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INTRODUÇÃO Caros alunos, esta unidade visa auxiliar na compreensão dos conceitos fundamentais para o entendimento da disciplina. Iniciamos aqui o estudo do Conhecimento Científico, auxiliando assim o aprendiz na compreensão dos elementos que fazem parte do processo da pesquisa. Iniciamos a unidade apresentando o conceito de Ciência e aquisição do conhecimento, para desta forma entendermos o conceito de Conhecimento Científico. A seguir apresentamos uma descrição dos tipos de conhecimento encontrados na literatura. Nesta unidade apresentamos a tríade Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). O ensino e a pesquisa em CTS se fundamentam na crença de que a ciência e a tecnologia são as duas mais potentes forças para os indivíduos, para a sociedade e para as mudanças globais no mundo contemporâneo. Apresentamos alguns objetivos que devem ser buscados, quando se pretende incluir o enfoque CTS no contexto educacional. E por fim, apresentamos o conceito e a tipologia dos métodos científicos. Um
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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AUTORES: Adriana Soares Pereira Dorlivete Moreira Shitsuka Fabio José Parreira Ricardo Shitsuka
AUTORES Adriana Soares Pereira, Dorlivete Moreira Shitsuka Fabio José Parreira Ricardo Shitsuka
Ministério da Educação M593 Metodologia da pesquisa científica [recurso eletrônico] / Adriana Soares Pereira ... [et al.]. – 1. ed. – Santa Maria, RS : UFSM, NTE,
1 e-book Este caderno foi elaborado pelo Núcleo de Tecnologia Educacional da Universidade Federal de Santa Maria para os cursos da UAB Acima do título: Licenciatura em computação ISBN 978-85-8341-204-
APRESENTAÇÃO E ste livro apresenta os critérios de organização de trabalhos acadêmicos e caracteriza o estudo das principais etapas de uma pesquisa científica. O texto foi organizado para dar suporte às questões metodológicas de tra- balhos científicos de pesquisa em nível de graduação. Trata-se de um conteúdo organizado para facilitar a produção de trabalhos conforme as normas científicas. No entanto, neste livro não serão abordadas todas as questões envolvidas na Me- todologia Científica. Trata-se de um apoio para consulta por parte dos estudantes do curso de Licenciatura em Computação EaD. Entende-se que aprofundamentos teóricos deverão ser buscados em bibliografias de cada área específica, conside- rando a vasta bibliografia existente relacionada ao tema Metodologia. A disciplina Metodologia da Pesquisa Científica deve estimular os estudantes, a fim de que busquem motivações para encontrar respostas às suas indagações, respaldadas e sistematizadas em procedimentos metodológicos pertinentes. Des- ta forma apresentamos as etapas para o desenvolvimento de uma pesquisa cien- tífica, as quais devem ser apresentadas através de normas acadêmicas vigentes. Procurou-se assim, seguir rigorosamente as regras definidas no Manual de Dis- sertações e Teses (MDT) produzido pela UFSM, o qual foi baseado na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para elaboração de trabalhos científicos. A disciplina, com carga horária de 60 horas, é dividida em seis unidades. A pri- meira unidade apresenta os conceitos de Ciência e o Conhecimento Científico, apresentando os tipos de conhecimento e os métodos de pesquisa. A segunda unidade aborda os principais conceitos da normatização dos trabalhos aca- dêmicos utilizando o Manual de normas desenvolvido pela UFSM, o qual será utilizado no desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos realizados no curso. A terceira unidade apresenta as Metodologias Ativas de aprendizagem como uma forma de buscar a melhoria nos processos educacionais. A quarta unidade apre- senta a Metodologia do Estudo de Caso e a sua aplicabilidade. A quinta unida- de apresenta o conceito de Mapa Conceitual, de organização mental, que é útil tanto na leitura como na elaboração de trabalhos e pode servir como organiza- dor prévio a um aprendizado e, por fim, a sexta unidade apresenta em detalhes como elaborar um artigo científico. Prezados Alunos: TErMo Do gloSSário: ABNT – sigla de Associação Brasileira de Normas Técnicas, um órgão privado e sem fins-lucrativos que se destina a padronizar as técnicas de produção feitas no país. MDT – Manual de Teses e Dissertações o qual foi elaborado pela UFSM e segue as normas da ABNT. 4
ATENção: faz uma chamada ao leitor sobre um assunto, abordado no texto, que merece destaque pela relevância. iNTErATiviDADE: aponta recursos disponíveis na internet (sites, vídeos, jogos, artigos, objetos de aprendizagem) que auxiliam na compreensão do conteúdo da disciplina. SAiBA MAiS: traz sugestões de conhecimentos relacionados ao tema abordado, facilitando a aprendizagem do aluno. TErMo Do gloSSário: indica definição mais detalhada de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. 1 2 3 4
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO UNIDADE 1 – CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO UNIDADE 2 - NORMATIZAÇÃO DOS TRABALHOS ACADÊMICOS ▷ ▷ ▷ ▷ ▷ ▷ Introdução Introdução 1.1 A ciência na história do conhecimento humano 2.1 Estrutura e organização de trabalhos acadêmicos de acordo com normas técnicas 1.2 Ciência, tecnologia e sociedade 1.3 Os atributos do conhecimento científico 1.4 A pesquisa como forma de construção do saber 2.2 Regras da ABNT 2.3 Construção e validação de instrumentos e técnicas de coleta de dados 2.4 A prática do planejamento e organização de anteprojeto de pesquisa científica no ensino · · · · · · · · · · · UNIDADE 4 - METODOLOGIA DO ESTUDO DE CASO UNIDADE 3 - METODOLOGIAS ATIVAS UNIDADE 5 - MAPAS CONCEITUAIS Introdução Introdução Introdução 4.1 Método qualitativo, quantitativo ou quali- quanti 3.1 As metodologias ativas e as mudanças de paradigma 5.1 O que são mapas conceituais e quais são suas partes 5.2 Aplicações de mapas conceituais na aprendizagem e no desenvolvimento de trabalhos 4.2 Estudo de caso: o que é, onde é empregado e características dessa metodologia de investigação 3.2 Eemplos de emprego de metodologias ativas 4.3 Como implementar o estudo de caso · · · · · · · · · · · · · · ·
CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO
licenciatura em computação | Metodologia da Pesquisa Científica · 13 A ciência e o conhecimento científico são definidos de maneiras diferentes pelos diversos autores que abordam estes temas. Algumas definições são bastante se- melhantes, outras levantam algumas diferenças. Contudo, a maior parte dos que buscam definir a ciência concordam que "ao se falar em conhecimento científico, o primeiro passo consiste em diferenciá-lo de outros tipos de conhecimento exis- tentes" (lAKAToS e MArCoNi, 1991, p. 17). Segundo Ferrari (1982, p. 8), ciência “é um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação”. Desde o seu nascimento o homem interage com a natureza e os objetos ao seu alcance, observando as relações sociais e culturais no meio em que vive. E é através dessa observação e da sua interação com as pessoas e os objetos que o homem adquire conhecimento. De acordo com Fonseca (2002, p. 10) O homem é, por natureza, um animal curioso. Desde que nas- ce interage com a natureza e os objetos à sua volta, interpre- tando o universo a partir das referências sociais e culturais do meio em que vive. Apropria-se do conhecimento através das sensações, que os seres e os fenômenos lhe transmitem. (FoN- SECA, 2002, p. 10) Assim, o conhecimento, dependendo da forma pela qual é representado, pode ser classificado de popular (senso comum), teológico, mítico, filosófico e científico. O conhecimento pode ser adquirido de diversas formas: sensação, percepção, imaginação, memória, linguagem, raciocínio e intuição. Podemos adquirir co- nhecimento, também, como vamos ver ao longo deste livro, fazendo pesquisa! Tartuce (2006) apresenta uma reflexão sobre o conceito de conhecimento como ponto de partida para entendermos como se dá a sua construção. Pode- mos inicialmente refletir nas formas de aquisição do conhecimento: Intuição, Experimentação e Racionalização. Dessa maneira, ocorrem, então, as relações entre sensação, percepção e co- nhecimento, sendo que a percepção tem uma função mediadora entre o mundo caótico dos sentidos e o mundo mais ou menos organizado da atividade cognitiva. É importante frisar que o conhecimento, como também o ato de conhecer, existe como forma de solução de problemas próprios e comuns à vida. Tartuce (2006) apresenta uma reflexão sobre o conceito de conhecimento como ponto de partida para entendermos como se dá a sua construção. Pode-
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14 · mos inicialmente refletir nas formas de aquisição do conhecimento: Intuição, Experimentação e Racionalização. Dessa maneira, ocorrem, então, as relações entre sensação, percepção e co- nhecimento, sendo que a percepção tem uma função mediadora entre o mundo caótico dos sentidos e o mundo mais ou menos organizado da atividade cognitiva. É importante frisar que o conhecimento, como também o ato de conhecer, existe como forma de solução de problemas próprios e comuns à vida. O conhecimento como forma de solução problemática, mais ou menos complexa, ocorre em torno do fluxo e refluxo em que se dá a base da idealiza- ção, pensamento, memorização, reflexão e criação, os quais acontecem com maior ou menor intensidade, acompanhando parâmetros cronológicos e de consciência do refletido e do irrefletido. A figura 1 apresenta as formas de aquisição do conhecimento. Figura 1 – Formas de aquisição do conhecimento Fonte: Autores.
16 · 1.1.1 Tipos de Conhecimento Humano Fonte: Adaptado de MASCArENHAS (2017). Para melhor entendermos cada um dos tipos de conhecimento, vamos inicial- mente traçar um paralelo entre o conhecimento científico e o conhecimento po- pular, para depois sinteticamente identificarmos o que caracteriza cada um deles (ANDrADE, 2001).
licenciatura em computação | Metodologia da Pesquisa Científica · 17 Quando descrevemos o conhecimento científico, primeiramente o diferencia- mos dos demais tipos de conhecimentos existentes. Podemos resumidamente descrever os principais conhecimentos, conforme apresentado em Lakatos e Marconi (1991): O conhecimento empírico, popular ou vulgar é transmitido de geração em geração por meio da educação informal e baseado na imitação e na experiência pessoal. O conhecimento cien- tífico é aquele conhecimento obtido de modo racional, con- duzido por meio de procedimentos científicos. Visa explicar "como" e a razão pela qual os fenômenos ocorrem. O conheci- mento vulgar ou popular, também chamado de senso comum, não se distingue do conhecimento nem pela veracidade, nem pela natureza do objeto conhecido. O que diferencia é a forma, o modo ou o método e os instrumentos do conhecer. (lAKAToS e MArCoNi, 1991, p.13) Vamos a seguir conhecendo algumas características dos tipos de conhecimento, conforme definições apresentadas por Lakatos e Marconi (1991): O conhecimento vulgar/ popular é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com as coisas e os seres humanos. "É o saber que preenche nossa vida diária sem a pesquisa, o estudo ou a aplica- ção de um método, ou seja, sem a reflexão sobre algo". (BABiNi, 1957, p. 21). Verificamos que o conhecimento científico diferencia-se do popular no que se refere ao contexto metodológico: Superficial – conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode compro- var simplesmente estando junto das coisas. Sensitivo – referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária. Subjetivo – é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos. Assistemático – a organização da experiência não visa a uma sistematização das ideias, nem da forma de adquiri-las nem na tentativa de validá-las. O conhecimento filosófico tem como características: Valorativo – seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação. As hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência e não na experimentação. Não verificável – os enunciados das hipóteses filosóficas não podem ser con- firmados nem refutados. Racional – consiste num conjunto de enunciados logicamente correlacionados. Sistemático – suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coeren- te da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade. 1.1.1.1 Conhecimento Popular 1.1.1.2 Conhecimento Filosófico
licenciatura em computação | Metodologia da Pesquisa Científica · 19 A tríade Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) é uma expressão que define um campo de trabalho acadêmico, o qual tem como objetivo estudar os aspectos so- ciais da ciência e da tecnologia, abrangendo os aspectos que influenciam na mu- dança científica e tecnológica, como também as questões sociais e ambientais. CTS é o campo de conhecimento que estuda as inter-relações entre ciência-tec- nologia-sociedade em suas múltiplas influências, assim como apresenta a figura 2. Figura 2 – Tríade Ciência, Tecnologia e Sociedade Fonte: Autores. A produção de conhecimento teve nas últimas décadas um grande avanço. Por sua vez, a tecnologia tem sido sempre um elemento importante ao ser humano, pois o próprio conceito de sociedade só pode ser adequadamente definido quan- do contextualizado no marco das mudanças tecnológicas e científicas do presente. Por isso os estudos sobre ciência, tecnologia e sociedade – habitualmente identificadas pela sigla CTS, não são só relevantes desde os âmbitos acadêmicos em que tradicionalmente se desenvolveram as investigações históricas ou filosó- ficas sobre a ciência e a tecnologia. O ensino e a pesquisa em CTS se fundamentam na crença de que a ciência e a tecnologia são as duas mais potentes forças para os indivíduos, para a sociedade e para as mudanças globais no mundo contemporâneo.
1. iNTErATiviDADE: Gostaria de ter acesso a artigos interessantes sobre este tema? Acesse o site da Associação Brasileira de Estudo Sociais das Ciências e das Tecnologias: http://www.esocite.org.br/ 2
Entender a natureza, causas e consequências sociais do desenvolvimento científico e tecnológico, como a ciência e a tecnologia funcionam nas diferentes sociedades e como as forças sociais tentam moldar e controlar interesses diversos e muitas vezes conflitantes é o desafio constante desta área. Estudos nesta área demandam os conhecimentos multi e interdisciplinares. Segundo Bazzo et al. (2003), os estudos e programas CTS vêm se desenvolvendo desde o seu início em três grandes direções: no campo da pesquisa, como uma alternativa à reflexão acadêmica sobre ciência e tecnologia; no campo da política pública, promovendo a criação de diversos mecanismos democráticos que faci- litem a abertura e processos de tomada de decisão em questões concernentes à política científico-tecnológica; e no campo da educação. As notícias relacionadas com biotecnologia ou tecnologias de comunicação despertam o interesse da sociedade e abrem debates sociais que ultrapassam a compreensão tradicional acerca das relações entre ciência, tecnologia e socieda- de. Antes a ciência era considerada como o modo de desentranhar os aspectos es- senciais da realidade, de desvelar as leis que a governam em cada parcela do mun- do natural ou do mundo social. Com o conhecimento dessas leis seria possível a transformação da realidade com o concurso dos procedimentos das tecnologias, que não seriam outra coisa senão as ciências aplicadas à produção de artefatos. Nessa consideração clássica, a ciência e a tecnologia estariam afastadas de in- teresses, opiniões ou valores sociais, deixando seus resultados a serviço da socie- dade para que esta decidisse o que fazer com eles. Salvo interferências alheias, a ciência e a tecnologia promoveriam, portanto, o bem-estar social ao desenvolver os instrumentos cognoscitivos e práticos para propiciar uma vida humana sem- pre melhor. Não obstante, hoje sabemos que esta consideração linear acerca das relações entre ciência, tecnologia e sociedade é excessivamente ingênua. As fron- teiras precisas, entre estes três conceitos, se dissipam à medida que elas são ana- lisadas com detalhes e contextualizadas no presente. De acordo com Medina e Sanmartín (1990), é importante que alguns obje- tivos sejam buscados, quando se pretende incluir o enfoque CTS no contexto educacional. São eles: Questionar as formas herdadas de estudar e atuar sobre a natureza, as quais devem ser constantemente refletidas. Sua legitimação deve ser feita por meio do sistema educativo, pois só assim é possível contextualizar perma- nentemente os conhecimentos em função das necessidades da sociedade. Questionar a distinção convencional entre conhecimento teórico e conhe- cimento prático, assim como sua distribuição social entre ‘os que pensam’ e ‘os que executam’, que reflete, por sua vez, um sistema educativo dúbio que diferencia a educação geral da vocacional. Combater a segmentação do conhecimento, em todos os níveis de educação. Promover uma autêntica democratização do conhecimento científico e tec- nológico, de modo que ela não só difunda, mas que se integre na atividade produtiva das comunidades de maneira crítica.