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Guias e Dicas
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Arcadismo no Brasil: Período Literário do Século XVIII, Notas de estudo de Poesia

Informações sobre o arcadismo no brasil, um movimento literário do século xviii que se inspirou na literatura clássica e opôs-se ao barroco. O movimento teve início em vila rica, minas gerais, e foi caracterizado pela presença de musas, poesias líricas amorosas e a adoção de nomes falsos pelos poetas. Alguns dos autores mais importantes desta época foram cláudio manuel da costa, silva alvarenga, alvarenga peixoto, basílio da gama e domingos caldas barbosa.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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MOMENTO HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS E
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Baixe Arcadismo no Brasil: Período Literário do Século XVIII e outras Notas de estudo em PDF para Poesia, somente na Docsity!

ARCADISMO

MOMENTO HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS E

AUTORES

ASPECTOS GERAIS

 a) Duração no Brasil: 1768 a 1836 (século XVIII).

b) Livro inaugurador: Obras Poéticas (poesias), de Cláudio Manuel da

Costa.

c) Outros nomes para o movimento:

1. Arcadismo ou Neoclassicismo – São as denominações comuns para o

movimento onde quer que ele tenha existido.

2. Arcádia Mineira ou Movimento Mineiro – Em homenagem ao local em

que o movimento nasceu e desenvolveu-se: Minas Gerais, especialmente

em Vila Rica, atual Ouro Preto.

3. Setecentismo – Denominação no Brasil, em sequência ao Quinhentismo

e ao Seiscentismo (Barroco).

ASPECTOS HISTÓRICO-CULTURAIS

a) O berço das ideias novas, quer na literatura quer no campo

científico, é a França.

b) Surgem a Física de Newton, a Química de Lavousier, a Biologia

de Bueton e de Lineu, a Psicologia de Locke.

c) Faz-se, pela primeira vez, o emprego da energia a vapor na

indústria têxtil inglesa.

d) O Iluminismo e o Enciclopedismo são os movimentos filosóficos

franceses que desencadearam as ideias de igualdade entre os

homens. O resultado final foi a Revolução Francesa.

INFLUÊNCIAS DO ILUMINISMO EM PORTUGAL

a) O século XVIII representou para Portugal um período de

evolução e de prosperidade no campo material e cultural. O ouro

do Brasil marcou o crescimento econômico, e a absorção dos ideais

do Iluminismo fez avultar a importância cultural.

b) A figura dominante do período é o Marquês de Pombal, ministro

de D. José I (1750 – 1777). Modelo de déspota esclarecido, impõe

transformações significantes nos setores administrativo e

educacional.

c) Marquês de Pombal expulsou os jesuítas do Brasil e retirou a

educação da alçada religiosa, estimulando a divulgação das ideias

científicas e fundando as primeiras escolas públicas.

CARACTERÍSTICAS

 a) OPOSIÇÃO AO BARROCO – Proposta de linguagem simples, de

frases na ordem direta e de palavreado de uso popular, ou seja, o

contrário das pregações do seiscentismo.

b) VERSOS BRANCOS – Ao contrário do Barroco, o poeta árcade pode

usar o verso branco (sem rima), numa atitude que simboliza liberdade

na criação. No Brasil, Basílio da Gama foi o mais ousado: compôs o

livro O Uraguai (poema épico) sem fazer uso da rima.

c) A POESIA COMO IMITAÇÃO DA NATUREZA – Os árcades copiavam

os modelos clássicos antigos ou renascentistas, numa flagrante falta de

originalidade. O poeta buscava, na natureza, os modelos de beleza,

bondade e perfeição. Falta, pois, ao árcade a capacidade de inventar,

comum nos poetas do Barroco, do Romantismo, do Simbolismo e do

Modernismo.

CARACTERÍSTICAS  d) COMPROMISSO COM A BELEZA, O BEM, A PERFEIÇÃO – Compromisso com a poesia descritiva e objetiva. Nesse aspecto, a poesia árcade faz lembrar a época parnasiana. Há mais preocupação com situações do que com emoções. e) PASTORALISMO – O poeta do Arcadismo imagina-se, na hora de produzir poemas, um “pastor de ovelhas”. É de supor que um pastor não disponha de linguagem sofisticada. Daí a idéia de simplicidade no escrever. O próprio tema da poesia converge para assuntos bucólicos, amorosos, com riachos, campinas, fontes, rebanho, ovelhas, cajado. A própria condição de amar e ser feliz é condicionada à convivência campestre. f) USO DE PSEUDÔNIMOS – O poeta árcade adota nome falso porque se considera um “pastor de ovelhas”. É como se o escritor tivesse duas identidades: uma real, outra especial, usada apenas para compor poesias. Tomás Antônio Gonzaga, o nosso maior poeta árcade, era advogado e político na vida real. Na momento de compor poemas, transformava-se em Dirceu, um simples (às vezes nem tanto) pastor de ovelhas.

ARCADISMO NO BRASIL  a) Início: 1768 (meados do século XVIII). b) Fim: 1836 (princípio do século XIX). c) Livro inaugurador: Obras Poéticas (poesias líricas). d) Primeiro autor: Cláudio Manuel da Costa. e) Local onde o movimento nasceu: Vila Rica, atual Ouro Preto, Minas Gerais. f) Capital do Brasil: Rio de Janeiro. g) Movimento histórico importante: Inconfidência Mineira.

AUTORES E OBRASSILVA ALVARENGA  Manuel Inácio da Silva Alvarenga nasceu em Vila Rica, Minas Gerais, em 1749. Morreu no Rio de Janeiro, em 1 de novembro de 1814. Fez os estudos secundários no Rio de Janeiro e cursou Direito na Universidade de Coimbra. Ao longo do curso, escreveu e publicou, sob o patrocínio do Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo - 1699 - 1782), O Desertor das Letras, poema herói-cômico de enaltecimento às reformas universitárias pombalinas.  Em 1799, publicou, em Lisboa, seu livro de poemas Glaura, tornando-se o exemplo perfeito do estilo rococó em nossa literatura. Com seus rondós e madrigais, envolvidos por intensa musicalidade, apresenta uma natureza decorativa, bem ao gosto arcádico. Silva Alvarenga pode ser considerado o precursor do Romantismo, enquanto não cultua excessivamente as belezas postiças greco-romanas do repertório árcade. Nome árcade: Alcindo Palmireno. Tipo de poesia: predomínio da poesia lírico-amorosa. Musa que inspirou seus poemas líricos: Glaura. OBRAS

  1. O Desertor das Letras (poema herói-cômico publicado em Coimbra, 1774).
  2. Glaura (poemas eróticos, Lisboa, 1799).

(cont.)

 Implicado na Inconfidência Mineira, foi preso e conduzido para a Ilha das Cobras (Rio de

Janeiro), e de lá, em exílio perpétuo, para Angola (África), onde faleceu (1792).

A família desfez-se: a esposa enlouqueceu, Maria Efigêcia suicidou-se, os outros três filhos

sofreram rudemente.

Nome árcade: Eureste Fenício.

Musa inspiradora: Bárbara.

Tipo de Poesisa: lírico-amorosa.

O poeta escreveu muito, mas a maioria de sua obra perdeu-se quando o governo

confiscou-lhe os bens, conseqüência da Inconfidência Mineira.

 OBRA

Obras Poéticas (poesias esparsas reunidas pelos amigos e publicadas em Paris, em 1865,

sob o patrocínio de D. Pedro II).

POEMAS FAMOSOS:

1. Bárbara Heliodora (lira escrita na prisão).

2. Estela e Nize (soneto lírico-amoroso).

AUTORES E OBRASBASÍLIO DA GAMA Nasceu em 8 de abril de 1741, em São José do Rio das Mortes (hoje Tiradentes), Minas. Morreu em Lisboa, em 1795. Estudou com os jesuitas: era noviço quando Pombal decretou a expulsão dos padres do Brasil. Em 1795, expulsos os jesuítas, segue para Roma, onde seus mestres fazem que seja aceito na Arcádia Romana (fundada em 1690). Em Lisboa, é preso por suspeição de jesuitismo e condenado ao degredo. Salva-se dirigindo um Epitalâmio (poema nupcial) à filha do Marquês de Pombal. Nome Árcade: Termindo Sipílio. Tipo de poesia que cultivou: épica. Obra máxima: O Uraguai (1769), poema épico composto para exaltar os portugueses e satirizar os jesuítas do Brasil. O livro trata da luta que portugueses e espanhóis moveram contra indígenas e jesuítas em Sete Povos das Missões, no Uruguai (hoje Rio Grande do Sul), em 1759.  1. CLASSIFICAÇÃO - Poema épico, escrito em decassílabos brancos, sem divisão em estrofes. Foge, assim, à imitação de Os Lusíadas, de Camões.

  1. OBJETIVO DA OBRA - Satirizar os jesuítas e agradar o Marquês de Pombal, protetor do poeta.

AUTORES E OBRASSANTA RITA DURÃO Nasceu em Cata Preta, Minas, em 1722. Faleceu em Lisboa, em 1784. Com pouca idade, foi mandado para Portugal, onde realizou estudos de Filosofia e Teologia, tomando hábito aos dezesseis anos. Envolvido na polêmica contra os jesuítas, refugiou-se na Espanha e, mais tarde, na França e na Itália. De suas produções poéticas, ficou o poema épico Caramuru (Lisboa, 1871), feito à imitação direta de Os Lusíadas, de Camões. CARAMURU Dados importantes sobre o livro:

  1. CLASSIFICAÇÃO - Poema épico, escrito em decassílabos rimados, com divisão em cantos e estrofes. Imita, assim, o esquema tradicional imposto por Camões em Os Lusíadas.
  2. TEMA CENTRAL - O poema narra, em dez cantos, o naufrágio de Diogo Álvares Correia (na costa da Bahia) e suas aventuras amorosas com as índias, sobretudo com Paraguaçu e Moema. O material é vasto: fatos da História, o temperamento e as lendas dos indígenas. O poema segue o esquema clássico camoniano, usando a oitava rima, obedecendo à divisão tradicional em proposição, invocação, dedicatória, narrativa e epílogo.

AUTORES E OBRASTOMÁS A. GONZAGA  Nasceu em Porto (Portugal), em 11 de agosto de 1744. Morreu em Moçambique (África), em 1810 (66 anos). Com oito anos, é trazido para o Brasil e matriculado no Colégio da Bahia. De volta a Portugal, forma-se em Direito (Coimbra, 1768). Em1782, é nomeado Ouvidor e Procurador em Vila Rica. É nessa época que compõe a maior parte dos poemas que formam sua obra. Enquanto se envolvia com a Inconfidência Mineira, apaixona-se por Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, que imortalizaria nos poemas com o pseudônimo de Marília. Implicado na Incofidência Mineira (1789), é preso e mandado para a Ilha das Cobras. Em 1792, condenado ao exílio, segue para Moçambique (África), onde refaz sua vida, casando-se com Júlia Mascarenhas, viúva rica e analfabeta. Principal poeta do século XVIII (Arcadismo) no Brasil. Único poeta satírico do século XVIII (Arcadismo). Adotou o nome árcade de Dirceu.

AS LIRAS DE GONZAGA – Marília de Dirceu é um longo poema de amor, dividido em

pequenas unidades chamadas Liras. O motivo principal da obra é paixão do pastor Dirceu,

com mais de quarenta anos, pela pastora Marília, com apenas quinze. Talvez por isso, haja

obsessão pelo fator tempo. Nos versos a seguir, o poeta tenta mostrar à namorada que não é

um pastor qualquer:

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,

que viva de guardar alheio gado,

de tosco trato; de expressões grosseiro,

dos frios gelos e dos sóis queimado.

Tenho próprio casal e nele assisto;

dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

das brancas ovelhinhas tiro o leite

e mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília Bela,

graças à minha estrela!

Eu vi o meu semblante numa fonte:

dos anos inda não está cortado;

os pastores que habitam este monte

respeitam o poder do meu cajado.

Com tal destreza toco a sanfoninha,

que inveja até me tem o próprio Alceste:

ao som dela concerto a voz celeste,

nem canto letra que não seja minha.

Graças, Marília Bela,

graças à minha estrela!