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Este documento aborda a importância da maturidade vocacional e da identidade de gênero na vida de um indivíduo, com foco em adolescentes do terceiro ano do ensino médio. A teoria de desenvolvimento vocacional de super (1957) é apresentada, destacando a relação entre desenvolvimento pessoal e vida profissional. Além disso, é discutido o salience inventory (nevill & calvert, 1996) como instrumento de medida da maturidade vocacional, considerando diferentes papéis de vida. O estudo de super (1955) e o career pattern study são fundamentais para a compreensão da maturidade vocacional e sua avaliação.
O que você vai aprender
Tipologia: Esquemas
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Dissertação apresentada como exigência parcial para obtenção do Grau de Mestre sob a orientação da Profª. Drª. Sílvia Helena Koller
Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Psicologia Curso de Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento
Junho de 2001
À Profª. orientadora Dra. Sílvia Helena Koller, pelo estímulo, exemplo, presença constante e amizade confortadora. À Profª. Maria Célia Lassance, exemplo de crença na vida e no trabalho. Ao meu pai, Joaquim, pelo amor, apoio incondicional, respeito e compreensão pelas minhas escolhas pela vida à fora. À minha mãe, Maria, exemplo de vida e modelo que agora posso compreender melhor. À minha filha Júlia, por sua paciência e pelas horas em que não pude estar mais presente em sua vida. Às minhas irmãs, presenças silenciosas a me incentivar e encorajar em todos os momentos. A meus sobrinhos, para que acreditem em suas escolhas e possam contar sempre comigo. Em especial a minha afilhada, Fabiane, amiga, companheira e minha “filha” do coração. À Marinelsa, pela sua dedicação, sem a qual a organização deste trabalho tornar-se-ia um pouco mais complicada. À Maria Enilse Lucatelli, pela leitura acolhedora e pelas inestimáveis sugestões.
The aim of this study was to investigate vocational maturity, among High School students, considering the gender and sex. Ninety eight individuals (50 females and 48 males), aged seventeen to nineteen years old, answered to the Professional Development Inventory, adapted to be used in the Brazil, which measures the vocational maturity, and to the Bem Sex Role Inventory, which assess the gender (androgynous, typified and undifferentiated). An ANOVA revealed sex differences [F(1,97)=3,84;p<0,03] and gender [F(2,96)=5,02;p<0,03] in the vocational maturity. Women search for more information about the occupational and the working world, than men. Androgynous showed more decision-making attitudes towards their final career choices. The results revealed that the adapted IDP may be used for research, individual orientation, group assessment and orientation, and for evaluation and planning vocational orientation programs.
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L’objective de cet étude a été faire recherche et sondage entre adolecents étudiants du troisième degré Enseigmement Moyen ; en considérant le genre et la maturité vocationel. Quatre-vingt-dix-huit individus (cinquante femmes et quarant-huit hommes), avec âges entre dix-sept et dix-neuf anes, ont repondú deux instruments : le premiér, Inventaire de Développment Profissionel adapté pour la réalité de l’instruction Brésílianne que mesure la maturité vocational. Le second, BSRI ( Bem Sex Role Inventory ) qu’évalue le genre. Les résultas ont montré differences, le sexe (F(1,97)=3,84;p<0,03), le genre (F(2,96)=5,02;p<0,03) dans la maturité vocationel, em suggérant qui le IDP adapté peut être utiliser pour orienter perssones sur les objectifs et conditions nécessaires pour faire choix sensées (Alfhas=0,89; 0,82; 0,36; 0,68; 0,91; 0,71 et 0,90 pour chaque échelle du IDP, respectivement. Les femmes cherchent plus informations sur les profissions et le monde du travil ( m= 13; dp =3), pour les hommes est plus important leurs carriéres ( m =70; dp =16). En relation au genre le types s’identificant plus avec les caractéristiques stereotipées des profissions, en conduisant la plupart des participants de cet étude a choisir leurs profissions d’accord avec les règles sociaux et culturels placées comme masculin et feminin ( m =158,11; dp =26,10). Ètudes a posteriori sont proposé surtout la validaction d’Inventaire du Développment Professionnel.
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as pessoas que procuram orientação profissional e, também, através dos dados obtidos quando de sua aplicação, obter informações para pesquisar e planejar processos de orientação, bem como a planificação de carreira. Associado a esses dados, buscou-se também averiguar se haveria diferenças em relação ao gênero e à maturidade vocacional.
A escolha profissional pressupõe um processo de tomada de consciência de si mesmo e a possibilidade de realizar um projeto imaginando-se cumprindo um papel social e ocupacional (Lucchiari, 1994). É necessário, portanto, diferenciar o projeto pessoal e a identidade própria dos projetos que outros fazem para as pessoas analisando, inclusive, as influências recebidas pela mídia sobre profissões notoriamente consideradas “masculinas” e “femininas”.
Para o adolescente, principalmente, tomar uma decisão ocupacional significa desprender-se do que é conhecido e limitado - a família - para explorar um mundo mais amplo. E isso traz o medo: medo de desprender-se do grupo de amigos; medo da “mediocridade”, da “rotina” de “ser adulto”; medo de não ser capaz de trilhar os caminhos escolhidos; medo de errar na escolha, enfim, o medo de “voar pelas próprias asas”. A ansiedade causada pelo medo do fracasso de não conseguir encontrar seu próprio caminho pode levar o jovem à precipitação na escolha de uma carreira.
A escolha profissional não é um momento isolado na vida. Vem sendo construído desde que os pais fazem planos para seus filhos, muito antes de seu nascimento. Durante a infância, a criança forma seu autoconceito através da identificação com pessoas significativas (pais, familiares, amigos); enquanto criança, sua auto-avaliação depende, em grande parte, da avaliação que os pais fazem dela. A criança torna-se, em geral, aquilo que os pais dizem que ela é. Durante a adolescência, as exigências sociais feitas ao indivíduo voltam-se, basicamente, para duas questões: a aquisição de uma identidade própria, independente, e a aquisição de uma identidade vocacional, que culmina numa escolha profissional.
Escolher, entretanto, não é uma tarefa fácil, pois muitos fatores estão em jogo nesse momento. Escolher o que se quer ser no futuro implica reconhecer quem se foi, quem se é e que influências se sofre desde a mais tenra infância. O que se espera para o futuro está carregado de afetos, esperanças, medos e inseguranças, não somente da própria pessoa, mas também de outros mais próximos: pais, avós, irmãos, etc. Construir um projeto profissional é decidir com que tipo de problemas sociais concretos se quer se defrontar, o que envolve perceber que trabalho é feito no dia-a-dia, todos os dias (Maciel,
Fumagalli & Lassance, 1994). Quando se escolhe uma profissão, talvez não se tenha claro como essa decisão está inserida dentro de um contexto muito maior, que a influencia diretamente. Não se pode pensar no ser humano como separado do seu meio social. Recebe-se, e continua-se recebendo inúmeras influências em todas as atitudes, podendo- se destacar na escolha profissional diversos fatores que são determinantes:
. Fatores políticos: política governamental e seu posicionamento frente à educação; . Fatores econômicos: mercado de trabalho, falta de oportunidade, recessão, etc.; . Fatores sociais: divisão da sociedade em classes sociais, divisão do mundo do trabalho em profissões masculinas e femininas, busca de ascensão social através da educação; . Fatores educacionais: crise pela qual passa a educação, a necessidade do vestibular para ingressar em um curso superior. Fatores familiares: família é parte importante no processo, pois, às vezes, realizam-se as suas expectativas através das escolhas. E as expectativas para os meninos são diferentes daquelas das meninas; . Fatores psicológicos: interesses, motivações, habilidades pessoais, informação sobre as profissões, determinação para ir atrás dos sonhos (Costa, 1997, Lobato, 1999).
Esses, entre outros tantos fatores, determinam as escolhas. É importante pensar sobre eles e tentar entendê-los, porque uma escolha consciente pode ser um dos caminhos para o sucesso profissional. A realização profissional capacita o indivíduo como membro ativo e produtivo na sociedade, capaz de gerar bens, sustentar seus dependentes e ser mais feliz. É através do trabalho que se coloca em prática o que o indivíduo tem de melhor e de mais criativo. É pelo trabalho que se pode estar próximo dos outros seres humanos e construir um mundo melhor. O futuro é construído dia-a-dia, individualmente; o futuro profissional de todo jovem começa a ser construído no instante em que ele faz uma escolha consciente e consistente.
si em relação aos outros, a identificação com pessoas que servem de modelo e o desempenho de papéis, acompanhado de uma avaliação mais consistente dos resultados (teste da realidade);
Ao propor esses estágios para o desenvolvimento vocacional, Super e colaboradores (1957) caracterizaram-nos como um conjunto de tarefas evolutivas, descritas a seguir, com as quais o indivíduo tem de se confrontar, com sucesso, para poder progredir para o seguinte. Essas tarefas, principalmente relacionadas aos estágios de exploração e de estabelecimento, anteriormente descritos, são as seguintes: a) cristalização de uma preferência vocacional; b) especificação de uma preferência vocacional; c) implementação de uma preferência vocacional; d) estabilização em uma
vocação; e) consolidação e progressão em uma vocação.
A cristalização de uma preferência vocacional é uma tarefa evolutiva tipicamente encontrada durante o início e meados da adolescência. Nessa fase, a sociedade espera que o jovem comece a formular idéias gerais sobre áreas de trabalho que lhe agradem. A construção de autoconceitos e de conceitos ocupacionais permitirá que o indivíduo faça tentativas de escolha, comprometendo-se com um tipo de educação que o levará a alguma ocupação, parcialmente especificada (Super e colaboradores, 1963).
A especificação de uma preferência vocacional ocorre no período que vai da metade até o final da adolescência. Espera-se, aqui, que o jovem transforme sua escolha geral em uma escolha específica, comprometendo-se a ingressar no estágio seguinte, num programa educacional, ou num trabalho inicial, como porta de entrada para o campo escolhido.
A implementação ocorre no final da adolescência e início da vida adulta. A implementação de uma preferência é a escolha propriamente dita, ocorrendo quando o jovem faz a transição da escola para o trabalho. Espera-se que o indivíduo converta sua preferência vocacional especificada em uma realidade para implementar sua escolha.
A estabilização em uma vocação é uma tarefa evolutiva da primeira etapa da vida adulta, entre os vinte e cinco e os trinta anos de idade. Espera-se que o indivíduo se estabeleça, descubra a si mesmo em um trabalho que seja compatível com suas habilidades, seus interesses e desejos. É a busca da auto-realização. Finalmente, a consolidação e o progresso em uma vocação são tarefas da vida adulta, iniciando por volta dos trinta anos e continuando à medida que a pessoa avança em sua trajetória vocacional, até que o estágio de manutenção, anteriormente descrito, tenha início.
O desenvolvimento vocacional não pode ser confundido com o amadurecimento físico. A maturidade para a escolha profissional não se acha vinculada à idade, mas à necessidade de tomar um determinado tipo de decisão. Para fazer uma escolha profissional aproximada aos interesses e ao nível de sua escolaridade, o jovem deve ter acumulado informações relativas ao seu meio e a si mesmo para, depois, elaborar uma representação organizada das ocupações e de sua própria pessoa - cristalização. A ativação do desenvolvimento vocacional estipula a necessidade de ser capaz de ver no seu ambiente problemas a resolver e tarefas a realizar. Esse descobrimento implica uma busca de informações sobre si mesmo e sobre o ambiente - exploração (Pelletier, Noiseux &
do self, caracterizando-se pela percepção do indivíduo de ser diferente dos demais, não importando sua idade cronológica. A fase seguinte é a identificação , que ocorre mais ou menos simultaneamente com a fase anterior. A criança, ao perceber, por exemplo, as semelhanças entre si mesma e seu pai, percebe as diferenças existentes com a mãe. Assim, ela identifica-se com o pai, lutando para ser cada vez mais parecida com ele, diferenciando-se da mãe. O desempenho de papéis segue-se ao processo de identificação. Ao se identificar com o pai, o menino age como ele, ou como alguém que o ajudou em determinado período da vida. Quer o desempenho de papel fique só na imaginação, quer ocorra mediante a emissão de um comportamento, pode ser considerado como um parâmetro para verificar quão válido é o conceito de si mesmo. A última fase relativa à formação do autoconceito é o teste da realidade , que emerge rapidamente da fase anterior, a qual, por sua vez, surgiu da fase de identificação. A vida oferece muitas oportunidades para testar a realidade, como os jogos desenvolvidos na infância, ou experiências passadas, que levam o indivíduo a preferir, ou não, determinada ocupação.
O sistema de autoconceito pode ser compreendido como o que uma pessoa percebe ser ela mesma e o que são os outros para ela. Os AC podem ser verbalizados numa série de afirmações nas quais o sujeito da frase é o self ou outra pessoa e o predicado é uma variável psicológica. Por exemplo: “eu sou inteligente”, “João é muito ativo”. Esses
predicados são utilizados pelas pessoas para diferenciar os indivíduos e a si mesmas. Em relação ao autoconceito ocupacional, nas afirmações que as pessoas fazem sobre si mesmas ou sobre os outros, os predicados são ocupações ou seus equivalentes. Quando uma pessoa faz uma afirmação cujo predicado são nomes de ocupações ou seus equivalentes, supõe-se que essa afirmativa possa ser traduzida para afirmações cujos predicados sejam, agora, o próprio self. Por exemplo: quando alguém diz “quero ser médico” pode significar que “tenho preocupação com a saúde das pessoas e quero ajudá- las”; ou “tenho interesse no status social que a profissão pode me dar”. Em certos casos, uma pessoa analisa suas características e pensa em várias ocupações que lhe permitam utilizar esses traços de personalidade. Esse processo de análise e ponderação aumenta com o amadurecimento e o nível de instrução da pessoa. Em idades mais precoces, a criança realiza esse processo pela identificação com alguma figura importante em sua vida. Na adolescência, isso ocorre através da tradução do autoconceito em afirmações ocupacionais.
As pessoas, entretanto, podem diferir ao nível de expressar seu AC em afirmações ocupacionais, ou seja: uma pessoa nunca faz uma afirmação ocupacional que seja incompatível com seus Acs. Assim, numerosas ocupações são aceitas como compatíveis, em graus variados, com o AC de um indivíduo (Super e colaboradores, 1963).
fizessem. Dessa forma, nasceu a estrutura de carreira ou maturidade vocacional, que são agora termos consagrados na Educação e na Psicologia Vocacional.
A teoria de Desenvolvimento Vocacional (Super, 1957) examina o desenvolvimento da vida de trabalho de um indivíduo como paralelo ao desenvolvimento pessoal e individual. Como tal, esta teoria não é uma Psicologia das Ocupações, ela é, mais propriamente, uma estrutura compreensiva que explica as variedades das mudanças e compromissos ocupacionais durante os estágios de vida. Para um melhor entendimento, faz-se necessário estabelecer a natureza geral do processo de desenvolvimento vocacional e da tomada de decisão ocupacional (Super e colaboradores, 1957):
Cabe aqui salientar que Super (1980) procurou expandir o termo carreira , originalmente usado para referir-se à seqüência de trabalho relacionada à vida de uma pessoa, desde o operário até o profissional liberal, para incluir outros papéis de vida, como aqueles relacionados ao trabalho. Uma melhor definição de carreira seria, então, “a combinação e a seqüência de papéis vividos pela pessoa durante sua vida” (Super, 1980, p. 282). O Work Importance Study (WIS) (Super, Šverko & Super, 1995) utiliza essa definição para análise de seus dados. O WIS foi desenvolvido como uma rede de projetos nacionais, cujos objetivos principais eram: a) avaliar a importância relativa do papel do