Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

MULTIPLICIDADE EM SALA DE AULA: Desafio docente no novo tempo, Notas de aula de Fisioterapia

Ao fazer uso deste estudo conceda os devidos créditos ao seu autor. TCC para obtenção do título de Especialista em Docência Superior. A figura do professor passa por uma tensão e certo mal estar sobre tudo nas ultimas décadas. O mal estar que nós referimos está associado as suas ações que são cada vez mais complexas. Inferindo um aparato de qualidades que vão além do esperado. Esse estudo propõe uma análise da figura do professor e seu esforço para acompanhar a transformação do mundo da socieda

Tipologia: Notas de aula

2017

Compartilhado em 08/05/2017

Reginaldo85
Reginaldo85 🇧🇷

4.5

(72)

219 documentos

1 / 73

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
1
________________________________________________
Curso de Pós-Graduação em
Docência no Ensino Superior
Marineusa Montenegro Rodrigues
MULTIPLICIDADE EM SALA DE AULA:
Desafio docente no novo tempo
Monografia apresentada à
AVM Faculdade Integrada
como exigência parcial à obtenção
do título de Especialista em Docência no Ensino Superior
Sob a orientação
da Professora Ms. Aline Sampaio de Oliveira
Cidade São Gabriel da Cachoeira/AM
2015
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49

Pré-visualização parcial do texto

Baixe MULTIPLICIDADE EM SALA DE AULA: Desafio docente no novo tempo e outras Notas de aula em PDF para Fisioterapia, somente na Docsity!

________________________________________________

Curso de Pós-Graduação em

Docência no Ensino Superior

Marineusa Montenegro Rodrigues

MULTIPLICIDADE EM SALA DE AULA:

Desafio docente no novo tempo

Monografia apresentada à

AVM Faculdade Integrada

como exigência parcial à obtenção

do título de Especialista em Docência no Ensino Superior

Sob a orientação

da Professora Ms. Aline Sampaio de Oliveira

Cidade – São Gabriel da Cachoeira/AM

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por conceder-me a dádiva da vida com experiências tão

ricas e ao esposo e filhas pelos momentos de alegria.

ABSTRACT

This paper presents a literature review with the qualitative method of the procedure (Lüdke and André, 1986) on Multiculturalism, reflecting on its implications in the classroom. The overall objective of the study is to analyze the strategies in higher education learning in order to contribute with professionals in their educational actions taking place more broadly the collective knowledge of different humans. In this work the theme reminds us of theoretical conceptions of multiculturalism, perception about the different and the educational praxis in university education over time. The trajectory of professional education in higher education, given the complex task assigned to it at present, urged the teacher to move in different directions in order to promote the overcoming of obstacles regarding the learning process nowadays. With so many considerations and overruns remains to this professional to lean on dedication. By analyzing the strategies in higher education learning will constitute different ways that enable coping with various situations by that professional.

Key words: multiculturalism; classroom;teacher;educational practices.

SUMÁRIO

  • 1 CAPÍTULOREFERENCIAL LITERÁRIO .................................................................... INTRODUÇÃO
  • 1.1 MULTIPLICIDADE CULTURAL E TEORIA CONCEITUAL.......................................
  • 1.2 PERCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO E ESCOLA....................................................................
  • 1.3 EDUCAÇÃO SUPERIOR: resgate histórico......................................................................
  • 1.4 O ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO: reflexão..............................................................
  • 1.5 DIVERSIDADE NA ÓTICA DOCENTE..........................................................................
  • 2 CAPÍTULOFORMAÇÃO DO PROFESSOR DO ENSINO SUPERIOR ..................
  • 2.1 EDUCAÇÃO E SOCIEDADE...........................................................................................
  • 2.2 CONCEPÇÃO DA FORMAÇÃO DOCENTE..................................................................
  • 2.3 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DOCENTE...........................................................
  • 2.4 RELAÇÃO DOCENTE-DISCENTE.................................................................................
  • 2.4.1 O aluno e professor como pessoa ...............................................................................
  • 2.4.2 Aspectos da interação professor-aluno .....................................................................
  • 2.4.3 Relações interpessoais na sala de aula ......................................................................
  • 2.5 A MOTIVAÇÃO AO CONHECIMENTO.......................................................................
  • 2.5.1 Motivadores na aprendizagem adulta ......................................................................
  • 2.5.2 Metodologia para a motivação no processo de aprendizagem adulta ...................
  • 2.6 MODELO DE ENSINO ADULTO...................................................................................
  • 2.6.1 Pedagogia ou Andragogia ..........................................................................................
  • 2.6.2 O papel do professor no processo de aprendizagem adulto ...................................
  • 3 CAPÍTULO CONSIDERAÇÕESFINAIS ...................................................................

Apesar de a sala de aula serum berço de riquezas e fonte inesgotável as ações docentes ao mesmo tempo torna-se um espaço propulsor a desafios para envolver a todos, motivare evitar linguagens, metodologia e conteúdo que se tornem inatingíveis ou desinteressantes, visto que, no ensino universitário os alunos têm relações diferentes com o saber, interesses variados, ritmos, estratégias e estilos próprios centrados na vida, motivados ao saber à medida que experimentam suas necessidades atendidas.

A partir dessas constatações para ser relevante estudarmoscomo se caracteriza o desafio docente no novo tempo de forma a contribuir com as ações educativas, onde os envolvidos possam sentir-se mais preparados no processo de desenvolvimentos educativos dos indivíduos.

JUSTIFICATIVA

A justificativa na pesquisa em educação pode ser iniciada levando em considerações algumas funções como as sociais ou pedagógicas na nossa sociedade, tendo em vista tornar explicito os objetivos que almejamos alcançar no trabalho, dando razão a Libâneo (1994). Neste pode ser descrito um comportamento ou alguns conteúdos básicos de forma breve indicando para que vá servir o que se vai iniciar. São definidos os objetivos que podem denotar uma relevância, social, política, profissional ou cultural. Enfim, este primeiro passo é importante, pois facilitará os passos seguintes na elaboração de uma pesquisa. A educação no Brasil vem passando por mudanças onde o desafio docente no novo tempo é fazer com que o ensino acompanhe a linguagem atual sem perder a sua essência e ao mesmo tempo possibilitar a cultura chegar a todos de forma dinâmica e interativa.

A multiplicidade, pluralidade ou diversidade cultural são termos que pouco a pouco adquiriram novos espaços, visto que emergi em momentos de conflitos entre cultura, fatores sociais e econômicos. O fato de ser um elemento que sempre se fez presente no âmbito escolar, não remete menos interesse, visto que passeia em momentos de tensão nesse espaço. Defendendo este ponto, ainda cabe lembrar que o Brasil é um país que vivencia tal especificidade e complexibilidade em seu panorama apresentando diversas culturas amalgamadas sem a intervenção do Estado.

É importante que o professor desse novo século tenha em mente que precisa construir habilidades reinventar-se, criar formas que o possibilite nortear sua trajetória de forma mais flexível, inibindo o desinteresse discente, fomentando a sua participação, seduzindo-o à conquista do saber, aquisição acadêmica, e que as contradições, os conflitos e problemas de outra ordem não interfiram no processo de aprendizagem, mas sim estimuladas e analisadas.

Essa dinâmica de conhecimentos implica ao professor, direcionar para o domínio de outros campos que possibilite compreender os caminhos do conhecimento dos seus alunos, principalmente o público adulto, concebendo o objetivo docente que é promover a aprendizagem do indivíduo.

Nesse contexto pude evidenciar em alguns momentos da minha trajetória acadêmica o esforço e desafio por parte dos professores em conferir saberes de forma que atendessem a demanda e expectativas dos alunos. Entretanto, nos últimos tempos tenho observado que tal experiência tem levado professores a constantes momentos de reflexão e questionamentos acerca de suas ações dentro de sala de aula, almejando uma relação coerente entre conteúdo didático e valores que movesse o interesse discente ao conhecimento. Esse movimento levou-me a inferir um tipo de efeito cascata, onde a sociedade, educação e sala de aula estariam mudando. E essa percepção convergiu à questão do quê estaria acontecendo? Qual conhecimento vale mais? Qual direção um professor poderia se voltar?Outra razão é o fato de perceber que a nossa educação não acontece mais apenas pelo acúmulo de conhecimento e sim pelo fato de que a sala de aula torna-se um ambiente privilegiado por meio da diversidade que nela existe e da sua integração.

A partir dessas considerações, analisaremos as estratégias de aprendizagem do ensino superior vislumbrando auxiliar os profissionais da educação na sua prática educativa e compreender melhor o saber coletivo dos diferentes seres humanos.

OBJETIVOS DA PESQUISA

Os objetivos são tópicos que sucedem à justificativa. Após a explicitação da relevância do estudo os objetivos serão fixados, afim de, direcionar o trabalho do pesquisador (LIBÂNEO, 1994).

Sendo assim, o objetivo geral deste trabalho é analisar estratégias docentes no ensino superior. Tal objetivo desdobrar-se á nos objetivos específicos que devem ser necessariamente desenvolvidos para alcançar o objetivo geral (CORDEIRO, 2001).

enxergado de várias formas entre as pessoas. Tal comportamento se deve pelo fato de aspectos pessoais como, por exemplo, tipo de formação, grupo social, predileções e principalmente a bagagem cultural envolvida.

A análise documental compreende o estudo minucioso de qualquer material escrito que pode ser usado como fonte de informação como trata Lüdke e André (1986) dando razão à (PHILIPS, 1974). A análise documental também se apresenta bastante positiva na questão do tempo, quando outro método pode tornar o acesso aos dados um fator problemático, dificultando a investigação. O material coletado será analisado e organizado em capítulos. Assim, essa pesquisa usarápara coleta de dados a análise documental de algumas correntes dentre as mais renomadas na temática (ANTUNES CELSO, 2003; BORDENAVE e PEREIRA, 2002; CORTELLA, 2002; GADOTTI, 2001; MCLAREN, 2000; SGUISSARDI, 2000; TAPIA e FITA, 2003; TOSI RAINELDES,

  1. dentre outros. Por entender que outra técnica poderia significar uma demanda de tempo maior o que seria inviável. O processo de análise das informações tomou como foco especial do pesquisador o “significado” que é dado às coisas e a vida.

Essa monografia será estruturada em três capítulos.No primeiro capítulo será apresentada uma síntese das principais correntes que aborda a temática do multiculturalismo e teoria conceituala luz do termo, as percepções de educação e escola, educação superior num regate histórico, o ensino superior brasileiro numa reflexão, diversidade na ótica docente. O segundo capítulo aborda a formação docente no ensino superior, delineando a educação e sociedade, concepções da formação docente, as competências e habilidades docentes.Relação docente-discente delineando o aluno e professor como pessoa, aspectos da interação entre professor e aluno, relações interpessoais em sala de aula. Motivações aos saberes adultos que abordará os motivadores da aprendizagem discente, metodologia para motivação no processo de aprendizagem. Modelo de ensino adulto analisando a Pedagogia e a Andragogia, e o papel do professor no processo de aprendizagem adulto e o terceiro e ultimo capítulo que compreende a conclusão da pesquisa.

1 CAPÍTULO REFERENCIAL LITERÁRIO

1.1 MULTIPLICIDADE CULTURAL E TEORIA CONCEITUAL

Entendendo que a nossa educação não acontece mais apenas pelo acúmulo de conhecimento e sim pelo fato de que a sala de aula torna-se um ambiente privilegiado por meio da diversidade que nela existe e da sua integração, o presente estudo objetiva explicitar a fundamentação teórica na revisão das literaturas (MCLAREN, 2000; SGUISSARDI, 2000; BORDENAVE e PEREIRA, 2002; TAPIA e FITA, 2003; GADOTTI, 2001) dentre outros. O multiculturalismo manifestou-se por volta do século XX, seu objetivo era abordar de forma contraria questões de intolerância e tratamentos preconceituosos no ambiente escolar, articulava-se também como movimento em defesa dos menos favorecidos e igualdade de direitos civis.

Na atualidade, o tema emergiu num contexto político, socioeconômico e choques entre culturas. Entretanto, alcançar um conceito teórico com clareza num mundo globalizado não é tarefa fácil. Sua presença é marcada por diferentes complementos como identidade, gênero, raça, crença, folclore, culinária, linguagem, etnia, valores morais, éticos, saberes dentre outros reunidos num mesmo espaço e sistemática interação. Na sociedade pós-moderna a multiplicidade ou pluralidade cultural são termos que denotam um contorna acerca das diferenças entre cultura. Analisando a espécie humana, notamos que apesar de ser idêntica em termos de estrutura biológica, constitui um modo de vida particularmente diferenciada entre si com hábitos, costumes, valores e experiências para cada grupo. É evidenciado também, que o contato entre os sujeitos propicia um acúmulo de experiências humanas que de alguma forma enriquece a vivência ao mostrar diferentes modos de conviver socialmente e dar existência ao futuro. Tal dinâmica aponta como principal característica da multiplicidade cultural a combinação de elementos de diversas culturas em uma nova e diferente expressão cultural. Ao lidar com o que não é simples, único e distinto o multiculturalismo contempla a identidade plural como base formadora de sociedades ou organizações, considerando a diversidade de gêneros, religião, cultura, linguagem, etnia, saberes e outros para propor uma sociedade múltipla, ou seja, a multiplicidade cultural é um fenômeno que estabelece a existência simultânea de várias culturas em um mesmo

A globalização das comunicações e constantes migrações também são alguns dos aspectos que delinearam o percurso da transformação do âmbito escolar. Tal aspecto possibilita e estabelece um deslocamento imaginário de fronteiras, permitindo que aconteça no espaço escolar o contato de sujeitos desiguais e culturas diferentes. Sendo assim, apesar de a escola ser um espaço culturalmente diversificado, ainda que seja as “dessemelhanças” um elemento sempre presente, não implica menos interesse. Para a percepção de educação é fundamental a ótica do ambiente no qual a escola inicialmente foi inserida. Este estabelecimento despontou em meados do século XVIII na Inglaterra constituindo o seu todo na história da Revolução Industrial, visava reduzir o tempo e aumentar os lucros. Configurou um modelo de ensino hierarquizado em séries, desconsiderando a individualidade e diferenças no que tange estilos, interesses e estratégias de saberes. Nota-se até então, que, a educação é apenas figurada como algo incipiente, mero transmissor de conhecimento sem confronto com novas situações. Na atualidade, podemos conceber como educação, o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano. Ato ou efeito do qual não se pode escapar visto que, mostra-se presente no cotidiano quer seja em casa, rua, escola ou outro. Para finalidade de saber, para saber fazer, saber ensinar, para aprender a ser, aprender a conviver, mesclando vida, experiências e educação (BRANDÃO, 1981).

Segundo o inciso III do artigo 10 da Constituição Federal (1988), a educação é retratada como privilégio e alternativa para formação da dignidade da pessoa humana. Ainda outro texto jurídico que trata das Diretrizes e Bases da Educação Brasileira onde a afirma que, a educação é direito de todos e dever do Estado e da família, sendo promovida e incentivada com colaboração da sociedade, visando o desenvolvimento pleno do sujeito, bem como o preparo ao exercício da cidadania e capacitação para o mercado de trabalho (Lei n^0 9.394/1996).

Para Cortella (2003) a educação é concebida com duas categorias centrais: educação vivencial e espontânea, baseada no vivendo e aprendendo e a educação intencional ou propositada discutida e organizada em locais predeterminados e com instrumentos próprios. Sendo este efeito, atualmente reproduzido na sua maioria na figura da escola e de outros veículos como televisão, rádio e demais meios de mídia. Ainda no que esta à vista, Delors (2001) menciona que, educação não pode ser

reduzida ao acúmulo de conhecimento para desenvolvimento [...] Afirma, ”é antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer [...]”. Segundo estudos de Cortella (2003, p.131) no que diz respeito à relação social da escola, ela é retratada como uma espécie de otimismo ingênuo. Atribuindo a escola a missão de salvação da humanidade. Nessa ótica, a compreensão de educação é dada como a uma alavanca do desenvolvimento e progresso da sociedade. Na perspectiva de Paro (2007), a função social da escola pode ser iniciada através do ambiente escolar. Sendo este um dos indicadores da qualidade da escola, tal ambiente não deve ser simplificado a um espaço com fins de mera transmissão de informação e sim como propagadora de educação e cultura. Diante dessa visão, a educação é concebida como processo de adequação cultural. Composta por um conjunto de valores, crenças conhecimentos, filosofias, histórias, tudo que é originado pelo ser humano. O exposto conduz supor que, os conhecimentos adquiridos necessitam atribuir um significado a vida, afim de, promover motivação aos saberes seja qual for o espaço da sua prática. Ainda partindo desse princípio, se a escola materializa o impacto da multiplicidade cultural, convêm a ela, acolher histórias, experiências, culturas, filosofias e outros saberes além do conteúdo formal, contextualizando o diferente como riqueza a ser agregada, motivando o querer saber. Entretanto, na educação atual observa-se uma dicotomia entre o aprendizado construído fora do âmbito escolar e conteúdos interpelados em sala de aula. Diante disso, se nos apoiarmos em Freire (1996, p.35) e Gonzáles, Torrez (2002), poderemos verificar que, educar exige riscos, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação, concebendo atenção adequada as diferentes motivações, interesses, estilos de aprendizagem, necessidades e circunstância sociocultural. No que concerne à figuração da escola na diversidade (GONZÁLES 2002, p. 199) afirma: “[...] a escola nasce e se desenvolve com base em necessidades educativas. A configuração da escola como realidade educativa implica, além disso, relacioná-la a outras realidades, como família e meio sociocultural”.

Analisando os conceitos de educação por Brandão (1981), Gonzáles, Torrez (2002), Delors (2001) e Cortella (2002), pode-se averiguar a configuração da existência de uma educação de um ponto marcada como inevitável, neutra,

problemas e ênfase no processo de ensino-aprendizagem. Apoiando-se nos autores citados podemos evidenciar uma relação entre diferentes elementos com a finalidade de se adquirir, transmitir e produzir saberes. Ainda no exposto acerca da concepção da educação e escola, podemos analisar uma variedade de significados dados, porém todos conferem uma preparação do indivíduo, um crescimento reflexivo, crítico e descobrimento, quer seja de si mesmo ou do outro. Através dessa ótica, podemos averiguar a perspectiva de multiplicidade cultural por Hall (2003), McLaren (2000), Nenevé (2009) e outros no contexto educação e escola no mundo atual, verificando mudanças nesse espaço e do ato. Mais uma vez, incorre a uma necessidade de momentos de reflexão, devido ao panorama, visto que ainda não se alcançou à totalidade do seu entendimento para aquisição de um desenvolvimento pleno do sujeito. É nesse contexto de mudanças que Mantoan (2003, p.16) afirma, “as diferenças culturais, sociais, étnicas, religiosas, de gênero, enfim, a diversidade humana está sendo cada vez mais desvelada e destacada e é condição imprescindível para entender como aprendemos e como compreendemos o mundo e a nós mesmos”. Embora, as questões de multiplicidade ou pluralidade e diversidade cultural sejam complexas, é relevante termos em mente as condições de sua teoria visto que, percebemos tal comportamento no espaço escolar e pelo fato de a nova educação não visar mais o acumulo de conhecimentos, mas, sim um diálogo com o saber. Sendo a diversidade compreendida como estudo afim de, expandir initerruptamente o entendimento da realidade desse mundo globalizado e trocas de ideias, podemos entender então, que faz parte integrante e fundamental da educação. Verifica-se uma imprescindível conexão entre educação e diversidade, ressaltando as diferenças sem exclusão ou distinção de linguagem, raça, cultura ou outro. Diante da apreciação, a delineação da pluralidade no contexto educação e escola verifica-se também que nenhuma teoria ou concepção seja completa o suficiente ou permita a apreensão da realidade contemporânea em toda sua complexibilidade. Evidencia-se sim que, apesar de ser reconhecida a existência da pluralidade cultural no espaço escolar, ainda existem obstáculos que impedem a sua interpretação nesse campo e que educação foi submetida a vários significados que mudaram ao longo da história e sentido dados pela sociedade.

Tais questões aliadas a uma série de reformas que ocorreram na educação nos últimos anos proporcionou uma reflexão acerca da educação superior numa vertente de resgate histórico contornando o ensino superior brasileiro.

1.3 EDUCAÇÃO SUPERIOR: resgate histórico

As primeiras informações acerca da instituição de ensino data da época de Platão, Aristóteles e Grécia antiga. Nessa época, os ensinamentos eram marcados por conhecimentos filosóficos e direcionados apenas para adultos, as crianças obtinham orientações acerca dos conhecimentos nos seus respectivos lares.

O ensino superior surgiu na Idade Média, acolhendo estudantes de várias partes do mundo. Entretanto, apenas o clérigo era privilegiado. Até então, as fundamentações institucionais eram com base filosófica de Aristóteles e Platão. Somente na metade do século XII as novas ideologias começaram a surgir e com o passar dos tempos novos conhecimentos foram agregados, surgindo concepções de educação, novos modelos como o Imperial Napoleônico, cujo foco era a preparação dos intelectuais da antiga classe dominante. Modelo Idealista Alemão, cuja base teórica foi dada pelos filósofos idealistas mais expressivos como Hegel, Fitche, Kante. Neste modelo, procurava-se a separação do jugo estatal afim de, alcançar a excelência em liberdade. O modelo Elitista Inglês, compreende a descoberta científica e filosófica, objetiva a difusão e ampliação dos saberes com foco na juventude. O modelo Utilitarista norte-americano rejeita o conceito inglês e busca novos conhecimentos. Neste modele, a instituição é apresentada como centro do progresso. No modelo Democrático-nacional-participativo, observamos um molde democrático, definindo o espaço dos saberes como livre. Nacional devido ao fato de a universidade configurar um espaço para manifestação da cultura em nível superior. Participativa por entender que na própria experiência da vida universitária se constituiria gerações capacitadas a compreender, assumir e propor mudanças fundamentais ao desenvolvimento. Já o modelo neoliberal-globalista-plurimodal, mantém sua ideologia sob a forma globalizada de produção capitalista. Neoliberal por optar pela iniciativa privada, voltando suas exigências para o mercado, organizando-se como espaço para atender os ideais da sociedade. Global por esta direcionada para o mundo; plurimodal por compreender várias facetas, Castanho (2006, p. 13 a 48) e Rossato (2005). Além destes formaram-se muitos outros chegando enfim, ao ensino superior concebido atualmente.

O texto legal da lei n^0 9.394(1996), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB confere alguns artigos que referem as instituições de educação superior, dentre eles temos:

Art. 43. A Educação Superior tem finalidade: I. Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II. Formar diplomados nas diferentes áreas do conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III. Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e à criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV. Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber por meio do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V. Suscitar desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos de cada geração; VI. Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII. Promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das pesquisas e dos benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica geradas na instituição. Cabe ainda ressaltar que em 2001, é aprovado o Plano Nacional de Educação - PNE, que se destaca por sua abrangência. O artigo 214 da Constituição determina que a lei estabelecera o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino, em seus diversos níveis, e à integração das ações do poder público que conduzam à:  Erradicação do analfabetismo;

 Universalização do atendimento escolar;  Melhoria da qualidade do ensino;  Formação para o trabalho;  Promoção humanística, científica e tecnológica do país. A mesma determinação é recuperada no parágrafo 1º do art. 87, da nova Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional, em suas Disposições Transitórias: A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta Lei, encaminhará ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Nessa perspectiva sucinta da trajetória do ensino superior no Brasil, percebemos que, as mudanças na sociedade, parte dos acontecimentos e fatos ao seu redor e do mundo, as vivencias e experiências acumuladas proporcionam transformações relevantes em sua concepção de educação e forma de adquirir conhecimentos. Podemos configurar também, que a educação superior brasileira é configurada em dois momentos até conceber o significado do modelo atual. O Primeiro momento precede a reforma universitária, é marcada por uma ideologia fundamentada no ensino e pesquisa, cujo foco, era a formação de um “ser” reflexivo capaz de compreender sua época e acontecimentos. O outro momento é a pós-reforma que adota um paradigma neoliberal. Deixando de reportar o papel de estimular a cultura e desenvolvimento da ciência e pensamentos reflexivos. Configurando um ensino superior mais profissionalizante, prevalecendo à teoria do capital humano, ou seja, a preparação de mão-de-obra para o mercado de trabalho. Analisando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no art. 43 da lei n0 9.394(1996), no sentido a que lhes compete, afirma que, o papel do ensino superior objetiva o estímulo à cultura e desenvolvimento da ciência e do pensar crítico. Em segundo plano, remete a valorização da pesquisa como caminho, afins de, adquirir o progresso tecnológico e humano. Acha visto que, a finalidade da educação superior seja tornar notório o conhecimento constituído e fomentar conhecimento como esteira para a prestação de serviços à comunidade. E, sendo a formação profissional um dos objetivos da educação superior, caberia a este estar relacionado a um pensar de qualidade.