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Este artigo explora a aplicação da técnica de mindfulness na terapia cognitivo-comportamental (tcc), especialmente no contexto da pandemia do covid-19. Os autores argumentam que o mindfulness, com sua ênfase na atenção plena e aceitação, pode ser uma ferramenta valiosa para lidar com o estresse, a ansiedade e os desafios psicológicos relacionados à pandemia. O artigo apresenta uma revisão bibliográfica sobre o tema, destacando os benefícios do mindfulness para a saúde mental e sua integração na prática clínica da tcc.
Tipologia: Teses (TCC)
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Everton Luis Gardinal^1 Kelly de Lara Soczek^2 Data de protocolo: Data de aprovação: Resumo: O presente artigo busca, por meio da revisão bibliográfica de livros, revistas e artigos científicos da área da psicologia, expor de forma breve a prática de Mindfulness, bem como a sua utilização no processo psicoterápico pelos profissionais que fazem uso da terapia cognitivo comportamental (TCC). O artigo apresenta a meditação ou atenção plena como um estado de consciência que envolve estar atento às experiências, momento a momento, de forma receptiva e sem julgamento. A partir desta revisão, evidenciar-se-á sua aplicabilidade no processo psicoterápico, sendo mais uma valorosa técnica que os terapeutas cognitivos comportamentais podem acrescentar ao seu protocolo de tratamento a fim de minimizar o sofrimento emocional de seus pacientes, sobretudo no cenário atual da pandemia, o qual ocasionou o isolamento social, impondo aos sujeitos uma mudança radical no estilo de vida, somando-se ao medo de ser contaminado, à impossibilidade do contato físico, entre outros fatores que contribuem para o aumento do estresse e da ansiedade, prejudicando à saúde mental. Palavras-chave: Mindfulness ; Psicoterapia; Terapia Cognitivo-Comportamental; Pandemia. Abstract: This article seeks through the bibliographic review of books, magazines and scientific articles in the field of psychology to briefly expose the practice of Mindfulness, as well as its use in the psychotherapeutic process by professionals who use cognitive behavioral therapy (CBT). The article presents meditation or mindfulness as a state of consciousness that involves being attentive to experiences, moment by moment, in a receptive and non-judgmental way. From this review, its applicability in the psychotherapeutic process will become evident, being one more valuable technique that cognitive behavioral therapists can add to their treatment protocol in order to minimize the emotional suffering of their patients, especially in the current scenario of the pandemic. , which caused social isolation by imposing on the subjects a radical change in lifestyle, adding to the fear of being contaminated, the impossibility of physical contact, among other factors that contribute to the increase in stress and anxiety, harming health mental. Keywords: Mindfulness; Psychotherapy; Cognitive-Behavioral Therapy; Pandemic. (^1) Acadêmico do curso de Bacharelado em Psicologia (IESSA-PG). E-mail e.gardinal@hotmail.com (^2) Orientadora Docente do curso de Bacharelado em Psicologia (IESSA-PG). Psicóloga, Esp. em Terapias Cognitivas. E-mail kelly_soczek@yahoo.com.br
Conhecer o prisma pelo qual se percebe o ser humano, a vida e as relações do indivíduo com seus semelhantes e com sua realidade é essencial, pois, é baseado na compreensão de quem é o indivíduo e seu funcionamento, que se torna possível aproximar-se de sua melhor versão subjetiva. É fato que o sujeito não nasce pronto, com manual de instruções, no entanto, atualmente, a contemporaneidade fornece diversos estudos, apontamentos, estratégias e técnicas em diversas áreas, sobretudo na Psicologia, a qual converge certas percepções e indicativos permitindo o entendimento de como viver melhor, alcançar melhores resultados, ter uma vida mais feliz e por fim, o que dá sentido à vida. O ser humano é ativo e proativo em toda a sua percepção, aprendizado e conhecimento, ou seja, é construtor de suas experiências e de sua realidade e é por meio de unidades cognitivas biológico-ambientais, que esta realidade é percebida. Sabe-se que o sujeito é um ser biopsicossocial, resultado de um conjunto de fatores mediadores, entre os quais a genética, vida intrauterina, primeiros meses de vida, estilo modal da família, relacionamento dos pais, dos irmãos, influência da sociedade, cultura de origem, entre outros, sendo que tudo é mediado pelo sistema cognitivo do indivíduo. Este é, na verdade, o fator mais importante: a forma como o sujeito encara tudo isso e, a partir disso, é possível trabalhar com ele de forma positiva, buscando resiliência e superação. Para tanto, na busca de uma vida equilibrada, de forma saudável e plena, busca-se conceitos de uma determinada prática que tem suas origens na meditação budista, porém sem relação com a religião. Na psicologia, esta prática é conhecida como Mindfulness^3 , a qual surge na década de 80 proposta por KabatZinn, com o objetivo de manter a atenção plena e sem julgamentos do sujeito. Ao buscar a revisão bibliográfica sobre o tema, objetivou-se oferecer aos acadêmicos e profissionais da teoria cognitivo comportamental, uma estrutura de trabalho, de conhecimento e ação; uma reflexão sobre o reconhecimento dos benefícios da meditação, que apoiam os profissionais da Psicologia, que podem incluí- (^3) Por se tratar de um neologismo em inglês, optou-se por manter o termo original Mindfulness no lugar de “atenção plena”, “plena atenção”, “consciência plena”, traduções frequentemente utilizadas na bibliografia e que podem gerar confusões conceituais.
Mindfulness origina-se da junção das palavras inglesas “mind” que significa mente e “fulness” que significa total e, portanto, pode ser traduzida para o português como “atenção plena” ou consciência plena. De acordo com Kabat-Zinn (2005, p.13), Mindfulness refere-se a “uma consciência sincera, de momento a momento, não julgadora, é uma forma de estar numa relação sábia com a completude de sua experiência”. Trata-se de um constructo que provém das tradições budistas de meditação, sendo empregado no ocidente em contextos variados, referindo-se à capacidade de prestar atenção no momento presente, a tudo que surgir interna ou externamente. Conforme Menezes (2009), a prática foi utilizada por Kabat-Zinn, na década de 80 para o tratamento de pacientes com dores crônicas e para o manejo de estresse, sendo possível verificar a proposição de sua utilização em uma diversidade de intervenções e em diferentes grupos de pessoas, desde as que possuem algum transtorno psicológico específico até a população considerada saudável. O termo Mindfulness refere-se à capacidade de prestar atenção, no momento presente, a tudo que surgir interna ou externamente. Trata-se de uma consciência plena da situação vivida sem engajar em julgamento ou no desejo de que as coisas sejam diferentes. O foco é na percepção consciente das experiências internas, observando o surgimento e o desaparecimento dos pensamentos e sentimentos, sem agarrar-se àqueles muito valorizados e sem tentar banir os dolorosos. (SANTOS, 2012, p. 527). Dando continuidade, Menezes (2009) descreve que o Mindfulness começou a atrair a atenção da psicologia e de outras ciências da saúde devido aos seus efeitos positivos quando relacionada a diferentes tipos de sintomas, como distúrbios do sono, ansiedade, estresse, dores crônicas, perturbações do estado de ânimo, entre outros, alcançando novos patamares como disciplina e processo terapêutico. Esta técnica, utilizada no campo da saúde para fazer referência a um conjunto de ferramentas terapêuticas baseadas em meditação e atenção plena, é uma forma do sujeito relacionar-se com suas próprias experiências. Nesse contexto, o profissional de psicologia terá condições de ampliar o repertório de atuação, buscando novas técnicas e formas de auxiliar o paciente na constante luta pelo bem-estar físico e mental, devendo estar atento às demandas atuais e às novas formas de atuação psicoterápica.
O Mindfulness surge como mais uma ferramenta de intervenção nos cuidados com a saúde, sendo uma estratégia que estimula a abertura contemplativa e sem julgamento das experiências que o sujeito passa em seu cotidiano, não necessitando de nenhum instrumento além de si próprio para sua execução. Nesse sentido, percebe-se uma relevância do tema para os profissionais da psicologia, uma vez que pode proporcionar um novo olhar para as intervenções psicoeducativas. O Mindfulness não é somente uma meditação com atenção plena e respiração, mas trata-se de uma técnica acompanhada de atitudes contemplativas, autocompaixão e aceitação, questões tais que devem ser trabalhadas no ambiente terapêutico, por profissionais qualificados e devidamente capacitados. Desta forma, o Mindfulness vem conquistando um firme território na pesquisa e prática psicológica, principalmente na psicologia cognitiva, e mais especificamente na Teoria Cognitivo Comportamental (TCC), na qual se desenvolveu um longo trajeto de investigação com o intuito de compreender os mecanismos mentais presentes neste processo. De acordo com Roemer (2010) a TCC busca mostrar a meditação como uma prática psicoterápica, permitindo que os indivíduos se relacionem de uma forma mais flexível e funcional com o ambiente. 4 SOBRE A TEORIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL Conforme ABCMED (2018), em meados da década de 1950, o Dr. Aaron Beck, Professor de Psiquiatria da Universidade da Pennsylvania, na Philadelphia e um eminente Psicanalista, conduziu estudos empíricos para comprovar princípios psicanalíticos. A partir de seus estudos, propôs um modelo teórico que, evoluindo em seus aspectos práticos, constitui-se em um novo sistema de psicoterapia, que ele denominou inicialmente de Terapia Cognitiva e que hoje é mais amplamente conhecida como Terapia Cognitivo-Comportamental. Conforme Knapp e Beck (2008), a TCC baseia-se na hipótese de vulnerabilidade cognitiva como um modelo de transtorno emocional. Seu princípio básico, que reflete uma postura construtivista, é de que nossas representações de eventos internos e externos, e não um evento em si, determinam nossas respostas emocionais e comportamentais. Nossas cognições ou interpretações, as quais refletem formas idiossincráticas de processar informação e representar o real, constituiriam a base dos transtornos emocionais, os quais seriam definidos em TCC, mais propriamente, como transtornos de processamento de informação.
de estudos empíricos em várias áreas de transtornos emocionais, como depressão, transtornos de ansiedade (transtorno de ansiedade generalizada, fobias, pânico, hipocondria, transtorno obsessivo-compulsivo), dependência química, transtornos alimentares, dificuldades interpessoais (terapia de casal e de família), transtornos psiquiátricos, etc., para adultos, crianças e adolescentes, nas modalidades individual e em grupo. Conforme afirmam Knapp e Beck (2008), a TCC incentiva seus pacientes a adquirir a abordagem empírica para solução de problemas e o terapeuta serve como um norteador para seus pacientes ao estimular a autoeficácia, o entusiasmo e a esperança com relação ao trabalho desafiador de modificar cognições mal adaptativas. O princípio fundamental da TCC é de que a maneira como os indivíduos percebem e processam a realidade influencia o modo como eles pensam, sentem e se comportam, assim, o objetivo terapêutico dessa abordagem é reestruturar e corrigir os pensamentos disfuncionais tratando os transtornos emocionais e proporcionando mudanças comportamentais (KNAPP; BECK, 2008). Esta abordagem tem como foco a identificação e correção de distorções cognitivas, que de acordo com Knapp (2004), é um aspecto presente em diferentes transtornos e que oferece ao indivíduo uma forma de ver e interpretar o mundo, de maneira equivocada. O autor ainda afirma que o sujeito apresenta crenças cristalizadas e inflexíveis e desta forma, um dos objetivos seria flexibilizar tais pensamentos, tornando-os não absolutos. 5 O MINDFULNESS NA TEORIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL A TCC é uma das abordagens teóricas que mais se utiliza da técnica de Mindfulness para o tratamento clínico, sendo uma ferramenta eficaz em vários problemas de saúde. Por ser uma técnica de atenção plena, o paciente irá servir-se de momentos de redução de ansiedade, diminuição de pensamentos ansiosos que posteriormente serão avaliados pelo terapeuta. Na TCC, o psicólogo que faz uso do Mindfulness , ajuda os pacientes a focar em seus pensamentos e emoções sem julgamentos a priori , a fim de atentarem-se no momento atual. Esta técnica facilita a desvinculação de pensamentos negativos e permite relaxamento e redução do nível de estresse.
De acordo com Dobson (2011), evitar o sofrimento físico ou psíquico é uma tendência natural do ser humano e o trabalho dos psicoterapeutas é amenizar o sofrimento emocional. Germer (2016, p. 2), afirma que “esse sofrimento chega sob inúmeros disfarces: estresse, ansiedade, depressão, problemas de comportamento, conflitos interpessoais, confusão e desespero”. Neste sentido, o Mindfulness eleva a aceitação, o não julgamento, a sentir menos culpa diante das emoções, reconhecendo que estes pensamentos não necessariamente devem ser controlados ou extintos, mas sim, aceitos. As terapias cognitivas de primeira geração assim como a terapia cognitiva dialética e a terapia de aceitação e compromisso (ACT), terapia cognitiva baseada na atenção plena (MBCT) utilizam a meditação Mindfulness em seus protocolos de tratamento. O terapeuta da TCC poderá utilizar-se dessa técnica, na modulação do foco de atenção e de mudanças rígidas de relacionar-se consigo mesmo, bem como aumentar a capacidade de lidar com as emoções e atitudes mal adaptativas do dia a dia. Os exercícios de relaxamento, com o uso do imaginário e o controle da respiração, auxiliam ao paciente a observar e aceitar sem julgamentos suas experiências internas, sem avaliar ou tentar mudá-las. Ao longo do processo terapêutico, os PAs são estruturados e é feita uma avaliação com objetivo de julgar se estes correspondem à realidade. São chamados de disfuncionais os pensamentos que não correspondem e, desta forma, cabe ao terapeuta trabalhar em conjunto com o paciente para torná-los funcionais (OLIVEIRA; SOUSA, 2010). Além disso, a TCC utiliza algumas técnicas a fim de auxiliar o terapeuta a trabalhar as distorções cognitivas, fobias, dentre outras demandas dos clientes, dentre elas existem algumas como: treinamento de habilidades sociais, reestruturação cognitiva, dessensibilização sistemática, treinos de assertividade e as técnicas de relaxamento, que ajudam o paciente a controlar os sintomas fisiológicos antes ou durante os eventos temidos e que são utilizadas em paralelo a outras técnicas, assim como o Mindfulness (D'EL REY; PACINI, 2006). Dentro da TCC, percebe-se a adequação da aplicação do Mindfulness , como um instrumento que pode auxiliar o indivíduo a sair do “modo automático”, da sua realidade estressora e desgastante, fazendo-o conectar-se consigo mesmo, e complementando o arsenal de técnicas que podem ser utilizadas pelos terapeutas cognitivos. No entanto, o Mindfulness diferencia-se por ser cultivado ao se prestar
apresentar-se de maneira duradoura, comprometendo a saúde física e mental das pessoas. (AQUINO, 2020) De acordo com Melo et al (2021), intervenções como o relaxamento, o Mindfulness, ações psicoeducativas e as mediadas por técnicas expressivas, visam reduzir a ansiedade, promovendo melhoria na sensação subjetiva de bem-estar. Deste modo, considerando tal condição, existem diferentes ferramentas que possibilitam promover a qualidade de vida do sujeito, dentre elas a meditação, que surge como uma estratégia importante por auxiliar na redução do estresse. Votto e De Carvalho (2019) afirmam que, o cenário da pandemia e o nível de estresse que o enfrentamento da crise gera, necessitam de intervenções em saúde mental do sujeito, e nesse sentido, as práticas integrativas são opções com custo benefício relevante. No enfrentamento ao estresse, a meditação promove impactos positivos no aspecto pessoal e, consequentemente, influencia no ambiente em que está inserido. Assim, para manter a integridade física, emocional e espiritual é essencial viabilizar a meditação como uma ferramenta de atenção à saúde mental, buscando oportunidades que os conectam a eles mesmos, e os possibilitem tomar decisões centradas, com clareza e de maneira assertiva. Neste contexto de pandemia a busca pelo bem-estar mostra-se indispensável para alcançar a saúde mental, neste sentido, o Mindfulness auxilia a modificar atitudes e contribui para o equilíbrio entre corpo e mente. Mesmo com poucas fontes bibliográficas referentes a aplicação da técnica no contexto da Covid-19, alguns artigos disponíveis estão em fase inicial de sistematização, porém apresentam indícios de resultados qualitativos positivos de intervenções de emergência para lidar com a crise. De acordo com Andrade et al (2020), os relatos demonstram grande esforço em promover e adaptar técnicas já conhecidas ao novo contexto da pandemia, tanto pelas limitações operacionais quanto pelas novas necessidades contemporâneas. Para os autores, as evidências prévias dos benefícios da prática da atenção plena permitiram que a técnica do Mindfulness fosse incorporada nas experiências da população como uma possível estratégia para manejo de crises de ansiedade e estresse. Atributos como resiliência, comunicação, empatia, pensamento não instrutivo são aspectos decisivos para facilitar as tomadas de decisão sejam de ordem assistencial ou gerencial.
As novas condições sociais e relacionais impostas pelo cenário da pandemia trazem a oportunidade de rever, reinventar e promover de forma consciente e responsável o acesso às técnicas de atenção plena e fortalecer atitudes positivas frente aos desafios pessoais e profissionais. O treinamento em Mindfulness pode configurar uma opção especialmente adequada ao contexto emergente, explorando o potencial das ferramentas eletrônicas de interação social e a necessidade global de cuidado à saúde mental. O estigma associado à saúde mental pode resultar na internalização de pensamentos e emoções inúteis. O reconhecimento precoce de sintomas de baixo humor e ansiedade permite intervenções de amigos, familiares e organização. É dada ênfase aos recursos de aplicativos de atenção plena para fortalecimento da resiliência e redução do desgaste. Esse ciclo de suporte pode continuar a permitir resultados mais seguros e produtivos (ANDRADE et al, 2020, p.209). Os benefícios fisiológicos e cognitivos advindos da prática de Mindfulness , sugerem que sua aplicabilidade no contexto da pandemia de COVID- 19 e na prática psicoterápica da abordagem TCC, pode auxiliar no enfrentamento e no desenvolvimento de comportamentos positivos frente aos desafios impostos nesse contexto mundial. 7 CONCLUSÃO O Mindfulness não é somente uma meditação com atenção plena e respiração, ela é uma técnica acompanhada de atitudes contemplativas, autocompaixão e aceitação, questões tais que devem ser trabalhadas no ambiente terapêutico e, neste sentido, o Conselho Federal de Psicologia está atento às demandas da sociedade e incentiva para utilização de técnicas complementares em saúde para benefício dos pacientes. As habilidades em Mindfulness auxiliam na ênfase de um elemento em um dado momento e isso pode contribuir no melhor controle de emoções intensas, visando acalmá-las, ou seja, há argumentos de que a técnica ajuda na identificação e separação de julgamentos das experiências, além de agir sobre o equilíbrio entre o raciocínio dos pensamentos com as necessidades das emoções. Nesse sentido, a TCC também se estende ao desenvolvimento de habilidades de comunicação, estilos de enfrentamento e manejo psicológico dos sujeitos frente à pandemia da COVID-19. Neste sentido, a técnica do Mindfulness é mais uma ferramenta de intervenção nos
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