

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Moleque da bananeira praga mais importante da cultura.
Tipologia: Trabalhos
1 / 3
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
José Maria Milanez^1
espécie Cosmopolites sordidus (Germar, 1824) (Coleoptera: Curculio- nidae), conhecida vulgarmente como moleque-da-bananeira e/ou broca-do-rizoma-da-bananeira, é considerada a principal praga nas regiões produtoras de banana do mundo. As larvas se alimentam do rizoma da planta e são responsáveis por perdas na produção que podem variar de 20% a 50% (Gallo et al., 2002). Inseticidas de alta toxicidade, comumente utilizados no controle do moleque-da-bananeira, têm so- frido fortes restrições pela questão ambiental, principalmente por par- te de alguns países importadores da fruta. Por outro lado, os consumi- dores estão cada vez mais exigen- tes e ávidos por alimentos de me- lhor qualidade. Assim, o fungo entomopatogênico Beauveria bassiana é uma alternativa de con- trole biológico da praga e pode ser utilizado, sem restrições, em pro- gramas de produção integrada de banana e na produção orgânica da fruta. B. bassiana é o fungo entomo- patogênico mais exaustivamente estudado, desde que foi reportado pela primeira vez como patógeno em bicho-da-seda ( Bombix mori L.) em 1834. Trata-se de um fungo de solo e de grande potencial para
Aceito para publicação em 17/4/08. (^1) Eng. agr., Dr., Epagri/Estação Experimental de Itajaí, C.P. 277, 88301-970 Itajaí, SC, fone: (47) 3346-5244, e-mail:
milanez@epagri.sc.gov.br.
programas de controle biológico, principalmente para pragas da or- dem Coleoptera, sendo eficiente no controle de insetos presentes em di- ferentes habitats. Seus conídios (esporos) permanecem em resídu- os vegetais e no solo, favorecendo o controle natural das pragas (Hajek & Leger, 1994). A Epagri/Estação Experimental de Itajaí mantém um laboratório de produção dos fungos entomo- patogênicos B. bassiana e Meta- rhizium anisopliae , destinados ao controle biológico das mais diferen- tes pragas. Neste laboratório desen- volve-se um programa de controle biológico do moleque-da-bananeira, considerado um dos melhores do Brasil, mas que ainda precisa ser mais conhecido divulgado e, princi- palmente, utilizado de forma mais generalizada pelos bananicultores.
O adulto é um besouro preto, que mede cerca de 11mm de comprimen- to e 5mm de diâmetro, apresenta pontuações em todo o corpo e es- trias longitudinais nas asas anteri- ores (élitros) (Figura 1). Na cabeça tem um prolongamento em forma de tromba (rostro) onde fica a boca.
Possui hábito noturno e costuma ca- minhar pelos bananais, pois, embo- ra possua asas funcionais, não voa. Condições de alta umidade do solo parecem estimular a sua movimen- tação, já que a captura em arma- dilhas aumenta em períodos mais úmidos (Ferreira, 1995; Fancelli, 2001). Os adultos podem viver por mais de 2 anos, porém as fêmeas produ- zem poucos ovos, os quais são colo- cados individualmente em orifícios abertos com auxílio do rostro, na região de inserção das bainhas foliares junto ao solo (Fancelli, 2001; Gallo et al., 2002). A larva, conhecida como broca- da-bananeira ou broca-do-rizoma, é ápoda, com o corpo de coloração branca e cabeça marrom (Figura 2). O período de desenvolvimento larval depende da temperatura e da cultivar de banana da qual se ali- menta, variando de 22 a 45 dias. Após o seu desenvolvimento, as lar- vas se dirigem para a periferia do rizoma, onde formam uma espécie de casulo e se transformam em pupas, as quais têm coloração bran- ca e medem aproximadamente 12mm de comprimento por 6mm de largura. Após 4 a 22 dias, emer- gem os adultos (Mesquita & Cal- das, 1986; Ferreira, 1995; Fancelli, 2001).
Tanto os adultos como as larvas se alimentam na região do rizoma, sendo que as larvas causam maior injúria ao abrirem galerias e propi- ciarem condições favoráveis à infec- ção por fungos, que causam o apo- drecimento dos tecidos (Figura 3). Com as injúrias feitas no rizoma, as raízes em crescimento morrem e paralisam parcial ou totalmente a nutrição das plantas. Como resul- tado do ataque, as folhas amare- lecem, murcham nas bordas e aca- bam morrendo. Quando o ataque é intenso, o pseudocaule se desidrata e há fendilhamentos verticais que aparecem nas bainhas externas. Os “filhotes” também interrompem sua brotação e secam. Por fim, os pés de banana, debilitados pelo ataque da praga, produzem cachos com fru- tos diminutos e caem com a ação do vento, comprometendo totalmen- te a produção.
Comumente o controle de adul- tos e larvas do moleque-da-bananei- ra, nos diferentes Estados brasilei- ros produtores de banana, é reali- zado com a aplicação de inseticidas granulados sistêmicos em covas jun- to às plantas ou em iscas confec- cionadas com pseudocaule. Neste
caso, não há uma preocupação por parte dos bananicultores de se avaliar o nível populacional da pra- ga antes do seu controle.
O controle biológico com o fun- go B. bassiana é recomendado vi- sando aos adultos, cujos inimigos na- turais (predadores) não são efeti- vos para manter a população da pra- ga sob equilíbrio. As larvas também podem ser infectadas pela ação do fungo. Monitoramento e nível de controle: Para o monitoramento dos adultos é recomendado o uso de iscas atrativas feitas com o rizoma da bananeira, conhecida pelos bananicultores catarinenses como “isca tipo queijo modificada”. A re- ferida isca constitui-se de uma se- ção cilíndrica de uma bananeira da qual já foi colhido o cacho, conheci- da como planta mãe. Para sua con- fecção é realizado um primeiro cor- te transversal bem junto ao solo para atingir o rizoma, que é a parte atrativa da isca. Acima do primeiro corte, cerca de 30 a 40cm, faz-se um segundo corte no peseudocaule de forma chanfrada (bisel), para evitar o acúmulo de água e o apodreci- mento rápido das iscas. Assim, a parte superior do pseudocaule fica
sobreposta à parte inferior consti- tuída pelo rizoma, local para onde os adultos são atraídos (Figura 4). Para verificar o nível de contro- le do moleque-da-bananeira é reco- mendado distribuir, aleatoriamen- te, 20 iscas/ha. Aos 7 e 15 dias, de- verá ser feita uma contagem dos insetos atraídos pelas iscas; caso o total de insetos, nas duas contagens,
Fotos de H.F. Prando
Figura 1. Adulto do moleque-da- bananeira
Figura 2. Larva do moleque-da- bananeira
Figura 3_. Rizoma com galerias causada por larvas_
Figura 4_. Isca tipo “queijo modificada”_