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Gestão de Riscos Ocupacionais: Hierarquia de Controles e Medidas Preventivas, Resumos de Segurança do Trabalho

A gestão de riscos ocupacionais, com foco na hierarquia de controles e medidas preventivas. Apresenta uma análise detalhada da aplicação de medidas de controle, desde a eliminação de fatores de risco até a utilização de equipamentos de proteção individual (epis), com exemplos práticos e discussões sobre os impactos de cada medida. O texto destaca a importância da avaliação da exposição dos empregados e a necessidade de ações proativas para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável.

Tipologia: Resumos

2019

Compartilhado em 14/01/2025

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MEDIDAS DE CONTROLE PARA FATORES DE RISCO FÍSICOS, QUÍMICOS,
BIOLÓGICOS, ERGONÔMICOS E DE ACIDENTES.
1. DEFINIÇÃO GERAL
As medidas de controle para fatores de risco ocupacionais compõem um conjunto de dispositivos,
equipamentos, procedimentos, entre outros, que tem por objetivo evitar ou reduzir a extensão de
consequências danosas à saúde e integridade do trabalhador que se expõe a fatores de risco
químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes.
A aplicação dessas medidas exige o prévio reconhecimento desses fatores e avaliação dos riscos
existentes no ambiente de trabalho que, por sua vez, poderá ser feito a partir da análise dos resultados
do monitoramento quantitativo e/ou qualitativo, a depender do fator de risco.
De acordo com as normas regulamentadoras (NRs), existe uma hierarquia a ser seguida na adoção
das medidas de controle. O empregador deverá implementar medidas de prevenção de acordo com a
seguinte prioridade:
1º - eliminação dos fatores de risco;
2º - minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva;
- minimização e controle dos fatores de risco com a adoção de medidas administrativas ou de
organização do trabalho; e
4º - adoção de medidas de controle de proteção individual.
Neste contexto, é possível observar que as medidas de controle podem ser aplicadas em três “zonas”,
em ordem de prioridade:
* Na fonte – quando a medida de controle é aplicada na fonte geradora do fator de risco;
* No trajeto quando a medida de controle é aplicada no meio de propagação do fator de risco
existente entre a fonte geradora e o trabalhador. Medidas desse tipo também são referenciadas como
controles de percurso ou controles de trajetória;
* No trabalhadorquando a medida de controle é aplicada diretamente no empregado. Medidas desse
tipo também são referenciadas como controles no receptor.
Em um primeiro momento, pode parecer que a hierarquia de controle proposta nas normas
regulamentadoras e os controles por “zonas” (fonte, trajetória e receptor) são distintas. Na verdade,
os controles coletivos envolvem, tipicamente, controles na fonte e na trajetória, enquanto controles de
receptor podem envolver controles de organização do trabalho e de proteção individual. Algumas
medidas administrativas, também podem ser encaradas como controles de receptor. Exemplos
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MEDIDAS DE CONTROLE PARA FATORES DE RISCO FÍSICOS, QUÍMICOS,

BIOLÓGICOS, ERGONÔMICOS E DE ACIDENTES.

1. DEFINIÇÃO GERAL

As medidas de controle para fatores de risco ocupacionais compõem um conjunto de dispositivos,

equipamentos, procedimentos, entre outros, que tem por objetivo evitar ou reduzir a extensão de

consequências danosas à saúde e integridade do trabalhador que se expõe a fatores de risco

químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes.

A aplicação dessas medidas exige o prévio reconhecimento desses fatores e avaliação dos riscos

existentes no ambiente de trabalho que, por sua vez, poderá ser feito a partir da análise dos resultados

do monitoramento quantitativo e/ou qualitativo, a depender do fator de risco.

De acordo com as normas regulamentadoras (NRs), existe uma hierarquia a ser seguida na adoção

das medidas de controle. O empregador deverá implementar medidas de prevenção de acordo com a

seguinte prioridade:

1º - eliminação dos fatores de risco;

2º - minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva;

3º - minimização e controle dos fatores de risco com a adoção de medidas administrativas ou de

organização do trabalho; e

4º - adoção de medidas de controle de proteção individual.

Neste contexto, é possível observar que as medidas de controle podem ser aplicadas em três “zonas”,

em ordem de prioridade:

* Na fonte – quando a medida de controle é aplicada na fonte geradora do fator de risco;

* No trajeto – quando a medida de controle é aplicada no meio de propagação do fator de risco

existente entre a fonte geradora e o trabalhador. Medidas desse tipo também são referenciadas como

controles de percurso ou controles de trajetória;

* No trabalhador – quando a medida de controle é aplicada diretamente no empregado. Medidas desse

tipo também são referenciadas como controles no receptor.

Em um primeiro momento, pode parecer que a hierarquia de controle proposta nas normas

regulamentadoras e os controles por “zonas” (fonte, trajetória e receptor) são distintas. Na verdade,

os controles coletivos envolvem, tipicamente, controles na fonte e na trajetória, enquanto controles de

receptor podem envolver controles de organização do trabalho e de proteção individual. Algumas

medidas administrativas, também podem ser encaradas como controles de receptor. Exemplos

relacionando essas duas formas de caracterização de controles serão discutidos ao longo desse

material.

Esquematicamente, a partir de uma pirâmide invertida, é possível observar que existe uma efetividade

maior das medidas de controle quando elas são aplicadas na fonte. Por outro lado, quando aplicadas

no trabalhador, é possível observar baixa efetividade. Neste caso, a opção pela utilização dos EPIs

(equipamentos de proteção individual) deverá ser adotada em último caso, ou seja, quando foram

esgotadas as tentativas de adoção de medidas de controle na fonte ou no trajeto.

Pirâmide invertida evidenciando a efetividade das medidas de controle para fatores de risco ocupacionais. Fonte: https://onsafety.com.br/como-funciona-a-hierarquia-de-controle-de-riscos/ Disponível em 06/09/2024.

Em contrapartida, os controles de menor efetividade são mais fáceis de implementar (mas nem sempre

de manter a longo prazo), por esse motivo, quando uma atividade ou processo já está em execução

e a necessidade controle é identificada, a empresa opta por inverter a pirâmide aplicando primeiro as

medidas de menor efetividade para depois avançar para as medidas mais complexas que demandam

estudo e investimentos. Essa é uma estratégia empregada para que a atividade não seja suspensa. A

própria NR-01 faz essa previsão em seu item 1.5.5.1.2:

1.5.5.1.2 Quando comprovada pela organização a inviabilidade técnica da adoção de medidas de

proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo,

planejamento ou implantação ou, ainda, em caráter complementar ou emergencial, deverão ser

adotadas outras medidas, obedecendo-se a seguinte hierarquia: a) medidas de caráter administrativo

ou de organização do trabalho; e

b) utilização de equipamento de proteção individual – EPI.

Segundo o texto normativo, as medidas citadas possuem um “ caráter complementar ou

emergencial ” e além disso, destaca que “ Quando comprovada pela organização a inviabilidade

técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ”, ou seja, isso precisa ser comprovado e

documentado na organização.

por esse motivo não há uma regra geral para determinar um controle. Por outro lado, devemos pensar

também nos benefícios que uma escolha adequada pode proporcionar, como, por exemplo:

  • Redução do risco de acidente e doenças ocupacionais através do controle da exposição, com

impactos envolvendo redução de rotatividade de empregados e custos associados a

capacitação de novos trabalhadores para substituição de empregados afastados e custos com

acidentes, indenização, pagamento de adicionais.

  • No emprego de controles coletivos, uma redução na supervisão dos empregados é esperada,

uma vez que um sistema ou equipamento controla a exposição no ambiente de trabalho, sendo

que os empregados não tem relação direta na atuação do sistema. Isso, muitas vezes, extingue

a necessidade do uso de EPIs que podem gerar algum desconforto no trabalhador e, assim ter

seu uso negligenciado na atividade. Uma supervisão menos frequente permite que o

profissional de segurança do trabalho direcione seus esforços para outras situações na

empresa que exijam atenção.

A seguir serão apresentados exemplos de medidas de controle separadas por classes de fatores de

risco, cobrindo alguns exemplos. Quando necessário, algum comentário adicional será apontado de

modo a complementar a discussão. Os exemplos não priorizam a eliminação do fator de risco em

muitos casos, pois a sua presença é inerente ao processo de trabalho, mas isso não significa que

essa possibilidade de controle deva ser deixada de lado. Ainda, será possível notar que um conjunto

de medidas estará presente em um grande conjunto de exposições, por exemplo, capacitações e

treinamentos são um controle tipicamente empregados, assim como medidas que buscam, sempre

que possível, afastar o empregado da fonte do fator de risco.

3. MEDIDAS DE CONTROLES PARA FATORES DE RISCO FÍSICOS

Essa classe de fatores de risco envolve a exposição a certas formas de energia que tem potencial

para gerar doenças ocupacionais na maioria dos casos, quando formas de energia tem potencial para

causar um acidente e não uma doença, elas são enquadradas como fatores de risco de acidente. Em

alguns casos, em função na natureza do fator de risco e/ou da forma como ele se propaga até atingir

o trabalhador não é possível determinar um conjunto de controles único para todos os fatores de risco

dessa classe.

Em alguns casos, o fator de risco físico, é uma espécie de efeito colateral inerente de determinada

atividade. Por exemplo, um empregado não possui a atividade de gerar níveis elevados de ruído, mas

ele é gerado quando esse empregado executa atividades de corte, lixamento, detonação de rocha,

entre outras ou pode estar presente em certos ambientes devido à presença, por exemplo, de um

caminhão betoneira, um compressor de ar, uma máquina de estampagem no ambiente de trabalho.

Em todos esses casos, o ruído não é necessário para a atividade, mas ele está presente como uma

forma de perda de energia e precisa ser controlado. Casos semelhantes podem ocorrer para vibração,

calor e algumas radiações.

A seguir, há exemplos de algumas medidas tipicamente empregadas para controle das exposições.

Para cada conjunto de fatores de risco são apresentados comentários gerais sobre fontes e sobre seu

mecanismo de propagação a fim de permitir um melhor entendimento sobre os controles propostos.

Quando o fator de risco envolver uma condição ambiental, como na exposição ao frio e na exposição

a pressão anormais, pode-se preferir tratar diretamente de controles conforme classificação da

hierarquia de controle previstas na NR01.

* Vibração de mãos e braços e vibração de corpo inteiro

Tabela 2. Controles típicos para vibração. Caracterização A exposição a vibração exige o contato direto do trabalhador com o elemento que vibra. Na exposição a vibração de mãos e braços o contato ocorre tipicamente pelas mãos, já na exposição a vibração de corpo inteiro a exposição se dá pelo assento de uma máquina, mas pode ocorrer pelos pés e pelas costas. Fonte Máquinas e equipamentos utilizados diretamente pelo empregado, máquinas e equipamentos de um processo de trabalho que está próximo do trabalhador e que pelas características do ambiente de trabalho transmite essa transmissão até um local no qual há contato direto com o corpo do empregado. Trajetória O meio que a vibração utiliza para se propagar, no ambiente ocupacional, são meios sólidos, como a estrutura e elementos móveis de máquinas. Exemplos de controles [1,2] Fonte

  • Manutenção da fonte de vibração, que pode envolver substituição de peças desgastadas, lubrificação, alinhamento de partes rotativas, substituição de elementos de corte, ajustes de suspensão.
  • Redução da velocidade de operação.
  • Substituição de um equipamento com elevado nível de vibração por outro de menor nível.
  • Alteração (redução) na força necessária para suportar ou erguer determinado equipamento em um processo de trabalho. Por exemplo, provendo um suporte para a ferramenta de modo que o operador apenas conduza-a ao invés de suportar todo seu peso. Trajetória
  • Utilização de assentos com suspensão a ar e/ou aplicação de elementos que representem uma barreira a transmissão da vibração de corpo inteiro.
  • Aplicação de materiais resilientes nos pontos de preensão (pega) do equipamento ou máquina, para redução da vibração de mãos e braços.
  • Aplicação de materiais resilientes em elementos transmissores de vibração. Receptor
  • Utilização de luvas para proteção contra vibração de mãos e braços.
  • Revezamento de empregados em atividades com níveis de vibração substanciais.
  • Inserção de pausas para redução da exposição total a vibração diária.
  • Capacitação da força de trabalho com o objetivo de evitar ou não provocar exposições além dos níveis característicos da atividade. [1] – A depender de como a análise é conduzida em relação a fonte de vibração, podem existir alguns conflitos de definição entre controles de fonte e de trajetória. Por exemplo, em uma empilhadeira com motor a combustão, a fonte pode ser indicada com o motor diretamente (em última análise) ou como a empilhadeira como um todo. Esse conflito não possui um impacto relevante na análise da exposição, pois o objetivo é a redução da exposição e controles de fonte e trajetória são controles coletivos. [2] – Alguns controles empregados para vibração de corpo inteiro podem não ser bem classificados usando-se a divisão fonte e trajetória, mas que são enquadrados de forma mais adequada como controles coletivos. São eles: Ajuste do pavimento de tráfego de máquinas a fim de evitar choques mecânicos, para redução de vibração de corpo inteiro de natureza impulsiva e adequação da pressão de pneus para veículos autopropelidos.

É importante mencionar que o texto da NR09, em seu Anexo I item 6, apresenta uma série de medidas

preventivas e corretivas para a exposição a vibração (ambos os tipos) que devem ser consideradas

na redução da exposição dos empregados.

*Calor

Tabela 3. Controles típicos para calor. Caracterização A exposição ao calor depende de duas grandezas: a condição térmica do ambiente de trabalho e o esforço empregado pelo trabalhador na execução de suas atividades. As condições térmicas são avaliadas pelo IBUTG, que é impactado por condições como umidade relativa do ar, velocidade do ar, temperatura do ar, carga radiante; já o esforço físico é avaliado através da taxa metabólica do trabalhador. A exposição pode envolver fontes de calor naturais (como a exposição solar) ou fontes artificiais (como fornos). Fonte A fonte de calor é normalmente tratada em relação ao equipamento, processo, etc, que tem potencial para gerar uma alteração no perfil térmico do ambiente. Como exemplos de fontes tem- se atividades envolvendo fornos, siderurgia, caldeiras, atividades de solda, atividades ao ar livre com exposição solar. Em muitas das situações a energia térmica é necessária para que o processo ocorra e a exposição está presente, diferentemente das exposições a vibração e ao ruído, no qual, na maioria dos casos, a exposição é um “efeito colateral” da atividade. Trajetória A trajetória do fator de risco é uma combinação de mecanismos, sendo dois deles os principais. No primeiro caso, a energia chega até o trabalhador através de processos de convecção natural ou forçada no qual ar aquecido entra em contato com o empregado, sendo que, nesse caso, o ar o elemento que promove a dispersão do agente. No segundo caso, calor pode ser oriundo de uma fonte radiante, superfícies emitem radiação infravermelha em intensidades que variam, fortemente, com a temperatura da superfície emissora; embora o calor radiante se propague através do ambiente ele não necessita de um meio físico para se propagar. Exemplos de controles Fonte

  • Alteração das características da fonte geradora que alterem a emissividade ou a temperatura de trabalho ou da superfície. Essas medidas podem controlar principalmente o calor radiante.
  • Automatização/mecanização do processo de trabalho com o objetivo de reduzir o esforço físico empregado. Trajetória
  • Sistema de ventilação forçada (insuflação de ar) ou sistema de exaustão (para fontes pontuais, em especial de vapor d’água).
  • Instalação de barreias entre a fonte e o receptor, em especial para controle do calor radiante.
  • Enclausuramento parcial ou total de fontes de vapor d’água.
  • Cobrir ambientes abertos na área de trabalho a fim de evitar a radiação solar direta.
  • Reposicionamento do posto de trabalho, a fim de afastar o empregado da fonte térmica. Receptor
  • Capacitação da força de trabalho com o objetivo de evitar ou não provocar exposições além dos níveis característicos da atividade.
  • (^) Emprego de EPIs destinado a proteção térmica quando há presença de calor radiante intenso. [1]
  • Aclimatação do empregado ao ambiente termicamente desfavorável.
  • Aplicação de pausas ou intercalar atividades em ambientes termicamente amenos.
  • Programação de atividades para períodos de menor exposição. [1] Qualquer tipo de EPI incrementa a exposição ao calor, pois representa uma barreira a troca térmica, assim seu uso na presença desse fator de risco deve ser cuidadosamente estudado.

É importante mencionar que o texto da NR09, em seu Anexo III item 6, apresenta uma série de

medidas preventivas e corretivas para a exposição ao calor que devem ser consideradas na redução

da exposição dos empregados.

*RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES E RADIAÇÕES IONIZANTES

Tabela 5. Controles típicos para radiações não ionizantes. Caracterização As radiações não ionizantes envolvem um grupo de radiações eletromagnéticas na qual estão contidas, por exemplo, a luz (e o laser, consequentemente), o micro-ondas, o infravermelho, o ultravioleta, as ondas de rádio, a radiação de frequência inferior ao rádio. Em determinadas situações há o uso intencional dessas radiações em algum processo; por exemplo, em sistemas de desinfecção com radiação, muitas vezes radiações da faixa do UV são utilizadas, em sistema de corte de peças metálicas, o laser pode ser empregado para realizar essa tarefa. Já em outros casos, a radiação é gerada durante o processo, sem que tenha uma função específica, como a emissão de radiação UV, de luz intensa e de radiação infravermelha em certos processos de solda. Fonte A fonte da radiação não ionizante, quando gerada propositalmente para alguma finalidade é representada por um equipamento ou dispositivo, por exemplo, lâmpadas emissoras de UV em sistemas de desinfecção, antenas de sistemas de transmissão de radiofrequência, em fornos de indução industriais. Eventualmente, a fonte pode ser uma atividade no qual a geração da radiação é uma consequência do processo, como as radiações eletromagnéticas de extrema baixa frequência geradas por sistema de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Trajetória Radiações não ionizantes não necessitam de um meio para sua propagação. Tipicamente, em ambientes ocupacionais são utilizados anteparos entre a fonte e o empregado para controlar a trajetória desses agentes e em alguns casos, modificações nas superfícies desses ambientes pode reduzir a emissão de radiação refletida. Exemplos de controles[1] Fonte

  • Manutenção da máquina emissora, a fim de que a exposição não sofra um incremento em decorrência de uma má condição do equipamento.
  • Redução de correntes elétricas em processo de solda a fim de evitar a geração demasiada de radiação UV, infravermelho e luz intensa. Trajetória
  • Emprego de blindagem em equipamentos nos quais não se pretende que a radiação gerada exceda os limites do equipamento ou processo.
  • (^) Construção de barreias físicas entre a fonte e o receptor. A barreira pode ser uma parede ou uma cabine com materiais que promovam absorção da radiação. [2]
  • Aplicação de tintas à base de dióxido de titânio ou óxido de zinco nas áreas de trabalho para redução da radiação UV refletida.
  • Isolamento da fonte ou afastamento do empregado, mudando o posto de trabalho de local. [2] Receptor
  • Capacitação da força de trabalho com o objetivo de evitar ou não provocar exposições além dos níveis característicos da atividade.
  • Emprego de EPIs destinado a proteção contra radiações não ionizantes, quando existentes.
  • Alteração da rotina de trabalho a fim de reduzir o tempo total de exposição. [2] [1] A determinação do tipo de radiação não ionizante e da forma de sua geração (se proposital ou não) irão determinar os controles específicos para cada tipo de condição, a tabela apenas aponta exemplos de controles, ainda que sua aplicação possa ser limitada a alguma característica do processo. [2] Afastar o empregado da fonte, utilizar barreiras físicas e limitar o tempo de exposição representam um conjunto de medidas comuns para controle da exposição à radiação eletromagnéticas, ionizantes ou não.

Tabela 6. Controles típicos para radiações ionizantes. Caracterização As radiações ionizantes compreendem as radiações eletromagnéticas raios-X e radiação gama e radiações corpusculares como nêutrons, partículas alfa e partículas beta. Em ambientes ocupacionais essas radiações são usadas para fins médicos e industriais. Fontes de raio-X são usadas em processos de radiografia humana e animal em também em processos de radiografia industrial. Fontes de radiação gama são empregadas em algumas cirurgias humanas e em processos de gamagrafia industrial. Essas radiações eletromagnéticas também são empregadas em medição de nível de fluídos quando outra opção não é viável, no controle de qualidade de peças metálicas. Processos de radiografia e gamagrafia industrial são empregados na inspeção de turbinas de aviações, de soldas, de paredes de tanques metálicos. Em fontes de radiação gama, normalmente há emissão também de alguma radiação corpuscular. Materiais que emitem radiações corpusculares, podem ser encontradas, por exemplo, em radiofármacos. Alguns processos de esterilização também podem empregar radiações eletromagnéticas ionizantes. Fonte A fonte de raios-x é um equipamento elétrico, portátil ou fixo, o qual pode ser desligado quando a atividade envolvida se encerra. Já a fonte da radiação gama e das radiações corpusculares são elementos nos quais o núcleo atômico é instável, durante o processo de estabilização esse núcleo pode emitir radiações corpusculares e/ou radiação gama. A instabilidade atômica é característica da fonte e não pode ser suspensa ou ‘desligada’, como no caso do raios-x. Com o passar do tempo, as fontes de radiação gama e de radiação corpuscular reduzem sua intensidade de emissão (atividade) na medida em que núcleos instáveis se tornam estáveis. Trajetória Radiações eletromagnéticas e radiações corpusculares não necessitam de um meio para sua propagação. Controles de trajetória normalmente são empregados através do uso de barreiras construídas com material e espessura que varia conforme o tipo de radiação. Exemplos de controles Fonte

  • Manutenção da máquina emissora de raios-x, a fim de que a exposição não sofra um incremento em decorrência de uma má condição do equipamento.
  • Ajuste da potência de equipamentos de raios-x a fim de reduzir a intensidade da radiação ao mínimo necessário. Trajetória
  • Emprego de blindagem em equipamentos nos quais não se pretende que a radiação gerada exceda os limites do equipamento ou processo, durante determinado tempo.
  • Construção de barreias físicas entre a fonte e o receptor. A barreira pode ser uma parede (de concreto, de metal ou combinação) ou uma cabine com materiais que promovam absorção da radiação. [1]
  • Utilização de colimadores em gamagrafia industrial a fim de evitar que radiação se espalhe em todas as direções com elevada intensidade. Colimadores direcionam o fluxo de radiação ao alvo.
  • Isolamento da fonte ou afastamento do empregado. [1] Receptor
  • Capacitação da força de trabalho com o objetivo de evitar ou não provocar exposições além dos níveis característicos da atividade.
  • Emprego de EPIs destinado a proteção contra radiações, quando existentes ou em função da intensidade da radiação.
  • Alteração da rotina de trabalho a fim de reduzir o tempo total de exposição. [1] [ 1 ] Afastar o empregado da fonte, utilizar barreiras físicas e limitar o tempo de exposição representam um conjunto de medidas comuns para controle da exposição à radiação eletromagnéticas, ionizantes ou não.

Tabela 7. Controles típicos para fatores de risco químicos. Caracterização As substâncias químicas aos quais a força de trabalho está exposta pode ser oriunda diretamente de um produto que é utilizado e que contém essas substâncias ou elas podem ser geradas no processo pela combinação intencional (ou não) de substâncias, ser oriundas de uma degradação térmica ou aquecimento de uma substância ou ainda, formadas pela ação de radiações eletromagnéticas incidindo sobre substâncias ou compostos. A seguir, estão listados alguns exemplos dessas situações: *Exposição a dióxido de titânio, xileno, etilbenzeno e sulfato de bário que são constituintes de algumas tintas (produto químico contém essas substâncias). *Exposição a trifluralina em uma empresa fabricante de herbicidas, gerado quimicamente por uma série de reações envolvendo outras substâncias (combinação intencional de substancias). *Exposição a fenol, dióxido de enxofre, entre outros, oriundo da degradação térmica de compostos fenólicos empregados na produção de moldes para produção de peças metálicas fundidas (degradação térmica). *Formação de fosgênio devido a irradiação de superfícies contendo desengordurantes com radiação UV provenientes de atividade de solda nas imediações (formação não intencional por radiação eletromagnética). Fonte A fonte dos fatores de risco químicos são atividades ou processos nos quais o empregado trabalha diretamente com um produto químico que contém uma ou mais substâncias prejudiciais a sua saúde. Como já discutido, em alguns casos, a substância química é gerada como parte do processo de trabalho, seja de modo intencional ou não, ou seja, ela não está presente até que a atividade/processo a gere. Evidente, podem existir situações nas quais o trabalhador está em um ambiente no qual há presença do agente químico, mas ele não faz parte de uma atividade que o empregado executa diretamente. Trajetória Os agentes químicos quando dispersos no ar atingem o empregado usando basicamente dois mecanismos. O primeiro deles envolve a movimentação de uma corrente de ar que carrega esses agentes até o empregado, esse processo chama-se advecção; no segundo caso, a substâncias se difunde por diferença de concentração, no sentido de se diluir no ambiente, em um processo chamado difusão. Na grande maioria dos casos, as substâncias químicas se dispersam através dos dois mecanismos concomitantemente. O empregado pode entrar em contato direto também com o agente químico, quando a substância está na fase líquida (exceto no caso de névoas ou neblinas) ou sólida. Exemplos de controles Fonte

  • Substituição do produto/substância
  • Minimização do percurso de queda de materiais particulados a fim de reduzir a dispersão de particulados
  • Quando o aerossol é gerado por um pó seco, o processo pode ser modificado para mudar a forma de apresentação do produto de um pó seco para uma pasta ou uma suspensão líquida
  • Emprego de sistema de recuperação de vapor
  • Substituir processos de limpeza com ar comprimido por processos à vácuo Trajetória
  • Automação de processos usando robotização
  • Separação, realocando a fonte ou o empregado
  • Enclausuramento da fonte
  • Ventilação local exaustora
  • Ventilação geral diluidora (essa opção apenas dilui a substância no ambiente e nem sempre é uma boa opção) Receptor
  • Capacitação da força de trabalho com o objetivo de evitar ou não provocar exposições além dos níveis característicos da atividade.
  • Emprego de EPIs destinados a proteção respiratória, da face, da pele, etc, conforme a necessidade.
  • Rodízio de empregados ou redução de jornada quando existirem exposições críticas.

5. UMA PAUSA PARA EXPLICAÇÕES...

Até esse ponto, discutimos os controles baseados na divisão de controles de fonte, trajetória e

receptor, que estão alinhados a algumas definições da área de higiene ocupacional que utilizam essa

terminologia. Para alguns casos, essa divisão, como nas exposições envolvendo fatores de risco de

acidente e fatores de risco ergonômicos pode ser mais interessante discutir os controles sob a ótica

de controles coletivos, administrativos e de organização do trabalho e equipamentos de proteção

individual, esse último apenas para fatores de risco de acidente. Sempre haverá uma fonte do fator de

risco e um receptor, mas não há em muitos casos, exatamente, uma trajetória para ser analisada.

Fatores de risco biológicos também podem ser melhor analisados adotando-se a mesma divisão dos

controles para fatores de risco ergonômicos e de acidentes, exceto que em alguns casos pode-se

propor controles de trajetória, mas nem sempre controles de fonte. A fonte dos agentes, muitas vezes,

é inerente a atividade e não há como atuar sobre elas.

Embora, já tenha sido discutido, os controles apresentados para os fatores de risco físicos e químicos,

como controles de fonte, trajetória e receptor, podem ser facilmente agrupados como controles

coletivos, administrativos e de organização do trabalho e equipamentos de proteção individual. Essas

duas divisões não são conflitantes entre si, elas apenas usam regras diferentes para classificar

controles.

7. MEDIDAS DE CONTROLE PARA FATORES DE RISCOS DE ACIDENTES

Os fatores de risco de acidente estão presentes em muitas das atividades nas quais algum

equipamento, máquina ou ferramenta é utilizada, pode estar presente, também, em diversos

processos e atividades. Os fatores de risco de acidente têm como principal característica o potencial

de gerar lesão imediata e não raro, tem potencial para causar a morte. Diversas normas

regulamentadoras tratam sobre esse tema, mas ainda assim elas não são exaustivas; cabe a

empresa, através dos profissionais de segurança, conduzir uma série de avaliações em campo a fim

de determinar os fatores de risco de acidente presentes no ambiente. Na maioria dos casos, o fator

de risco é inerente ao processo, atividade, máquina, e eliminar a fonte geradora pode não ser possível,

assim muitos controles focam em meios para reduzir o potencial de acidentes ou reduzir a extensão

de seus danos.

Tabela 9. Controles típicos para fatores de risco de acidente. Caracterização Os fatores de risco de acidentes envolvem atividades e processos, nos quais o empregado possa ter contato com eletricidade, com partes móveis de máquinas, como elementos perfurocortantes, que esteja sujeito a queda de nível ou queda de mesmo nível, a impactos por objetos, aprisionamento ou prensamento de membros, ataque de animais, entre outros. Também se enquadram as situações nas quais o empregado possa estar em ambiente sujeito a explosão, incêndio, engolfamento, entre outros. É comum as atividades ou processos envolverem mais de um fator de risco de acidente e essas exposições podem ser críticas na medida que ocorra exposição a outros fatores de risco que contribuam para um acidente, como exposições descontroladas a fatores de risco físicos, químicos e ergonômicos. Exemplos de controles Controles coletivos

  • Isolamento (impedimento de acesso) de área sujeita a movimentação de cargas.
  • Instalação de guarda-corpo como medida contra queda de nível.
  • Instalação de barreiras físicas em partes móveis de máquinas, em elementos com temperaturas extremas, em partes energizadas.
  • Aterramento da carcaça metálica de máquinas elétricas, a fim de evitar choques elétricos.
  • Processo de desenergização de linhas elétricas, a fim de evitar o trabalho em linhas energizadas em atividades de manutenção.
  • Utilização de anteparos em atividades a quente[1], a fim de evitar princípios de incêndio, causados por fagulhas, metal fundido, entre outros, ou em atividades nas quais pode haver projeção de material.
  • Sistemas de controle de descargas atmosféricas em áreas classificadas[2].
  • Utilização de talude em áreas de escavação. Controles de organização do trabalho e controles administrativos
  • Retirada de trabalhadores não essenciais das áreas de risco.
  • Capacitação da mão de obra de acordo com a previsão normativa e conforme necessidades identificadas em análise de risco.
  • Implementação de permissões de trabalho para tarefas críticas.
  • Sinalização de segurança em ambientes de trabalho.
  • Segregação de áreas em atividade envolvendo trabalhadores e máquinas autopropelidas.
  • Limitação de autoridade para acesso a áreas de risco.
  • Instituir procedimentos para trabalho com segurança, para bloqueio e liberação de máquinas sob manutenção, sobre limites de velocidades.
  • Instituir programa de manutenção de máquinas a fim de que operem dentro dos parâmetros normais. Equipamento de proteção individual[3]
  • EPIs para proteção da cabeça
  • EPIs para proteção dos olhos e face
  • EPIs para proteção do tronco
  • EPIs para proteção dos membros superiores
  • EPIs para proteção dos membros inferiores
  • EPIs para proteção do corpo inteiro
  • EPIs para proteção contra quedas com diferença de nível [1] Trabalho a quente (Definição da NR18): considera-se trabalho a quente as atividades de soldagem, goivagem, esmerilhamento, corte ou outras que possam gerar fontes de ignição, tais como aquecimento, centelha ou chama. [2] Área classificada (Definição da NR20): área na qual uma atmosfera explosiva está presente ou na qual é provável sua ocorrência a ponto de exigir precauções e critérios especiais para seleção, instalação e utilização de equipamentos elétricos. [3] Um EPI, quando aplicável, sempre fornece proteção limitada.

8. FECHAMENTO

Após a leitura desse material, você pode questionar: “E as demais medidas que são aplicadas na área

de SST e não foram citadas?” Existem outras ações e/ou medidas que as empresas adotam para

elevar o nível de segurança, algumas delas são boas práticas e outras são exigências legais, como

vacinações, sinalizações de segurança e exames médicos. Por exemplo, trabalhadores de serviços

de saúde (hospitais, unidades básicas de saúde, etc.) recebem vacinas para imunizações a alguns

vírus, essa medida que é uma exigência legal, embora não reduza a exposição ao agente biológico é

importante no sentido de mitigar qualquer efeito de uma exposição acidental ao agente que poderia

causar uma doença. As sinalizações de segurança, comumente adotadas, pretendem alertar o

trabalhador quanto há algum risco existente no ambiente ou reforçar a necessidade do uso de

determinado equipamento para sua proteção. Esse tipo de medida não reduz a exposição diretamente,

mas reforça a necessidade de alguns cuidados ou procedimentos que devem ser adotados,

contribuindo para um ambiente mais seguro. Por fim, os exames médicos não representam uma

medida de controle direta, pois não reduzem a exposição dos empregados em campo, mas são

fundamentais para que o setor de medicina do trabalho detecte de forma precoce o início de um agravo

a saúde gerado pelo ambiente de trabalho ou restrinja o acesso de determinado empregado a alguma

atividade em uma etapa anterior ao início das atividades em decorrência de alguma limitação

fisiológica ou de saúde.

Embora o texto tenha tratado da classificação das medidas de controle, é importante que se

compreenda também as vantagens, as limitações e os impactos do emprego de uma medida de

controle no ambiente de trabalho. Não é possível implementar medidas de controle sem considerar

esses aspectos.

E qual o seu papel em relação a esse assunto como profissional da segurança do trabalho? Você

será a referência para qualquer assunto relacionado à segurança dentro da empresa, se a empresa

acredita que a segurança de seus empregados é um valor fundamental, a sua palavra terá enorme

relevância, mas você não pode aguardar de modo passivo que a empresa o questione sobre

adequações. Você possui o conhecimento técnico e deve agir de forma proativa auxiliando a empresa

no atendimento a legislação, propondo opções de controle e medidas de mitigação da frequência ou

da intensidade das exposições, naturalmente isso envolve diálogo com outros setores da empresa

para adequações no cronograma de implementação dos controles e priorização das ações.

Você pode preferir uma área da segurança em relação a outra ou até pode “odiar” determinada área,

mas independentemente de suas preferências, as medidas de controle serão parte de sua rotina!

Bons Estudos!