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Uma reflexão sobre o campo disciplinar da museologia, analisando suas perspectivas científicas nas últimas décadas e discutindo sua estruturação no contexto brasileiro e internacional. O artigo propõe um modelo conceitual para entender a estruturação do campo científico por meio da integração entre o conhecimento prático sobre os museus e a reflexão teórica em museologia.
Tipologia: Notas de estudo
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Matéria Teoria Museológica
Categoria Artigo
Período 2º P
Status Lido
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: BRULON, B.; MAGALDI, M. Museologia: reflexões sobre o campo disciplinar. Anais do 20 Seminário Brasileiro de Museologia, v. 1, (GT1, GT7, GT11, GT12), Recife/PE, Museu do Homem do Nordeste, p. 382-408, 2015.
Compreendendo a Museologia como campo disciplinar, não mais se restringindo ao estudo das práticas profissionais no âmbito do fazer museal, o artigo apresenta as principais perspectivas sobre o caráter científico da disciplina nas últimas quatro décadas e traz reflexões sobre a ampliação do entendimento do campo museológico na contemporaneidade. Considerando o contexto brasileiro e suas relações com asideias internacionais, o texto discute a estruturação da Museologia apontando os anos 1970 como marco da discussão sobre a configuração do campo disciplinar, o que sejustifica pela criação do Comitê Internacional de Museologia – ICOFOM , principal responsável pela difusão das reflexões iniciais sobre o caráter científico dessa disciplina. Voltando o escopo da análise para a contemporaneidade, o artigo propõe um modelo conceitual para se entender a estruturação do campo científico por meio da integração entre o conhecimento prático sobre os museus e a reflexão teórica em Museologia.
Museologia compreendida como “o estudo científico de tudo o que se refere aos Museus”(BARROSO, 1946, p. 6, grifos nossos) em meados do século XX. “investigação sobre o conceito de Museu esteve [...] associada aos estudos teóricos da Museologia” (SCHEINER, 2007, p. 147-148)
Termo “museologia” sendo utilizado desde 1930 no Brasil, mas a discussão como disciplina científica começou em 80 especialmente na UNIRIO (Escola de museologia na época) através das influências do ICOFOM primeiras publicações do Comitê de Museologia do ICOM - 1978 Contexto de São Paulo (em paralelo ao RJ) Waldisa Rússio Guarnieri seria responsável pela criação do primeiro curso de pós-graduação lato sensu em Museologia de São Paulo, em 1978, levando em conta uma recomendação do ICOM, de 1965, sobre a formação complementar – em pós-graduação – específica de Museologia para profissionais de outras áreas que atuavam em museus (GUARNIERI, 2010, p. 256) vinculada à FESP - Fundação Escola da Sociologia e Política, permitindo grande interdisciplinaridade Stransky primeiro a tentar ver a museologia como ciência no contexto europeu, 1960 investigação de três pontos imprescindíveis para a constituição de uma disciplina científica: 1. uma ciência implica em se ter definido um objeto de estudo reconhecido por seus pares; 2. uma ciência deve fazer uso de alguns métodos próprios; 3. deve possuir uma terminologia específica (STRÁNSKÝ, 1980, p.44). nega o museu como objeto científico em 1965 O “museu” seria, para Stránský, “somente um instrumento para realizar certojeito particular de cognição da sociedade” (STRÁNSKÝ, 2005, p.111 apud BARAÇAL,2008, p.70), e poderia ser entendido como uma instituição histórica, passível de se transformar com o tempo. O estatuto científico: a Museologia em busca de seu
objeto de estudo
1980: Museological Working Papers (MuWoP), publicado pelo ICOFOM aborda as 2 nuances da museologia: práticas heterogêneas e disciplina teórica “Museologia, ciência ou apenas trabalho prático do Museu?” “Na minha opinião, a busca pelo carátermuseal das coisas (que eu chamo de “musealidade”) deve, então, estar no centro da intenção gnoseológica da
Ela não parte dos museus, mas produz conhecimentos específicos a partir da musealização, o que serve de base teórica A sustentação do campo disciplinar: a terminologia da
Museologia
1950 - ICOM preocupado com a definição de museologia, então cria e dissemina sua própria definição de “museu” 1970 - diversos grupos vinculados ao ICOM opinando o conceito de museologia e museu objetivo: apresentar “à comunidade internacional de estudiosos do patrimônio um conjunto depadrões e normas operacionais que tornasse possível desenvolver, para os museus ea Museologia, uma linguagem comum”. Dictionarium Museologicum Proposição de um dicionário museológico começa a ser explorada pelos 3 Comitês Comitê Internacional para Documentação (CIDOC, criado em 1950) Comitê Internacional de Formação Profissional (ICTOP, criado em 1968) Comitê Internacional de Museologia (ICOFOM, criado em 1977) inicialmente a cargo do CIDOC; em 1976 o ICTOP assume a responsabilidade de criar um GT sobre terminologia 1977 o Dictionarium Museologicum começa a ser produzido pensado como um dicionário amplo contendo os termos especializados queservissem de instrumento de trabalho para museólogos em todo o mundo e traduzido de 15 a 20 línguas diferentes a primeira versão, lançada em 1978, apresentou diversos problemas concluiu-se que cada língua deveria ter sua própria terminologia
Perspectivas contemporâneas da Museologia “ Segundo sintetiza Scheiner (2007), destacam-se certas contribuições que viriam a exercer enorme influência sobre os estudos teóricos da Museologia, buscando oferecer uma via de pensamento para o seu desenvolvimento como campo disciplinar. Nesse momento, alguns autores, abraçando a discussão do Museu e da Museologia diante do quadro das ciências contemporâneas, definem o Museu como fenômeno
(Stránský, 1980) e a Museologia como a ciência que tem como objeto de estudo a“musealidade” (Stránský, 1987; Schreiner, 1981).” (pg. 398)
Scheiner a principal responsável por enfatizar o caráter processual e a ligação com dinâmicas sociais diferentes
Waldisa Rússio
aproximação da Museologia com a Sociologia propõe o “laço profundo” como objeto de estudo da Museologia, denominando de fato museal ou fato museológico “fato museológico” como “a relação profunda entre o homem, o sujeito cognoscente, e o objeto” (RÚSSIO, 1981, p.56) - Segundo volume do MuWop
A metamuseologia volta a ser considerada por pensadores que buscam uma ciência reflexiva, para investigar seu próprio objeto de estudo (como Stránsky fez)
Elaboração pessoal
Aponta diferentes perspectivas da museologia como disciplina científica e o campo disciplinar, como a de Schreiner, Rússio, autoras que estão mais “próximas” da museologia brasileira do que outros nomes conhecidos e tão importantes quanto, mas que tem outro olhar. A leitura eu não consideraria leve, mas também não é densa. Não é o tipo de texto que você lê de forma apressada, senão corre o risco de não entender nada quando, na verdade, há muito conteúdo e referências boas. Gosto da forma que ele promove a reflexão no leitor ao apresentar essas diferenças e semelhanças entre os pensamentos.