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Este documento aborda o impacto do surto de febre amarela de 2017/2018 na população de bugios da ilha grande, no brasil. Inclui um estudo sobre a percepção dos moradores locais em relação aos bugios e à doença, além de atividades de monitoramento e conservação das espécies. O objetivo é identificar possíveis conflitos socioambientais e evitar a extinção local dos bugios.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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Marianne da Silva Bello “O Silêncio dos Inocentes”: Percepção ambiental dos habitantes da Ilha Grande (RJ) em relação a febre amarela e os bugios Orientadora: Lena Geise Rio de Janeiro 2019
Nome do proponente: Marianne da Silva Bello Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/ Titulação: Graduação Instituição: Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGEE-UERJ) Endereço profissional: Rua São Francisco Xavier, 524, Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha (PHLC), Sala 515B. Maracanã, Rio de Janeiro, RJ DADOS DA ORIENTADORA Nome: Lena Geise Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/ Titulação: Pós-doutorado Cargo: Professora Associada e Coordenadora Adjunta do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução Tipo de Vínculo com a IES: Professora Associada Endereço profissional: Rua São Francisco Xavier, 524, Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha (PHLC), Sala 51 3. Maracanã, Rio de Janeiro, RJ DADOS SOBRE A PESQUISA Título do projeto: “O Silêncio dos Inocentes”: Percepção ambiental dos habitantes da Ilha Grande (RJ) em relação a febre amarela e os bugios Tipo de bolsa solicitada: Mestrado Instituição: Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGEE-UERJ)
Macacos são carismáticos, atraentes e com forte apelo junto ao público, principalmente por características sociais e semelhança com a espécie humana (Rambaldi, 2002). Espécies com as quais as pessoas mais facilmente se identificam, têm sido usadas nos programas conservacionistas, e são consideradas “espécies-bandeira”. Segundo Fernandes et al_._ (2004), a percepção ambiental pode ser definida como “uma tomada de consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o ato de perceber o ambiente que está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo”. A percepção influencia o comportamento humano, portanto, a conquista do apoio público é essencial para que as pesquisas ecológicas, e os esforços para o manejo e proteção sejam efetivos na conservação em longo prazo (Dietz & Nagagata, 1997). Com base na teoria da biogeografia de ilhas (McArthur e Wilson, 1967), as ilhas são mais pobres em espécies, suas biotas são mais vulneráveis e podem ter tamanhos populacionais pequenos (Fernandez, 2000). Por se tratar da única população naturalmente isolada em ilha em toda América do Sul e Central, a população de bugios da Ilha Grande (A. guariba clamitans) encontra-se ainda mais fragilizada à febre amarela especialmente desde o verão de 2017/2018. O registro de animais adoecidos ou mortos é de difícil estimativa frente ao relevo acidentado e ao difícil acesso a suas regiões mais internas das florestas. A comunidade de moradores locais relata a diminuição da população de bugios, principalmente devido ao silêncio, ausência da vocalização característica desses primatas. Um estudo para estimar o tamanho populacional dos primatas não-humanos da Ilha Grande é fundamental para avaliar os impactos do maior surto de febre amarela no Brasil desde 1980 (AGÊNCIA SAÚDE, 2018), sendo importante para evitar uma possível extinção local dos bugios, animal símbolo do Parque Estadual da Ilha Grande, conforme o quadro encontrado em outros lugares do país, tal como na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Feliciano Miguel Abdala em Minas Gerais, na qual após o surto de febre amarela de 2017/2018 restaram apenas 12 indivíduos de 500 bugios (AZEVEDO, 2017). OBJETIVOS O projeto tem como objetivo geral, avaliar o impacto do surto de febre amarela (2017/2018) na Ilha Grande integrando o conhecimento tradicional das comunidades e dados ecológicos. E como objetivos específicos:
identificar possíveis conflitos socioambientais; 2) Implementar atividades que desenvolvam na comunidade local o potencial de agentes de conservação atuando no monitoramento dos bugios (ciência cidadã); 3) Estimar o tamanho da população de primatas não-humanos na Ilha Grande após o surto de febre amarela e comparar com a estimativa realizada há 14 anos. METODOLOGIA Área de estudo A Ilha Grande (23° 8' 26" S, 44° 14' 50" W) pertence ao município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro e possui aproximadamente 155 km de perímetro, 16 km de largura no sentido norte-sul e 29 km no sentido leste-oeste, e uma superfície de 19.000 hectares (UFRRJ/IEF/PRO-NATURA 1993). Apresenta um relevo montanhoso e bastante acidentado, cujo ponto culminante é o Pico Pedra da Água (1031 m) seguido do Pico do Papagaio (959 m). A região possui cobertura vegetal predominantemente de Floresta Atlântica, classificada como Floresta Ombrófila Densa e clima quente e úmido, sendo dezembro, janeiro e fevereiro, os meses mais chuvosos, com precipitação acima de 240mm/mês (Salgado e Vasquez, 2009). A área de estudo compreende unidades de conservação, o Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), Reserva Biológica da Praia do Sul (RBPS), Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Aventureiro e Área de Proteção Ambiental de Tamoios (figura 2). Figura 2 – Mapa da Ilha Grande com áreas de proteção ambiental e localização geográfica. Fonte: Inea
Bananal 370 37 Praia vermelha 150 15 Provetá 1500 150 Aventureiro 100 10 Dois Rios 150 15 Freguesia de Santana 50 5 Parnaioca 5 1 Saco do céu 100 10 Total 582 Estimativa do tamanho populacional Pretende-se estimar a densidade de primatas não-humanos em uma área de grande extensão dentro de um curto período de tempo, portanto, foi escolhido a metodologia de amostragem por transecção linear – “Line Transects Sampling” (Buckland et al. 2001). O método consiste na condução de um censo ao longo de uma série de trilhas futuramente selecionadas e pré-existentes (figura 3 ), procurando pelos indivíduos das espécies de interesse. Figura 3 - Esquema para a estimativa da probabilidade de um animal ser detectado em uma amostragem de distâncias. (A) Área de Estudo; (L) Comprimento total do transecto; (Z) Observador; (r) Distância de detecção; () Ângulo de detecção; (y) Distância perpendicular (y = r seno ); (w) Meia largura efetiva da trilha (Fonte: Cullen Jr. & Rudran 2004). As trilhas serão percorridas em velocidade de 1 a 1,5km/h parando a cada 100m por 30 segundos de forma silenciosa. Uma vez observado um animal ou grupo, marca-se o horário e posição exata de detecção, sendo a posição perpendicular em relação a observação do primeiro animal avistado. Com auxílio de uma trena, mede-se a distância do centro da trilha até o indivíduo, a altura em relação ao chão, altura da árvore e DAP. Os animais avistados terão
dados registrados como: espécie, gênero (macho ou fêmea), número de indivíduos, condições climáticas, observadores e distância percorrida. Serão realizadas campanhas de setembro de 2019 a maio de 2020, com sete a 10 dias de duração. As trilhas serão percorridas em dois períodos de maior atividade dos primatas, sendo manhã (6h30 a 12h) e tarde (13h as 18h). Se for encontrado algum primata não-humano morto nas trilhas, assim como ossadas, serão coletadas e depositadas no Museu Nacional (MN/UFRJ). Serão calculadas a abundância relativa e densidade populacional das espécies e analisadas usando o programa Distance ®. Desenvolvimento de atividades Para socializar o conhecimento científico sobre os primatas e incentivar sensibilidades relacionadas a atitudes e práticas de conservação socioambiental na Ilha Grande, serão desenvolvidas atividades como aulas/palestras, atividades de jogos e será apliada para outras comunidades, a “Roda de Conversa Café, Ciência, Cultura e Ambiente” já implementada pela equipe do Centro de Estudo Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (CEADS) na Vila Dois Rios e Abraão. Banners e panfletos, contendo meios de contato, serão utilizados para que os habitantes participem ativamente, enviando fotos, vídeos e outras informações que possam ajudar a monitorar e localizar as populações remanescentes de bugios, sendo percorridas as trilhas indicadas pelos moradores. RESULTADOS ESPERADOS E IMPACTO PREVISTO DO PROJETO Entendendo a percepção dos moradores sobre o ambiente, o debate sobre a mortandade de primatas não-humanos e sua relação com a febre amarela, o projeto é um convite para o monitoramento contínuo das populações de primatas não-humanos remanescentes, envolvendo a conservação das espécies e saúde pública. Será possível gerar estimativas do tamanho das populações nas Unidades de Conservação da Ilha Grande, de forma que o órgão gestor e os moradores possam monitorar as espécies a longo prazo, avaliando se as populações estão crescendo, declinando ou se estão estáveis. Propondo programas específicos de conservação como ação prioritária nas Unidades de Conservação, desenvolvendo e aplicando medidas necessárias à conservação das espécies na Ilha Grande.
para manipulação e sacos zip-loc para armazenamento. Já para entrevistas, é preciso um gravador e um tablet para exposição das imagens de primatas, além da impressão do roteiro e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Durante a etapa de educação ambiental e divulgação científica, será utilizado projetor multimídia juntamente com notebook para exposição de filmes e palestras para a comunidade local. O Laboratório de Mastozoologia da UERJ localizado no campus Maracanã possui infraestrutura adequada para preparação das carcaças coletadas, sendo levadas ao dermestério para serem devidamente depositadas no Museu Nacional (MN/UFRJ). LINHAS GERAIS DO CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 2019 Março - Matrícula do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução (PPGEE-UERJ) e cumprimento de créditos/disciplinas (março/2019 a dezembro/2 019 )^1 Abril – Levantamento bibliográfico utilizando as palavras-chave: Febre Amarela, Primatas não- humanos, Alouatta , densidade populacional e etnoprimatologia (abril/2019 a outubro/2020). Maio e Junho - Elaboração do roteiro de entrevistas semiestruturadas Julho - Submissão do projeto de pesquisa ao Comitê de Ética e Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Agosto - Submissão de resumos no V Simpósio de Biologia da Conservação e XVIII Congresso Brasileiro de Primatologia. Seleção das trilhas pré-existentes a serem percorridas. Setembro - Após aprovação do Comitê de Ética e emissão da licença de pesquisa Inea, será realizada a entrevista piloto e o início das transecções em trilhas pré-existentes (de setembro/2019 a maio/2020). Outubro - Entrevista semiestruturada com moradores da Ilha Grande (de outubro/2019 a maio/2020). Novembro – V Simpósio de Biologia da Conservação (16 a 21/11) e XVIII Congresso Brasileiro de Primatologia (06 a 10/11). Dezembro – Sistematização e análise dos dados de entrevistas (de dezembro/2019 a julho/2020) e início da estimativa de abundância e densidade populacionais através dos métodos de distance sampling usando o programa Distance® (dezembro/2019 a agosto/2020). (^1) As disciplinas do PPGEE-UERJ possuem sete a 15 dias de duração. Os campos serão realizados nos intervalos entre disciplinas.
Janeiro a Maio – Entrevistas com moradores e e transecções em trilhas para estimativa de tamanho populacional. Junho e Julho – Educação Ambiental e Divulgação científica em escolas, CEADS e sede do INEA. Concluir análise e sistematização das entrevistas. Agosto – Concluir análises de estimativa do tamanho populacional dos primatas. Outubro e Novembro – Redação da Dissertação Dezembro – Entrega para banca avaliadora. 2021 Janeiro – Elaboração junto com a comunidade de moradores e Inea formas de monitoramento dos primatas na Ilha Grande. Fevereiro – Defesa da dissertação ORÇAMENTO PREVISTO Categoria de despesa Descrição dos itens Materi al será cedido para Institui ção (Sim ou Não) Quant idade Uni dad e (un; litro ; met ro; dia; km) Valor Unitá rio (R$) Valor Total (R$) Uso e consumo Banner para divulgação científica e educação ambiental Sim 2 unidade
Camisa para identificação da equipe e divulgação do projeto Sim 3 unidade
Flyer A4 115 gr, dobrado para Divulgação Científica e Educação Ambiental Não 1000 unidade
Categoria de despesa Descrição dos itens Materi al será cedido para Institui ção (Sim ou Não) Quant idade Uni dad e (un; litro ; met ro; dia; km) Valor Unitá rio (R$) Valor Total (R$) Hospedagem para a pesquisadora Não 63 diária
Seguro viagem para a pesquisadora Não 63 diária
Transporte Flex boat do continente até a Ilha Grande (Conceição do Jacareí/Ilha Grande/Conceição do Jacareí) Não 9 unidade
Equipame ntos
GPS Portátil, Tela Colorida 2,6', Câmera 8 MP, GLONASS para registro das localidades com presença de primatas Sim 1 unidade
Gravador E Reprodutor De Voz - Sony Digital Voice Recorder 4gb - Icd- Px240 para gravar as entrevistas com moradores Sim 1 unidade
Lanterna de cabeça para iluminação das trilhas Sim 1 unidade
Mochila de Trekking Forclaz 50 litros para transporte de equipamento para o campo Sim 1 unidade
Categoria de despesa Descrição dos itens Materi al será cedido para Institui ção (Sim ou Não) Quant idade Uni dad e (un; litro ; met ro; dia; km) Valor Unitá rio (R$) Valor Total (R$) Notebook Inspirion 15 5000 (5552) para tabulação e análise de dados, escrita da dissertação, leitura de artigos e exposição de atividades de educação ambiental Sim 1 unidade
Par de perneiras Couro Sintético Duplo com Velco 3 Talas Nexus para proteção contra picadas de cobras Sim 3 unidade
Projetor multimídia para exposição de palestras e outras atividades de educação ambiental Sim 1 unidade
Tablet para exposição das imagens dos primatas durante as entrevistas Sim 1 unidade
Trena a Laser GLM 30 Bosch para medir a altura dos primatas em árvores Sim 1 unidade
IUCN, International Union for Conservation of Nature and Natural Resources. Red list of threatened species. 2018. Disponível em http://www.iucnredlist.org/. Acesso em: 10 out.
MACACOS SÃO SENTINELAS NO ENFRENTAMENTO DA FEBRE AMARELA. Portal Fiocruz. 2018. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/noticia/macacos-sao- sentinelas-no-enfrentamento-da-febre-amarela>. Acesso em 11 out. 2018 RAMBALDI, D. M. Mico Leão Dourado: uma bandeira para proteção da Mata Atlântica. In: N. Bensusan (ed.). Seria Melhor Mandar Ladrilhar? Biodiversidade Como, Para que, Por quê. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2002. p. 61-66. SALGADO, C.M.; VASQUEZ N, D.; Clima. In: Bastos M. & C. H. Callado, editors. O ambiente da Ilha Grande. Rio de Janeiro: UERJ / CEADS, 2009. p 7-20. UFRRJ/IEF/PRO-NATURA Plano diretor do Parque Estadual da Ilha Grande. Relatório. Rio de Janeiro, 1993. 247p.
ANEXO I - Proposta de entrevista a ser aplicada aos moradores da Ilha Grande. Morador(a): Local da Ilha Grande: Idade: Sexo: Escolaridade: Área: Atividade: Com qual frequência você anda nas trilhas do PEIG e/ou RBPS: ( )1 x por ano ( )1 x a cada 15 dias ( )1 x por semestre ( )1 x por semana ( )1 x por bimestre ( ) 2 x por semana ( )1 x por mês ( ) Mais de 2 x por semana ( )Outro ( )Não respondeu