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Este manual prático visa orientar profissionais de saúde a acompanharem o ganho de peso e a alimentação de gestantes, fornecendo informações sobre os hábitos alimentares e o estado nutricional dessas mulheres. Além disso, o manual aborda a importância da educação em saúde efetiva para a comunidade, a interdisciplinariedade e a inovação no ensino na saúde.
Tipologia: Notas de estudo
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AUTORES
JOSÉ ANTÔNIO CORDERO DA SILVA
DANIEL DE FARIA
EDIÇÃO
VÂNIA NAZARÉ MAIA DOS SANTOS
ENSINO EM SAÚDE NA AMAZÔNIA
APRESENTAÇÃO
Este Manual faz parte da pesquisa intitulada “Avaliação das práticas educativas relacionadas ao ganho ponderal e a alimentação em gestantes”, e trata sobre o estado nutricional das gestantes acompanhadas em uma unidade básica de saúde. Como parte do produto do mestrado profissional do programa de pós-graduação em Ensino e Saúde na Amazônia (ESA), este estudo visa contribuir para a melhoria da saúde, sobretudo no âmbito local, por intermédio de informações que promovam maiores esclarecimentos para os profissionais da área de saúde acerca de hábitos alimentares durante a gestação e que a circulação de conhecimento promova educação em saúde efetiva para a comunidade. O Programa de Mestrado Ensino e Saúde na Amazônia pertence ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade do Estado do Pará (UEPA). A sua concepção inclui a inter, multi e transdisciplinariedade, permitindo o diálogo entre as diferentes profissões para os avanços do setor da saúde e da educação. O presente mestrado deve, assim, ser uma estratégia de produção de conhecimento e inovação sobre o ensino na saúde a partir da problematização das práticas hoje envolvidas na formação de profissionais e dos serviços de saúde.
É importante, primeiramente, ter empatia com a gestante e acolher seus anseios e dúvidas em relação à gestação, sobretudo quando se trata de primíparas. As mudanças no corpo da gestante perpassam desde o âmbito da autoimagem e autoestima até as psicológicas e fisiológicas. Uma das maiores preocupações das gestantes é acerca do ganho de peso. Você, enquanto profissional de saúde, deve dialogar com as mulheres, ouvindo suas dúvidas, educando-as e alertando-as para as seguintes informações: O ganho de peso é normal durante a gestação e fazê-lo de maneira saudável é possível, prezando pelo cuidado do corpo da gestante e pela saúde do bebê. O ganho de peso esperado pode modificar de acordo com as seguintes variáveis:
No primeiro trimestre (até a 13ª semana), ganhar peso não é tão importante, pois as alterações na estrutura física da mãe são poucas e o embrião ainda é muito pequeno. Portanto, neste período é comum a gestante perder (até 3 kg), manter ou ganhar peso (até 2 kg). Perda de peso? Este é o momento em que as gestantes mais sofrem com náuseas e vômitos, portanto a perda de peso é bastante comum.
Do segundo trimestre em diante (a partir da 13ª semana), espera-se um ganho de peso linear até o final da gestação. Lembrando que este ganho será diferente, dependendo do estado nutricional pré-gestacional da mãe (peso adequado, baixo peso, sobrepeso e obesidade)
.
Acontecem alterações hormonais muito importantes, marcadamente um aumento contínuo das concentrações de dois principais hormônios femininos: a progesterona e o estrogênio, até atingir valores muito elevados. Assim, pode-se entender que a gestação afeta praticamente todos os hormônios do organismo materno
Se a gestante não estiver preparada ou até mesmo bem informada sobre as mudanças pelas quais seu organismo passará, a gravidez pode não ser conduzida de maneira prazerosa, tornando-se algo diferente do idealizado no subjetivo mais íntimo da mulher
Progesterona
Estrógeno
Para saber quanto a gestante poderá ganhar ao longo da gestação, é
simples! Basta calcular o IMC da paciente por meio da fórmula abaixo e depois
situá-lo na tabela a seguir:
É fundamental que o profissional da área de saúde esteja apto a
orientar nutricionalmente a mulher no período de gestação. Nesse
aspecto, ressalta-se o papel primordial dos nutricionistas os quais têm a
propriedade de repassar cardápios alimentares específicos às
necessidades de cada gestante, entendendo suas diversidades e
complexidades.
No entanto, algumas informações nutricionais são básicas e devem
ser de conhecimento de qualquer profissional da saúde. A seguir, você
pode observar uma pirâmide composta pelos principais grupos
alimentares que devem acompanhar a mulher durante a gestação.
O carboidrato é fonte de energia, porém, se ingerida quantidade maior que a necessidade do organismo, o excedente será transformado em tecido adiposo, provocando ganho excessivo de peso e levando à obesidade, expondo a gestante ao desenvolvimento da Síndrome Hipertensiva Específica da Gestação (SHEG), como a pré-eclâmpsia. Sugere-se, portanto, o uso de carboidratos integrais para a nutrição adequada da gestante.
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Diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma intolerância a carboidratos de gravidade
variável, que se iniciou durante a gestação atual e não preenche os critérios diagnósticos de
diabetes mellitus franco. É o problema metabólico mais comum na gestação e tem prevalência
entre 3 e 25% das gestações, dependendo do grupo étnico, da população e do critério
diagnóstico utilizado. Muitas vezes, representa o aparecimento da Diabetes Mellitus tipo 2
(DM2) durante a gravidez.
A incidência de DMG está aumentando em paralelo com o aumento do DM2 e da
obesidade feminina. Os fatores de risco para DMG: Idade materna avançada, sobrepeso,
obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual, deposição central excessiva de
gordura corporal, história familiar de diabetes em parentes de primeiro grau, crescimento fetal
excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual, antecedentes
obstétricos de abortamentos de repetição, Síndrome de Ovários Policísticos e baixa estatura
(menos de 1,50 m).
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a
sua própria produção ou a sua construção”.
Paulo Freire
Profissionais de saúde são constantes educadores. No entanto, a
mera repetição de enunciados que orientam nutricionalmente não
garante a anuência e o reconhecimento dos fatores de risco associados a
uma alimentação inadequada. Tem-se verificado a necessidade de
transmitir novos conhecimentos e dar vazão aos saberes da população em
geral, valorizando a tradição e a cultura alimentar.
Assim, estes profissionais devem estar
empenhados em conhecer a realidade da
população residente em sua área de abrangência e a
incentivar a corresponsabilidade e
participação social, na busca por construção e
fortalecimento de vínculos. Nesta busca as equipes
devem executar ações de vigilância em saúde, relacionadas ao trabalho e
ao ambiente dos cidadãos; realizar acolhimento humanizado; prestar
atendimento de saúde; exercer visitas domiciliares e criar espaços
contínuos e crescentes de atividades educativas.
Neste atual panorama da atenção primária em saúde, entende-se
que o maior desafio das equipes de saúde da família é organizar o
trabalho, na conciliação da quantidade de atendimentos prestados com o
cumprimento integral de todas as suas atribuições. A visão da estratégia
de saúde da família como um excelente campo para a formação,
articulação e fortalecimento da interdisciplinaridade e intersetorialidade,
é uma ferramenta importante para auxiliar as equipes nesta tarefa.
A saúde e a educação estão intimamente articuladas, pois são
complementares e essenciais para o progresso uma da outra, articulando-
se enquanto práticas sociais. Se torna responsabilidade dos profissionais
da saúde, portanto, atentar e praticar a educação em saúde como
processo de construção de conhecimento que visa a apropriação sobre o
tema pela população em geral. É também o conjunto de práticas do setor
de saúde que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu
cuidado e no debate com os profissionais e os gestores para alcançar uma
atenção em saúde de acordo com suas necessidades.
É importante buscar métodos que valorizem o compartilhamento
do conhecimento, contribuindo na formação da rede de símbolos e
significados que os indivíduos tecem para modelar a vida e agir nela;
sendo, portanto, fruto da dinâmica vivenciada nas inter-relações. É essa
rede, sempre mutável, que vai orientar a práxis da vida diária; é
indispensável que se busque uma prática que promova o diálogo entre
profissionais e usuários, desenvolva a autonomia cidadã e incentive estes
sujeitos a adotarem uma postura ativa em seus ambientes políticos e
sociais.