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Mercado de trabalho para o músico brasileiro
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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IBEC -Robsonjazzbebop@hotmail.com Resumo : O tema desta pesquisa nasceu da observação das diferentes classes de músicos aprendizes e profissionais e a semelhança de opiniões sobre como analisavam a sua vida social e classe social dentro do mercado musical. Diante disso buscamos averiguar relatos sobre a classe social e vida social do músico , no que se refere ao mercado de trabalho musical, evidenciado pelo próprio ponto de vista do músico. Para esse fim, realizamos uma pesquisa exploratória consultando bibliografia específica: livros ,revistas,relatos,relatos em redes sociais de músicos e sites.Vale a pena ressaltar, que a habilitação profissional para os requisitos do mercado de trabalho, é decisivo no combate contra o desemprego no mundo atualmente globalizado. Para que a formação tenha validade é imprescindível estar relacionado ao regime de trabalho, e em decorrência, preliminarmente a evolução da capacidade combinada ao próprio mercado de trabalho, e que dentro do qual existem. Após a realização da pesquisa ficou evidente a necessidade de órgãos representativos dos músicos,paralelo aos demais órgãos atuais , com autonomia de gestão administrativa e recursos mais abrangentes para diferentes níveis, que lutem pelo interesse dos mesmos com intuito de assegurar a esses profissionais melhores condições no mercado de trabalho. Palavras-chave: músico; mercado de trabalho;habilitação profissional Abstract : The theme of this research was born from the observation of the different classes of apprentices and professional musicians and the similarity of opinions about how they analyzed their social life and social class within the musical market. In the light of this, we seek to ascertain reports about the social class and social life of the musician, with regard to the musical work market, evidenced by the musician's own point of view. To this end, we conducted an exploratory research by consulting specific bibliography: books, magazines, reports, reports on social networks of musicians and websites. It is worth noting that professional qualification for labor market requirements is decisive in combating unemployment in today's globalized world. For training to be valid, it is essential to be related to the work regime, and as a consequence, preliminarily the evolution of the capacity combined with the labor market itself, and within which they exist. After the research, it was evident the need for representative bodies of musicians, parallel to the other current organs, with autonomy of administrative management and more extensive resources for different levels, that fight for their interest in order to assure to these professionals better conditions in the job market.
. Keywords : musician; job market; professional qualification
Aliada a essa fama de doente, boêmio e marginal que frequentemente se empresta ao músico, existe uma outra das muitas facetas do carma que é carregado pelos que abraçam a carreira e que pouco aparece: a do profissional que passa inúmeras horas do dia sozinho, estudando e se dedica com afinco ao aperfeiçoamento, técnico, ensaiando exaustivamente para que a nota da partitura que extrair da partitura toque no fundo do coração de seus ouvintes. (DOURADO , 1999 :p.65)
O músico é ,talvez ,um dos raros profissionais que adquirem e mantém seu próprio uniforme e ferramenta de trabalho (Gasta com o instrumento suas míseras economias,muitas vezes poupança de toda uma vida). Tudo isso, diga-se de passagem, por salários geralmente medíocres e raramente compensadores – ao contrário do que fazem pensar os raros artistas que cavaram um lugar ao sol dessa praia tão pequena e restrita chamada sucesso,aqueles que freqüentadores da ilha de Caras e da rotina dos programas de auditório e jabaculês das rádios. (DOURADO, 1999:p 66).
A cartilha encomendada pela imperatriz Maria Tereza para educação do seu filho Ferdinando continha uma tabela representativa da hierarquia social. os músicos foram situados nos níveis mais baixos, junto com mendigos e atores.Em 1771 ela acrescentou seu próprio comentário quando Ferdinando consultou a possibilidade de contratar o músico de quinze anos Wolfgang Amadeus Mozart... (BLANNING, 200:p29).
pessoal e familiar, logo, percebe se uma diversificação do trabalho, incidindo diretamente sobre as sociabilidades musicais no decorrer do período imperial”. (SILVA, 2005,p.1).
[...] A princípio tal informação nos apareceu irrelevante, porém verificamos que a partir da segunda metade do século XIX , sobre tudo os responsáveis pela vida musical na corte do Rio de janeiro, não se dedicavam exclusivamente ás funções da música. Mesmo constatando a incrementação que o ambiente musical e social da cidade passou durante o ocorrer do século, a atividade da música estava sendo dividida com outras ocupações. (SILVA, 2005,p.8).
O objetivo metodológico deste relatório foi procurar responder ás questões propostas por Norbert Elias, já explicitadas no início deste trabalho, analisando trajetórias de músicos que não mais se inscrevem na sociedade da corte, mas na sociedade organizada pelo estado e pelo mercado. O trabalho artístico se inscreve também (mas não só) na lógica de mercado e essa vinculação expressa configurações observáveis no presente momento histórico. (SEGNINI, 2009, p. 68).
A nova administração promoveu, entre os meses de novembro e dezembro, a elaboração de novos estatutos e, para isso, teve que enfrentar o esvaziamento das assembleias. A primeira foi suspensa porque os componentes da mesa não acharam suficiente o número de 38 sócios para discutir assunto tão importante, embora tenha tido que prosseguir os trabalhos com número menor ainda de votantes [...] O sumiço dos associados não era manobra política, ou pelo menos, não há nada que indique grandes rivalidades neste período. Era mesmo sinal de desinteresse da maioria dos sócios [...] ( ESTEVES,1999,p.29 ).
Atualmente essa profissão não oferece muitas oportunidades de período integral, nem contratos de longo prazo. Na maioria das vezes são projetos, para os quais os músicos são chamados para contribuir esporadicamente ou executar atividades específicas. Muitos graduados trabalham como freelancers. Esse grupo é maior ainda nas orquestras (sinfônica) regulares. Há também um número crescente de músicos que administram suas próprias atuações, e igualmente, um aumento de produtores independentes. As pequenas empresas na Europa tendem a crescer, porém a geração de empregos, o salário e as condições de trabalho estão abaixo do padrão mínimo nos países em questão. Observamos vários tipos de carreiras emergentes ou em fase de mudanças.” (SMILDE, 2008, p113).
Existe uma mudança grande e contínua nas carreiras de portifólio. O músico dificilmente possui um emprego vitalício, e sim, uma carreira composta de trabalhos simultâneos ou sucessivos e/ou de meio expediente nas diversas áreas da profissão musical. A combinação mais comum na carreira de portifólio não quer dizer que o
músico não possa ser um empregado: esta realidade reflete mudanças sociais, ao mesmo tempo em que gera desafios.'' (SMILDE, 2008, p.113)
O papel da carreira de portfólio na sustentação da profissão musical e das energias dos músicos acarreta implicações importantes na educação musical e na aprendizagem permanente Além do mais, o fato de que pelo menos uma parcela desses músicos bem-sucedidos amadureceu no sentido de ver se contribuindo para sociedade, ao invés de esperar que a sociedade sustente seu talento musical excepcional isoladamente ou à parte, demonstra a necessidade de priorizar se desde cedo a questão do que significa ser músico na sociedade contemporânea. A presença de oportunidades estruturadas para os alunos analiticamente sobre esta questão é uma maneira positiva de considerar que as carreiras envolverão um complexo de iniciativas intencionais e complementares sustentadas pela aprendizagem contínua causada pela interseção entre conhecimento e habilidade. Esta mensagem é bem diferente do subtexto frequentemente não enunciado, em que, se alguém quiser sobreviver como músico, terá de assumir uma série de empregos potencialmente ao acaso, o que por conseguinte gera os efeitos cumulativos de comprometer ambições mais altas e perpetuar a visão de ser subvalorizado (MYERS apud SMILDE, 2008, p113)
É legítimo e até mesmo necessário, do ponto de vista da democracia, atacar o problema das baixas qualificações [...] mas ilusório deduzir daí que os não empregados possam encontrar um emprego simplesmente pelo fato de uma elevação do nível de escolaridade [...] hoje nem todo mundo é qualificado e competente, e a elevação do nível de formação continua sendo um objetivo social. Mas esse imperativo democrático não deve dissimular um problema novo e grave: a possível não- empregabilidade dos qualificados. (Apud PICHONERI, 2007,p.4 )
[...] Finalmente, o último ponto sinaliza para o fato de que a precarização dos empregos e o desemprego são indicativos de um deficit de lugares ocupáveis na estrutura sócia econômica, destinando uma parcela variável da população a permanecer na condição de supranumerários, “não integrados e sem dúvida não integráveis, pelo menos no sentido Durkheim fala da integração como o pertencimento a uma sociedade que forma um todo de elementos interdependentes” (CASTEL apud PICHONERI, 2007,p7 ).
[...] a partir de 1989, o Theatro municipal de São Paulo, assim como outras instituições públicas, passaram a serem geridas a partir do critério das dotações orçamentárias, que subdividem o orçamento do município, atribuindo a cada secretaria e às instituições que a elas se vinculam um valor determinado para compor o orçamento. diferentes rubricas o compõem, entre elas, “verbas de terceiros”, na qual se inscrevem os prestadores de serviço temporários, caracterizando o trabalho temporário. desde então, os músicos da orquestra são contratados neta condição, que os inscrevem em uma situação extremamente instável de trabalho. (apud PICHONERI , 2007: P11 ).
Castel (2008) reconhece que na construção social do assalariamento algumas condições são observadas, entre elas, destaca que as políticas públicas garantiram o reconhecimento, por meio da institucionalização da estatística nacional de trabalho, das relações de trabalho e das legislações especificas regulamentando-as. (Apud SEGNINI,2011,p.181).
Qualquer trabalho que esteja enquadrado na área. “A cada ano o governo do estado revela com antecedência o valor do montante de recursos que será investido nos projetos. Ano passado foi 2 milhões e neste ano estão previsto 4 milhões.”, informa. Crispiniano Neto conta que em Mossoró foram aprovados 12 projetos pela comissão, sendo que do total, nenhum recebeu os investimentos necessários para sua execução. “Há uma enorme diferença entre aprovação do projeto e a captação de recursos”, frisa Crispiniano neto. Ele acrescenta que para executar os projetos não há limite, pode ser barato ou custar caro, o seu valor cultural dependerá da caracterização na elaboração do projeto. Neto admite que os comerciantes estão tendo uma atitude refratária, rejeitando a lei de incentivo a cultura. (PEREIRA, 2001, p. 13-05)
Quase ninguém tem contribuído. “o autor do projeto, seja pessoa física ou jurídica, vai buscar no mercado alguém disposto a patrocinar o trabalho. O problema é que Mossoró não tem quem patrocine. A lei deveria sofrer algumas adaptações exequíveis”, argumenta. Segundo o jornalista na área industrial – grande parte das indústrias não contribui para não perder vantagens da isenção do ICMS através do programa de incentivo ao desenvolvimento industrial (PROADI). […] Caso contribuam com a lei de incentivo a cultura perderão as vantagens, já no setor de combustíveis e medicamentos tem um sistema de arrecadação que envolve vários estados na repartição do ICMS, limitando muito espaço do artista e do produtor cultural local. (PEREIRA, 2001, p.13-05)
Atualmente, diz com certa ironia que, para se manter financeiramente como músico, é diagramador no jornal de alagoas. conta que os membros de sua banda vivem de música, mas fazendo várias outras coisas no meio artístico; tocando em outras bandas ,produzindo etc. ele revela a dificuldade para sobreviver de música no Brasil”. (SEGNINI, 2009, p 40).
Este é o primeiro emprego onde tenho uma experiência como jornalista, pois parti primeiro para a música. E para mim é necessária esta experiência com jornalismo […] Para eu poder almoçar. Porque não adianta você ficar brincando de artista e […] passar fome. Acho que não é você que escolhe ser artista, você pode tentar ser artista, mas não é filantropia […] Quando faço um evento particular em Maceió, tiro uns 3.500 (Reais). Esse valor é dividido com banda. Por isso tenho que trabalhar com outra coisa, porque é muito ruim. E ainda sou um dos que melhor pagam em alagoas. Aqui a gente está recebendo 4.500 reais. O SESC me pagou 6 mil no dia 8 agora, mas os custos são muito grandes [...] Aqui vou perder 31% de imposto de 4.500! E vou pagar o quê!?Quinhentos reais para cada músico? Num trabalho que a gente faz uma vez ou duas vezes por mês!? […] Digo para os músicos: se o outro cara vai te pagar melhor o que posso fazer (Apud SEGNINI, 2009: p 41).
Conseguir (viver de música) porque sempre aparecia coisa, era efervescente o Rio [...] tinha sempre projeto paralelo para os alternativos. Não era essa coisa: tem que pagar uma gravadora grande. O Rio era outro. Hoje em dia não, você abre o jornal do Brasil e são só as mesmas pessoas, não tem mais um circuito para quem está chegando (Apud SEGNINI , 2009: p46).
Então, esse é um projeto superimportante para mais de 1 milhão de reais,
p4).
Comecei a ler tudo a respeito de incentivo e a escrever o projeto, escrevemos para o ministério [...] cantei no disco e fiz toda a produção! o que para mim foi ótimo, porque comecei a entender todo o processo do cisco, desde a elaboração até a prestação de contas. Então, fiz tudo! E aí fui assim, enchendo o saco da secretaria da fazenda para entender e fazer a prestação de contas, enchendo o saco do fundo de cultura para entender os trâmites burocráticos. E comecei a trabalhar com produção de forma mais empenhada, organizada,estruturada. Fui convidada para fazer assistência e produção de um espetáculo de dança de um grupo de Portugal, em recife [...] Rio de janeiro (de 2008) para cá, colaborei um curso básico de produção cultural para músicos [...] tanto para show e CD quanto para projetos de leis de incentivo que todo mundo agora quer fazer, o quê é muito bom. Nesse curso [...] sempre digo: não nivele o cachê por baixo jogue para cima ou mantenha na média. Se você nivela o cachê por baixo, você nivela o mercado todo. E em Pernambuco de um modo geral, tem uma produção cultural, produção da gestão, muito forte. Tem uma prefeitura que investe muito nisso, é muito bom que a cultura seja democratizada e seja na rua. Ma , quando ela é só oferecida assim, ninguém paga para consumir, então se cria uma dependência enorme do estado para trabalhar (Apud SEGNINI , 2009 : p43)
No contexto de políticas que reforçam a importância política do mercado, cabe ao estado transferir recursos públicos para as grandes corporações que definem as diretrizes de relação entre arte, política, mercado. Empresas públicas estão entre as principais participantes do processo, como Petrobrás e Banco do Brasil, o que possibilita afirmar que mais do que uma decisão econômica, trata se de uma opção
política liberal de gestão das artes por meio das decisões corporativas. Desde 1997, as empresas podem deduzir 100% do valor investido em projetos culturais (inclusive música) do imposto de renda devido. […] O crescimento dos valores captados no campo da música em valores absoluto, passou de 20 milhões de reais, em 1996, para 78 milhões de reais, em 2006, considerando tão somente a lei Rouanet, legislação de Âmbito federal. Nos estados e municípios, a lei de incentivo á cultura por meio da isenção fiscal é reproduzida, tomando ainda mais significativo o volume das verbas já referidas (Apud , SEGNINI, 2009,p180-181)
[…] Segundo Evane longo, foram recebido ano passado, 125 projetos pela secretaria. Do total, alguns foram retirado pelos produtores, 96 foram aprovados e 11 indeferidos. Através da lei Câmara cascudo, conseguiram financiamento 6 projetos de natal e Mossoró. Com os projetos foram financiados cerca de 840 mil de ICMS e aproximadamente 212 mil foi de recursos próprios da empresa. A lei Câmara Cascudo disponibilizou recursos para os seguintes projetos durante 2001/2001: anuário da cultura: Espaço cultural casa da ribeira: Oficina de música caça talentos: Festival de cinema televisão e vídeo: A cultura, a gente e a terra do Rio grande do Norte (Entrevista concedida por PEREIRA em 13/05/2001 para o jornal online Mossoroense).
O diretor do teatro Lauro monte filho, Jocelito Góis, comenta que a lei começou a vigorar no ano passado, porém sem êxito para o artista local. “Todos os projetos foram aprovados, só que nenhum, conseguiu financiamento, inclusive o meu. Muitas empresas têm condições de financiar, porém colocam dificuldades, desabafa. [...] O projeto festival de humor, do diretor do Lauro monte filho, foi aprovado no dia 4 de setembro do ano passado. Até o momento não foi concretizado o trabalho devido a falta de patrocinadores. De acordo com Jocelito Góis, a lei deveria sofrer algumas modificações. A primeira deveria ser em relação ao seu percentual que deveria ser aumentado, já o valor o valor atual é considerado por ele inviável. Outra, é referente a falta de visão empresarial. Jocelito acredita que os empresários não tem interesse de patrocinar projetos culturais. Seria então necessária a conscientização da sua importância. “O valor referente a 2% é insignificante. A lei não está rendendo fruto para a cidade. É também necessário uma maior negociações com empresários ”. […] Jocelito explica que há uma enorme dificuldade de entrar em contato com os proprietários das empresas que tem condições de patrocinar, devido a sede da matriz funcionar na capital ou em outro estado. (entrevista concedida por Jocelito