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NARCISISMO - FREUD - PSICANÁLISE, Notas de aula de Psicanálise

Este resumo sobre o Narcisismo se baseia em anotações de aulas do Centro de Estudo de Psicanálise de Ribeirão Preto (CEPSIC - RP).

Tipologia: Notas de aula

2023

À venda por 26/07/2024

lara-barbosa-39
lara-barbosa-39 🇧🇷

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Introdução ao Narcisismo (1914) – Freud
Freud usa o termo narcisismo pra falar de uma fase de desenvolvimento da
libido, que vai do auto erotismo à relação de objeto; fala em termos de tipo de escolha
de relação de objeto (relações narcísicas - relação da pessoa fusionada na outra - e
relações de objeto - pessoa ter discriminação de eu outro; falar em relação as atitudes
da pessoa relacionada a elas mesma (autoestima e megalomania) ; fala da origem do
ideal de ego (vem o conceito de superego).
Narcisismo de quem? de qual escola? Freud? Klein? Bion? Klein e Bion pouco
abordaram narcisismo.
Freud concebia que o ser humano era movido por INSTINTOS SEXUAIS e
de AUTOCONSERVAÇÃO. A autoconservação é uma mobilização pra manter a
pessoa viva e os instinto sexuais era pra pessoa poder reproduzir. Depois começou a
perceber que esse tipo de discriminação (instinto sexual e autoconservação) não era
tão válido, pois mesmo assim haveria um tipo de satisfação, se manter vivo gerava
uma satisfação, reprodução gerava satisfação... Então traz a ideia que o impulso
sexual e de autoconservação estão juntos, e fala que o conflito não é esse, o conflito é
entre LIBIDO DO EGO e LIBIDO OBJETAL, instinto do ego e instinto objetal.
Quando Freud fala de objeto ele fala de tudo aquilo que tem um investimento
pulsional. A realidade externa só existe quando invisto libido no que está ali.
Sentimento de mundo acabando para o psicótico (deixa de investir libido).
O conflito é então: eu invisto (essa libido) em mim, ou eu invisto no outro?
Quando Clarice Lispector fala "Eu escrevo para me salvar, quando eu não
escrevo estou morta", então pra onde vai a libido dela quando ela não escreve? É
como se perdesse todas as ligações, e fica naquela condição de quase morte, de
maneira que rompe a ligação dela com a vida, hora que ela está escrevendo, ela pode
investir essa libido em outras coisas, e se sente viva.
Quando a pessoa está deprimida, convidamos a pessoa a fazer coisas, pra ver se
ela pode investir libido em algo, mas não é uma escolha, os movimentos que acontece
dentro da gente não são nossas escolhas, ela pode ate escolher ter comportamentos,
mas não pode escolher o que sente.
Enquanto a pessoa está viva, há uma libidinização da pessoa com ela mesma
(isso a mantém viva), por isso o narcisismo é tão importante.
O conflito seria entre conflito do ego e do objeto (invisto em mim ou no outro),
mas ainda há algo mais, 6 anos depois (além do principio do prazer) ele vai falar que
o conflito é entre PULSÃO DE VIDA e PULSÃO DE MORTE (instinto de vida e
instinto de morte). Temos um movimento de vida mas um de morte também, então o
conflito é entre ir para a morte e fazer de tudo para se manter vivo... Estamos o tempo
todo se confrontando com isso.
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Introdução ao Narcisismo (1914) – Freud Freud usa o termo narcisismo pra falar de uma fase de desenvolvimento da libido, que vai do auto erotismo à relação de objeto; fala em termos de tipo de escolha de relação de objeto (relações narcísicas - relação da pessoa fusionada na outra - e relações de objeto - pessoa ter discriminação de eu outro; falar em relação as atitudes da pessoa relacionada a elas mesma (autoestima e megalomania) ; fala da origem do ideal de ego (vem o conceito de superego). Narcisismo de quem? de qual escola? Freud? Klein? Bion? Klein e Bion pouco abordaram narcisismo. Freud concebia que o ser humano era movido por INSTINTOS SEXUAIS e de AUTOCONSERVAÇÃO. A autoconservação é uma mobilização pra manter a pessoa viva e os instinto sexuais era pra pessoa poder reproduzir. Depois começou a perceber que esse tipo de discriminação (instinto sexual e autoconservação) não era tão válido, pois mesmo assim haveria um tipo de satisfação, se manter vivo gerava uma satisfação, reprodução gerava satisfação... Então traz a ideia que o impulso sexual e de autoconservação estão juntos, e fala que o conflito não é esse, o conflito é entre LIBIDO DO EGO e LIBIDO OBJETAL , instinto do ego e instinto objetal. Quando Freud fala de objeto ele fala de tudo aquilo que tem um investimento pulsional. A realidade externa só existe quando invisto libido no que está ali. Sentimento de mundo acabando para o psicótico (deixa de investir libido). O conflito é então: eu invisto (essa libido) em mim, ou eu invisto no outro? Quando Clarice Lispector fala "Eu escrevo para me salvar, quando eu não escrevo estou morta", então pra onde vai a libido dela quando ela não escreve? É como se perdesse todas as ligações, e fica naquela condição de quase morte, de maneira que rompe a ligação dela com a vida, hora que ela está escrevendo, ela pode investir essa libido em outras coisas, e se sente viva. Quando a pessoa está deprimida, convidamos a pessoa a fazer coisas, pra ver se ela pode investir libido em algo, mas não é uma escolha, os movimentos que acontece dentro da gente não são nossas escolhas, ela pode ate escolher ter comportamentos, mas não pode escolher o que sente. Enquanto a pessoa está viva, há uma libidinização da pessoa com ela mesma (isso a mantém viva), por isso o narcisismo é tão importante. O conflito seria entre conflito do ego e do objeto (invisto em mim ou no outro), mas ainda há algo mais, 6 anos depois (além do principio do prazer) ele vai falar que o conflito é entre PULSÃO DE VIDA e PULSÃO DE MORTE (instinto de vida e instinto de morte). Temos um movimento de vida mas um de morte também, então o conflito é entre ir para a morte e fazer de tudo para se manter vivo... Estamos o tempo todo se confrontando com isso.

Ex. Paciente: "A minha sorte é que preciso trabalhar pra sobreviver, se eu ganhasse na mega sena iria querer ficar dentro de casa trancada e comer por sonda". A pulsão de morte era tão presente (estagnação e paralisação) (repetição como pulsão de morte), mas a sorte dela é que pra sobreviver é que ela precisava se mexer. A libido é uma mobilização que temos que nos faz buscar... que podemos ter uma satisfação ou não, mas é necessário ter esse desejo. (Antes Freud falava que era instinto sexual e autoconservação, depois fala que essas duas coisas estão juntas, chamando isso de libido, depois inclui a pulsão de vida e de morte, existe uma mobilização pra vida e uma pra morte também). LIBIDO - MOVIMENTO DE BUSCA Nascemos com essa mobilização, mas se depois que nascemos isso não é movimentado, vamos nos recolhendo e abrindo mão. O que faz a pessoa ser tão desanimada? não buscar nada? ou mesmo aquela pessoa que precisa de palco e plateia, pois mesmo aquelas pessoas que se acham o máximo, elas são muito prisioneiras, pois é a privação de sempre ter que ser elogiada, e valorizada pelo outro, isso também tem haver com narcisismo. O narcisismo está em todo mundo, se não fossemos narcísicas não estaríamos aqui, não estaríamos vivos. O problema é quando o amor próprio vira megalomania. Essa libido investida na própria pessoa que faz buscar coisas que gosta é fundamental, se não tiver isso vive a indiferença com tudo, e se empobrece cada vez mais. É isso que investimos, que faz com que criemos uma existência. Funcionamos de uma forma autoerótica, narcisismo voltado - Narcisismo primário. De inicio, o bebe não estabelece relação com nada além de estar ele com ele mesmo, essa relação com o outro vem depois. Pra sair do autoerotismo (narcisismo primário) pra ir pra uma relação de objeto, é necessário que algo seja incluído ali pra que o narcisismo primário se torne secundário. Na medida que existe um outro se relacionando com esse ser, vai começar a ver um outro nível de investimento, e o que era antes só uma libido auto voltada passa a ser uma libido investida no outro tbm e que na ausência desse outro essa libido retorta (retorno da libido que foi investida no objeto) - narcisismo secundário (outro nível de narcisismo). Nesse momento, se acontecesse uma encrenca muito grande (ex.: se no inicio da vida, o bebe vive muita privação emocional, não havendo investimento libidinal nele, no sentido de investimento amoroso necessário, não só estar presente, isso então pode ter desdobramentos, como a impossibilidade de investir no outro e nela mesma), fica tão insuportável a ausência do objeto, que vai ter os recolhimentos nesse narcisismo secundário, e fica mais difícil fazer novos investimentos. Ex: pessoa namora, viveu muita coisa com a pessoa,e a relação acaba, hora que acaba a primeira coisa que fala "eu não quero mais saber de ninguém, quero cuidar de mim etc" isso é o retorno da libido (investiu, teve ausência do objeto, desinvestiu e faz um retorno), se esse processo de separação for muito doloroso, insuportável, o movimento vai ser de ficar apenas no auto investimento, e não tem uma volta pra investir em outros objetos. Se fica insuportável sentir a falta, volta nesse ensimesmamento e fica nele, buscando satisfação ele com ele mesmo, mas por não suportar a falta e ausência do outro. É ai que Freud vai trazer que vai haver diferença entre sair de uma situação

é tão grande que ele fica aprisionado nessas condição, de ser algo muito além do que ele é. Não consegue valorizar quem ele é. A sociedade de hoje estimula isso o tempo todo, nunca o que a pessoa faz é o suficiente. A auto estima tem haver com o investimento em si mesmo e a valorização de quem se é, quando está muito presa no ideal de ego, e que também tem a ver com o amor condicional (vou ser amada se eu ser de tal forma), tudo isso tem a ver com o narcisismo, e não só ser amado pelo outro e também por si mesmo. O superego é constituído per esses aspectos das leis e das normas, certo e errado, que são apresentados por essa figuras que são importantes na vida da criança. A atenção com o outro, que ele sinta que ali tem um contato genuíno e verdadeiro, é importante pro lado narcísico do paciente, que precisa de investimento e troca, movimento. Ser uma presença viva! É fundamental trabalhar muito com a questão da ausência e da presença. Manifestação do narcisismo nas doenças orgânicas e na hipocondria: Hora que estou me libidinizando, essa libido não estará sendo investida no outro, apenas em mim. Foi observando que na doença física, quando a pessoa está muito adoecida vê-se a pessoa amoada, quieta, sem ânimo para nada, sem pulsão de vida, pois essa libido está auto investida naquela condição da doença, por isso não consegue investir em outras coisas naquele momento. No sono, a pessoa se desliga da realidade e dorme (movimento narcísico), desinveste na realidade e se recolhe a ela mesma Na hipocondria também, a pessoa está enredada numa situação que se sente adoecida (sensação) embora fisicamente não esteja, e todo investimento libidinal vai nisso, no corpo (a pessoa sente mas não tem um correspondente orgânico), a pessoa hipocondríaca sabe tudo a respeito das doenças. Ela tem a sensação que está adoecida mas não tem a possibilidade de dar um significado para o que ela está vivendo. Ela percebe que tem algo se passando com ela, ela traduz que está doente fisicamente, mas esse significado não da conta no que ela está vivendo pois não é isso. Como ajudamos ela a sofrer do problema certo? Ajudar a entender o que está se passando ali. Muito difícil uma pessoa que tem funcionamento narcísico fazer análise pois não teria esse investimento libidinal no analista, não havendo relação transferencial (forma como a gente se relaciona, e vamos com o analista também se relacionar daquela maneira). Depois, viu-se que era sim possível fazer um trabalho com pessoa que originalmente poderia ser considerada pessoas que fazem pouco investimento libidinal, a transferência que o narcisista faz com o analista, é dele se sentir inútil, desnecessária, sem importância naquela relação, e muitas vezes se sentir usada. Quando estamos trabalhando numa situação onde prevalece um funcionamento mais narcísico, precisamos ficar atento pois a probabilidade do terapeuta começar a ficar com raiva do paciente é muito grande, pois vai se sentir desqualificado, que nada do que ele fala pro paciente presta, se sente inferiorizado, desprezível, um nada, mas que

tem a ver com essa forma de funcionamento, pois se não pode ficar com raiva mesmo do paciente, e começa sem perceber ser mais cruel e agressiva com o paciente. Texto: Por quem teria Narciso, verdadeiramente, se apaixonado? - Plínio Pai e mãe de narciso são divindades da água, ou seja, narciso é fruto das águas Quando narciso de debruça no rio, ele vê a água, e vê a imagem dele refletida. “por que me desprezas bela criatura?” Ele não sabe que o que ele vê é ele. Narciso não é apaixonado por ele, é apaixonado pelo o que ele vê nas águas, por uma origem, de onde ele vem. Esse é um dos equívocos que achar que o narcisista é apaixonado por ele mesmo, que só gosta dele mesmo, na verdade a pessoa narcísica não gosta dela mesma, ela não sabe nem quem é ela, nem o que é ela. O funcionamento narcísico é um funcionamento onde não houve a possibilidade da discriminação e da diferenciação, pois o que o Narciso faz é se fusionar ao rio, a água, a sua origem, a sua mãe e pai, ele não conseguiu ir além. O funcionamento narcísico é de confusão, de fusionar, de estar fundido no outro, por isso quando a pessoa percebe que o outro é diferente ela entra em desespero, pois ela funciona por fusionamento, ela precisa do eco, qualquer diferença é sentida como alguém que está querendo aprisionar (no fusionamento ela é engolida naquela relação, aprisionada). A pessoa com funcionamento narcísico tem medo de intimidade e relacionamento profundo, duradouro, pois o medo é que não seja um relacionamento e sim um fusionamento, em que vai estar submetido ao outro. TODOS NÓS TEMOS FUNCIONAMENTO NARCÍSICO, uns são mais proeminentes e outros são menos, por isso não é certo falar ELE É NARCISISTA. KLEIN: Funcionamento esquizoparanóide é a primeira forma de funcionamento mental, ela por si é uma forma de funcionamento narcísico, o fenômeno da identificação projetiva é um fenômeno narcísico, pois a pessoa não enxerga o outro, ela enxerga aquilo que ela acha do outro (isso é narcisismo). Para Klein o narcisismo seria uma identificação com o objeto idealizado e uma defesa contra a inveja, se eu me identifico com o objeto idealizado e eu me sinto superior a todos eu vejo o outro como inferior, isso acalma meu conteúdo invejoso. Separação na infância: Lamento pelo o que não foi vivido, começa a barganhar (quem sabe se for de novo não melhora), se o q for vivido foi um vinculo mais consistente, de mais efetividade, esse processo vai ser doloroso mas tem mais possibilidade de comportar a dor da separação. Se o que foi vivido foi muito artificial, não houve muito investimento, o processo de separação é muito mais doloroso, e nesse processo pra negar a separação o bebê vai pra alucinação, se eu não tenho mais o seio eu vou ser o seio, e então eu auto me basto, fica insuportável sentir a dor da ausência se vive a condição de buscar se auto sustentar, voltar pra essa situação original autoerótica. Por que é doído a dor da separação? Pois somos os seres