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MASTITE CONTAGIOSA E AMBIENTAL, Notas de estudo de Veterinária

No documento há o estudo aprofundado sobre mastite bovina, incluindo definição da doença, anatomia da glandula mamaria, classificação da mastite em clinica, subclinica, ambiental e contagiosa, agentes etiologicos envolvidos, tratamento e prevenção

Tipologia: Notas de estudo

2025

À venda por 03/04/2025

marina-gomes-de-carvalho
marina-gomes-de-carvalho 🇧🇷

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MASTITE
DEFINIÇÃO
A mastite é uma inflamação da glândula
mamária e é uma das principais
doenças que afetam a produção leiteira.
Ela pode ser causada por bactérias,
fungos, leveduras ou até mesmo
traumas físicos e químicos. Contudo, as
causas biológicas são as que mais
frequentemente desencadeiam a
doença.
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA GLÂNDULA
MAMÁRIA DOS BOVINOS
As vacas possuem quatro glândulas
mamárias separadas, cada uma com
seu próprio sistema de produção e de
ejeção de leite.
A glândula mamária pode ser dividida
em quatro partes principais:
I. Alvéolo
Os alvéolos são as unidades funcionais
da glândula mamária.
Eles são revestidos por células epiteliais
secretoras que produzem os
componentes do leite.
Ao redor dos alvéolos, há células
mioepiteliais que se contraem em
resposta ao hormônio ocitocina. Isso faz
com que o leite seja expulso para os
ductos lactíferos.
Atenção: Os alvéolos produzem o leite
continuamente, mas o leite só será
expelido quando houver o estímulo
adequado, como por exemplo a sucção
do bezerro ou a ordenha.
II. Ducto lactífero
Após o leite ser produzido nos alvéolos,
ele segue por uma rede de ductos
lactíferos que funcionam como
pequenos canos que direcionam o leite
para as cisternas.
III. Cisterna glandular e cisterna do
teto
Quando o leite chega pelos ductos
lactíferos, ele se acumula antes de ser
expelido.
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MASTITE

DEFINIÇÃO

A mastite é uma inflamação da glândula mamária e é uma das principais doenças que afetam a produção leiteira. Ela pode ser causada por bactérias, fungos, leveduras ou até mesmo traumas físicos e químicos. Contudo, as causas biológicas são as que mais frequentemente desencadeiam a doença. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA GLÂNDULA MAMÁRIA DOS BOVINOS As vacas possuem quatro glândulas mamárias separadas, cada uma com seu próprio sistema de produção e de ejeção de leite. A glândula mamária pode ser dividida em quatro partes principais: I. Alvéolo Os alvéolos são as unidades funcionais da glândula mamária. Eles são revestidos por células epiteliais secretoras que produzem os componentes do leite. Ao redor dos alvéolos, há células mioepiteliais que se contraem em resposta ao hormônio ocitocina. Isso faz com que o leite seja expulso para os ductos lactíferos. Atenção: Os alvéolos produzem o leite continuamente, mas o leite só será expelido quando houver o estímulo adequado, como por exemplo a sucção do bezerro ou a ordenha. II. Ducto lactífero Após o leite ser produzido nos alvéolos, ele segue por uma rede de ductos lactíferos que funcionam como pequenos canos que direcionam o leite para as cisternas. III. Cisterna glandular e cisterna do teto Quando o leite chega pelos ductos lactíferos, ele se acumula antes de ser expelido.

Por isso, existem duas cisternas principais: a. Cisterna glandular A cisterna glandular é uma câmara grande dentro da glândula mamária. Ela pode armazenar até dois litros de leite e funciona como um reservatório temporário, onde o leite fica armazenado antes de ser expelido. b. Cisterna do teto A cima do canal do teto está localizada a cisterna do teto. Ela armazena uma quantidade pequena de leite e, durante a ordenha, costumamos fechá-la com os dedos para evitar que o leite retorne para a glândula. IV. Canal do teto O canal do teto, ou também chamado de esfíncter do teto, é a última barreira antes da saída do leite. Ele possui um esfíncter muscular que se contrai para manter o canal fechado. Esse canal só se abre com a pressão negativa oriunda dos estímulos corretos, como a ordenha e a sucção do bezerro. Atenção: Se o canal do teto estiver danificado ou muito aberto, as bactérias podem entrar facilmente e causar mastite. CLASSIFICAÇÃO DA MASTITE A mastite pode se manifestar de diferentes formas de acordo com a manifestação da doença: I. Mastite clínica A mastite clínica é aquela em que os sinais clínicos são evidentes, possibilitando a percepção da doença. Nela, os sinais clínicos incluem inchaço, vermelhidão e calor no úbere. Além de dor ao toque e alterações no leite, como a presença de grumos, aquosidade, pus, e sangue. O animal também pode apresentar febre e queda na produção de leite em casos mais graves. II. Mastite subclínica A mastite subclínica é aquela em que o animal aparenta estar saudável, ou seja, não há manifestação de sinais clínicos evidentes. Contudo, podem ocorrer alterações no leite. Podemos ter aumento do cloreto de sódio e também das proteínas séricas e a diminuição da caseína, lactose e gordura, impactando a qualidade do leite e a produção de seus derivados. Apesar de ser silenciosa, a mastite subclínica tem um impacto econômico importante na produção de leite.

ordenha, a prevenção consiste em um rigoroso manejo sanitário. Para isso devemos: a. Treinar os ordenhadores Os ordenadores devem ser treinados para realizar a ordenha correta. Além disso, devem ser instruídos a causar o menor estresse possível nas vacas durante o ato para reduzir a liberação de cortisol que impacta diretamente na produção de leite e causa quedas importantes na imunidade, facilitando a ocorrência de mastite contagiosa. b. Diminuir a quantidade de vetores. Ou seja, de fômites que possam causar a contaminação. c. Pré e pós dipping. O pré dipping é a imersão completa do teto em uma solução de iodo a 0,7% a 1% ou clorexidina a 0,3 a 0,5% antes da realização da ordenha. Já o pós dipping é a imersão completa do teto nessas soluções após a realização da ordenha. Esses processos visam remover a sujeira e resíduo presente no teto. Isso diminui a incidência da mastite contagiosa e ambiental e também melhora a qualidade do leite por reduzir a contagem de células somáticas e agentes microbianos. d. Vacinação A vacinação é capaz de auxiliar no aumento da taxa de cura espontânea da doença, além de também diminuir a ocorrência de manifestações mais graves no rebanho. e. Manejo nutricional Podemos realizar um manejo nutricional bem feito para auxiliar na imunidade do animal. Podemos utilizar vitamina E, A, selênio, cobre e zinco. f. Antibioticoterapia Podemos realizar a antibioticoterapia tanto nas vacas secas, nas novilhas pré parto e nas vacas em lactação. As vacas secas são menos suscetíveis à mastite porque não tem mais leite dentro do úbere, o que reduz o risco de contaminação. Contudo, ainda pode haver bactérias presentes na glândula mamária e, por isso, a antibioticoterapia pode ser eficiente. O tratamento das vacas secas previne a ocorrência de novas doenças e também evita infecções futuras. É nesse momento que a antibioticoterapia é mais responsiva. Esse tratamento é feito com pomadas e elas devem ser utilizadas em todos os quartos de teto. As novilhas , ou seja, as fêmeas que ainda não pariram, também podem

desenvolver mastite quando estão próximas do parto. Isso ocorre porque, conforme o parto se aproxima, os tetos começam a se preparar para a lactação, o que pode permitir a contaminação com bactérias. Por isso a antibioticoterapia também é eficiente na prevenção da mastite nas novilhas no pré parto. Nas vacas em lactação , a ocorrência de mastite é maior uma vez que a ordenha diária abre portas de entrada para as bactérias. Por isso a antibioticoterapia é essencial. ● Tratamento O tratamento blitz é uma estratégia utilizada quando 25% ou mais do rebanho está infectado com mastite contagiosa. Ele consiste em tratar todas as vacas infectadas ao mesmo tempo a fim de reduzir rapidamente a transmissão da doença. Contudo, em rebanhos muito grandes, esse tratamento fica complicado pois envolve um grande volume de antibióticos e é caro. Além disso, após a utilização de antibióticos nas vacas em lactação, o indicado é que este seja descartado por ser impróprio para consumo. MASTITE AMBIENTAL Diferentemente da mastite contagiosa, a mastite ambiental é causada por bactérias advindas do ambiente onde essa vaca vive. Essas bactérias entram pela extremidade do teto quando há contato com superfícies sujas. Podem estar presentes no esterco, no barro, na cama orgânica e também na água suja. A mastite ambiental geralmente se manifesta de forma clínica e ela pode ocorrer em todas as fases do animal (novilhas, vacas em lactação e secas), contudo ela costuma ser mais frequente no pós parto e também no período de secar a vaca. Atenção: secar a vaca significa interromper a sua produção de leite antes do próximo parto. Para isso, precisamos submeter o animal a um estresse significativo. A estratégia mais comum é retirar a ração concentrada para provocar um estresse nutricional. As principais bactérias envolvidas na mastite ambiental são a Streptococcus uberis e a Streptococcus dysgalactiae. ● Prevenção O principal método de controle é a diminuição da exposição dos tetos ao patógeno. Isso pode ser feito através da higiene do ambiente, com ambientes mais secos e