













Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Sendo assim, se concluiu que a música é um instrumento desencadeador de aprendizagem, tornando mais lúdico e prazeroso o desenvolvimento infantil. Palavras- ...
Tipologia: Resumos
1 / 21
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Lucilene Fagundes Chiocheta^1 Marcos Adelmo dos Reis^2
RESUMO: Este artigo objetiva trazer a importância da música na vida das crianças da educação infantil. A musicalização é um processo de construção do conhecimento que desperta nas crianças o prazer pelas diversas áreas do conhecimento através da música, contribuindo a mesma na organização da memória, da percepção e do pensamento das crianças, sendo também um instrumento facilitador do processo de ensino aprendizagem sendo uma linguagem muito importante, pois é um meio de expressar sentimentos e ideias. A relação da criança com a música torna as aulas mais atraentes e estimulantes, despertando a criatividade e a imaginação, pois música é uma arte de preencher uma determinada quantidade de tempo com sons organizados de forma a “raptar” a atenção de quem escute. A pesquisa foi realizada na Escola Isolada Colônia Laranjeira que se localiza no interior de Vargem, SC e Centro de Educação Infantil Chapeuzinho Vermelho que se localiza no centro de Vargem SC, onde foi abordado um questionário para os professores preencherem. Os resultados encontrados durante a pesquisa foram que a música é uma ferramenta pedagógica que contribui significativamente na construção do conhecimento das crianças. Sendo assim, se concluiu que a música é um instrumento desencadeador de aprendizagem, tornando mais lúdico e prazeroso o desenvolvimento infantil.
Palavras-chave: Crianças. Musicalização. Aprendizagem.
ABSTRACT: This article aims to bring the importance of music in the lives of children in early childhood education. The music education is a process of knowledge construction that awakens the children enjoy the various areas of knowledge through music, contributing the same in the organization of memory, perception and thinking of children and is also a facilitator of learning teaching process being a very important language because it is a way of expressing feelings and ideas. The child's relationship with music makes it the most attractive and exciting classes, awakening creativity and imagination, because music is an art to fill a certain amount of time with organized sounds in order to "kidnap" the attention of those who listen. The research was conducted at the School Isolated Cologne Orange which is located within Vargem, SC and Early Childhood Center Little Red Riding Hood which is located in the center of Vargem SC, where he addressed a questionnaire for teachers to fill. The results during the research were that music is an educational tool that contributes significantly in building the knowledge of children. Therefore, it was concluded that music is a trigger tool for learning, making child development more fun and pleasurable.
Keywords : Children. Musicalization. Learning.
(^1) PósGraduanda do Curso de PósGraduação LatuSensu emAtividadeFísica e Saúde (^2) MestreemCineantropometria e DesempenhoHumano – Professor do Curso de PósGraduação LatuSensu emAtividadeFísica e Saúde.
A música está presente em todas as culturas e pode ser utilizada como fator determinante nos desenvolvimentos motor, linguístico e afetivo de todos os indivíduos (MARTINS, 2004). A música faz sonhar, ter alegrias, tristezas, dançar, enfim, de uma forma ou de outra faz expressas sentimentos, pois aprender sobre música significa integrar experiências que a envolvam a vivencia, a percepção e a reflexão. Está presente em todas as manifestações sociais e pessoais do ser humano desde os tempos mais remotos. Antes mesmo da descoberta do fogo, o homem já se comunicava através de gestos e sons rítmicos. Da China ao Egito, passando pela Índia e a Mesopotâmia, os povos atribuem poderes mágicos à música, sendo que essa linguagem musical antecede até mesmo a fala (BRÉSCIA, 2003). De acordo com a Bréscia (2003, p.25), “a música é uma linguagem universal, estando presente em todos os povos, independentemente do tempo e do espaço em que se localizam”. Portanto, a música é um elemento sempre presente na cultura humana. A música contribui para formação de seres humanos sensíveis, criativos e reflexivos e proporciona o conhecimento e a reflexão sobre a ligação entre a fantasia e a realidade. É preciso preocupar-se em relação à formação das crianças, não apenas com o ensino dos conhecimentos sistematizados, mas também com o ensino de expressões, movimentos corporais e percepção (SILVA, 2010). É necessário contemplar e analisar que tipo de contribuição pode ocorrer com o trabalho de musicalização para as crianças, podendo a mesma proporcionar e influenciara formação do desenvolvimento futuro desses seres humanos (MARTINS, 2004). A musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação (BRÉSCIA, 2003).
Quando era menino, vivíamos perto de uma área alagada. Todo povo vinha pegar água com potes de plástico, vasilhas de estanho e cobre e tudo fazia som. Para mim, era música. As rãs cantavam, as mulheres esfregavam as roupas, os vaqueiros chamavam o gado. Era minha música.
Também o homem primitivo além de criar instrumentos musicais de ossos de animais ou de caules de vegetais para emitir som, tinha uma percepção auditiva aguçada em relação aos sons que o rodeava, pois esta percepção era imprescindível para sua sobrevivência. Isso porque, durante a caça, ele precisava dessa percepção auditiva para identificar os sons dos animais quando estavam se aproximando, se eram grandes ou não, a que distância estavam. Os sons do vento, da chuva, do dia e da noite, os sons que criava com a própria voz para chamar os animais selvagens que desejava caçar, dentre outras situações em que o homem se apropriava dos sons da natureza como meio de comunicação e sobrevivência (COELHO, 2006). Em 1942 foi criado o Conservatório Nacional de Canto Orfeônico para formação de professores em nível de segundo grau, responsáveis pelo ensino de Música nas escolas. Em 1960 surgiram os primeiros cursos de formação musical em nível superior. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de 1961, o ensino de música transformou o Canto Orfeônico em Educação Musical. Na LDB de 1961 a Educação Musical passou a ter um enfoque diferente: a música deveria ser sentida, tocada, dançada, além de cantada. Sugeria-se a utilização de jogos, instrumentos de percussão, rodas e brincadeiras, com a finalidade de promover e desenvolvimento auditivo e rítmico, além da expressão corporal e a socialização das crianças, que deveriam ser estimuladas a experimentar, improvisar e criar (PCN, 1997, p.26). Já em 1971, com a LDB 5.692, a Música foi incorporada a Educação Artística, extinguindo-se a disciplina Educação Musical. Esta lei aproximou as áreas de Artes Visuais, Cênicas e Música configurando um espaço pedagógico para o ensino de Arte. Essa medida resultou no quase desaparecimento das atividades musicais na escola, devido à formação precária do educador que não dispunha de um amplo conhecimento dessa linguagem (PCN, 1997, p.28). A partir dos anos 80 constitui-se o movimento Arte-Educação com finalidade de conscientizar e organizar os profissionais de Arte, tanto da educação formal como da informal. Isso permitiu que se ampliassem as discussões sobre a valorização e o
aprimoramento do professor, que reconhecia o seu isolamento dentro da escola e a insuficiência de conhecimentos e competência na área, com o intuito de rever e propor novos andamentos a ação educativa (PCN, 1997, p.30). No período Pombalino, com a expulsão dos jesuítas, o Marquês de Pombal ao tentar estruturar o reino com o absolutismo, propõe outra forma de organização de ensino, afetando principalmente o ensino de Música. “Com isso, inicia-se o gradativo processo de desligamento da prática musical na escola regular, passando isto a acontecer nos conservatórios e academias, visando mais o aprendizado técnico da música” (PINTO, 1998, p.14).Assim, desde a saída dos jesuítas no séc. XIII até o início do século XX pouco foi feito em relação ao ensino de Música em nossas escolas. O histórico do ensino de Arte no Brasil incluso nos Parâmetros Curriculares Nacionais confirma essa lentidão. Na primeira metade do século XX, as disciplinas Desenho, trabalhos Manuais, Música e Canto Orfeônico faziam parte dos programas das escolas primárias e secundárias, concentrando o conhecimento na transmissão de padrões e modelos das culturas predominantes (PCN, 1997, p.25). Em 18/08/08 foi sancionada a Lei n. 11.769, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, que estabelece como obrigatório o ensino do conteúdo da música nas escolas de educação básica, representando assim, uma grande conquista para a educação musical no Brasil (BRASIL, 2008).
Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Art. 1 O art. 26 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte; (...) 6: A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo do componente curricular de que trata o 2º deste artigo. Com a alteração da LDB, a música passa a ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo. Ou seja, o planejamento pedagógico deve contemplar as demais áreas artísticas. O que deve ficar claro, que aprender conteúdos de música é lei, portanto, um direito do aluno.
O ensino da música torna-se imprescindível considerarmos que a linguagem musical, assim como as outras linguagens artísticas, sempre esteve associada ás tradições e as culturas de cada época. Nesse sentido, se interessados que os nossos alunos aprendam Arte, aprendam Música, fazendo Arte, fazendo Música, precisamos apostar numa proposta de ensino que abra espaço para a diversidade, a fim de que se torne possível “(...) ao aluno a construção de hipóteses sobre o lugar de cada obra no patrimônio musical da humanidade, aprimorando sua condição de avaliar a qualidade das próprias produções e as dos outros” (PCN: arte, 1997, p.75). Através do conhecimento de diferentes manifestações da linguagem musical, pode-se levar a criança a conhecer diferentes manifestações da linguagem musical, podendo levar os mesmos a conhecer diferentes culturas e a perceber que a sua cultura não é a única. Para Snyders (1997, p.104) nestes casos, a educação musical tem feito parte efetiva do currículo da escola, resta saber se o seu desenvolvimento tem permitido aos alunos uma experiência musical sistematizada, que possa gerar uma oportunidade para se ouvir diversas músicas e descobrir as suas possibilidades expressivas. A música não pinta o amor ou a aspiração de um dado indivíduo em dadas circunstâncias, ela pinta a própria paixão, o próprio amor, a própria aspiração. A música supera as particularidades que certamente distinguem, mas também estreitam. Transcendendo as variações acidentais, acessórias, ela faz viver uma generalidade, porém concreta, imediata; o que a generalidade do conceito ou da palavra não chega a realizar (SNYDERSS,1997, p.104). Precisa-se oferecer a todas as crianças, indistintamente, tanto da rede pública quanto da rede particular de ensino, a oportunidade de conhecer em profundidade a linguagem musical. Percorrendo a trajetória do ensino de Música nas escolas brasileiras, pode-se constatar que o ensino de Música no Brasil, com a chegada dos portugueses, esteve relacionado à catequização dos indígenas pelos padres jesuítas; orações e documentos importantes foram transformados em canções para conversão dos indígenas ao catolicismo.
Com a música os padres ensinavam a ler e a contar, utilizando jogos e brincadeiras. Os ensinamentos musicais tinham como base o canto gregoriano, usando mais tarde a modinha popular. Também era ministrado na igreja o ensino de instrumento de sopro e cordas, mas a forma preferida pelos padres era os Autos peças teatrais religiosas e morais cantadas que eram representadas pelos padres e índios em palcos improvisados dentro ou juntos a igreja (PINTO, 1998, p 13). Atualmente, observa-se que o ensino de Música dentro do contexto escolar é muito limitado, e se o objetivo é fazer Arte compondo Música, precisa-se lutar para que essa linguagem faça parte da vida escolar de nossos dos alunos. Para que a aprendizagem da música possa ser fundamental na formação de cidadãos é necessário que todos tenham a oportunidade de participar ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores, dentro e fora da sala de aula. Envolvendo pessoas de fora no enriquecimento do ensino e promovendo interação com os grupos musicais e artísticos das localidades, a escola pode contribuir para que os alunos se tornem ouvintes sensíveis, amadores talentosos ou músicos profissionais. Incentivando a participação em shows, festivais, concertos, eventos da cultura popular e outras manifestações musicais, ela pode proporcionar condições para uma apreciação rica e ampla onde o aluno aprenda a valorizar os momentos importantes em que a música se inscreve no tempo e na história (PCN, 1997, p.77).
A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ao longo da história, a música na Educação Infantil, atende a diversos objetivos, alguns dos quais alheios às questões próprias dessa linguagem, sendo muitas vezes suporte para atender vários propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos. Uma criança ao nascer, encontra-se de imediato envolvida pela paisagem sonora em que vive sua família e a comunidade a que pertence. A “paisagem sonora”- souds-cape, expressão criada pelo compositor Canadense Murray Shaffer- é este vasto ambiente musical em que estamos imersos, composto dos mais diversos elementos. Uma criança ao nascer, encontra-se de imediato envolvida pela “paisagem sonora” em que vive sua família e a comunidade a que pertence.
Ao escolher uma canção a ser trabalhada com o público infantil faz-se necessário, que a mesma seja atraente. O educador deve levar em conta certos elementos como as simplicidades das letras, que as mesmas abordam temas interessantes às crianças, por sua vez estejam relacionadas com o contexto de suas vidas. Fica válido, também frisar que o educador deve ter flexibilidade quanto à improvisação das canções, pois dependendo das necessidades que possam surgir, estas podem sofrer alterações, tanto por parte do professor quanto das próprias crianças. Faz-se necessário valorizar as canções trazidas pelas crianças, sejam elas aprendidas ou inventadas, cabendo ao professor anotá-las a fim de utilizá-las. Não é necessário acompanhar a música com instrumento como piano, o violino, o violão. O importante é a liberdade da criança para acompanhar a música que está sendo trabalhada. A criança através da brincadeira relaciona-se com o mundo que a cada dia descobre e é dessa forma que faz música. Receptiva e curiosa, ela pesquisa materiais sonoros, descobrindo instrumentos, inventando melodias e ouvindo com prazer as músicas de seu convívio social. De forma ativa e contínua, a aprendizagem musical integra prática, reflexão e conscientização, encaminhando a experiência para níveis cada vez mais elaborados.
MÚSICA: FACILITADORADO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Deve-se lembrar de que o gesto e o movimento corporal estão conectados à música, porque o som é também gesto e movimento vibratório, e o corpo traduz os diferentes sons que percebe através dos movimentos de balanço, flexão, andar, saltar, etc. Quando ouve um impulso sonoro e realiza um movimento corporal intencional, a criança está transpondo o som percebido para outra linguagem, muitas vezes a da dança. Quando se oferece música e um ambiente sonoro em diferentes situações, permitimos que bebês e crianças iniciem, intuitivamente, seu processo de musicalização. Escutando os diferentes sons de brinquedos, dos objetos, do ambiente e do próprio corpo, há observação, descoberta e reações, mesmo nos bebês (UNESCO, 2005).
Nos berçários, brincadeiras que envolvem música, canto e movimento possibilitam a percepção rítmica, mesmo porque os bebês produzem ruídos e balbucios desde recém-nascidos. Proporcione diversas situações e experiências de explorações e descobertas tanto sonoras quanto musicais para os bebês. Até por volta de um ano e meio, a criança mais nos ouve do que canta, no entanto, já demonstra suas preferências e as acompanha de alguma forma. Em um segundo momento, canta os finais das frases ou as partes preferidas e, muitas vezes, um pouco depois de nós. A partir dos três anos, a criança já entoa todo o repertório de seu meio, cantando integralmente muitas das músicas conhecidas. Assim como no desenvolvimento musical, quanto mais as crianças tiverem oportunidade de vivenciar situações em que possam se expressar pela dança, mais naturalmente usarão essa linguagem (UNESCO, 2005) Para Gainza (1988, p. 26), “a música é um elemento de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformação e o desenvolvimento”. Atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas, pés, são experiências importantes para a criança, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, sendo fatores importantes também para o processo de aquisição da leitura e da escrita (CHIARELLI; BARRETO, 2005).
CRIANÇAS, SONS E MÚSICA
O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento, pois na fase intrauterina os bebês já convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como o sangue que flui nas veias, a respiração e a movimentação dos intestinos. A voz materna também constitui material sonoro e referência afetiva para eles. Os bebês e as crianças interagem permanentemente com o ambiente sonoro que os envolve e logo com a música, já que ouvir, cantar e dançar são atividades presentes na vida de quase todos os seres humanos, ainda que de diferentes maneiras. Pode-se dizer que o processo de musicalização dos bebês e crianças começa espontaneamente, de forma intuitiva, por meio do contato com toda a variedade de sons do cotidiano, incluindo aí a presença da música. Nesse sentido, as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical
O conhecimento é constituído a partir da interação da criança com meio ambiente, e o ritmo é parte primordial do mundo que a cerca. Cabe ao educador fazer com que a criança descubra, analise e compreenda os ritmos do mundo, por meio da observação e do contato com instrumentos musicais, como o teatro, a dança, o folclore.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa e finalidade exploratória, desenvolvida em 2escolas da cidade de Vargem, SC, a qual procura investigar como a música é usada no dia-a-dia da vida escolar e sua importância na vida escolar das crianças perante seu ensino-aprendizagem. Godoy (1995, p.58),explicita algumas características principais de uma pesquisa qualitativa, o qual embasa também este trabalho: considera o ambiente como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento chave; possui caráter descritivo; o processo é o foco principal de abordagem e não o resultado ou o produto; a análise dos dados foi realizada de forma intuitiva e indutivamente pelo pesquisador; não requereu o uso de técnicas e métodos estatísticos; e, por fim, teve como preocupação maior a interpretação de fenômenos e a atribuição de resultados. As pesquisas exploratórias, segundo Gil (1999, p. 46 ) visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo. Esta pesquisa foi realizada nas escolas: Escola Isolada Colônia Laranjeira que se localiza no interior de Vargem SC e no Centro de Educação Infantil Chapeuzinho Vermelho que se localiza no centro de Vargem SC. O universo da pesquisa foi divulgar a importância da música na vida das crianças e na Educação Infantil do município de Vargem SC, contribuindo para a formação de seres humanos sensíveis, criativos e reflexivos e proporcionar o conhecimento e a reflexão sobre a ligação entre a fantasia e a realidade, que a música traz de forma alegre e prazerosa através das letras, do ritmo e do som, orientando os professores a buscarem essa questão para as escolas do município. A população do estudo foi constituída, de professores dos Centros de Educação Infantil da rede pública do município de Vargem/SC.
Os questionários aplicados aos professores das escolas da Educação Infantil do município de Vargem/SC exploraram sobre a música no cotidiano escolar. O questionário foi preparado com 07 questões dissertativas referentes às concepções teóricas da música na educação infantil e as concepções teóricas que auxiliam na prática-pedagógica dos professores no cotidiano escolar. Todos os professores pertencem ao gênero feminino, tem como grau de escolaridade a Graduação e Pós-graduação e todas com tempo de experiência superior a 2anos de magistério. As respostas dos professores serão enfatizadas a partir das tabelas a seguir expostas:
Tabela 1- Opinião sobre o que é musicalização Pesquisador Categoria de análise Prof1 Arte de se expressar/ desenvolvimento da criança. Prof2 Complemento corporal. Prof3 Movimento corporal. Fonte: Dados coletados no questionário dos professores (2014)
“A musicalização infantil desenvolve na criança os campos: físico, mental, cognitivo e emocional. A música como linguagem pode expressar ideias e sentimentos” (CARVALHO, 1997, p.34). Por tanto, a música expressa diferentes concepções e é definida como a arte de combinar sons e formar, com eles, melodia e harmonia. Auxilia também, no processo da construção de conhecimentos, despertando e desenvolvendo a imaginação, a criatividade, a afetividade, a concentração, enfim ajuda no desenvolvimento das crianças.
Tabela 2- Maneiras de como acontece à música no campo de trabalho Pesquisador Categoria de análise Prof1 Não Prof2 Projetos/Disciplina musicalização. Prof3 Não Fonte: Dados coletados no questionário dos professores (2014)
não se dá de forma natural ou espontânea, por tanto cabe ao professor conhecer as formas de trabalhá-las e potencializá-las em favor da criança.
Tabela 4- Importância e formas de trabalhar com música Pesquisador Categoria de análise Prof1 Projetos Prof2 Lúdica Prof3 De grande valia Fonte: Dados coletados no questionário dos professores (2014)
Rosa (1990, p. 22-23), também, enfatiza que em espaço escolar:
A linguagem musical deve estar presente nas atividades [...] de expressão física, através de exercícios ginásticos, rítmicos, jogos, brinquedos e roda cantadas, em que se desenvolve na criança a linguagem corporal, numa organização temporal, espacial e energética. A criança comunica-se principalmente através do corpo e, cantando, ela é ela mesma, ela é seu próprio instrumento. Através das diversas formas de se trabalhar com música se desenvolve várias habilidades, sendo que a mesma deve ser apresentada para as crianças de forma lúdica, pois o brinquedo musical entre tantos aspectos socializa e fortalece a personalidade, podendo acontecer através de brincadeiras, pois brincando a criança constrói e reconstrói. Existem diversas possibilidades de se trabalhar com a música na Educação Infantil, desde que seja direcionada e bem planejada para oferecer seus benefícios em prol do conhecimento de uma forma criativa e dinâmica.
Tabela 5- Maneira de como a música contribui no desenvolvimento da criança Pesquisador Categoria de análise Prof1 Afetivo, psicomotor e psicológico. Prof2 Movimento e socialização. Prof3 Desenvolvimento corporal. Fonte: Dados coletados no questionário dos professores (2014)
Weigel (1988, p.17) e Barreto (2000, p. 25) afirmam “que atividades com musicalização podem contribuir de maneira indelével como reforço no desenvolvimento cognitivo/ linguístico, psicomotor e sócio afetivo da criança”. Sendo assim, as diversas habilidades e as diversas áreas do conhecimento podem ser exploradas através da música, sendo considerada facilitadora no
processo educacional, contribuindo para o desenvolvimento da aprendizagem, além de ser motivadora. É uma atividade que ajuda no desenvolvimento da identidade e autonomia das crianças desenvolvendo assim sua imaginação, concentração e aguçando seus conhecimentos através da exploração e das descobertas.
Tabela 6 - Uso e maneira de usar música como recurso didático Pesquisador Categoria de análise Prof1 Usada de diversas formas e em vários momentos. Prof2 Usada de forma recreativa. Prof3 Usada de forma lúdica Fonte: Dados coletados no questionário dos professores (2014)
No dia-a-dia os professores utilizam a música como recurso didático de maneira que ajude no ensino das crianças, sendo uma das atribuições do professor utilizar a música como ferramenta pedagógica em suas aulas, pois de acordo com o Referencial Curricular Nacional (BRASIL, 1998, p. 45) a música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A música utilizada como recurso didático torna-se uma fonte pedagógica de estímulos, pois é uma ótima fonte de expressão humana e de comunicação, sendo excelente contribuidora no ensino-aprendizagem das crianças promovendo assim um melhor aprendizado.
Tabela 7- Conhecimento da Lei que determina a disciplina de música Pesquisador Categoria de análise Prof1 Não tinha conhecimento. Prof2 Já tinha visto falar. Prof3 Não sabia. Fonte: Dados coletados no questionário dos professores (2014)
Em 18 de agosto de 2008,Luiz Inácio Lula da Silva, então Presidente da República, por meio da Lei Federalnº 11. 769, decreta “que a música deverá ser conteúdo obrigatório do componente curricular da Educação Básica, tendo as escolas,públicas ou particulares três anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas” (BRASIL, 2008, p.13).
Conclui-se que a música facilita o aprendizado escolar, auxiliando no ensino- aprendizagem das mais diversas disciplinas, não sendo uma atividade inata e sim construída e integrada com as diversas áreas do conhecimento, despertando nos alunos a imaginação, a compreensão, o respeito, enfim, uma melhor convivência social.
REFERENCIAS
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília,
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental, (1998). Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília : MEC/SEF, v. 3.
BRASIL. LEI Nº 11.769 de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes eBases da Educação, para dispor sobre a Obrigatoriedade do ensino da música na educação básica.
BARRETO, Sidirley de Jesus. Psicomotricidade : educação e reeducação. 2. ed. Blumenau: Acadêmica, 2000.
BRÉSCIA, Vera Pessagno. Educação musical: bases psicológicas e ação preventiva. Campinas: Átomo, 2003.
BUDASZ, Rogério. Música e sociedade no Brasil colonial. Revista Textos do Brasil, Ministério das Relações Exteriores, v.12, p.14-21, 2006.
CARVALHO, Mônica Fontanari de. Pré-escola da música: musicalização infantil.Curitiba: Martins Fontes, 1997.
CAVALCANTI, Nireu. O Rio de Janeiro Setecentista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
CHIARELLI, L. K. M.; BARRETO, S. DE J. A importância da musicalização na educação infantil e no ensino fundamental: a música como meio de desenvolver a inteligência e a integração do ser. Revista Recre@rte. n. 3, 2005
COELHO, Raquel. Música. São Paulo: Formato, 2006.
COSTA, Marques da Música na Pré-Escola Primária. Rio de Janeiro: Olympio,
FERREIRA, T. T. Música para se ver. 2005. Monografia apresentada na disciplina de Projetos experimentais - Universidade Federal de Juiz de Fora: FACOM - Faculdade de Comunicação, 2005.
FIEST, Hildegard. Pequeno viagem pelo mundo da arte. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2003.
GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de psicopedagogia musical. 2. ed. São Paulo: Summus, 1988.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas,
GODOY, Arilda. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In: Revista de Administração de Empresas. São Paulo: v.35, n.2, p. 57-63, abril 1995.
JEANDOT, Nicole. Explorando o Universo da Música. 3. Ed. São Paulo: Scipione,
LOUREIRO, Alicia Maria Almeida. O ensino de música na escola fundamental. Campinas, SP: Papirus, 2003
MÁRSICO, Leda Osório. A criança e a música : um estudo de como se processa o Desenvolvimento musical da criança. Rio de Janeiro: Globo, 1982.
MARTINS, R. P. L. Contribuição da música no desenvolvimento das habilidades motoras e da linguagem de um bebê: um estudo de caso. 2004.
PINTO, Priscila Graner Silva. Musicalizacao Escolar: vivenciando a música erudita. Campinas, 1998.
ROSA, Nereide Schilaro Santa. Educação musical para a pré-escola. São Paulo: Ática, 1990.
ROSA, Nereide Schilaro Santa. Educação Musical para a Pré-Escola. São Paulo: Lótus, Ática, 1978.
SILVA, D. G. da. A importância da música no processo de aprendizagem da criança na educação infantil:uma análise da literatura. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010.
SNYDERS, Georges. A escola pode ensinar as alegrias da música? 3. Ed. São Paulo: Cortez, 1997.
TIBEAU, C. C. P. M. Motor Skills And Music: Relevant Aspects Of Rhythmical Activities As Content Of Physical Education. Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, v. 1, n. 2, p. 53-62. 2006.
UNESCO, BANCO MUNDIAL, FUNDAÇÃO MAURÍCIO SIROTSKY SOBRINHO. A Criança Descobrindo, Interpretando e Agindo sobre o Mundo. Brasília, 2005.
WEIGEL, Anna Maria Gonçalves. Brincando de Música: Experiências com Sons, Ritmos, Música e Movimentos na Pré-Escola. Porto Alegre: Kuarup, 1988.