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Reconhecer o significado dos morfemas. Introdução. Iniciamos nosso estudo de morfologia abordando conceitos dos elementos mórficos que estruturam os vocábulos.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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2º semestre
Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva
Ministério da Educação Fernando Haddad Ministro do Estado da Educação Ronaldo Mota Secretário de Educação Superior Carlos Eduardo Bielschowsky Secretário da Educação a Distância
Universidade Federal de Santa Maria Clóvis Silva Lima Reitor Felipe Martins Muller Vice-Reitor João Manoel Espina Rossés Chefe de Gabinete do Reitor André Luis Kieling Ries Pró-Reitor de Administração José Francisco Silva Dias Pró-Reitor de Assuntos Estudantis João Rodolfo Amaral Flores Pró-Reitor de Extensão Jorge Luiz da Cunha Pró-Reitor de Graduação Charles Jacques Prade Pró-Reitor de Planejamento Helio Leães Hey Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa João Pillar Pacheco de Campos Pró-Reitor de Recursos Humanos Fernando Bordin da Rocha Diretor do CPD
Coordenação de Educação a Distância Cleuza Maria Maximino Carvalho Alonso Coordenadora de EaD Roseclea Duarte Medina Vice-Coordenadora de EaD Roberto Cassol Coordenador de Pólos José Orion Martins Ribeiro Gestão Financeira
Centro de Artes e Letras Edemur Casanova Diretor do Centro Artes e Letras Ceres Helena Ziegler Bevilaqua Coordenadora do Curso de Graduação em Letras/Português a Distância
palavras: teoria e prática. São Paulo: Atual, 1988.
LAROCA, Maria Nazaré de Carvalho. Manual de morfologia do portu- guês. Campinas: Pontes; Juiz de Fora: UFJF, 1994.
LUFT, Celso Pedro. Moderna gramática brasileira. Porto Alegre: Glo- bo, 1979.
MACAMBIRA, José Rebouças. A estrutura morfo-sintática do portu- guês. São Paulo: Pioneira, 1978.
MONTEIRO, José Lemos. Morfologia portuguesa. Campinas: Pontes,
ROSA, Maria Carlota. Introdução à morfologia. São Paulo: Contexto,
SAUSSURE, Ferdinand. Curso de lingüística geral. São Paulo: Cultrix, s/d.
SAID ALI. Gramática secundária da Língua Portuguesa. 6. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1965.
ZANOTTO, Normélio. Estrutura mórfica da língua portuguesa. Rio de janeiro: Lucerna, Caxias do Sul: Educs. 2006.
2 Para classes de palavras
BASÍLIO, Margarida. Formação e classes de palavras no português do Brasil. São Paulo: Contexto, 2006.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portu- guesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.
CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. A nova gramática do português contemporâneo. 2001.
LUFT, Celso Pedro. Moderna gramática brasileira. Porto Alegre: Glo- bo, 1979.
VILELA, Mário. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Almedina,
Analisar, descrever os elementos que estruturam os vocábulos; explicar a estrutura e as classes das palavras da Língua Portuguesa, enfocando o seu funcionamento.
O conteúdo programático de Morfologia do Português está divi- dido em três grandes unidades – estrutura, formação e classes das palavras – que serão divididas em unidades menores. A metodologia usada no desenvolvimento da disciplina caracte- riza-se pela interatividade entre alunos e professora, entre alunos e tutores, entre professora e tutores, para que o caráter teórico-prático das atividades permita facilitar o desenvolvimento do processo de co- nhecimento. Por isso, associamos teoria e prática - porque não há te- oria imobilizada, nem a prática isolada - trazendo textos de linguistas para auxiliar a reflexão e análise a respeito de questões de morfologia gramatical e a realização de exercícios, de pesquisas e de avaliações.
Agradecemos a gentileza e a compreensão do Grupo RBS, ao Re- nato Rekern que, gentilmente, permitiram que usássemos as tirinhas “Tira-teima” no desenvolvimento das aulas. Da mesma forma, agradecemos ao Elias pela compreensão e gen- tileza de consentir que duas charges fizessem parte deste material didático. Nossos agradecimentos.
Aula nº
CONSTITUINTES LEXICAIS: radical, vogal temáti- ca, tema, desinências (nominais e verbais), mor- fema zero.
Iniciamos nosso estudo de morfologia abordando conceitos dos elementos mórficos que estruturam os vocábulos. Para tanto, parti- mos, inicialmente, de quatro questionamentos e, no decorrer da aula, responderemos às questões.
O que é morfologia? Qual sua unidade básica de estudo? Quais elementos constituem um vocábulo? O que é vocábulo?
Para a NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), a morfologia é o estudo das palavras quanto à(s) sua (s): a) estrutura e forma; a) flexões; b) classificação.
Em outras palavras, em morfologia, estudamos as unidades bá- sicas significativas, ou seja, os morfemas (radical, desinências...) que constituem os vocábulos, definindo-os e descrevendo-os. Também é objeto da morfologia o estudo das classes das palavras.
Figura 1 - Tira-Teima Rekern (Zero Hora, 03/05/2008)
No primeiro balão da tirinha, aparece a palavra “faxineira” que é constituída de três morfemas: Faxin- morfema lexical em que está o significado da palavra -eir- morfema gramatical, sufixo -a morfema gramatical que indica o gênero
Morfema é a menor unidade significativa (de significado gramatical ou lexical) de que se compõem os vocábulos. No segundo balão da tirinha, com base na teoria, identificamos quatro vocábulos mórficos: “tem, uma, manchinha, ali”. Após essa identificação, podemos definir vocábulo como “a unidade construída de morfemas” (CARONE, 1991, p.33). Vocábulos mórficos são consti- tuídos de morfemas. Os morfemas agrupam-se em dois grandes blocos:
1.1.1 Morfemas lexicais trazem consigo a significação básica do vo- cábulo, isto é, são os responsáveis pela significação não gramatical da palavra. No vocábulo “livro”, “livr” é o morfema lexical que traz a significação do vocábulo “livro”.
1.1.2 Morfemas gramaticais respondem pelas funções gramaticais dos vocábulos. São divididos em três grupos: a) morfemas derivacionais: são os afixos (prefixos e sufixos) que permitem a formação de novas palavras. Ex. livrinho, infeliz b) morfemas flexionais: são os que agregam as flexões (gênero e número nos nomes; modo/tempo e número/pessoa nos verbos). Ex. gatA, gatoS; amaVAS c) morfemas classificatórios: são as vogais temáticas dos verbos e dos nomes. Ex. mesA, amAr
Nosso foco, agora, são os morfemas (tanto lexicais quanto grama- ticais) que constituem as palavras.
Os vocábulos mórficos são descritos conforme sua fun- cionalidade atual na língua, ou seja, de acordo com o aspecto sincrônico da língua, porque “a sincronia conhece apenas uma perspectiva, a dos sujeitos fa- lantes, e todo o seu método consiste em recolher seu tes- temunho, (...) será necessário e suficiente pesquisar em que medida isso existe para a cons- ciência dos sujeitos”. (Saussure, 1916, p.128)
EX.: em “que eu ame” (presente do subjuntivo), não aparece a vo- gal temática (VT), mas seu lugar é marcado pelo morfema zero (Ø); no vocábulo “janela”, a vogal temática está explícita.
b) Nos nomes, a vogal temática (-a-, -e-, -i-, -o-, -u-) é átona final”. Ex.: casA, pontE, meninO >> são nomes temáticos.
Radical Vogal temática Cas- -a Pont- -e Menin- -o
A vogal temática nem sempre vem explícita em todas as formas verbais, mas seu lugar é marcado pelo morfema zero ( Ø ). Quando está expressa, seu lugar é após o radical.
Que eu ame ame
am
Nem sempre a vogal temática vem explícita nos nomes, nesse caso diremos que esses nomes são atemáticos. Ex. jacaré, vatapá, sol, guri
Ø (^) e Ø
GV1 Pres.Subj. 1ª pes. sing.
Nem todas as formas verbais possuem a vogal temática, como, por exemplo, a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e o presente do subjunti- vo. As vogais “e” e “a” em cant-e, vend-a, part-a são desinências temporais. Outras vezes, a vogal temática apresenta-se sob forma de variante chamada alomorfe , nem sempre fonologicamente condicionada. São exemplos de variantes de vogal temática: 1) na primeira conjugação, “a” passa a “e” e “o” na 1ª e 3ª pessoas do singular do pretérito perfeito do indicativo: cant-e-i, cant-o-u; 2) na segunda conjugação, “e” passa a “i” no pretérito imperfeito e na 1ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, e no particí- pio: vend-i-ia (com crase dos dois ii: vendia), vend-i-i (também com crase: vendi), vend-i-do. A vogal temática “i” da 3ª conjugação passa a “e” quando átona, no presente do indicativo (2ª e 3ª singular e 3ª plural) e imperativo (2ª pessoa do singular): part-e-s, part-e, part-e-m, part-e; se é tônico, nos mesmos casos, funde-se com o “i” da desinências “is” da 2ª pessoa do plu- ral: partis por part-i-is (BECHARA, 2006, p. 209-210).
A análise arbórea dos elementos estruturais dos vocábulos inicia- se com a identificação da classe gramatical do vocábulo a ser analisa- do. Após, fazemos duas ramificações: uma com o T (tema) e outra com as D (desinências). Ex. (ele) ama, janela.
Ele ama ama
am Ø
GV1 Pres. Indic.
3ª pes. sing.
a Ø
jacaré jacaré
jacaré Ø
GNA Masc.^ sing.
Ø Ø
ama
am a (^) Ø Ø
janela
janel a (^) Ø Ø
Pres. GV1Indic. 3ª pes. sing.
Aula nº 2
DESINÊNCIAS DOS NOMES E DOS VERBOS
Esta unidade prossegue com o estudo dos morfemas que consti- tuem os vocábulos. Agora, focalizamos as desinências das palavras, ou seja, dos nomes e dos verbos.
Figura 2 - Tira-reima Rekern (Zero Hora, 04/07/2008)
No balão do quadrinho um, destacamos o vocábulo “aluno”, cuja flexão no feminino é “aluna” >> o masculino recebeu a desinência –a de feminino. Vejamos: aluno + -a = alunA.
Figura 3 - Tira-teima Rekern (Zero Hora, 18/06/2008)
No quadro dois, o verbo “salvem” apresenta uma desinência espe- cífica das formas verbais, conforme: Radical: salv- Vogal temática: Ø Desinência modo-temporal:- e – (imperativo afirmativo) Desinência número-pessoal: -m (terceira pessoa do plural)
Inicialmente, identificamos o radical e a vogal temática; depois, as desinências modo-temporal e número-pessoal.
São morfemas que indicam a flexão das palavras em gênero e nú- mero; existem tanto nos nomes quanto nos verbos. São elas:
Nos nomes, as desinências indicam flexão de gênero (feminino) e número (plural). Na tirinha do Quadro 2, temos o sintagma “o aluno”, cujo feminino a aluna dá-se por flexão. Tanto o artigo quanto o substantivo são mar- cados pela desinência de gênero “-a”. Então, ressaltamos que:
a) Gênero O feminino é a forma marcada pelo morfema flexional -a. Ex. gata, loba, menina.
Radical Vogal temática Gat- -o Lob- -o Menin- -o
b) Número O plural dos nomes ocorre pelo acréscimo do morfema –s (com variante –es após consoante) indicador de plural. Ex.: gato a gatoS, professor a professoreS mar a mareS
O masculino caracteriza-se pela ausência de marca de gênero, assinalado pelo morfema zero (Ø). Em palavras tais como gato, lobo, menino, a vogal final é a vogal temática.
As desinências verbais designam, cumulativamente, as flexões de modo/tempo número e pessoas dos verbos. As desinências do verbo dividem-se em três grupos:
Paradigma flexional dos verbos regulares cantar, vender e partir.
A) MODO INDICATIVO
Cantar Vender Partir Presente do Indicativo RD VT DMT DNP RD VT DMT DNP RD VT DMT DNP Cant Ø Ø o Vend Ø Ø o Part Ø Ø o Cant a Ø s Vend e Ø s Part e Ø s Cant a Ø Ø Vend e Ø Ø Part e Ø Ø Cant a Ø mos Vend e Ø mos Part i Ø mos Cant a Ø is Vend e Ø is Part i Ø is Cant a Ø m Vend e Ø m Part e Ø m
ela escreve escreve
escrev e Ø
GV2 Pres. Indic.
3ª pes. sing.
Ø
Cantar Vender Partir Pretérito Perfeito do Indicativo RD VT DMT DNP RD VT DMT DNP RD VT DMT DNP Cant e Ø i Vend (i) Ø i Part (i) Ø i Cant a Ø ste Vend e Ø ste Part i Ø ste Cant o Ø u Vend e Ø u Part i Ø u Cant a Ø mos Vend e Ø mos Part i Ø mos Cant a Ø stes Vend e Ø stes Part i Ø stes Cant a Ø ram Vend e Ø ram Part i Ø ram
Cantar Vender Partir Pretérito Imperfeito do Indicativo RD VT DMT DNP RD VT DMT DNP RD VT DMT DNP Cant a va Ø Vend (e) ia Ø Part (i) ia Ø Cant a va s Vend (e) ia s Part (i) ia s Cant a va Ø Vend (e) ia Ø Part (i) ia Ø Cant á va mos Vend (e) ia mos Part (i) ia mos Cant á ve is Vend (e) ie is Part (i) ie is Cant á va m Vend (e) ia m Part (i) ia m
Observações
Morfofonêmica é “parte da lin- guística que estuda a distribui- ção das variantes posicionais das formas linguísticas. Dessa distribuição resultam as regras morfofonêmicas que a explicam do ponto de vista sincrônico” (MATOSO CÂMARA, 1977, P. 171/172). Dizendo de outra for- ma, aborda as variações fonoló- gicas por que passam os elemen- tos morfológicos (radicais, afixos e desinências) em conformidade com as normas de distribuição. (LUFT, 1971). Ex. canta + i= cantei a é um caso de assimilação parcial re- gressiva: a vogal /a/ diante de /i/ passa a /e/.