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Guias e Dicas
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Mitos e verdade sobre procedimentos odontologicos na gravidez, Resumos de Anatomia Dentária

Mitos e verdade sobre procedimentos odontologicos na gravidez

Tipologia: Resumos

2020

Compartilhado em 17/10/2022

manuela-nasciutti-gontijo-guedes
manuela-nasciutti-gontijo-guedes 🇧🇷

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Mitos e Crendices no Tratamento Odontológico de Gestantes
Manuela N. Gontijo Guedes1; Elana dos Santos Andrade2; Ana Teresinha da Silva M. dos Anjos3; Lauriellen Travassos Silva4;
Layssa Gabriela P. da Silva5; Helora Freitas Moura6
1,2,3,4,5Estudantes de Graduação em Odontologia do Centro Universitário ICESP; 6Professora orientadora do Centro Universitário
ICESP
Email para contato: helora.moura@icesp.edu.br
Metodologia
O estudo consiste em revisão de literatura sobre o tema estudado, de cunho exploratório e qualitativo. Essa
metodologia se restringe em uma análise da produção bibliográfica em determinada área temática, fornecendo uma
visão geral, evidenciando novas ideias. Para isso realizou-se a coleta de trabalhos científicos sobre o assunto em
bancos de dados sobre estudos de mitos e crendices odontológicos como: GOOGLE Acadêmico
(www.scholar.google.com.br/?hl=pt), SCIELO (www.scielo.org) e Biblioteca Digital de Dissertações e Teses
(http://bdtd.ibict.br/vufind/). Utilizaram-se palavras-chaves como “gestante”, “prevenção”, “mitos” e“odontologia
preventiva” ,podendo ser colocados isolados ou em conjunto. Após a leitura de dez artigos incluindo dissertações,
foram selecionados quatro para serem utilizados no trabalho.
Alguns autores, os quais foram utilizados neste trabalho, sugerem que algumas informações sobre as pacientes
sejam esclarecidas durante a gestação, para que o profissional possa executar o tratamento de forma responsável
e cautelosa, que temporariamente se torna especial, baseando-se no que realmente é verdade. Diante disso ele
deve saber quanto às alterações decorrentes da gravidez que são: Alterações Fisiológicas (pressão sanguínea
arterial, frequência cardíaca, concentração de proteínas no sangue, alterações hormonais, e outras); Alterações
Psicológicas (baixa autoestima, medo de que aconteça algum problema com o bebê); Alterações Bucais
(gengivite, presença de placa bacteriana, alterações na saliva xerostomia, e flora bucal).
Considerações Finais
Através da revisão bibliográfica pode se concluir que as gestantes devem ser priorizadas nos programas de
atenção odontológica, e os profissionais da odontologia devem procurar desmistificar crenças e mitos em torno do
atendimento. Contudo, todo e qualquer médico dentista tem a capacidade de atender a paciente gestante,
principalmente durante o segundo trimestre, porém, os dentistas devem estar atentos a alguns temas relacionados
ao seu tratamento, principalmente a terapêutica medicamentosa, que as mesmas apresentam algumas
restrições. Por mais que a gestante seja caracterizada como uma paciente especial, vários estudos confirmam que,
se as gestantes forem submetidas a práticas educativo-preventivas durante a gestação sobre bons hábitos
favoráveis no pré-natal, as mesmas serão multiplicadoras de saúde no âmbito familiar, e podendo até controlar e
prevenir doenças bucais dos seus futuros filhos e parentes.
Compreende-se, portanto, a necessidade de termos uma formação contínua, capacitada e atualizada dos
odontologistas para impedir a disseminação de mitos e crendices, a fim de não se sentirem despreparados para
atender as pacientes. E usarem as medicações corretas, não realizarem exames e procedimentos desnecessários
que possam pôr em risco a vida do feto e havendo necessidade, esperar até a 16ª semana de gestação para
realizar exames de raio x, proporcionando obrigatoriamente toda a proteção necessária para a máxima proteção da
gestante e seu bebê.
Além disso, manter o programa de pré-natal que conscientiza e ensina a gestante do que pode ser feito durante a
sua gestação que não cause danos ao feto ede investir nos atendimentos a domicílio a essas grávidas para
garantir o acesso e cuidado bucal dessas mulheres.
Referências
OLIVEIRA, JFM; GONÇALVES, PE . Verdades e Mitos sobre o Atendimento Odontológico da Paciente Gestante.
Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial . Volume 50, N°3, 2015.
LESSA, I.B. Promoção à saúde bucal da gestante. Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Especialização
em Atenção Básica em saúde da família. UFMG Corinto/MG 2016.
BASTIANI, C.; COTA, A.L.; HONÓRIO, H.; RIOS, D. Conhecimento das gestantes sobre alterações bucais e
tratamento odontológico durante a gravidez . Odontol. Clín.-Cient., Recife, 9 (2) 155-160, abr./jun., 2010.
BOTELHO, D.L.; LIMA, V.G.; ALMEIDA, J.R. ODONTOLOGIA E GESTAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL
ODONTOLÓGICO . SANARE (Sobral, Online).;vol.18(2):69-77,2019.
Resultados e Discussão
TRATAMENTO ODONTOLÓGICO:
Um dos trabalhos analisados, reitera que o Ministério da Saúde (MS) salienta que o primeiro trimestre (2ª a
semana de concepção) é o período menos adequado para o tratamento odontológico (OLIVEIRA, JFM, 2015).
Além disso, a maioria das pacientes pode apresentar indisposição, enjoos matutinos e náuseas a menor
provocação. Neste período, devem-se evitar tomadas radiográficas. Porém quando necessário, fazê-la tomando as
devidas precauções, tais como, o uso de avental de chumbo, protetor de tireoide e filmes de exposição ultrarrápida.
Deve ser enfatizado que os cuidados bucais da mãe se refletem no be em desenvolvimento. Realizar, somente,
terapia periodontal básica, polimento coronário e controle de placa. Por isso, o tratamento odontológico deve ser
realizado no segundo trimestre, época mais indicada, por ser o período de maior estabilidade da gestação. Porque
no terceiro trimestre, a gestante costuma apresentar frequência urinária aumentada, devido ao peso e redução da
bexiga, edema das pernas, pela compressão da veia cava inferior, e devido ao tamanho aumentado do útero, pode
comprimir e causa a obstrução parcial ou completa da artéria aorta e da veia cava. E a redução no retorno do
suprimento sanguíneo cardíaco reduz a pressão sanguínea e a circulação útero-placentária, representando um
perigo para o feto.
Terapêutica Medicamentosa: Os medicamentos devem ser utilizados em sua menor dose terapêuticos
necessária, e pelo menor intervalo de tempo possível. Sobre a terapêutica administrada à gestante, consiste em:
anti-inflamatórios, analgésicos, antibióticos e anestésicos. NÃO é recomendável o uso de AAS porque os
mesmos bloqueiam a síntese de prostaglandinas, podendo constringir o ducto arterioso intra-uterino, podendo
causar hipertensão pulmonar sustentada no recém-nascido.
Exames Radiográficos: O feto é mais suscetível à radiação entre a segunda e sexta semanas de gestação,
sendo que os raios X não precisam ser evitados, mas sua indicação é que sejam realizados no segundo
trimestre de gestação. Isso é relatado, que alguns autores alegam que expor a gestante antes da 16ª semana,
podem provocar formação (microcefalia, microftalmia, retardo mental, catarata, etc.). Porém, o médico
dentista é obrigado a prover proteção com avental de chumbo, evitar radiografias desnecessárias, evitar ângulos
direcionados para o abdómen, usar filmes rápidos e pequenos tempos de exposição. NÃO é recomendável o
uso de Tomografia Computadorizada Odontológica com feixe cônico em nenhum período da gestação, a qual
possui um valor de radiação que pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento do feto.
Tratamento com Flúor:Um aspecto da suplementação de flúor em gestante tem sido um assunto de muita
discussão muitos anos, pois sua indicação estava pautada na proteção dos dentes do futuro bebê. Todavia,
sabe-se que flúor administrado durante a gravidez não tem nenhum efeito preventivo contra a cárie dentária do
feto, portanto, não é recomendável o uso de nenhum suplemento fluorado durante a gestação, que não
nenhuma razão biológica para prescrever suplementos fluorados.
Introdução
Durante a gestação ocorrem diversas alterações físico-psicológicas na mulher, as quais são responsáveis por
inseri-la em um grupo de pacientes necessitando de cuidados diferenciados. É sabido que o atendimento
odontológico à gestante é cercado de mitos e preconceitos, tanto por parte das gestantes, como por parte dos
Cirurgiões Dentistas (CDs), fazendo com que a mulher no período gestacional não receba tratamento ou não
receba um tratamento adequado. Procedimentos eletivos devem ser preferencialmente executados entre o 4º. e o
7º. mês pela maior estabilidade da gestação. Entretanto, dor e infecção devem ser tratados a qualquer momento,
buscando a remoção de sua etiologia. No entanto, diversos mitos e preconceitos em torno do atendimento
odontológico à mulheres grávidas, que em grande parte das situações, acabam por subestimar a evidência
científica de que não é contraindicada a consulta odontológica. Pelo contrário, a literatura é unanime ao relatar a
importância deste tipo de atendimento, principalmente neste período em que a mulher encontra-se mais suscetível
a problemas bucais por diversos fatores. Todo e qualquer cirurgião dentista tem a capacidade de atender a paciente
gestante, principalmente durante o segundo trimestre, porém deve estar atento a alguns temas relacionados ao seu
tratamento, como à terapêutica medicamentosa. Quanto ao exame de raios-X, não é contraindicado quando o
profissional protege a paciente com o avental e colar de chumbo. A suplementação de flúor à gestante é
contraindicada, mas a sua terapia oral com flúor sim, principalmente, para melhorar a condição bucal da mãe. O
aumento da prevalência de doenças periodontais e cárie dentária ocorrem devido a maus hábitos de higiene pela
mãe, e não decorrente da gravidez. De acordo com os artigos e dissertações utilizados neste trabalho, buscou-se
abordar algumas estatísticas em forma de gráfico e tabela, e versar sobre algumas propostas recomendadas pelos
autores dos mesmos. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão crítica da literatura odontológica acerca dos
mitos e verdades sobre o atendimento odontológico da paciente gestante, assim como a importância da Medicina
Dentária Preventiva nesta fase.
Tabela 1 Medicamentos mais recomendáveis para gestantes no tratamento odontológico
FONTE: OLIVEIRA, JFM. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial . Volume 50, N°3, 2015.
ATIVIDADE AVALIATIVA DE INTRODUÇÃO À PROFISSÃO
TIPO DE MEDICAMENTO MAIS RECOMENDÁVEIS
Anti-inflamatório
Corticóides
preferenciais (Prednisona (5 e 20 mg) e Prednisolona (
5
e
20 mg))
Para
procedimentos mais invasivos (Betametasona 0,5 e 2,0 mg))
Analgésicos
Paracetamol
500 mg (baixas concentrações)
Acetominofen
500 ou 750 mg
Antibióticos
Usar
em casos necessários:
Penicilinas
(Ampicilinas 250 ou 500 mg e Amoxicilinas 250
ou
500
mg)
Eritromicina
250 ou 500 mg
Para
infecções mais graves:
Metronidazol
(250 ou 400 mg) + Penicilina (500 mg)
Amoxicilina
(200 mg) + Clavulanato de potássio (28,5 mg)
Anestésicos
Anestésico
local
-
Lidocaína 2% com adrenalina
-
Prilocaína 3% com Octapressin (deve ser usado com cautela)
Um outro estudo escolhido para a elaboração deste trabalho, realizou uma pesquisa com 80 gestantes
frequentadoras de consultórios médicos particulares e de Unidades Básicas de Saúde da cidade de Maringá-PR
(BASTIANI, C, 2010). Neste estudo foi encontrado um perfil jovem entre as gestantes entrevistadas, as quais
apresentaram entre 14 e40 anos de idade, com uma média de 25 anos. Observou-se que a maioria das gestantes
tinha consciência da necessidade de cuidados médicos durante este período, pois 97,5% realizavam o programa
pré-natal; destas, 61,25%nas Unidades Básicas de Saúde e 38,75%em consultórios particulares.
A principal conduta de dentistas, relatada pelas gestantes que procuraram o atendimento odontológico (40%), foi a
execução do tratamento associada à orientação sobre saúde bucal (53%). No entanto, também foi detectada a
recusa do profissional em realizar o tratamento em 16%dos casos (Gráfico 1).
Conforme ilustrado no (Gráfico 2), as gestantes que não procuraram atendimento odontológico alegaram não
precisar (48%), falta de recurso financeiro (25%); falta de tempo (10%), dentre outros motivos (17%). Todavia,
muitas dessas mulheres haviam indicado a necessidade do tratamento preventivo.
Gráfico 1: Relato das gestantes sobre qual foi a conduta do dentista quando procurado por elas para atendimento odontológico.
Gráfico 2: Motivos das gestantes não procurarem um tratamento odontológico.
FONTE: BASTIANI, C. Conhecimento das gestantes sobre alterações bucais e tratamento odontológico durante a gravidez . Odontol. Clín.-
Cient., Recife, 9 (2) 155-160,abr./jun., 2010.
2
1
Gráfico 3: Procedimentos que as gestantes julgam não poder realizar durante a gestação.
FONTE: BOTELHO, D.L ODONTOLOGIA E GESTAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO . SANARE (Sobral,
Online).;18(2):69-77 2019 Jul-Dez.
Com a revisão da literatura, fez-se necessário criar um protocolo de assistência visando melhoria de atendimento às
gestantes (LESSA, Iracema, 2016).
Visita Domiciliar: segundo o Ministério da Saúde, a visita domiciliar à gestante, proporciona ao profissional
adentrar o espaço da família identificando as suas necessidades e tem como objetivo captar gestantes não
inscritas no pré-natal, reconduzir gestantes faltosas, especialmente as de alto risco, acompanhar a evolução da
gestação caso tenha dificuldade de locomoção.
Educação em Saúde: a educação em saúde bucal das gestantes, deverá ser feita pela equipe através de
palestras, oficinas, formação de grupos e sempre reforçada nos atendimentos individuais. Existem crenças e
mitos fortemente relacionados à gestação, a maioria não tem suporte científico e contribuem para o afastamento
das gestantes da atenção odontológica (CODATO, NAKAMA E MELCHIOR, 2013). Deverá ser feito um
levantamento de Tabus para que possam ser desmistificados por profissionais envolvidos no cuidado com a
gestante.
Constante capacitação da Equipe: os profissionais da área da saúde bucal devem trabalhar de forma integrada
com os demais profissionais da equipe de saúde como por exemplo, obstetras. Muitas vezes os profissionais da
saúde contribuem para o aparecimento e fortalecimento de medos e tabus, daí a importância em educação
permanente e continuada dos profissionais envolvidos na realização das ações de saúde
Outro trabalho que foi selecionado para a análise do tema, foi realizado em Fortaleza (CE) em agosto de 2017 a
julho de 2018, nas unidades de atenção primária à saúde (UAPS) da Secretaria Regional (BOTELHO, D.L, 2019).
Realizou-se uma pesquisa com 61 gestantes inscritas no Pré-natal das unidades citadas. Apesar dos mitos
relacionados ao atendimento odontológico no período gestacional, 49,2% das gestantes acreditam não existir
nenhum procedimento odontológico que não possa ser realizado durante o pré-natal. 16,4% das gestantes não
teriam permitido o uso de anestesia durante a gravidez, os exames radiográficos devem ser proibidos em
gestantes de acordo com 13,1% das entrevistadas, a realização de exodontias deve ser evitada para 18% delas e
11,7% acreditam que o tratamento endodôntico não deve ser realizado durante a gravidez. Além disso, os
tratamentos restauradores são considerados procedimentos menos invasivos, por isso apenas 4,9% acreditam que
não devem ser realizados no período gestacional. A influência da saúde bucal na gestação foi considerada
evidente por 72,1% das gestantes (Gráfico 3).
26%
20%
28%
18%
8% Anestesia
Raio-X
Exodontia
Edodontia
Restauração

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Mitos e Crendices no Tratamento Odontológico de Gestantes

Manuela N. Gontijo Guedes

; Elana dos Santos Andrade

; Ana Teresinha da Silva M. dos Anjos

; Lauriellen Travassos Silva

Layssa Gabriela P. da Silva

; Helora Freitas Moura

Estudantes de Graduação em Odontologia do Centro Universitário ICESP;

Professora orientadora do Centro Universitário

ICESP

Email para contato: helora.moura@icesp.edu.br

Metodologia

O estudo consiste em revisão de literatura sobre o tema estudado, de cunho exploratório e qualitativo. Essa metodologia se restringe em uma análise da produção bibliográfica em determinada área temática, fornecendo uma visão geral, evidenciando novas ideias. Para isso realizou-se a coleta de trabalhos científicos sobre o assunto em bancos de dados sobre estudos de mitos e crendices odontológicos como: GOOGLE Acadêmico (www.scholar.google.com.br/?hl=pt), SCIELO (www.scielo.org) e Biblioteca Digital de Dissertações e Teses (http://bdtd.ibict.br/vufind/). Utilizaram-se palavras-chaves como “gestante”, “prevenção”, “mitos” e “odontologia preventiva” , podendo ser colocados isolados ou em conjunto. Após a leitura de dez artigos incluindo dissertações, foram selecionados quatro para serem utilizados no trabalho. Alguns autores, os quais foram utilizados neste trabalho, sugerem que algumas informações sobre as pacientes sejam esclarecidas durante a gestação, para que o profissional possa executar o tratamento de forma responsável e cautelosa, que temporariamente se torna especial, baseando-se no que realmente é verdade. Diante disso ele deve saber quanto às alterações decorrentes da gravidez que são: Alterações Fisiológicas (pressão sanguínea arterial, frequência cardíaca, concentração de proteínas no sangue, alterações hormonais, e outras); Alterações Psicológicas (baixa autoestima, medo de que aconteça algum problema com o bebê); Alterações Bucais (gengivite, presença de placa bacteriana, alterações na saliva – xerostomia, e flora bucal).

Considerações Finais

Através da revisão bibliográfica pode se concluir que as gestantes devem ser priorizadas nos programas de atenção odontológica, e os profissionais da odontologia devem procurar desmistificar crenças e mitos em torno do atendimento. Contudo, todo e qualquer médico dentista tem a capacidade de atender a paciente gestante, principalmente durante o segundo trimestre, porém, os dentistas devem estar atentos a alguns temas relacionados ao seu tratamento, principalmente a terapêutica medicamentosa, já que as mesmas apresentam algumas restrições. Por mais que a gestante seja caracterizada como uma paciente especial, vários estudos confirmam que, se as gestantes forem submetidas a práticas educativo-preventivas durante a gestação sobre bons hábitos favoráveis no pré-natal, as mesmas serão multiplicadoras de saúde no âmbito familiar, e podendo até controlar e prevenir doenças bucais dos seus futuros filhos e parentes. Compreende-se, portanto, a necessidade de termos uma formação contínua, capacitada e atualizada dos odontologistas para impedir a disseminação de mitos e crendices, a fim de não se sentirem despreparados para atender as pacientes. E usarem as medicações corretas, não realizarem exames e procedimentos desnecessários que possam pôr em risco a vida do feto e havendo necessidade, esperar até a 16 ª semana de gestação para realizar exames de raio x, proporcionando obrigatoriamente toda a proteção necessária para a máxima proteção da gestante e seu bebê. Além disso, manter o programa de pré-natal que conscientiza e ensina a gestante do que pode ser feito durante a sua gestação que não cause danos ao feto e de investir nos atendimentos a domicílio a essas grávidas para garantir o acesso e cuidado bucal dessas mulheres.

Referências

OLIVEIRA, JFM; GONÇALVES, PE. Verdades e Mitos sobre o Atendimento Odontológico da Paciente Gestante. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial. Volume 50 , N° 3 , 2015. LESSA, I.B. Promoção à saúde bucal da gestante. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Especialização em Atenção Básica em saúde da família. UFMG – Corinto/MG – 2016. BASTIANI, C.; COTA, A.L.; HONÓRIO, H.; RIOS, D. Conhecimento das gestantes sobre alterações bucais e tratamento odontológico durante a gravidez. Odontol. Clín.-Cient., Recife, 9 ( 2 ) 155 - 160 , abr./jun., 2010. BOTELHO, D.L.; LIMA, V.G.; ALMEIDA, J.R. ODONTOLOGIA E GESTAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO. SANARE (Sobral, Online).;vol. 18 ( 2 ): 69 - 77 , 2019.

Resultados e Discussão

TRATAMENTO ODONTOLÓGICO: Um dos trabalhos analisados, reitera que o Ministério da Saúde (MS) salienta que o primeiro trimestre ( 2 ª a 8 ª semana de concepção) é o período menos adequado para o tratamento odontológico (OLIVEIRA, JFM, 2015 ). Além disso, a maioria das pacientes pode apresentar indisposição, enjoos matutinos e náuseas a menor provocação. Neste período, devem-se evitar tomadas radiográficas. Porém quando necessário, fazê-la tomando as devidas precauções, tais como, o uso de avental de chumbo, protetor de tireoide e filmes de exposição ultrarrápida. Deve ser enfatizado que os cuidados bucais da mãe se refletem no bebê em desenvolvimento. Realizar, somente, terapia periodontal básica, polimento coronário e controle de placa. Por isso, o tratamento odontológico deve ser realizado no segundo trimestre, época mais indicada, por ser o período de maior estabilidade da gestação. Porque no terceiro trimestre, a gestante costuma apresentar frequência urinária aumentada, devido ao peso e redução da bexiga, edema das pernas, pela compressão da veia cava inferior, e devido ao tamanho aumentado do útero, pode comprimir e causa a obstrução parcial ou completa da artéria aorta e da veia cava. E a redução no retorno do suprimento sanguíneo cardíaco reduz a pressão sanguínea e a circulação útero-placentária, representando um perigo para o feto.

  • Terapêutica Medicamentosa: Os medicamentos devem ser utilizados em sua menor dose terapêuticos necessária, e pelo menor intervalo de tempo possível. Sobre a terapêutica administrada à gestante, consiste em: anti-inflamatórios, analgésicos, antibióticos e anestésicos. NÃO é recomendável o uso de AAS porque os mesmos bloqueiam a síntese de prostaglandinas, podendo constringir o ducto arterioso intra-uterino, podendo causar hipertensão pulmonar sustentada no recém-nascido.
  • Exames Radiográficos: O feto é mais suscetível à radiação entre a segunda e sexta semanas de gestação, sendo que os raios X não precisam ser evitados, mas sua indicação é que sejam realizados no segundo trimestre de gestação. Isso é relatado, já que alguns autores alegam que expor a gestante antes da 16 ª semana, podem provocar má formação (microcefalia, microftalmia, retardo mental, catarata, etc.). Porém, o médico dentista é obrigado a prover proteção com avental de chumbo, evitar radiografias desnecessárias, evitar ângulos direcionados para o abdómen, usar filmes rápidos e pequenos tempos de exposição. NÃO é recomendável o uso de Tomografia Computadorizada Odontológica com feixe cônico em nenhum período da gestação, a qual possui um valor de radiação que pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento do feto.
  • Tratamento com Flúor: Um aspecto da suplementação de flúor em gestante tem sido um assunto de muita discussão há muitos anos, pois sua indicação estava pautada na proteção dos dentes do futuro bebê. Todavia, sabe-se que flúor administrado durante a gravidez não tem nenhum efeito preventivo contra a cárie dentária do feto, portanto, não é recomendável o uso de nenhum suplemento fluorado durante a gestação, já que não há nenhuma razão biológica para prescrever suplementos fluorados.

Introdução

Durante a gestação ocorrem diversas alterações físico-psicológicas na mulher, as quais são responsáveis por inseri-la em um grupo de pacientes necessitando de cuidados diferenciados. É sabido que o atendimento odontológico à gestante é cercado de mitos e preconceitos, tanto por parte das gestantes, como por parte dos Cirurgiões Dentistas (CDs), fazendo com que a mulher no período gestacional não receba tratamento ou não receba um tratamento adequado. Procedimentos eletivos devem ser preferencialmente executados entre o 4 º. e o 7 º. mês pela maior estabilidade da gestação. Entretanto, dor e infecção devem ser tratados a qualquer momento, buscando a remoção de sua etiologia. No entanto, há diversos mitos e preconceitos em torno do atendimento odontológico à mulheres grávidas, que em grande parte das situações, acabam por subestimar a evidência científica de que não é contraindicada a consulta odontológica. Pelo contrário, a literatura é unanime ao relatar a importância deste tipo de atendimento, principalmente neste período em que a mulher encontra-se mais suscetível a problemas bucais por diversos fatores. Todo e qualquer cirurgião dentista tem a capacidade de atender a paciente gestante, principalmente durante o segundo trimestre, porém deve estar atento a alguns temas relacionados ao seu tratamento, como à terapêutica medicamentosa. Quanto ao exame de raios-X, não é contraindicado quando o profissional protege a paciente com o avental e colar de chumbo. A suplementação de flúor à gestante é contraindicada, mas a sua terapia oral com flúor sim, principalmente, para melhorar a condição bucal da mãe. O aumento da prevalência de doenças periodontais e cárie dentária ocorrem devido a maus hábitos de higiene pela mãe, e não decorrente da gravidez. De acordo com os artigos e dissertações utilizados neste trabalho, buscou-se abordar algumas estatísticas em forma de gráfico e tabela, e versar sobre algumas propostas recomendadas pelos autores dos mesmos. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão crítica da literatura odontológica acerca dos mitos e verdades sobre o atendimento odontológico da paciente gestante, assim como a importância da Medicina Dentária Preventiva nesta fase. Tabela 1 – Medicamentos mais recomendáveis para gestantes no tratamento odontológico FONTE: OLIVEIRA, JFM. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial. Volume 50, N°3, 2015.

ATIVIDADE AVALIATIVA DE INTRODUÇÃO À PROFISSÃO

TIPO DE MEDICAMENTO MAIS RECOMENDÁVEIS Anti-inflamatório Corticóides preferenciais (Prednisona ( 5 e 20 mg) e Prednisolona ( 5 e 20 mg)) Para procedimentos mais invasivos (Betametasona 0 , 5 e 2 , 0 mg)) Analgésicos Paracetamol 500 mg (baixas concentrações) Acetominofen – 500 ou 750 mg Antibióticos Usar em casos necessários: Penicilinas (Ampicilinas – 250 ou 500 mg e Amoxicilinas – 250 ou 500 mg) Eritromicina – 250 ou 500 mg Para infecções mais graves: Metronidazol ( 250 ou 400 mg) + Penicilina ( 500 mg) Amoxicilina ( 200 mg) + Clavulanato de potássio ( 28 , 5 mg) Anestésicos Anestésico local

**- Lidocaína 2 % com adrenalina

  • Prilocaína 3 % com Octapressin (deve ser usado com cautela)** Um outro estudo escolhido para a elaboração deste trabalho, realizou uma pesquisa com 80 gestantes frequentadoras de consultórios médicos particulares e de Unidades Básicas de Saúde da cidade de Maringá-PR (BASTIANI, C, 2010 ). Neste estudo foi encontrado um perfil jovem entre as gestantes entrevistadas, as quais apresentaram entre 14 e 40 anos de idade, com uma média de 25 anos. Observou-se que a maioria das gestantes tinha consciência da necessidade de cuidados médicos durante este período, pois 97 , 5 % realizavam o programa pré-natal; destas, 61 , 25 % nas Unidades Básicas de Saúde e 38 , 75 % em consultórios particulares. A principal conduta de dentistas, relatada pelas gestantes que procuraram o atendimento odontológico ( 40 %), foi a execução do tratamento associada à orientação sobre saúde bucal ( 53 %). No entanto, também foi detectada a recusa do profissional em realizar o tratamento em 16 % dos casos (Gráfico 1 ). Conforme ilustrado no (Gráfico 2 ), as gestantes que não procuraram atendimento odontológico alegaram não precisar ( 48 %), falta de recurso financeiro ( 25 %); falta de tempo ( 10 %), dentre outros motivos ( 17 %). Todavia, muitas dessas mulheres haviam indicado a necessidade do tratamento preventivo. Gráfico 1 : Relato das gestantes sobre qual foi a conduta do dentista quando procurado por elas para atendimento odontológico. Gráfico 2 : Motivos das gestantes não procurarem um tratamento odontológico. FONTE: BASTIANI, C. Conhecimento das gestantes sobre alterações bucais e tratamento odontológico durante a gravidez. Odontol. Clín.- Cient., Recife, 9 ( 2 ) 155 - 160 , abr./jun., 2010.

Gráfico 3: Procedimentos que as gestantes julgam não poder realizar durante a gestação. FONTE: BOTELHO, D.L ODONTOLOGIA E GESTAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO. SANARE (Sobral, Online).; 18 ( 2 ): 69 - 77 2019 Jul-Dez. Com a revisão da literatura, fez-se necessário criar um protocolo de assistência visando melhoria de atendimento às gestantes (LESSA, Iracema, 2016 ).

  • Visita Domiciliar: segundo o Ministério da Saúde, a visita domiciliar à gestante, proporciona ao profissional adentrar o espaço da família identificando as suas necessidades e tem como objetivo captar gestantes não inscritas no pré-natal, reconduzir gestantes faltosas, especialmente as de alto risco, acompanhar a evolução da gestação caso tenha dificuldade de locomoção.
  • Educação em Saúde: a educação em saúde bucal das gestantes, deverá ser feita pela equipe através de palestras, oficinas, formação de grupos e sempre reforçada nos atendimentos individuais. Existem crenças e mitos fortemente relacionados à gestação, a maioria não tem suporte científico e contribuem para o afastamento das gestantes da atenção odontológica (CODATO, NAKAMA E MELCHIOR, 2013 ). Deverá ser feito um levantamento de Tabus para que possam ser desmistificados por profissionais envolvidos no cuidado com a gestante.
  • Constante capacitação da Equipe: os profissionais da área da saúde bucal devem trabalhar de forma integrada com os demais profissionais da equipe de saúde como por exemplo, obstetras. Muitas vezes os profissionais da saúde contribuem para o aparecimento e fortalecimento de medos e tabus, daí a importância em educação permanente e continuada dos profissionais envolvidos na realização das ações de saúde Outro trabalho que foi selecionado para a análise do tema, foi realizado em Fortaleza (CE) em agosto de 2017 a julho de 2018 , nas unidades de atenção primária à saúde (UAPS) da Secretaria Regional (BOTELHO, D.L, 2019 ). Realizou-se uma pesquisa com 61 gestantes inscritas no Pré-natal das unidades citadas. Apesar dos mitos relacionados ao atendimento odontológico no período gestacional, 49 , 2 % das gestantes acreditam não existir nenhum procedimento odontológico que não possa ser realizado durante o pré-natal. Já 16 , 4 % das gestantes não teriam permitido o uso de anestesia durante a gravidez, os exames radiográficos devem ser proibidos em gestantes de acordo com 13 , 1 % das entrevistadas, a realização de exodontias deve ser evitada para 18 % delas e 11 , 7 % acreditam que o tratamento endodôntico não deve ser realizado durante a gravidez. Além disso, os tratamentos restauradores são considerados procedimentos menos invasivos, por isso apenas 4 , 9 % acreditam que não devem ser realizados no período gestacional. A influência da saúde bucal na gestação foi considerada evidente por 72 , 1 % das gestantes (Gráfico 3 ). 26% 20% 28% 18% 8% Anestesia Raio-X Exodontia Edodontia Restauração