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REVISÃO DE LITERATURA
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
HÉRNIA DISCAL DA COLUNA CERVICAL: Revisão de literatura BELO JARDIM 2011
HÉRNIA DISCAL DA COLUNA CERVICAL: Revisão de literatura Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem do Belo Jardim - FAEB, em cumprimento às exigências para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem, tendo como orientadores a Profª. Franciskelly de S. Pessôa e coorientador Profº Eliézer Henrique Pires Aciole. BELO JARDIM 2011
“Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”. Darcy Ribeiro
A dor na coluna é a segunda maior fonte de reclamação das pessoas. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 85% da população vão viver ao menos um episódio de dor nas costas ao longo da vida. As patologias da coluna vertebral estão se tornando cada vez mais comum nos seres humanos por causa da pouca informação que se tem relacionada à sobrecarga imposta à coluna. Quando um disco intervertebral se salienta posteriormente ao anel fibroso tem-se uma hérnia discal, causando esta consequentemente um quadro doloroso. A Enfermagem que tem como prática a missão do cuidar, prestando assistência ao cliente, desempenha procedimentos que auxiliam na prevenção, no tratamento e reabilitação do paciente objetivando o seu total restabelecimento. A presente pesquisa bibliográfica teve como objetivo conceituar a doença e sua sintomatologia, as formas de prevenção, tratamento e reabilitação com base na assistência de enfermagem, visando identificar e definir os fatores que contribuem para o surgimento da hérnia discal cervical, possibilitando melhoria na saúde da população, e por sua vez, qualidade de vida às pessoas acometidas pela patologia. Palavras Chaves: Enfermagem, assistência, hérnia, cervical.
The back pain is the second largest source of complaints from people. According to estimates by the World Health Organization (WHO), 85% of the population will experience at least one episode of back pain throughout their lives. The pathologies of the spine are becoming increasingly common in humans because of the limited information that has been related to the burden on the column. When an intervertebral disc protrudes posteriorly to the fibrous annulus has a herniated disc, thereby causing this a painful picture. Nursing as a practice that has the mission of care, assisting the client, performs procedures that assist in treatment and rehabilitation of the patient aiming his full recovery. This literature review aimed to conceptualize the disease and its symptoms, ways of prevention, treatment and rehabilitation based on nursing care, to identify and define the factors that contribute to the emergence of the cervical disc herniation, enabling improvements in population health, and in turn, quality of life for people affected by the disease. Keywords: Nursing, assistance, hernia, cervical.
A coluna vertebral forma uma sustentação forte, mas flexível para o tronco, possuindo importante papel na postura, na sustentação do peso do corpo, na locomoção e na proteção da medula espinhal e das raízes nervosas. Estende-se a partir da base do crânio, através do pescoço e do tronco (FERREIRA, 2009). Figura 01: Coluna vertebral. Fonte: (COLUNA, 2011). As vértebras da coluna são estabilizadas por ligamento que limitam os movimentos produzidos pelos músculos do tronco. A medula espinhal, raízes dos nervos espinhais e seus revestimentos, denominados meninges, estão situados dentro do canal vertebral, que é formado pelos forames vertebrais em vértebras sucessivas. Os nervos espinhais e seus ramos estão situados fora do canal vertebral, exceto pelos nervos meníngeos, que retomam através dos forames intervertebrais para inervar as meninges espinhais (FERREIRA, 2009). A coluna cervical é uma parte da coluna vertebral de grande mobilidade, onde devido a esta mobilidade ela sofra um processo degenerativo geralmente precoce, que afetará tanto a articulação intersomáticas, interapofisárias e uncovertebrais como o disco (PETIT; GABRIEL; CARRIL, 2001). As compressões acontecem por estenoses nos canais de conjugação, sejam determinadas por saliências do anel fibroso, hérnias discais ou osteófitos, exercem
ação sobre as raízes, pois elas são fixas nos canais de conjugação, de modo que pequenas estenoses reduzem seu “espaço vertebral” (PEREIRA, 2005). De acordo com a literatura revisada, a patogenia da hérnia de disco acontece devido o núcleo pulposo ter as características de um gel, sendo capaz de receber e distribuir as pressões que são contidas pelo ânulo, e o disco atua, em conjunto, como amortecedor. Com as modificações bioquímicas que se iniciam na terceira década de vida e que podem ser precipitadas por vários fatores, como as sobrecargas em geral, ocorre a perda da condição de gel do núcleo e de sua capacidade de distribuir adequadamente as cargas. Estas passam a se concentrar de forma desigual no disco intervertebral, levando à formação de fissuras nas camadas por onde se insinua o material nuclear; progressivamente, e a partir disso poderá ocorrer hérnia discal (PEREIRA, 2005). A hérnia discal é uma protusão do núcleo pulposo do disco intervertebral que pode comprimir uma ou várias raízes nervosas, dando lugar a sintomatologia radicular sensitivo-motora. Na cervical, a hérnia é menos frequente que na região lombar e pode produzir-se em C5-C6 ou então entre C6-C7. Isto obedece a certa sobrecarga em tais níveis por ser neles que se estabelece a transição entre a mobilidade livre da coluna cervical e a imobilidade relativa da coluna torácica (PETIT; GABRIEL; CARRIL, 2001). A coluna cervical tem anatomia e fisiologia totalmente diversas da coluna lombar e dorsal. As necessidades funcionais são diferentes e, uma vez mais, são elas que determinam a anatomia e a fisiologia. “A coluna cervical possui três funções: (1) provê suporte e estabilidade à cabeça; (2) suas superfícies articulares dão mobilidade à cabeça e (3) abriga e conduz a medula espinhal e artéria vertebral” (HOPPENFELD, 2005). O material discal deslocado pode ocasionar sinais e sintomas ao fazer saliência ou protrusão por sob um anel fibroso enfraquecido, ou o material pode sofrer extrusão por uma ruptura no anel e projetar-se diretamente no canal espinhal. Segundo Rowland (2000), em qualquer desses casos, o material discal super exposto pode irritar ou comprimir raízes nervosas que estejam na direção dos forames de saída. Dor no pescoço é um problema muito comum na população adulta. Na
No Brasil, a partir da década de 80, o aumento da incidência dos distúrbios Músculo-esqueléticos podem ser observados nas estatísticas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), autarquia responsável pela concessão de benefícios por doenças. “Em 1998 mais de 80% dos diagnósticos desses distúrbios resultaram em concessão de auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez pela Previdência social” (BRASIL, 2008). A importância do estudo, tratamento, prevenção e reabilitação se justificam pela sua alta prevalência na população e pelo expressivo impacto socioeconômico negativo gerado pelos casos de incapacidade física temporária ou não (GREVE; AMATUZZI, 1999). A obtenção de equilíbrio nas estruturas que compõem a pilastra de sustentação humana (coluna vertebral), evitando quadros dolorosos a ela relacionados, não se constitui em tarefa fácil, devido principalmente às constantes mudanças de posturas realizadas diariamente pelo homem, expondo sua estrutura morfofuncional a uma série de agravos. Embora haja uma clara relação entre as queixas musculoesqueléticas e fatores ocupacionais, muitos estudos apresentam baixa qualidade metodológica, sendo que até o presente momento existem evidências positivas de cervicalgias relacionadas com posturas fixas e prolongadas, curvatura aumentada do tronco, flexão cervical acentuada durante atividades por períodos longos, ergonomia inadequada e atividades que envolvam vibração contínua das mãos e dos braços). A maioria dos estudos indica a necessidade urgente de orientação e de programas de reeducação postural, com finalidade de diminuição dos custos gerados pelas síndromes dolorosas cervicais (NATOUR, 2004). A coluna cervical é responsável pela sustentação e movimentação da cabeça e proteção das estruturas neurais e vasculares. Estima-se que a movimentação da coluna cervical ocorra cerca de 600 vezes por hora, ou a cada seis segundos (NATOUR, 2004).
A elaboração de programas educativos de prevenção através da atividade física deve ser direcionada no sentido de desencadear conhecimentos, atitudes e comportamentos compatíveis com uma dinâmica social fisicamente ativa e desenvolvida no quotidiano de vida, ao longo da existência das pessoas, independente da sua área de atuação. Hérnia de disco cervical é uma condição que pode ser evitada com o tempo a seguir o conselho médico e fisioterapêutico, evitando maus hábitos que são prejudiciais e causam a doença (ROWLAND, 2000). Cabe à Enfermagem, como perspectiva de cuidado, promover a prevenção, de forma prática e socializante, com bases nas normas atuais, e desenvolver suas atividades e rotinas na área da clínica especializada. Daí a necessidade de um estudo aprofundado, o qual deve ser realizado a fim se de evidenciar uma melhor compreensão dos fatores de riscos, das medidas de prevenção, dos tipos de tratamento, reabilitação e assistência, onde reabilitação é um processo que auxilia pessoas com deficiências a desenvolverem ou reforçarem suas habilidades físicas, mentais e sociais (CORRÊA, 2006). A principal tarefa da pesquisa de enfermagem é contribuir para a base científica da prática de enfermagem. São necessários estudos para determinar a eficácia das intervenções de enfermagem e do cuidado de enfermagem. A ciência da enfermagem cresce com a pesquisa, levando a produção de uma explicação científica para a prática de enfermagem e para o cuidado do paciente. Esse processo é a base para a prática baseada em evidência, com um resultante aumento na qualidade do cuidado ao paciente (SUDDARTH; BRUNNER, 2009). Com esta revisão espera-se contribuir para novas evidências e sugestões aos cuidados preventivos no surgimento da hérnia discal cervical, e principalmente na parte educativa como fator importante de prevenção, além da observação cuidadosa das rotinas aplicadas ao tratamento e reabilitação.
4.1 Anatomia da coluna A coluna consiste em 33 ossos semelhantes a anéis, denominados vértebras. As nove vértebras inferiores se fundem em dois ossos maiores, denominados sacro e cóccix, deixando 26 componentes móveis na coluna. Estes componentes são ligados por uma série de articulações móveis. Em cada articulação entre os ossos existe um disco intervertebral, uma almofada elástica de cartilagem fibrosa resistente que se achata levemente sob pressão para amortecer choques. Fortes ligamentos e muitos conjuntos de músculos ao redor da coluna estabilizam as vértebras e ajudam a controlar o movimento. A coluna vertebral também protege a medula espinal e permite a saída de raízes nervosas através de espaços nas vértebras (PARKER, 2007). Figura 02: Coluna Vertebral. Fonte: (NETTER, 1999)
A coluna vertebral flexiona-se por ser formada por varias partes móveis, as vértebras. Sendo sua solidez dependente dos ligamentos e músculos. Porém a sua firmeza é proporcionada pelo alinhamento da coluna e partes que à constituem. A começar da cabeça até a pelve, a coluna resisti de forma progressiva mais carga. Cada vértebra em posição superior da última lombar é mais alta do que aquela que está acima dela. A extensão da coluna vertebral se aproxima de 20% da altura total do corpo (O'RAHILY; GRAY; GARDNER,1978 apud NATALI, 2004). Figura 03: Arcabouço ósseo da cabeça e pescoço. Fonte: (NETTER, 1999) O tronco que é o maior porção do corpo tem um papel primordial na utilidade dos membros superior e inferior, uma vez que sua posição pode modificar-se de forma significativa na utilidade dos membros. A posição e movimentação do tronco pode ser examinada em sua totalidade, bem como estudada em seu movimento e posição nas diversas categorias regionais da coluna vertebral, ou descriminar o movimento de um padrão vertebral individual (KNUTZEN; HAMILL, 1999 apud NATALI, 2004). A coluna vertebral tem funcionalidade de eixo central do corpo humano,
As vértebras torácicas são consideradas maiores e mais fortes que as vértebras cervicais. Sendo os processos espinhosos em T1 e T2, longos, achados lateralmente e direcionam-se para baixo. Em contrapartida, os processos espinhosos em T11 e T12 são curtos, alargados e mais horizontais. Comparadas com as vértebras cervicais, as vértebras torácicas apresentam transversos mais compridos e articulam-se com as costelas, sendo que os movimentos desta região são limitados pelos finos discos intervertebrais e pela fixação das costelas ao externo (TORTORA; GRABOWSKI, 2002). Ainda de acordo com a literatura, as vértebras lombares são as maiores e as mais fortes da coluna vertebral, pois suportam a maior quantidade de peso corporal, aumentando conforme desce para a extremidade distal da coluna vertebral. As várias projeções das vértebras lombares são curtas e grossas. O sacro é um osso triangular, formado pela fusão das cinco vértebras sacrais, que começam a fundir-se por volta dos 16 aos 18 anos, tendo processo terminado por volta dos 30 anos, sendo este, alicerce firme para a cintura pélvica. O cóccix também possui forma triangular e completa-se pela fusão de quatro vértebras coccígeas, que fundem-se entre 20 e 30 anos de idade (TORTORA; GRABOWSKI, 2002). 4.1.2 Partes das vértebras As vértebras compõem-se de corpo, pedículos, lâmina, forâmens e vários processos. O corpo vertebral é responsável por suportar as forças de carga e pressão, sendo composto de estrutura óssea esponjosa, apresentando uma placa cartilaginosa na sua porção superior e inferior. Sua altura e diâmetro variam de acordo com o segmento vertebral onde se localiza. As vértebras cervicais são menores de diâmetro e altura, ocupando a posição mais alta da coluna (NITZ; McPOIL; MALONE, 2002 apud NATALI, 2004). Pedículos são estruturas que correspondem a processos curtos e espessos que projetam-se posteriormente do corpo para unirem-se às lâminas, cujas são finas estruturas que unem-se para formar a parte posterior do arco vertebral. O forâmen localiza-se entre o arco e o corpo e contém a medula espinhal, gordura, tecido conjuntivo, auréola e vasos sanguíneos. Os processos são definidos em
transversos, espinhoso, articulares superiores e inferiores da vértebra (TORTORA; GRABOWSKI, 2002). Figura 05: Vértebras Cervicais [C4 e C7]. Fonte: (NETTER, 1999) 4.1.3 Curvaturas da coluna vertebral Quando vista de perfil, a coluna vertebral, apresenta quatro curvaturas normais. As curvaturas cervical e lombar são convexas anteriormente, enquanto as curvaturas torácicas e sacral são côncavas anteriormente. As curvaturas têm importância na resistência da coluna, na manutenção do equilíbrio, na posição erecta, na absorção de impactos e proteção de fraturas (TORTORA; GRABOWSKI, 2002). As curvaturas torácicas e sacrais são chamadas de primárias porque são formadas durante o desenvolvimento fetal. As curvaturas cervical e lombar são denominadas secundárias, visto formarem-se mais tarde, sendo evidentes após o nascimento (MOORE, 1994 apud NATALI, 2004). Entre os tipos de curvaturas denominadas anormais, segundo a literatura, podem ser citadas: escoliose, cifose e