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mentalidade para rentabilizar, Notas de estudo de Sociologia Administrativa

Raciocio de investir e crescer patrimonio.

Tipologia: Notas de estudo

2024

Compartilhado em 08/11/2024

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ROBERTT. KIYOSAKI
SHARON L. LECHTER
Pai Rico, Pai Pobre
(Rich Dad, Poor Dad)
O que os ricos ensinam a seus filhos sobre dinheiro
Consultor Editorial: Moisés Swirski
PhD em Finanças/New York University
Professor e Diretor do PDG/IBMEC Business School
Tradução: Maria Monteiro
________________________________________________________
SUMÁRIO
Introdução - Há uma necessidade
LIÇÕES
Capítulo Um - Pai rico, pai pobre
Capítulo Dois - Lição l: Os ricos não trabalham pelo dinheiro
Capítulo Três - Lição 2: Para que alfabetização financeira?
Capítulo Quatro - Lição 3: Cuide de seus negócios
Capítulo Cinco - Lição 4: A história dos impostos e o poder da
sociedade anônima
Capítulo Seis - Lição 5: Os ricos inventam dinheiro
Capítulo Sete - Lição 6: Trabalhe para aprender - não trabalhe pelo
dinheiro
INÍCIO
Capítulo Oito - Como superar obstáculos
Capítulo Nove - Em ação
Capítulo Dez - Ainda quer mais?
Conclusão - Como pagar a faculdade dos filhos com apenas US$
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ROBERTT. KIYOSAKI

SHARON L. LECHTER

Pai Rico, Pai Pobre

(Rich Dad, Poor Dad)

O que os ricos ensinam a seus filhos sobre dinheiro

Consultor Editorial: Moisés Swirski PhD em Finanças/New York University Professor e Diretor do PDG/IBMEC Business School

Tradução: Maria Monteiro

________________________________________________________

SUMÁRIO

Introdução - Há uma necessidade

LIÇÕES

Capítulo Um - Pai rico, pai pobre Capítulo Dois - Lição l: Os ricos não trabalham pelo dinheiro Capítulo Três - Lição 2: Para que alfabetização financeira? Capítulo Quatro - Lição 3: Cuide de seus negócios Capítulo Cinco - Lição 4: A história dos impostos e o poder da sociedade anônima Capítulo Seis - Lição 5: Os ricos inventam dinheiro Capítulo Sete - Lição 6: Trabalhe para aprender - não trabalhe pelo dinheiro

INÍCIO Capítulo Oito - Como superar obstáculos Capítulo Nove - Em ação Capítulo Dez - Ainda quer mais? Conclusão - Como pagar a faculdade dos filhos com apenas US$

Aja! Os autores Leituras Recomendadas

INTRODUÇÃO

Há uma necessidade

A escola prepara as crianças para o mundo real? "Estude com afinco, tire boas notas e você encontrará um bom emprego com um salário alto", costumavam falar meus pais. O objetivo deles na vida era oferecer instrução superior para mim e para minha irmã mais velha, de modo que no futuro tivéssemos maiores oportunidades de sucesso. Quando finalmente me formei em 1976 - com destaque, pois fui um dos primeiros lugares da turma no curso de contabilidade da Florida State University -, meus pais finalmente atingiram seu objetivo. De acordo com o "Plano Diretor", fui contratada por um dos "Oito Grandes" escritórios de contabilidade e imaginava à minha frente uma longa carreira e uma aposentadoria enquanto ainda fosse jovem.

Meu marido, Michael, seguiu um percurso semelhante. Ambos viemos de famílias trabalhadoras, de recursos modestos, mas com uma forte ética em relação ao trabalho. Michael também se formou com louvor, e ele o fez duas vezes: primeiro em engenharia e depois em direito. Rapidamente foi contratado por um prestigioso escritório de advocacia em Washington, D.C., especializado em patentes. Seu futuro parecia brilhante, com uma trajetória profissional bem definida e uma aposentadoria precoce garantida.

Embora nossas carreiras tenham sido bem-sucedidas, elas não foram exatamente o que esperávamos. Ambos mudamos de emprego várias vezes, pelas razões certas. Contudo, não há planos de pensão garantidos: nossos fundos de aposentadoria só aumentam em função de nossas contribuições individuais.

Michael e eu somos muitos felizes no casamento e temos três filhos maravilhosos. Enquanto escrevo este livro, dois deles já estão na faculdade e o terceiro está começando o segundo grau. Gastamos uma fortuna para assegurar-nos de que nossos filhos estão recebendo a melhor formação possível.

Um dia, em 1996, um dos meus filhos chegou em casa decepcionado com a escola. Estava aborrecido e cansado de estudar.

  • Por que tenho que perder tempo estudando coisas que nunca aplicarei na vida real? - protestou. Sem pensar, respondi:
  • Porque se você não tiver boas notas, você não vai entrar na faculdade.
  • Mesmo que não entre na faculdade - replicou - vou ficar rico.

Eu sabia que tinha que procurar novas formas de orientar a educação de meus filhos.

Como mãe e contadora, preocupava-me com a falta de instrução financeira nas escolas que nossos filhos frequentam. Muitos dos jovens de hoje têm cartão de crédito antes de concluir o segundo grau e, todavia, nunca tiveram aulas sobre dinheiro e a maneira de investi- lo, para não falar da compreensão do impacto dos juros compostos sobre os cartões de crédito. Simplesmente, são analfabetos financeiros e, sem o conhecimento de como o dinheiro funciona, eles não estão preparados para enfrentar o mundo que os espera, um mundo que dá mais ênfase à despesa do que à poupança.

Quando meu filho mais velho ficou totalmente endividado no cartão de crédito, no primeiro ano da faculdade, eu o ajudei a rasgar os cartões e comecei a procurar um programa que me ajudasse a educar meus filhos em termos de questões financeiras.

No ano passado, meu marido ligou do escritório: "Encontrei alguém que pode ajudar você", disse ele. "Seu nome é Robert Kiyosaki. Ele é empresário e investidor e está aqui para patentear um produto educacional. Penso que é o que você estava procurando."

Justamente o que eu estava procurando

Meu marido, Mike, ficou tão impressionado com CASHFLOW, o novo produto educacional que Robert Kiyosaki estava desenvolvendo, que conseguiu que nós participássemos de um teste do protótipo. Como se tratava de um produto educacional, perguntei também a minha filha de dezenove anos, caloura da universidade local, se ela gostaria de participar do teste e ela concordou.

Cerca de quinze pessoas, divididas em três grupos, participaram do teste.

Mike estava certo. Era esse o produto educacional que eu estava procurando. Parecia um tabuleiro coloridíssimo de Banco Imobiliário, contudo havia duas pistas: uma interna e outra externa. O objetivo do jogo era sair da pista interna, que Robert chamava de "Corrida dos Ratos",* e alcançar a pista externa, ou "Pista de Alta Velocidade".** Como dizia Robert, a Pista de Alta Velocidade simula o jogo dos ricos na vida real.

/*Rat race (literalmente "corrida dos ratos") é uma expressão usada correntemente na língua inglesa para se referir de modo pejorativo à incessante busca do sucesso no mundo dos negócios. (N. T.)/

/**Fast track (literalmente "pista de alta velocidade") é uma expressão usada na língua inglesa para denotar um estilo de vida cheio de emoções. (N. T.)/

Então Robert descreveu para nós a "Corrida dos Ratos":

"Se você observar a vida das pessoas de instrução média, trabalhadoras,você verá uma trajetória semelhante. A criança nasce e vai para a escola. Os pais se orgulham porque o filho se destaca, tira notas boas ou altas e consegue entrar na universidade. O filho se forma, talvez faça uma pós-graduação, e então faz exatamente o que estava determinado: procura um emprego ou segue uma carreira segura e tranquila. Encontra esse emprego, quem sabe de médico ou de advogado, ou entra para as Forças Armadas ou para o serviço público. Geralmente, o filho começa a ganhar dinheiro, chega um monte de cartões de crédito e começam as compras, se é que já não tinham começado.

Com dinheiro para torrar, o filho vai aos mesmos lugares aonde vão os jovens, conhece alguém, namora e, às vezes, casa. A vida é então maravilhosa porque atualmente marido e mulher trabalham. Dois salários são uma bênção. Eles se sentem bem-sucedidos, seu futuro é brilhante, e eles decidem comprar uma casa, um carro, uma televisão, tirar férias e ter filhos. O desejo se concretiza. A necessidade de dinheiro é imensa. O feliz casal concluiu que suas carreiras são da maior importância e começa a trabalhar cada vez mais para conseguir promoções e aumentos. A renda aumenta e vem outro filho... e a necessidade de uma casa maior. Eles trabalham ainda mais arduamente, tornam-se funcionários melhores. Voltam a estudar para obter especialização e ganhar mais dinheiro. Talvez arrumem mais um emprego. Suas rendas crescem, mas a alíquota do imposto de renda, o imposto predial da casa maior, as contribuições para a Seguridade Social e outros impostos também crescem. Eles olham para aquele contracheque alto e se perguntam para onde todo esse dinheiro vai. Aplicam em alguns fundos mútuos e pagam as contas do supermercado com cartão de crédito. As crianças já têm cinco ou seis anos e é necessário poupar não só para os aumentos das mensalidades escolares, mas também para a velhice.

O feliz casal, nascido há 35 anos, está agora preso na armadilha da "Corrida dos Ratos" pelo resto de seus dias. Eles trabalham para os donos da empresa, para o governo, quando pagam os impostos, e para o banco, quando pagam cartões de crédito e hipoteca.

soas, no mundo real, lutam com problemas financeiros só porque nunca estudaram esse tema.

Graças a Deus, estes estavam se divertindo e se distraíam na ânsia de ganhar o jogo, disse para mim mesma. Quando Robert deu por finalizado o teste, ele nos concedeu quinze minutos para discutir e criticar CASHFLOW entre nós mesmos.

O dono de empresa do meu grupo não estava feliz. Ele não gostou do jogo. "Não preciso conhecer isso", disse. "Tenho contadores, gerentes de banco e advogados que me assessoram nestes assuntos."

Robert lhe respondeu: "Você já notou que há uma porção de contadores que não ficam ricos? E gerentes de banco, e advogados, e corretores de valores e corretores imobiliários? Eles sabem muita coisa, e em geral são inteligentes, mas a maioria não é rica. Como nossas escolas não ensinam o que os ricos conhecem, seguimos os conselhos dessas pessoas. Mas um dia, você está dirigindo na estrada, preso no engarrafamento enquanto tenta chegar ao escritório e olha para o lado o vê seu contador preso no mesmo engarrafamento. Você olha para o outro lado e vê seu gerente de banco. Isso deveria dizer-lhe alguma coisa."

O programador de computadores também não ficou muito impressionado com o jogo: "Posso comprar um software que me ensine tudo isto."

O gerente de banco, contudo, estava empolgado: "Estudei isto na escola - quer dizer, a parte da contabilidade - mas nunca soube aplicá- la à vida real. Agora sei. Preciso sair da Corrida dos Ratos."

Mas foi o comentário de minha filha o que mais me impressionou: "Me diverti aprendendo" - disse. "Aprendi um monte de coisas sobre como o dinheiro funciona e como investi-lo."

Então acrescentou: "Agora posso escolher uma profissão pelo que quero fazer e não para ter um emprego seguro ou mordomias ou pelo salário. Se eu aprender o que este jogo ensina, ficarei livre para fazer e estudar o que meu coração pede ... e não porque as empresas estão atrás de determinadas habilidades profissionais. Se aprender isto, não vou ter que me preocupar com segurança no emprego e Seguridade Social como a maioria de minha turma."

Não consegui ficar para conversar com Robert depois que o jogo acabou, mas concordei em voltar a me encontrar com ele para falar mais do projeto. Sabia que ele queria usar o jogo para ajudar os outros

a ficarem mais espertos do ponto de vista financeiro e estava ansiosa para ouvir mais a respeito de seus projetos.

Meu marido e eu marcamos um jantar com Robert e sua esposa para dali a alguns dias. Embora fosse nosso primeiro encontro social, parecia que nos conhecíamos há anos. Descobrimos que tínhamos muito em comum. Falamos de tudo, de esportes e teatro a restaurantes e questões socioeconômicas. Falamos do mundo em transformação. Ficamos conversando bastante tempo sobre como a maioria dos americanos tem pouca ou nenhuma poupança para a aposentadoria, bem como sobre a quase falência da Seguridade Social e do Medicare.* Meus filhos teriam que financiar a aposentadoria dos 75 milhões de baby boomers?** Ficamos imaginando se as pessoas percebem como é arriscado depender de planos de pensão.

/* Medicare é um programa de saúde do governo dos Estados Unidos voltado para os idosos. (N. T.)/

/** Referencia às pessoas nascidas em um período de explosão populacional e, mais especificamente, as pessoas que nasceram na década de 195O. (N.T.)/

A principal preocupação de Robert era o hiato crescente entre os que têm e os que não têm, nos EUA e nos outros países. Empresário autodidata que viajava em torno do mundo para fazer investimentos, Robert tinha conseguido se aposentar aos 47 anos. Ele saiu do conforto da aposentadoria porque tinha a mesma preocupação que eu tinha em relação a meus filhos. Ele sabe que o mundo mudou, mas que a educação não mudou com ele. Na opinião de Robert, as crianças passam anos num sistema educacional ultrapassado, estudando matérias que jamais usarão, preparando-se para um mundo que não existe mais.

"Hoje, o conselho mais perigoso que se pode dar a um garoto é Vá para a escola, tire boas notas e procure um emprego seguro", ele gosta de dizer. "Este velho conselho é um mau conselho. Se você pudesse ver o que está acontecendo na Ásia, na Europa, na América do Sul estaria tão preocupado quanto eu." É um mau conselho, acredita ele, "porque se você quer que seu filho tenha um futuro financeiro seguro, ele não pode jogar pelas velhas regras. É arriscado demais". Perguntei então o que ele entendia por "velhas regras".

  • As pessoas como eu jogam por regras diferentes das suas - disse. - O que acontece quando uma grande empresa anuncia um downsizing?
  • Então como é que você ensinaria a uma criança sobre tudo isso de que estamos falando? - perguntei a Robert. - Como podemos facilitar a tarefa dos pais, especialmente quando eles próprios não sabem do que se trata?
  • Escrevi um livro sobre o assunto - foi sua resposta.
  • E onde está?
  • Em meu computador. Está lá há anos, em pedaços. De vez em quando acrescento algo mas nunca consegui organizar o material. Comecei a escrevê-lo depois que meu outro livro virou best-seller, mas nunca acabei o livro novo. Só tenho pedaços.

E estava em pedaços mesmo. Depois de ler os capítulos, achei que o livro tinha méritos e que devia ser publicado, sobretudo nestes tempos em transformação. Concordei em ser co-autora do livro de Robert.

Perguntei-lhe de quanta informação financeira ele achava que uma criança precisaria. Ele falou que dependeria da criança. Ele sabia que desde garoto queria ser rico e teve a felicidade de encontrar uma figura paterna que era rica e que quis orientá-lo. "A educação é o fundamento do sucesso", disse Robert. Da mesma forma que as habilidades académicas são importantes, as habilidades financeiras e de comunicação também o são.

O que se segue é a história dos dois pais de Robert, um rico e outro pobre, mostrando as habilidades que ele desenvolveu ao longo de uma vida.

O contraste entre os dois pais oferece uma perspectiva importante. Apoiei,editei e compilei este livro. Para os contadores que o lerem, peço que suspendam seus conhecimentos acadêmicos e abram suas mentes às teorias apresentadas por Robert. Embora muitas delas contestem os próprios princípios contábeis geralmente aceitos, eles oferecem uma valiosa percepção da forma como os verdadeiros investidores analisam suas decisões de investimento.

Quando nós, como pais, aconselhamos nossos filhos a "ir para a escola, estudar muito e obter um bom emprego", fazemos isso muitas vezes em decorrência de um hábito cultural. Sempre foi certo fazer isso. Quando encontrei Robert, suas idéias de início me espantaram. Tendo sido criado por dois pais, ele foi ensinado a procurar dois objetivos diferentes. Seu pai instruído o aconselhava a trabalhar para uma grande empresa. Seu pai rico o aconselhava a ser dono de uma grande empresa. Ambas as trajetórias de vida exigiam instrução, mas os objetos de estudo eram completamente diferentes. Seu pai

instruído o incentivava a ser uma pessoa instruída. Seu pai rico o incentivava a contratar pessoas instruídas.

Ter dois pais causou muitos problemas. O pai verdadeiro de Robert era superintendente de educação no estado do Havaí. Quando Robert estava com dezesseis anos, a ameaça de "Se você não tirar boas notas, você não vai conseguir um bom emprego" tinha pouco efeito. Ele já sabia que sua trajetória profissional era ser dono de empresas, não trabalhar para elas. De fato, se ele não houvesse tido no curso secundário um orientador escolar sábio e persistente, poderia não ter continuado os estudos. Ele admite isso. Estava ansioso para começar a acumular seus ativos, mas finalmente concordou que uma educação superior também lhe seria útil.

Na verdade, as idéias deste livro são provavelmente muito extremas e radicais para a maioria dos pais. Alguns estão tendo dificuldades até para manter seus filhos na escola. Mas à luz de nossos tempos em transformação, como pais, precisamos estar abertos a ideias novas e ousadas. Incentivar filhos a ser empregados é aconselhar nossos filhos a pagar mais do que a justa parcela em impostos ao longo da vida, com pouca ou nenhuma esperança de uma aposentadoria. De fato, a maioria das famílias trabalha de janeiro a meados de maio para o governo, apenas para cobrir seus impostos. São necessárias novas idéias e este livro as oferece.

Robert afirma que os ricos educam seus filhos de forma diferente. Eles ensinam aos filhos em casa, em volta da mesa de jantar. Essas idéias podem não ser aquelas que você escolheria para discutir com seus filhos, mas obrigada por olhar para elas. E eu o aconselho a continuar buscando. Em minha opinião, como mãe e auditora independente, o conceito de simplesmente ter boas notas e achar um bom emprego é uma idéia velha. Precisamos de novas idéias e de uma educação diferente. Talvez falar para seus filhos sobre lutar para serem bons funcionários e criarem sua própria empresa de investimentos não seja uma idéia tão má.

Espero como mãe que este livro auxilie outros pais. Robert espera poder informar a outras pessoas que qualquer um pode alcançar a prosperidade se decidir fazê-lo. Se você for um jardineiro ou um porteiro ou até um desempregado, você tem a capacidade de instruir- se e de ensinar a quem você ama a cuidar de si próprio financeiramente. Lembre que a inteligência financeira é o processo mental pelo qual resolvemos nossos problemas financeiros.

Hoje estamos enfrentando mudanças globais e tecnológicas iguais ou até maiores que as ocorridas anteriormente. Ninguém tem uma bola de cristal, mas um fato é certo: à nossa frente descortinam-se mudanças

vam firmemente na instrução mas não sugeriram os mesmos estudos.

Se eu tivesse tido um único pai, teria tido que aceitar ou rejeitar seus conselhos. Tendo dois, tive a escolha entre pontos de vista contrastantes; a visão de um homem rico e a visão de um homem pobre.

Em vez de aceitar ou rejeitar simplesmente um desses pontos de vista, me descobri pensando mais, comparando-os e escolhendo por mim mesmo.

O problema é que o homem rico ainda não era rico e o homem pobre ainda não era pobre. Ambos estavam no início de suas carreiras e lutavam por dinheiro e família. Mas eles tinham ideias muito diferentes sobre o dinheiro.

Por exemplo, um dos pais dizia: "O amor ao dinheiro é a raiz de todo mal." O outro: "A falta de dinheiro é a raiz de todo mal."

Quando garoto, a influência de dois pais, ambos homens fortes, era uma situação complicada. Eu queria ser um bom filho e ouvia, mas os dois pais não falavam a mesma língua. O contraste entre suas ideias, especialmente no que se referia ao dinheiro, era tão extremo que eu ficava curioso e intri- gado. Comecei a pensar profundamente sobre o que cada um deles dizia.

Muito do meu tempo era gasto refletindo, fazendo-me perguntas como "Por que ele fala isso?", a respeito das afirmações dos pais. Teria sido muito mais simples falar "Sim, ele está certo. Concordo com isso". Ou simples- mente rejeitar o ponto de vista dizendo "O velho não sabe do que está falan- do". Porém, tendo dois pais que eu amava, fui forçado a pensar e a escolher um dos caminhos por mim mesmo. Esse processo de escolher por mim mes- mo se mostrou muito valioso no longo prazo, não se tratou simplesmente da aceitação ou da rejeição de um único ponto de vista.

Uma das razões pelas quais os ricos ficam mais ricos, os pobres, mais po- bres e a classe média luta com as dívidas é que o assunto dinheiro não é ensinado nem em casa nem na escola. Muitos de nós aprendemos sobre o dinheiro com nossos pais. O que pode dizer um pai pobre a respeito do dinheiro para seu filho? Ele diz simplesmente: "Fique na escola e estude muito." O filho pode se formar com ótimas notas; mas com uma programação financeira e uma mentalidade de pessoa pobre. Isso foi aprendido pelo filho em sua tenra idade.

O dinheiro não é ensinado nas escolas. As escolas se concentram nas habilidades académicas e profissionais mas não nas habilidades financeiras. Isso explica por que médicos, gerentes de banco e contadores inteligentes que tiveram ótimas notas quando estudantes terão problemas financeiros durante toda sua vida. Nossa impressionante dívida nacional se deve em boa medida a políticos e funcionários públicos muito instruídos que tomam de- cisões financeiras com pouco ou nenhum treinamento na área do dinheiro.

Muitas vezes penso no novo milénio e imagino o que acontecerá quando houver milhões de pessoas precisando de assistência financeira e médica. Eles se tornarão dependentes do apoio financeiro de suas famílias ou do governo. O que acontecerá quando o Medicare e a Seguridade Social fica- rem sem dinheiro? Como uma nação sobreviverá se ensinar sobre dinheiro continuar sendo tarefa dos pais - cuja maioria será ou já é pobre?

Como tive dois pais a me influenciar, aprendi com ambos. Tive que re- fletir sobre os conselhos de cada um deles e ao fazê-lo percebi o poder e o impacto dos nossos pensamentos sobre nossa própria vida. Por exemplo, um pai costumava falar "Não dá para comprar isso". O outro proibia o uso dessas palavras. Insistia em que eu falasse: "O que posso fazer para com- prar isso?" Num caso temos uma afirmação, no outro uma pergunta. Um

Um dos pais dizia: "Não sou rico porque tenho filhos." O outro: "Tenho que ser rico por causa de vocês, meus filhos."

Um incentivava as conversas sobre dinheiro e negócios na hora do jan- tar. O outro proibia que se falasse do assunto durante as refeições.

Um dizia: "Em questões de dinheiro seja cuidadoso, não se arrisque." O outro: "Aprenda a administrar o risco."

Um recomendava: "Nossa casa é nosso maior investimento e nosso maior património." O outro: "Minha casa é uma dívida e se sua casa for seu maior investimento, você terá problemas."

Ambos os pais pagavam suas contas no prazo, mas um deles pagava suas contas em primeiro lugar enquanto o outro as deixava para a última hora.

Um deles acreditava que a empresa ou o governo deveria cuidar de você e de suas necessidades. Estava sempre preocupado com aumentos salariais, planos de aposentadoria, benefícios médicos, licenças de saúde, férias e ou- tros benefícios. Ele ficava impressionado com dois de seus tios que foram para o exército e se aposentaram com vários benefícios após vinte anos de serviço ativo. Ele adorava a ideia de assistência médica e serviços de reem- bolso de alimentos que os militares ofereciam a seus aposentados. Ele tam- bém se empolgava com as cátedras vitalícias do sistema universitário. A ideia de estabilidade no emprego e benefícios trabalhistas lhe parecia às vezes mais importante do que o próprio emprego. Dizia frequentemente: "Traba- lhei muito para o governo, mereço essas mordomias."

O outro pai acreditava na total auto-sufíciência financeira. Ele sempre

se manifestava contra a mentalidade dos "direitos" e falava que isso estava criando pessoas fracas e financeiramente necessitadas. Ele dava muita ênfa- se à competência financeira.

Um dos pais lutava para poupar alguns poucos dólares. O outro simples- mente criava investimentos.

Um pai me ensinou a escrever um currículo impressionante para que eu pudesse encontrar um bom emprego. O outro me ensinou a fazer sólidos planos financeiros e de negócios de modo que eu pudesse criar empregos.

Ter dois pais fortes me proporcionou o luxo de observar o impacto de diferentes formas de pensar sobre a própria vida. Observei que as pessoas moldam suas vidas por meio de seus pensamentos.

Por exemplo, meu pai pobre sempre me dizia: "Nunca vou ficar rico." E isso acabou acontecendo. Meu pai rico, por outro lado, sempre se referia a si próprio como sendo rico. Ele dizia coisas como: "Sou um homem rico e pessoas ricas não fazem isto." Mesmo que estivesse totalmente quebrado após um revés financeiro, ele continuava a se considerar um homem rico. Ele se justificava dizendo: "Há uma diferença entre ser pobre e estar que- brado. Estar quebrado é algo temporário, ser pobre é algo eterno."

Meu pai pobre dizia, "Não ligo para dinheiro" ou "O dinheiro não é importante." Meu pai rico sempre dizia, "Dinheiro é poder".

O poder de nossos pensamentos nunca poderá ser medido ou avaliado, mas desde jovem se tornou óbvio para mim a tomada de consciência de meus pensamentos e da forma como me expressava. Observei que meu pai pobre não era pobre por causa do dinheiro que ganhava, que era bastante, mas por

And havíng perhaps the better claim, Because it was grassy and wanted wear Though as for that the passing there Had worn them really about the same, And both that morning equally lay In leaves no step had trodden black. Oh, I kept the first for another day! Yet knowing how way leads onto way, I doubted if I should ever come back.

I shall be teiling this with a sigh Somewhere ages and ages hence; Two roads diverged in a wood, and I— I took the one less traveled by,

And that hás made ali the difference.

ROBERT FROST, 1916

O caminho não escolhido

Num bosque amarelo dois caminhos se separavam, / E lamentando não poder seguir os dois / E sendo apenas um viajante, fiquei muito tempo parado / E olhei para um deles tão distante quanto pude / Até que se perdia na mata; / Então segui o outro, como sendo mais merecedor, / E vendo talvez melhor direito, / Porque coberto de mato e querendo uso / Embora os que por lá passaram / Os tenham realmente percorrido de igual forma, / E ambos ficaram essa manhã / Com folhas que passo nenhum pisou. / Oh, guardei o primeiro para outro dia! / Embora sabendo como um caminho leva para longe, / Duvidasse que algum dia voltasse novamente. / Direi isto suspirando / Em algum lugar, daqui a muito e muito tempo: / Dois caminhos se separaram em um bosque e eu... / Eu escolhi o menos percorrido / E isso fez toda a diferença. / Robert Frost, 1916

E isso fez toda a diferença.

No correr dos anos pensei muitas vezes no poema de Robert Frost. Ao escolher não dar atenção aos conselhos e atitudes quanto a dinheiro de meu pai muito instruído, tomei uma decisão dolorosa, mas foi uma decisão que determinou o resto de minha vida.

Com a decisão de quanto a quem dar ouvidos, teve início minha educa- ção sobre dinheiro. Meu pai rico me deu lições ao longo de um período de trinta anos, até que cheguei aos 39 anos de idade. Suas lições pararam quan- do ele percebeu que eu conhecia e entendia plenamente o que ele estava tentando martelar na minha cabeça, às vezes, bastante dura.

O dinheiro é uma forma de poder. Mais poderosa ainda, entretanto, é a instrução financeira. O dinheiro vem e vai, mas se você tiver sido educado quanto ao funcionamento do dinheiro, você adquire poder sobre ele e pode começar a construir riqueza. O motivo pelo qual o simples pensamento po- sitivo não funciona é porque a maioria das pessoas foi à escola e nunca aprendeu como o dinheiro funciona, e assim passam suas vidas trabalhando pelo dinheiro.

Como comecei com apenas nove anos, as lições que meu pai rico me ensinou foram simples. E quando tudo foi dito e tudo foi feito, encontra- mos apenas seis lições, repetidas ao longo de trinta anos. Este livro trata dessas seis lições, expostas da maneira mais simples possível, da forma como meu pai rico as passou para mim. Estas lições não pretendem ser respostas e sim marcos. Marcos que o ajudarão, a você e a seus filhos, a se tornar mais rico, não importa o que aconteça em um mundo de crescente mudança e incerteza.

Lição l: Os ricos não trabalham pelo dinheiro

Lição 2: Para que alfabetização financeira?

Lição 3: Cuide de seus negócios

Lição 4: A história dos impostos e o poder da sociedade

anónima

Lição 5: Os ricos inventam dinheiro