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Dani Bressan. Modernismo 2ª Fase. (1930-1945). Início: 1930 com a publicação de ALGUMA POESIA de Carlos Drummond de Andrade. Principais Características.
Tipologia: Notas de estudo
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Início: 1930 com a publicação de ALGUMA POESIA de Carlos Drummond de Andrade.
Sentimento humano em relação à vida; Período histórico da 2ª Guerra Mundial; Existencialismo; Religiosidade; Subjetivismo; Homem x sociedade.
Política; Sociedade; Desejo de mudança; Ironia; Lembranças da infância; Pessimismo; Religiosidade.
Abaixo alguns trechos de poemas conhecidos e importantes do poeta:
Poema de sete faces Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos não perguntam nada.
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O homem atrás do bigode é sério, simples e forte. Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do -bigode,
Meu Deus, por que me abandonaste se sabias que eu não era Deus se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo.
Sentimento do mundo Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo, mas estou cheio escravos, minhas lembranças escorrem e o corpo transige na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu estará morto e saqueado, eu mesmo estarei morto, morto meu desejo, morto o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram que havia uma guerra e era necessário trazer fogo e alimento. Sinto-me disperso, anterior a fronteiras, humildemente vos peço que me perdoeis. Quadrilha João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história
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Essa negra fulo Ora, se deu que chegou (isso já faz muito tempo) no bangüê dum meu avô uma negra bonitinha, chamada negra Fulô.
Essa negra Fulô! Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô! (Era a fala da Sinhá) — Vai forrar a minha cama pentear os meus cabelos, vem ajudar a tirar a minha roupa, Fulô!
Essa negra Fulô!
Essa negrinha Fulô! ficou logo pra mucama pra vigiar a Sinhá, pra engomar pro Sinhô!
Essa negra Fulô! Essa negra Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô! (Era a fala da Sinhá) vem me ajudar, ó Fulô, vem abanar o meu corpo que eu estou suada, Fulô! vem coçar minha coceira, vem me catar cafuné, vem balançar minha rede, vem me contar uma história, que eu estou com sono, Fulô!
Essa negra Fulô!
Neobarroca; Efemeridade/dualidade; Neo-simbolista; Sinestesia; Poesia intimista; Poesia épica.
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Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.
Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, — não sei, não sei. Não sei se fico ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: — mais nada.
Retrato Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil:
Amor sensual; Figura feminina; Sonetos; Vida boêmia; Contexto social- poesia política.
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Romance de 30 ou Prosa de 30
Romance psicológico;
Romance do ciclo da seca e dos ciclos econômicos;
Destaque para o REGIONALISMO;
Nordeste, o trabalhador, o operário;
Conflito entre as classes: OPERÁRIO X PATRÃO; Romances urbanos e de sagas familiares.
O Quinze = seca no nordeste + 2 vidas = a professora e o retirante.
VIDAS SECAS = retirante nordestino.
TIETA = figura e sensualidade feminina. TERRAS DO SEM FIM = disputa de terras + família + coronéis.
MENINO DE ENGENHO = memória + engenhos de cana-de-açúcar + ascensão x decadência.
O TEMPO E O VENTO = saga familiar + retrato político histórico do RS.
OS RATOS = prosa urbana + metáfora do capitalismo.
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TREINANDO PARA O ENEM
1. (ENEM -2009)
Confidência do Itabirano Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil, este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói! ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.
Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente na construção do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos típicos da oralidade. b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos. c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo. d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em comparação com as prendas resgatadas de Itabira. e) apresenta influências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infância e do amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos.
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Esmeralda é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca, Cruzados não faltarão, Vossa perna encanareis, Salvo o devido respeito. Ficarei muito saudoso Se for embora daqui”.
MENDES, Murilo. Murilo Mendes — poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em: a) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais b) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca c) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso d) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro e) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade
Os Bichinhos e O Homem Arca de Noé Toquinho & Vinicius de Moraes Nossa irmã, a mosca É feia e tosca Enquanto que o mosquito É mais bonito Nosso irmão besouro Que é feito de couro Mal sabe voar Nossa irmã, a barata Bichinha mais chata É prima da borboleta Que é uma careta Nosso irmão, o grilo Que vive dando estrilo Só pra chatear
MORAES, V. A arca de Noé: poemas infantis. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1991.
O poema acima sugere a existência de relações de afinidade entre os animais citados e nós, seres humanos. Respeitando a liberdade poética dos autores, a unidade taxonômica que expressa a afinidade existente entre nós e estes animais é a) o filo. b) o reino. c) a classe. d) a família. e) a espécie.
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5. (ENEM/2006) No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena:
Não se conformou; devia haver engano. (…) Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.
Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.
No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho: a) “Não se conformou: devia haver engano” b) “a Fabiano perdeu os estribos” c) “Passar a vida inteira assim no toco” d) “entregando o que era dele de mão beijada!” e) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou”