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Assim, sugerimos que a biografia seja ativamente trabalhada pelos próprios alunos. Você poderá dividir a sala em grupos para que cada um fique responsável por ...
Tipologia: Slides
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Não perca as partes importantes!
(Jornalista e escritor)
Elaborado por
Jô Fortarel
(Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo, professora de Literatura
em escolas particulares e em cursinhos pré-vestibulares).
O auto-retrato “No retrato que me faço– traço a traço –Às vezes me pinto nuvemÀs vezes me pinto árvore...Às vezes me pinto coisasDe que nem há mais lembrança...Ou coisas que não existemMas que um dia existirão...E, desta lida, em que busco– pouco a pouco –Minha eterna semelhança,No fi nal, que restará?Um desenho de criança...Corrigido por um louco!”
Mario Quintana
O encontro “Subitamentena esquina do poema, duas rimasolham-se, atônitas, comovidas,como duas irmãs desconhecidas...”
Mario Quintana
“Jamais compreendereis a terrível simpli- cidade das minhas palavras porque elas nãosão palavras: são rios, pássaros, naves...”
Mario Quintana
Trabalhar com o poeta Mario Quintana significa entrar em contato com uma poesiaextremamente lírica, que, a partir de umaforma simples e despretensiosa, alcança tonsuniversais.
Nos meios acadêmicos criou-se a ima- gem de que só se devem estudar os poetasdifíceis, herméticos, complexos. Por isso, apoesia de Mario Quintana ficou renegada,por muitos anos, a um segundo plano. Eraconsiderada fácil e acessível aos olhos dosdoutores em letras.
O tempo provou o contrário. Sua apa- rente simplicidade formal encobre recursospoéticos riquíssimos, inúmeras sutilezas ver-bais, além de apresentar soluções rímicas erítmicas surpreendentes.
A obra multifacetada do poeta não está vinculada a escolas literárias, pois utilizou as
formas clássicas da poesia (como o soneto),mas também lançou mão do verso livre e daprosa.
“Meus amigos, na minha opinião Mario Quintana é hoje em dia um dos cinco maio-res poetas de todo o Brasil. (...)
Conheço Mario Quintana faz uns bons quarenta anos. É o sujeito mais ‘diferente’que tenho encontrado na vida. Antes detudo é um poeta, e ser poeta não é apenasfazer versos, prosa com rima (carvão-cora-ção... carinho-passarinho... etc.). Ser poeta ésaber ver o mundo como o vêem os anjos, asfadas, e ao mesmo tempo possuir o dom decomunicar a quem o lê o que ele vê e sente;em resumo, é ter olhos para revelar a facesecreta das pessoas e das coisas. (...)
Quintana é também um mágico, só que suas mágicas são feitas com palavras.
(...) E se alguém um dia perguntar quem é Mario Quintana, podem responder semmedo de errar que ele é um dos melhores po-etas do nosso Brasil. É isto o que pensa quemgosta dele como de um irmão, um tal de
Erico Verissimo”
(...) “Que é o Poeta?um homemque trabalha o poemacom o suor de seu rosto.Um homemque tem fomecomo qualquer outrohomem.”
( Poética
, Cassiano Ricardo)
Caro colega professorNos dias de hoje, parece-nos que cada vez mais os jovens afastam-se da poesia. Quaisseriam as razões? Há inúmeras, com certeza,mas arriscaremos algumas:
◗^
mesmo sem conhecer o texto poético
acabam por rotulá-lo como “careta”, coisaultrapassada;
◗^ ao depararem com as características de tal texto, estranham desde a forma até oconteúdo;
◗^ durante a escolaridade entram mais em contato com textos em prosa do que comtextos poéticos;
◗^
a prosa, menos hermética do que a
poesia, é mais fácil de ser compreendida;a poesia, em contrapartida, exige de seu lei-tor um certo esforço para ser decifrada, ummergulhar nas ondas metafóricas.
A partir dessas hipóteses, talvez impo- nha-se uma nova questão: por que o pró-
Da humana condição
“Custa o rico a entrar no Céu(Afirma o povo e não erra).Porém muito mais difícilÉ um pobre ficar na terra.” Provérbio
“O seguro morreu de guarda-chuva.” Dos nossos males
“A nós nos bastem nossos próprios ais,Que a ninguém sua cruz é pequenina.Por pior que seja a situação da China,Os nossos calos doem muito mais...”
Horror
“Com os seus OO de espanto, seus RR guturais, seu hirto H, HORROR é uma pala-vra de cabelos em pé, assustada da própriasignificação.” Só para si
“Dona Cômoda tem três gavetas. E um ar confortável de senhora rica. Nas gavetasguarda coisas de outros tempos, só para si.Foi sempre assim, dona Cômoda: gorda, fe-chada, egoísta.”
Trabalhe primeiramente com os dados biográficos e, posteriormente, com os ex-certos literários e os depoimentos apresen-tados no livro. ✦
a^
etapa do trabalho:
dados biográfi cos
Após essa sensibilização, acreditamos que os alunos se encontrem bastantecuriosos a respeito da vida desse poetatão singelo e verdadeiro. Assim, sugerimosque a biografia seja ativamente trabalhadapelos próprios alunos. Você poderá dividira sala em grupos para que cada um fiqueresponsável por uma determinada face-ta do autor. Sugerimos: vida pessoal, perfildo poeta, caminho profissional, descober-ta do amor etc. Tal classificação fica a seucritério.
Os grupos devem ler atentamente o tex- to, reconhecer os dados mais importantesdo recorte escolhido e organizá-los de ma-neira clara e objetiva, expondo-os, depois,em sala para que os amigos se apropriemdo conteúdo. Eles podem, inclusive, indicarquais dados os colegas devem grifar no tex-to, chamar a atenção para as curiosidadesetc.
✦
a^ etapa do trabalho: excertos poéticos
Continuando a trabalhar com os gru- pos, distribua os excertos da obra do poetacitados no livro, cabendo a cada grupoanalisar os textos em sala de aula. Tais poe-mas devem ser lidos em casa, para que essaprimeira impressão possibilite uma análisemais apurada em sala de aula. Você poderá,então, conduzir um debate, visando nãosomente reconhecer as principais caracte-rísticas do autor, tanto na forma emprega-da como nos conteúdos abordados, comotambém estimular nos alunos o gosto e acuriosidade pela leitura poética! ✦
a^ etapa do trabalho: depoimentos Trabalhando com os mesmos grupos ou formando novos, peça que os alunos ana-lisem os depoimentos a respeito de MarioQuintana incluídos no livro a fim de levantaras principais informações que cada um des-ses depoimentos acrescenta em relação aoperfil do poeta. No momento da socializa-ção, os grupos devem comparar as análisese acrescentar cada dado novo, de formaque todos, ao final, tenham somado às suaslistas as informações relevantes obtidas pormeio dos depoimentos.
✦ Proposta 1 Por meio da leitura dos poemas de Mario Quintana (apresentados no livro e neste su-plemento), os alunos devem perceber que opoeta tanto usou o soneto (medida clássica)como versos livres, pequenas estrofes úni-cas, haicais etc. Toda essa diversificação fazde Quintana um poeta gostoso de se ler aqualquer hora e em qualquer situação.
Como afirma Regina Zilbermann em sua introdução à obra
Poemas em verso:
“É neste sentido que se pode constatar oexperimentalismo vigente na poesia dele:serviu a todos os senhores da forma, semdepender de nenhum. E procurou incor-porar a seus poemas três fatores básicosda modernidade, presentes na literaturabrasileira atual:
humor, coloquialidade da
linguagem
e
brevidade.
Sua visão da realidade pode ser mui- tas vezes nostálgica, porém, quando aapresenta de modo crítico, sua arma pre-dileta é o humor. Com isto, desafia as insti-tuições e os costumes sociais, quando não ocomportamento habitual das pessoas.
Também os temas considerados sérios
Os alunos devem analisar as poesias tentando encontrar nelas as característicasjá citadas:
-^
humor
coloquialidade da linguagem
-^
brevidade
crítica aos costumes sociais
-^
a morte
o tempo
Veja na
Antologia de apoio
alguns poe-
mas que ajudarão nessa atividade.
✦
Proposta 2^ Conforme registrado no livro, Mario Quintana apresentou uma certa paixão pelatambém poeta Cecília Meireles. Releia:
“E o
coração dele também se derretia pelos si-lêncios da Cecília, pelas coisas que ela dizia,pelos versos que ela escrevia, pelo modocomo ela vivia”.
Sugerimos que os alunos façam uma breve pesquisa sobre Cecília Meireles, nosentido de perceberem por que essa mulherchegou a impressionar tanto Quintana.
Tal pesquisa poderia visar a apenas al- guns dados a respeito da poeta, tais como:
-^
onde e quando nasceu
com quem ela
se casou
como era seu jeito de ser
quan-
tos anos ela tinha quando conheceu o poeta •^
de quais temas ela tratava em sua poesia
quais suas
poesias mais conhecidas ✦
Proposta 3^ “(...) Poeta urbano desde o início, Quin- tana movimenta-se nas pequenas ruas dacidade, surpreendendo-as na inquietaçãodo dia ou no silêncio da noite. Como umhábitat natural, as ruas são o cenário pri-vilegiado dos primeiros versos. (...) Por teruma sintonia interior com o impressionismoé que o poeta adotará, com freqüência,as meias-tintas, as sinestesias, os jogos dealiterações e assonâncias, traços que ca-racterizam os sonetos de Quintana comoformulações que querem captar cor e mu-sicalidade.” (Carvalhal, Tania Franco (1984).“Quintana, entre o sonhado e o vivido.” InInstituto Estadual do Livro (RS).
Mario Quin-
tana
. 3. ed. p.16-17.) A partir dessa forma livre de ser e de escrever, o poeta só poderia mesmo fazer
Que me importa este quarto, em que
desperto
como se despertasse em quarto alheio?Eu olho é o céu! Imensamente perto,o céu que me descansa como um seio.Pois só o céu é que está perto, sim,tão perto e tão amigo que pareceum grande olhar azul pousando em mim.A morte deveria ser assim:um céu que pouco a pouco anoitecessee a gente nem soubesse que era o fim...”
tempo
Vejamos al-
guns exemplos, mas não se esqueça de quehá muitos outros! ✦
Tema: Tempo Estou sentado sobre a minha mala “Estou sentado sobre a minha malaNo velho bergantim desmantelado...Quanto tempo, meu Deus, malbaratadoEm tanta inútil, misteriosa escala!Joguei a minha bússola quebradaÀs águas fundas... E afinal sem norte,Como o velho Simbad de alma cansadaEu nada mais desejo, nem a morte...Delícia de ficar deitado ao fundoDo barco, a vos olhar, velas paradas!Se em toda parte é sempre o Fim do MundoPra que partir? Sempre se chega, enfim...Pra que seguir empós das alvoradasSe, por si mesmas, elas vêm a mim?” ✦
Tema: Morte O morto “Eu
estava
dormindo
e^
me
acordaram
E me encontrei, assim, num mundo estranho
e louco...
E quando eu começava a compreendê-loUm pouco,Já eram horas de dormir de novo!” Quando eu morrer “Quando eu morrer e no frescor de luaDa casa nova me quedar a sós,Deixai-me em paz na minha quieta rua...Nada mais quero com nenhum de vós!Quero é ficar com alguns poemas tortosQue andei tentando endireitar em vão...Que linda a Eternidade, amigos mortos,Para as torturas lentas da Expressão!...Eu levarei comigo as madrugadas,Pôr-de-sóis, algum luar, asas em bando,Mais o rir das primeiras namoradas...E um dia a morte há de fitar com espantoOs fios de vida que eu urdi, cantando,Na orla negra do seu negro manto...” Da viuvez “Ele está morto. Ela, aos ais.Mas, neste lúgubre assunto,Quem fica viúvo é o defunto...Porque esse não casa mais.” Da morte “Um dia... pronto!... me acabo.Pois seja o que tem de ser.Morrer, que me importa?... O diaboÉ deixar de viver!” ✦
Temas variados: Humor / Ironia Clarividência “ O poema é uma bola de cristal. Se apenasenxergares nele o teu nariz, não culpes omágico.” Simultaneidade “– Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eucreio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou mematar! Eu quero viver!– Você é louco?– Não, sou poeta.”
A coisa
“A gente pensa uma coisa, acaba escre- vendo outra e o leitor entende uma terceiracoisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisapropriamente dita começa a desconfiar quenão foi propriamente dita.” Da preguiça “A preguiça é a mãe do progresso. Se o ho-mem não tivesse preguiça de caminhar, nãoteria inventado a roda.”
Tique-taque “Mera ilusão auditiva graças à qual a genteouve sempre ‘tique-taque’ e nunca ‘taque-ti-que’... Depois disso, como acreditar nos reló-gios? Ou na gente?” O incorrigível “O fantasma é um exibicionista póstumo.” Cartaz para uma feira de livro “Os verdadeiros analfabetos são os que apren-deram a ler e não lêem.”
Modernismo
Calcado no clima nacionalis-
ta de mudanças sociais e no projeto estéticodas Vanguardas Européias, o Modernismobrasileiro surgiu, em 1922, devido ao esfor-ço de um grupo de intelectuais brasileirosque idealizou e realizou a Semana de ArteModerna, evento que tornou pública essanova maneira de pensar o passado, o pre-sente e o futuro da política, da sociedade,da economia e, sobretudo, da cultura bra-sileira.
Modernismo (primeira fase: 1922 a 1930
Chamada fase heróica, seria caracterizadacomo um “período de destruição” preocu-pado em difundir as novas idéias e criticarde forma violenta a literatura tradicionalis-ta. Principais representantes: Oswald de An-drade, Mário de Andrade, Manuel Bandeirae Antonio de Alcântara Machado.
Modernismo (segunda fase: 1930 a 1945
“Período de construção” em que se consoli-dam os ideais modernistas da fase anterior.Os escritores dessa fase apresentam emsuas obras uma grande preocupação com os
problemas sociais de seu tempo. Principaisrepresentantes: Jorge Amado, GracilianoRamos, Rachel de Queiroz, José Lins do Regoe Erico Verissimo.^ INDICAÇÕES PARA APROFUNDAR OSTEMAS TRABALHADOS
JORDÃO, Rose e OLIVEIRA, Clenir Bellezi de.
Linguagens: estrutura e arte
. São Paulo:
Moderna, 1999.
MEIRELES, Cecília.
As palavras voam
(antologia poética com organização de Bar-tolomeu Campos de Queirós). São Paulo:Moderna, 2005.
QUINTANA, Mario.
Antologia Poética.
Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.
Nariz de vidro
. São Paulo: Mo-
derna, 2003.
Os melhores poemas de Mario
Quintana.
São Paulo: Global, 1996.
Pé de pilão.
São Paulo: Ática,
Poesias.
Porto Alegre/Rio de Ja-
neiro: Globo, 1983.
Prosa & verso.
São Paulo: Globo,