gênero se correlacio-
nou com o Controle de Esfincter e Cognição Social. As mulheres apresentaram maior Cognição Social do que
os homens (p=0,01) e os homens apresentaram tendência a maior controle do esfíncter do que as mulheres
(p=0,06). Comparando-se o Predomínio de acometimento corporal, observamos que o Predomínio Crural foi
menor em relação aos demais predomínios Braquial e Proporcionada (p=0,01) para Comunicação. Conclusão:
Houve correlação entre disfunção motora e funcional para o item comunicação da MIF, e o acometimento com
predomínio crural foi menor em relação aos demais predomínios.
Unitermos: Hemiplegia, Acidente Cerebrovascular, Fisioterapia, Avaliação.
Citação: Torriani C, Mota EPO, Kazurayama SHP, Burin SR, Mengatti T, Caminho J, Bastos F, Bastos G, Chris J. Relação entre
independência e o nível de disfunção motora e funcional em pacientes hemiparéticos. Rev Neurocienc 2007;15(1):32-36.
SUMMARY
Objective: The purpose of this study is to verify the correlation between functional independence and motor
impairments in hemiparetic post-stroke patients. Method: Twenty-three stroke patients were randomly selected.
The exclusion criteria were severe cognitive dysfunction, comprehension aphasia and impossibility of participating.
Before the patients signed the Consent Form, they were submitted to the Functional Independence Measure (FIM).
The questionnaire has been applied with the caregivers for those who had expression aphasia. The categories
were divided in 6 domains: take care of yourself, sphincter control, transference, locomotion, communication
and social cognition. We evaluated the correlation of FIM with gender, hemiparetic side, and brachial, crural or
combined impaired predomination. Results: Gender was correlated with sphincter control and social cognition.
The women presented more Social Cognition than men did (p=0.01) and the men presented a tendency in more
sphincter control than women did (p=0.06). Comparing impairment predomination, we observed that there was less
crural one that brachial and combined (p=0.01) related to communication. Conclusion: There was a correlation
between motor and functional impairment and the FIM communication item, and there was less crural impairment
than the other predominancies.
Keywords: Hemiplegia, Stroke, Physical Therapy, Evaluation.
Citation: Torriani C, Mota EPO, Kazurayama SHP, Burin SR, Mengatti T, Caminho J, Bastos F, Bastos G, Chris J. Rela-
tion between functional independence and motor impairments in hemiparetic post-stroke patients. Rev Neurocienc
INTRODUÇÃO
O acidente vascular encefálico (AVE) tem como
definição sinais e sintomas neurológicos de ocorrên-
cia súbita, com perda de funções encefálicas focais
ou generalizadas, de origem vascular, com duração
superior a vinte e quatro horas ou levando a óbito.
Aproximadamente 80% dos AVE’s são causados por
um baixo fluxo sanguíneo cerebral (isquemia) e outros
20% por hemorragias tanto intraparenquimatosas
como subaracnóideas¹.
O envelhecimento da população brasileira advém
de alterações fisiológicas que podem estar associadas
a doenças crônicas e degenerativas, conduzindo a
déficits funcionais e declínio da morbidade. As evi-
dências clínicas demonstram que a incidência de AVE
no Brasil é alta, principalmente em indivíduos idosos,
estando associada a uma alta taxa de sobrevivência
que declina levemente com o avanço da idade, de
79% dos 75 aos 84 anos para 67% acima dos 85
anos. Com o envelhecimento populacional brasileiro,
estima-se que a prevalência do AVE aumente nessa
população².
O AVE evolui com manifestações clínicas e comu-
mente alterações motora e sensitiva, prejudicando
a função física. Há também alterações nas funções
cognitiva, perceptiva, visual, emocional e continência
que podem estar associados a severidade do qua-
dro clínico dependerá, que dependerá também da
extensão da lesão. A presença de déficit do controle
motor pode ser caracterizada por fraqueza, alteração
de tônus e movimentos estereotipados, que podem
limitar as habilidades para realizar atividades como
deambular, subir escadas e autocuidar-se².
No déficit neurológico focal do AVE depende do
tamanho, localização da lesão e da quantidade de
fluxo sanguíneo colateral. Os déficits neurológicos
unilaterais são resultados da interrupção do sistema
carotídeo, e os déficits neurológicos bilaterais são
resultantes da interrupção do suprimento vascular
basilar. As artérias que podem estar acometidas são
artérias cerebrais anterior, média e posterior, cujas
alterações mais evidentes são respectivamente tron-
co e membro inferior, membro superior e alteração
visual³.
A partir destes dados e pela incapacidade propor-
cionada pela doença é necessário analisar como estes
pacientes desempenham suas atividades diárias para
que um programa terapêutico específico possa ser
traçado para cada paciente. Desta forma, o Sistema
FIM (Functional Independence Measure) ou Sistema
MIF (Medidas de Independência Funcional) como é
chamado aqui no Brasil, classifica e registra o grau
de independência funcional. O objetivo deste sistema
é dar ênfase à dificuldade e a limitação do paciente,
com o entendimento sobre a capacidade de adapta-
ção que se pode observar na realização de tarefas,
algumas vezes complexas, do cotidiano
4
A especificidade deste sistema deve ter a assis-
tência ao paciente portador de lesão incapacitante
e de doenças crônico-degenerativas. Seu objetivo
primordial é avaliar de forma quantitativa a carga de
cuidados demandada por uma pessoa para a reali-
zação de uma série de tarefas motoras e cognitivas
de vida diária. Entre as atividades avaliadas estão os
autocuidados, transferências, locomoção, controle es-
fincteriano, comunicação e cognição social, que inclui
memória, interação social e resolução de problemas.
Cada uma dessas atividades é avaliada e recebe
uma pontuação que parte de 1 (dependência total) a
7 (independência completa), assim a pontuação total
varia de 18 a 126. Estão descritos dois domínios na
MIF, o motor e o cognitivo.
Por isso, é importante a análise das atividades de
vida diária nos pacientes portadores de AVE correla-
cionando com o tempo de lesão com o hemicorpo
acometido e o predomínio da disfunção (braquial
ou crural), o que possibilitará maior entendimento
desta população e consequentemente reabilitação
adequada.
Estabelecer a correlação entre a independência
funcional, o tempo de lesão e o nível de disfunção
motora em pacientes hemiparéticos à direita e es-
querda.
MÉTODO
Foram selecionados aleatoriamente 23 pacientes
com seqüelas de AVE que se encontram em atendi-
mento no setor de Fisioterapia Neurológica Adulto, no
Centro Universitário UniFMU. Os critérios de exclusão
foram: alterações cognitivas graves, afasia de com-
preensão e impossibilidade de participar do estudo.
Os pacientes que não apresentassem tais caracte-
na independência funcional de ambos
4
Pacientes com hemiplegia/paresia à esquerda
costumam apresentar-se com diminuição no compro-
metimento na comunicação e, por isso, tem melhor
desempenho funcional. Por outro lado, o domínio
cognitivo da MIF apresentou pontuação associada ao
tipo de deficiência decorrente da lesão encefálica. As
lesões no hemisfério direito resultaram classicamente
em hemiparesia à esquerda e comprometimento cog-
nitivo na forma de negligência visual, tátil ou motora
à esquerda, além de dificuldade de percepção das
próprias incapacidades. Porém, de forma geralmente
menos intensa que nas lesões a direita, nas quais as
limitações envolvem a comunicação de forma mais
grave, comprometimento da memória e dificuldade para
acompanhar instruções e treinamentos. Desta forma,
espera-se que os pacientes com lesão no hemisfério
direito tenham perfis de independência funcionais
melhores que os demais, resultado este que em nosso
estudo não pôde ser observado
7
Além destas distinções entre lesão encefálica à
direita e lesão à esquerda, Haaland e Harrington des-
crevem que pacientes com lesão à direita apresentam
alterações que são estritamente no hemicorpo contrala-
teral, enquanto que pacientes com lesão no hemisfério
esquerdo apresentam déficits motores que podem ser
não somente no hemicorpo contralateral à lesão, mas
também ipsilateralmente. Além disso, o hemisfério
cerebral esquerdo apresenta maior atuação no pla-
nejamento motor, fato este que também corrobora ao
fato de pacientes hemiplégicos à direita apresentarem
maiores dificuldades em seqüências funcionais diárias.
Estes fatos nos levam a inferir que pacientes com lesão
encefálica à esquerda têm maior potencial para preju-
ízos funcionais
8-
Um outro fator, não investigado neste estudo, mas
que merece atenção na repercussão funcional nos
pacientes é o fato de o lado corporal acometido ser o
lado dominante. Pois, pacientes com hemiplegia/pa-
resia no hemicorpo cuja mão era dominante antes da
lesão apresentam menores prejuízos funcionais que os
pacientes com lesão no hemicorpo cuja mão não era
dominante. Desta forma, sugerimos para um próximo
estudo a inclusão desta variável na análise funcional
destes pacientes
11
Verificou-se também, que no item cognição social o
gênero feminino apresentou melhor resultado quando
comparado ao masculino, o que sugere que o gênero é
um fator que influenciou neste resultado, talvez porque
as mulheres apresentem mais facilidade para interagir
socialmente, porém não foi encontrado na literatura um
fator determinante para tal resultado.
Outro achado relevante do nosso estudo foi encon-
trar maior comprometimento da cognição social em
pacientes com predomínio crural, sendo talvez possível
justificá-lo pelo fato que pacientes com comprometi-
Tabela 2. Comparação dos valores do Medida de Independência Funcional com a variável sexo (feminino-fem e masculino-masc):
Sexo Média Mediana
Desvio
Padrão
Quartil 1 Quartil 3 Tamanho IC p-valor
Auto Cuidado
Fem 32,7 39 10,9 27 40 9 7, 0, Masc 29,3 33,5 9,9 20 37 14 5,
Controle Esfincter
Fem 10,9 13 3,9 10 13 9 2, 0, Masc 12,5 14 3,2 13,2 14 14 1,
Mobilidade
Fem 14,6 18 7,4 11 20 9 4, 0, Masc 15,1 18,5 6,6 8,2 20 14 3,
Locomoção
Fem 10,9 14 4,4 8 14 9 2, 0, Masc 9,7 12 4,3 7 13 14 2,
Comunicação
Fem 21,4 21 2,9 21 22 9 1, 0, Masc 20,6 21,5 2,6 18,5 22 14 1,
Cognição Social
Fem 19,4 20 2,1 19 21 9 1, 0, Masc 16,3 16 3,4 13,5 19,7 14 1,
Total
Fem 109,9 123 27,1 98 127 9 17, 0, Masc 103,4 115 23,9 81,7 121 14 12,
Tabela 3. Comparacao dos valores da Medida de Independência Funcional com a variavel lado hemiparetico ( direito-dir e
esquerdo-esq ):
Lado Hemi Média Mediana
Desvio
Padrão
Quartil 1 Quartil 3 Tamanho IC p-valor
Auto Cuidado
Dir. 29,1 32 10,4 19,5 38 15 5, 0, Esq. 33,4 38 10,0 32 40 8 6,
Controle Esfincter
Dir. 12,1 14 3,4 12 14 15 1, 0, Esq. 11,5 13,5 3,8 10 14 8 2,
Mobilidade
Dir. 14,5 18 7,3 8,5 21 15 3, 0, Esq. 15,6 19 6,0 12,5 20 8 4,
Locomoção
Dir. 9,6 12 4,4 6 14 15 2, 0, Esq. 11,2 13 4,1 10,7 14 8 2,
Comunicação
Dir. 20,7 21 2,4 19,5 22 15 1, 0, Esq. 21,4 22 3,3 19,5 22 8 2,
Cognição Social
Dir. 17,8 19 3,2 16 20 15 1, 0, Esq. 17,0 17,5 3,6 14,5 20 8 2,
Total
Dir. 103,7 116 24,9 78,5 122 15 12, 0, Esq. 110,1 121 25,7 106,5 126 8 17,
Tabela 4. Comparacao de valores da Medida de Independência Funcional com variável de acometimento (braquial, crural e
proporcionada):
Predomínio Média Mediana
Desvio
Padrão
Quartil 1 Quartil 3 Tamanho IC p-valor
Auto Cuidado
Braquial 33,8 36,5 7,8 30,7 40 12 4,
Crural 24,4 16 12,9 15 37 5 11,3 0,
Proporcionada 29,3 29,5 11,2 20,5 38,5 6 8,
Controle Esfincter
Braquial 12,7 13,5 1,9 12,2 14 12 1,
Crural 8,2 8 5,8 3 14 5 5,1 0,
Proporcionada 13,3 14 1,2 13,2 14 6 0,
Mobilidade
Braquial 16,4 18,5 4,7 13,2 20 12 2,
Crural 10,6 5 9,5 3 21 5 8,3 0,
Proporcionada 15,3 19 7,4 10,5 20,7 6 5,
Locomoção
Braquial 11,2 13 3,7 10,7 14 12 2,
Crural 8,4 8 5,5 3 14 5 4,8 0,
Proporcionada 9,5 9,5 4,5 7 13,5 6 3,
Comunicação
Braquial 21,7 22 2,9 20 22 12 1,
Crural 18,0 17 2,0 17 19 5 1,7 0,
Proporcionada 21,7 22 0,5 21,2 22 6 0,
Cognição Social
Braquial 17,7 20 4,0 14,2 21 12 2,
Crural 17,0 17 2,0 15 19 5 1,7 0,
Proporcionada 17,5 18 2,9 16 20 6 2,
Total
Braquial 113,7 119 18,8 110 126,2 12 10,
Crural 86,6 69 32,6 62 121 5 28,5 0,
Proporcionada 106,7 111 23,7 88,2 124,7 6 19,
Comunicação Braquial Crural
Crural 0,01*
Proporcionada 0,76 0,008*
Tabela 5. Comparação do valor da
Medida de Independência Funcional
no itens comunicacao com variavel
de acometimento (braquial, crural e
proporcionada)
mento crural, tem o convívio social mais difícil, devido à
dependência de cadeira de rodas para locomover-se, ao
passo que pacientes com predomínio braquial apresen-
tam menos dificuldade de locomoção proporcionando
uma interação social mais acessível.
CONCLUSÃO
Não foi estabelecida correlação entre a indepen-
dência funcional e o nível de acometimento motor.
Houve correlação entre predomínio crural da hemi-
plegia e o item comunicação na MIF. O gênero femi-
nino apresentou melhor cognição social e não houve
diferença entre a independência funcional e o lado da
hemiparesia/ plegia.
Sugerem-se novos estudos visando aumentar a
amostra, torná-la mais homogênea e controlar as vari-
áveis intervenientes a fim de estabelecer quais fatores
afetam realmente a independência funcional na hemi-
paresia/ plegia.
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